Capitol Hunger Games escrita por Azula, AnaCarol


Capítulo 9
Os portões do inferno se abrem.




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A ordem de chamada vai ser de acordo com o número do distrito do mentor, cada distrito tem dois mentores representantes, Hasse me disse que a outra mentora se chama Johanna Mason e ela está treinando Adrien, um garoto ruivo com muitas sardas de altura mediana. Irei logo após Adrien.

Vou para a mesa, Hasse ainda não acordou. Não aguento esperá-lo e começo a comer meus pãezinhos de sempre. Meia hora se passa e Hasse finalmente acorda, seu cabelo está bagunçado e seus olhos estão vermelhos. Ele está descalço, usa uma camisa branca amassada e uma bermuda com estampa de ursinhos. Ele me olhou como se estivesse bravo e disse com uma voz sonolenta:

– Você comeu todos os pãezinhos!

– Não todos, eu deixei um pra você. – digo ainda me segurando para não rir de sua bermuda. – Bela bermuda, muito brutal e madura.

– Eu sabia que você ia adorar. - ele fala ignorando meu sarcasmo e de modo convencido. – Coloquei especialmente para você.


Começo a rir e percebo o quanto seu rosto está inchado.

– Você dormiu bem? – pergunto.

– Só consegui dormir quatro horas da manhã. Estou preocupado.

– Com o que?

– Com a sua nota hoje. – ele fala, mas percebo que está mentindo.

– Vou fazer de tudo para conseguir uma nota boa. – prometo e olho para o relógio. – Eu tenho que ir.

– Boa sorte. – ele diz.


Saio do apartamento e chamo o elevador, ele está no sexto andar. Quando finalmente a porta se abre vejo Dan e Silena. Ela está com o rosto inchado e Dan com o cenho franzido.

Conversamos e finalmente a porta se abre, a sala de espera é grande e tem 24 cadeiras, também separadas pelos distritos. Vou ter que sentar ao lado de Adrien. Sento-me onde tem um grande número 7 estampado, a cadeira é de um metal frio e desconfortável. Adrien mexe as mãos em nervosismo, como se fosse enlouquecer a qualquer momento. Um por um é chamado, é a vez de Dan agora.

Estou nervosa, como na colheita e na entrevista fecho meus olhos para bloquear tudo a minha volta, mas isso nunca dá certo. Minutos depois Dan sai da sala, ele olha para mim, não consigo adivinhar se foi bem, fecho os olhos novamente, Kyra sai com os olhos cheios de lágrima, mas não chora. Silena sai sem expressão, ninguém demonstra felicidade.

É a vez de Adrien.

– Boa sorte. – eu digo e ele agradece.

O tempo passa devagar, meu coração está acelerado. Finalmente ele sai e não olha para ninguém.

– Lynn Snow – uma voz feminina chama.

Levanto-me e ando pesadamente até a sala, uma grande porta se abre e vejo facas, lanças, arcos, espadas, e muitos alvos a minha espera. Olho para cima, o idealizador chefe, Haymitch Abernathy está conversando com Beetee, outro idealizador. Eles dizem algo que não consigo ouvir quando me veem e fazem um sinal indicando que posso começar.

Respiro fundo e ando em direção as facas, pego elas e rapidamente as atiro bem nos centros dos alvos. Não errei nenhuma. Ótimo, comecei bem. Agora vou nas lanças, pego apenas uma e atiro de longe na cabeça de um boneco. Errei por 3cm, esqueço as lanças e pego um machado. Com rapidez corto a cabeça e o braço do boneco ao lado.

Encaro os idealizadores e eles percebem que acabei, saio da sala com a cabeça baixa, olho para os tributos sentados, alguns estão sorrindo sarcasticamente, lembro-me de seus nomes. Mass, Larky e Gui.


Volto para o apartamento, Hasse está dormindo de novo. Deito no grande sofá preto e lembro-me de Dean, meu irmão mais velho. Lembro então de quando éramos mais novos e ele ficava me irritando, ele sempre foi o tipo protetor irritante. Sempre me defendia quando alguém estava me xingando. Dean era loiro, tinha olhos azuis, diferente dos meus olhos castanhos e tinha 19 anos. Meus olhos se enchem de lágrimas quando me lembro de Dean chorando quando fui escolhida, mas tento não chorar. Minha mãe e meu pai sempre estavam ocupados demais brigando com meu avô, sei que eles me amavam, e sei que agora se culpam por não terem me dado a atenção que eu precisava.

Talvez eu nunca mais veja minha família, dói saber que nunca mais poderei fazer chocolate quente ao lado de Dean e nem mesmo receber um xingamento de minha mãe por ter sujado a cozinha inteira.

A voz de Caesar extrai minha atenção dos meus pensamentos.

– Após o comercial iremos transmitir as notas dos tributos. – ele diz alegremente.

Corro até o quarto de Hasse, bato na porta e não obtenho resposta. Entro no quarto, as paredes tinham um tom verde, e as roupas estavam jogadas no chão.

– Hasse. – eu chamo, ele não responde. Cutuco seu braço, ele nem se move. Pulo em cima dele e finalmente recebo um sinal de vida. Ele grita e sou arremessada no monte de roupa suja.

– O que você está fazendo? – ele pergunta assustado.

– Eles vão mostrar as notas dos tributos agora. – digo e o puxo para a sala.


Ele se senta primeiro, ele está mexendo os joelhos, está nervoso. As notas começam a aparecer, a maioria dos tributos tira 7 ou menos. A foto de Dan aparece na tela. Ele tirou 11. Sorrio e olho para Hasse, que também sorri, mas com o mesmo jeito preocupado. Começo a ignorar algumas notas, Kyra tirou 9. Aguardo impacientemente a minha nota. Silena tirou 10, me pergunto o que ela fez. O garoto do arco e flecha tirou 7, Adrien tirou 8. É a minha vez agora, espero um grande e gordo 0. Fecho os olhos por alguns segundos e quando abro me deparo com a minha foto e o número 10 ao lado. Fico surpresa, olho para Hasse, seu sorriso é grande e ele me abraça sem dizer nada. Abro a boca para falar, mas minha voz não sai. Deito no sofá, ainda sorrindo e vejo que Mass, Larky e Gui tiraram a mesma nota 9.


Amanhã estarei indo para a arena para uma provável morte, minha ou dos meus novos amigos. Durmo cedo, pois sei que será um longo dia, sem sonhos e pesadelos. Acordo e como meus pãezinhos em silêncio, vou para o aerodeslizador e sento-me ao lado de Dan. Eles inserem um localizador em nosso braço e somos levados a uma sala particular.

Luke, meu estilista, está a minha espera. Estou usando uma blusa preta, uma calça verde e bota de cano médio, tudo confortável. Ele me abraça.

– Boa sorte, Lynn. Estou torcendo para que vença. – ele diz e sai da sala ao ver Hasse entrar.

50 segundos.

– Você vai vencer. – Hasse fala.

– Espero que sim.

40 segundos

– O mais apto vence, e você não precisa apenas de força, precisa de inteligência também. E sei que você tem isso.

– Obrigada.

30 segundos

Estou me preparando para a morte, Hasse vem até mim e me abraça, o que eu queria tanto fazer. Depois, ele olha no fundo dos meus olhos, como se quisesse ler todos os meus pensamentos, toda a minha história. E me beija. Parecia que tudo estava derretendo, e só havia eu e ele.

20 segundos

– Vá em frente, corte algumas cabeças por mim. – ele diz, tento responder algo, mas não consigo.

Ele me guia até o grande tubo de vidro que me levará para a arena e eu entro ainda pasma. O tubo começa a subir.

10 segundos

Chego à superfície. Ah, não. A arena é uma réplica da Capital totalmente destruída, com escombros, muitas árvores, e rios formados por chuvas. Olho para Dan, depois para Silena, e logo após para Kyra, ela está totalmente assustada, faço um sinal para ela não ir para o banho de sangue, pois ela é pequena e frágil.

10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2...



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Notas finais do capítulo

Se tiver algum erro, por favor me avisem para eu corrigir.



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