Capitol Hunger Games escrita por Azula, AnaCarol


Capítulo 11
Um grito no meio do silêncio.




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Depois de minutos de silêncio profundo e horror estampado não apenas em nossos rostos como em todo o lugar, Dan se voluntaria para levar o corpo banhado em sangue a nossa frente. Kyra solta sua faca e se esconde no saco de dormir, seu rosto demonstra medo.

Acho que não vou dormir mais.

Ele volta após algo que me parece anos, batendo uma mão contra a outra e alegando que o aerodeslizador deve recolher CariDee em questão de minutos.

–Devemos mudar de acampamento? - Eu pergunto, com um fio de voz.

– Sim, e agora. – Silena diz.

–Vão na frente. - Kyra resmunga ainda enfiada embaixo de seu cobertor.

Dan e eu trocamos olhares preocupados e voltamos a olhá-la.

–Não, Kyra. - Eu toco em seu ombro. - Levanta.

–Já escutaram os gritos e os canhões. Se algum dos babacas for esperto e corajoso o suficiente... Já estão vindo para cá.

Dan é uma pessoa muito otimista.

Direciono um olhar repressor a ele e puxo os ombros de Kyra para cima.

–Levanta. - Repito, soando como meu avô, de um jeito que me deixou assustada.

Silena coloca os braços ao redor de Kyra, como se quisesse protegê-la e começamos a andar. O céu está escuro, ainda é madrugada.


Andamos por horas, muitas vezes tendo de nos apoiar uns nos outros devido ao cansaço físico e emocional. Meus olhos se fecham contra minha vontade e eu os forço a ficarem atentos, quando nos deparamos com um rio. Para chegar ao outro lado teríamos que atravessá-lo, não parecia fundo. Estamos em um tipo de declive de um metro de altura, e para descer até o rio tem uma pedra, ela parece escorregadia e a terra está muito molhada. Dan pula primeiro, a água bate em seu joelho. Logo após vai Silena e Kyra, e eu sou a última. Quando estou descendo escorrego e minhas costas raspam na pedra. Bati meus cotovelos, e um deles está cortado. Todos olham para mim e eu forço um sorriso. Consigo me levantar, o rio é extenso, apesar de raso. As pedras no fundo dificultavam meu andar. Andamos em fila indiana, Kyra para um instante e cutuca Silena nas costas.

– Venha cá. – ela pede e as duas vão para trás de mim. Não sei o que elas estão olhando, mas Silena emite um som de surpresa.

– Lynn, Dan... – Silena chama e nós a olhamos. Ela aponta para uma sombra preta na água. – Aquilo é...

Ela deixa a frase no ar e Dan grita:

– Corram! Rápido.

A correnteza é forte e não estamos conseguindo correr. Não olho para a sombra, mas sei que ela se aproxima. Um grito infantil faz com que todos nós gritemos. Kyra. Eu paro e vejo que ela está na boca de um bestante, seus dentes são enormes, possui olhos vermelhos e sua pele escamosa é de um tom verde grotesco. Vejo uma lança voar em sua direção. A pequena Kyra ainda está viva e muito machucada. O bestante está morto, Dan corre e pega a menina de cabelo azul no colo. Começo a chorar e vejo que Silena faz o mesmo, Dan a leva para fora da água e ela começa a tossir. Vejo que está se esforçando para permanecer viva, ela parece ainda mais frágil.

– Obrigada. – ela diz e fecha os olhos.

Canhão.


Silena conseguiu tirar a lança de Dan do monstro e o devolveu. Silêncio absoluto, ninguém se atreve a dizer nada. Parece desrespeitoso falar algo quando a vida de uma garota de 12 anos é levada embora.

Um aerodeslizador retira seu corpo e seguimos em frente. Andamos por mais algumas horas e chegamos à parte mais pobre da Capital. As casas simples não parecem tão diferentes das outras que vimos mais cedo, agora são apenas destroços. Um grito masculino interrompe o silêncio.

– Lynn! – Percebo que a voz é de Hasse e seu desespero é perceptível.

– Hasse? – Grito em pergunta.

Nada.

– Hasse? Onde você está? – Coloco a mão nos ouvidos quando Hasse começa a gritar de dor. Sento na grama e começo a chorar.

– Ele não está aqui. – Dan diz delicadamente. – Você deve estar delirando.

– Não, eu o ouvi gritando meu nome. Você também ouviu, não é Silena? – Pergunto buscando apoio.

– Lynn... – Ela fala baixinho. – Eu não ouvi, Dan está certo, você deve estar com fome ou sono e por isso está ouvindo coisas. Coma um pouco e vá dormir, nós vamos vigiar.


Pego a carne seca na minha mochila e começo a comer. Talvez eles estejam certos. Ainda é de manhã, mas estou com sono. Adormeço, mas novamente ouço Hasse gritar meu nome.



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Notas finais do capítulo

Sabem quando a Lynn caiu no rio? Confesso que foi o que houve comigo sexta-feira. kkkkkk E sim, eu ainda estou dolorida.



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