PV EDWARD

— Bella. - chamou Charlie ao entrar em casa.

— Já estou descendo pai. – Bella gritou do quarto.

— Agora é sério Edward vai caçar. – pediu, ou melhor, ordenou Bella.

Eu não queria mais discutir com ela sobre isso e além do mais eu precisava realmente ir caçar, eu não podia superestimar meu autocontrole assim. Desde que voltei não saí para caçar, eu não queria ter de me afastar dela por muito tempo. E o pior é que eu já estava há várias semanas sem me alimentar antes disso.

— Volto antes de você acordar.

— Não tenha pressa.

— Agora que você se satisfez de mim não sou mais útil aqui, não é? – digo sendo exageradamente dramático e terminando de me vestir rapidamente.

Ela sorri.

— Eu sabia. - falei em tom ofendido.

— Filha desça logo aqui tenho uma novidade. - Charlie falou eufórico.

— Só um minuto pai estou terminando de me vestir.

O que não era mentira Bella havia acabado de por a lingerie.

— Hum... - gemi quando a vi ficar de costas para mim e se curvar empinando a bunda para pegar sua roupa do chão.

E ela se virou para mim.

— Dê o fora agora. - diz Bella apontando para a janela.

Charlie nem sonhava que eu passava a maior parte do tempo aqui, para ele eu só via a Bella por duas horas nos três dias da semana que ele estabeleceu para eu vê-la e eu era proibido de vir aqui quando ele não estava. Ah! Se Charlie soubesse que eu e sua filha não respeitávamos sua proibição e que já ultrapassamos todas as barreiras físicas de um relacionamento, ele certamente usaria sua arma que sempre faz questão de deixá-la a mostra quando venho ver Bella como um lembrete para caso eu viesse magoar sua filha novamente que eu teria de acertar minhas contas com ele. Mal sabe ele que sou incapaz de fazer isso agora, não que minha intenção tenha sido essa quando a deixei, pelo contrário, a deixei pensando estar fazendo um bem a ela, mesmo isso custando a minha felicidade.

— Usa e depois joga fora, não é? - digo. E ela me deu um tapa no ombro de leve já que se ela colocasse força quem sairia machucada era ela.

— Amor, Carlisle já ligou para seu pai como sendo o Dr. Mark hoje. E Charlie topou que Carlisle a leve. Agora você só tem que dizer a seu pai que aceita fazer a cirurgia e não se esqueça de fazer cara de surpresa com a novidade e de ficar super contente com a possibilidade de cura.

— Vou tentar. - diz Bella triste.

— Eu sei o quanto isso é difícil para você, se eu pudesse eu estaria aqui ao seu lado, mas Charlie infelizmente quer falar com você agora e hoje não é dia de visita. – faço um carinho em seu rosto.

Era difícil mesmo o que iria fazer, Bella daria esperanças a seu pai de que podia se curar sendo que não havia cura alguma e que sua suposta morte em uma explosão estava acertada para daqui dois dias.

— Tudo bem, eu consigo.

— Eu acredito em você amor. Eu vou indo agora.

— Ok!

Eu lhe dei um selinho e saltei a janela.

Eu não iria caçar agora, iria ficar escondido aqui fora para ouvir a conversa deles, caso a conversa for difícil demais para Bella, ela iria precisar de mim depois. Eu não a disse que ficaria ouvindo, porque eu sei que ela não aceitaria. Menti, mas essa é uma mentira do bem.

— Oi! Pai. - diz Bella lhe dando um abraço e se sentado no sofá ao seu lado. – Então qual é a novidade?

— Primeiro coma depois eu te digo o que é. - Charlie lhe entrega um refrigerante e um pedaço de pizza.

Eles começaram a comer em silêncio confortável.

Charlie pelo o que deu para captar em seus pensamentos, estava escolhendo as palavras exatas para fazer Bella aceitar a fazer a tal cirurgia.

— Filha o Dr. Mark me ligou hoje a tarde, lembra que ele ficou de nos ajudar? – Charlie fala após eles terminarem de comer.

— Lembro, e ele encontrou alguma forma?

— Sim, ele disse que encontrou o Dr. Andrew que teve um paciente com o mesmo tipo de tumor que o seu e ele o operou e o paciente ficou curado. Ele me pediu para te perguntar se você aceitaria fazer a cirurgia e se a sua resposta for sim ele ajeitaria as coisas por lá com esse médico para você fazê-la.

— Quais são as chances de cura pai? - Bella fingi estar feliz com a notícia, mas ao mesmo tempo apreensiva.

O que seria a reação de qualquer pessoal nesse momento.

— Pequenas, mais existem. - Charlie soa positivo.

— Eu disse que falaria com você, a escolha de fazer ou não a cirurgia é apenas sua, eu vou acatar qualquer que seja a sua decisão.

— Gostaria que eu fizesse a cirurgia?

— A minha opinião não é a que importa aqui filha.

— Pai é claro que sua opinião importa também, me diga, por favor.

Charlie respira fundo.

— Sim eu gostaria que fizesse, tenho fé que dará certo.

— Então eu farei pai.

— Obrigado minha filha. – Charlie a abraça feliz.

Charlie termina o abraço e ver que Bella está chorando.

— Oh! Filha não fique assim vai dá tudo certo.

Bella assentiu.

Mal sabe ele que suas lágrimas eram por outro motivo.

— E onde é? E quando poderei ver o médico?- perguntou Bella contendo o choro e enxugando suas lágrimas.

— É em Londres, e o Dr. Mark disse que consegui uma consulta para daqui dois dias. E bom depois que o Dr. Mark me ligou eu fui falar com Carlisle para ter uma segunda opinião e Carlisle falou que conhece esse Dr. Andrew e que ele é um médico muito respeitado e disse também que conhece Londres e se ofereceu para levar você, ou se quiser eu posso acompanhá-la eu tiro uma licença do trabalho.

— Não precisa pai, eu vou com Carlsile conversar com o médico e ver quando dá para ser feito a cirurgia e aí quando ela estiver marcada você vai com a mamãe para lá.

— Está bem. Agora vou ligar para René ela irá ficar eufórica. E ligar para o Dr. Mark confirmando também.

— Ok! Pai e mande um beijo para a mamãe, e eu estou com muito sono eu vou dormir agora.

— Não se esqueça de tomar o remédio. E boa noite! Filha.

— Boa noite! Pai. - disse Bella subindo as escadas e entrando no seu quarto.

— Eu falei para você ir caçar. – diz Bella colocando o rosto para fora da janela do seu quarto.

Entrei em seu quarto rapidamente surpreso.

— Como você sabia que eu ainda estava aqui?

— Eu te conheço oras.

— Bem melhor do que pensei.

— Vá caçar agora, por favor, se não você só conseguirá voltar para cá só de tarde.

— Ok! Eu vou e desculpa ter ficado é que eu fiquei...

— Preocupado. - diz Bella antes que eu concluísse a frase.

— Meu dom passou para você?- soou brincalhão.

— Infelizmente não. – diz Bella dando um sorriso.

Mas sua expressão ficou triste.

— Ah! Meu amor eu sinto muito, por essa situação. - e a abraço.

Ela não se conteve mais e começou a chorar.

Eu sabia que Bella ficaria assim, fiz bem em ficar para ouvir a conversa deles.

— Não há outro... jeito Edward. – diz Bella em meio ao choro.

— Eu sei.– a abraço mais apertado e esperando ela chorar o tanto que precisasse.

— Estou bem. - diz Bella depois de um tempo se separando de mim e limpando suas lágrimas.

— Agora é sério vai caçar. - diz Bella indo até sua cama e se deitando.

Fui até a cama lhe dei um selinho e a cobri com o edredom.

— Qualquer coisa me ligue, que eu volto imediatamente.

— Obrigada, mas não será necessário, pode ir caçar tranquilo.

Ir tranquilo, isso eu não iria conseguir nem com todo o esforço do mundo, mas já que tenho realmente que ir caçar, melhor ir logo para que eu consiga estar de volta antes dela acordar.

— Boa noite! Meu amor. – lhe dou um beijo em sua testa.

— Boa caçada! – diz Bella fechando seus olhos.

Eu saltei a janela e saí correndo em direção ao meio da floresta, essa seria a caçada mais rápida da minha existência, já estava me doendo esses poucos segundos de separação.

Dois dias depois...

— Ah! Minha filha eu vou sentir tanto a sua falta. - diz Charlie a abraçando.

Eu, meu pai e minha mãe assistíamos a despedida deles que para Charlie e René, que tinha vindo a Forks só para se despedir da filha, era apenas um até logo, mas para Bella era um adeus.

Bella retribuiu o abraço, não se conteve e começou a chorar.

— Fique calma filha vai dá tudo certo e logo eu vou te ver. – Charlie tenta acalmá-la.

Eu e meus pais olhávamos para aquilo com tristeza, estávamos dando esperanças a eles que não existia, mas não tínhamos escolha, tínhamos de fazer isso.

— Pai quero que faça algo por mim. – diz Bella terminando o abraço.

— O que quiser filha.

— Dê uma chance a Sue. Ou melhor assuma a Sue de uma vez por todas.

René olhou para Charlie surpresa, ela pensou que ele não iria se envolver com mais ninguém, já que faziam muitos anos desde a separação e René nunca soube que Charlie namorou alguém.

— Com...como? – diz Charlie gaguejando.

Ele pensava que Bella nem desconfiava.

— Ah! Eu já te peguei no flagra. E pai você não poderia ter encontrado pessoa melhor. E faça isso agora mesmo.

— Farei. - Charlie garanti feliz por Bella ter gostado da ideia dele namorar Sue.

— Filha vou sentir sua falta, - René a abraça- mas será por pouco tempo, logo estaremos juntas em Londres. Londres! Nunca fomos a Londres filha, temos de comprar uma camiseta lá para a nossa coleção de camisetas de viagem. Temos de expandir nossos horizontes, a gente viajou apenas pela América, temos de conhecer os outros continentes, depois a gente pode ir para a China, eu sempre quis ir para a China. Você não gostaria de conhecer a China filha? E depois podemos ir para a Austrália ver os cangurus e depois fazer um safári na África...

— René, pare de falar se não desse jeito nossa filha não vai chegar a Londres e é nunca.

Nós sorrimos do que Charlie falou. O que ajudou a amenizar um pouco o clima triste.

— Ok. - René fala envergonhada e soltando a Bella.

— Te amo pai e mãe para sempre.

— Nós também te amamos filha. - disse Charlie e René ao mesmo tempo.

— Vocês irão também? – perguntou Charlie se referindo a mim e Esme.

— Não, só vamos deixá-los no aeroporto. – respondeu minha mãe.

— Ah! Ok. Boa viagem então e cuida bem da minha filha. – diz Charlie a Carlisle.

— Vou cuidar dela como se fosse minha própria filha. – garante Carlisle dando um aperto de mão em Charlie.

Após colocarmos as malas de Bella no carro, Carlisle foi para o banco do motorista, Esme se sentou no banco do carona e eu e Bella nos sentamos no banco de trás.

Quando estávamos a uma distância que não daria para o carro ser mais visto por Charlie e René Bella não se contem e se  desaba em choro.

— Vai ficar tudo bem. – a abraço.

— Eu sei, é só que ... o adeus dói.- Bella fala em meio ao choro.

— Eu sei, meu amor, mas vai passar, com o tempo essa dor passa e fica apenas as boas lembranças. – faço carinho em suas costas.

— Eu sei o quanto está sofrendo filha, mas isso é a coisa certa a ser feita. - diz Esme compreensiva.

— Tem razão, vamos terminar de por o plano em prática então. – Bella fala decidida e parando de chorar.

E Carlisle acelerou ainda mais rumo ao aeroporto.