Serpentes e Leões escrita por Gaia Syrdm


Capítulo 17
As Gêmeas de Deus




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Nihany não estava no seu melhor dia. Sua mãe vinha lhe enchendo a paciência, pedindo-lhe o tempo todo que ela visse isso, visse aquilo. Eram tantos pedidos de visões que tudo o que a jovem queria era poder fechar os olhos e não ver mais nada.

Claro que isso não iria acontecer. Porque todo mundo resolvia precisar de seus olhos na mesma hora?

– Nihany, poderia me fazer um favor? – ouviu a primogênita de Era perguntar, fazendo-a massagear os olhos com o indicador e o polegar.

– O que foi, Liatha?

– Pode me dizer onde estão os gêmeos?

Aquilo era sério mesmo? Sua irmã estava mesmo pedindo que ela usasse seus olhos só para isso?

É, pelo visto, estava. Suspirou, fechando os olhos e deixando as imagens do paradeiro dos irmãos virem. Ah, como queria fechar os olhos e dormir.

Cap 16 – As Gêmeas de Deus

– Ei, desculpem a demora, tive um pequeno imprevisto. – disse Chikage ao se aproximar da mesa que os grifinórios ocupavam na Biblioteca e puxar uma cadeira para sentar. Ele sorria, mesmo parecendo ter corrido uma parte do caminho.

– Imprevisto? – Harry perguntou, sem perceber que a cada dia conversar com o sonserino ficava mais e mais fácil. Na verdade, desde o incidente com o bicho papão o moreno passara quase que a se preocupar com ele.

– Sim, encontrei com a professora Trelawney e ela teimou por que teimou em ler minha mão e previu tanta desgraça na minha vida que se metade daquilo acontecer eu sinto em informar, mas acho que me suicido antes das provas finais.

– Ignore Trelawney. Ela adora prever desgraças. Prevê a morte do Harry desde o 3º ano. – Rony informou, sem tirar os olhos de seu pergaminho. E isso era incomum. Bastante incomum. Harry perguntou-se se o ruivo fazia isso para ignorar o japonês ou se para chamar a atenção de Hermione. Fosse qual fosse o motivo, não parecia estar surtindo efeito.

– Wow, parece que você é realmente persistente quando o assunto é sobreviver Harry!

– Ou ela não passa de uma velha charlatona. Por isso desisti de adivinhação. – Hermione disse, ignorando por um momento o livro que lia. E isso era mais incomum do que a concentração de Rony nos estudos!

– Hum... se ela não é boa, por que Dumbledore contratou ela?

– Vai saber. – Rony disse, dando de ombros – Não é como se sempre entendêssemos as ações dele, não é?

– Ou como se ele se quisesse fazer entender. – Harry disse, automaticamente defendendo o diretor. Não que compreendesse o porquê dele contratar Trelawney uma vez que o professor já admitira que ela só acertara duas previsões em 16 anos. – Alias, é verdade que te chamaram na sala dele?

– Hm, é. Eu tive que dar um pulinho lá.

– Por que, o que aconteceu? – Harry perguntou, sem conter a curiosidade.

– Ah, ele queria saber se eu não estava tendo problemas dentro da Sonserina agora que eles ficaram sabendo que eu nasci trouxa.

– Você nasceu trouxa? – Harry perguntou, surpreso. E não fora o único, Rony e Hermione estavam tão surpresos quanto!

– Sim, nasci. – respondeu o japonês, rindo da cara deles. – Mas por que o susto? Hermione também é sangue-ruim!

– Não diga sangue-ruim, Chikage. Isso é ofensivo. – Hermione disse, com uma careta.

– Mas não é isso que somos?

– Sim, mas essa palavra é extremamente ofensiva. O certo seria nascido-trouxa.

– Hm... se você diz... – Chikage disse, com um dar de ombros, tirando seus pergaminhos da mochila. Foi nessa hora que algo no livro de Hermione chamou sua atenção. – Que livro é esse que você está lendo, Hermione? Já vi você com ele mais de uma vez.

– Ah, é que eu gostei muito dele. Na verdade, eu já terminei, mas como vou devolvê-lo hoje, estava revendo alguns pontos.

– Como se precisasse. Aposto que já sabe ele de cor. – Rony comentou, não fazendo esforço algum para esconder seu mau-humor.

– E sobre o que é? – perguntou o oriental, curvando seu corpo na direção dela. Rony bufou ao perceber que havia sido ignorado. De novo.

– Ele fala principalmente de lendas e mitos antigos – ela respondeu, mostrando a capa aos garotos, depois de marcar a página com o dedo.

– Não é o tipo de coisa que te imagino lendo.

– Nem eu. – concordou Harry, também inclinando o corpo. A capa do livro era negra, com o título escrito em letras douradas rebuscadas.

– Contos infantis tem um lado adulto e histórico, mitos também. E é uma boa distração.

– Aborda que tipos de lendas? – perguntou o oriental, curioso. Ele sempre adorara lendas antigas!

– Das mais diversas! Mas principalmente de lendas que falam sobre a origem das coisas, em especial, da magia. Avalon, por exemplo...

– Mas a história de Avalon não é uma lenda! – Rony exclamou, indignado.

– Mas existem muitas lendas a respeito. – rebateu a garota.

– E o que mais? – perguntou Chikage, curioso.

– Basicamente fala sobre a segregação da Magia, a magia por trás do nascimento das religiões e a semelhança entre deuses e magos nas religiões trouxas.

– É um livro com um enfoque bastante grande, não? – Harry ponderou. – Nunca tinha pensado nessas coisas.

– Lendas sempre me lembram de histórias infantis. Nunca entendi esse "lado adulto" que você diz que possuem. – Rony disse, com um dar de ombros.

– Lendas geralmente são o reflexo de uma época. Já ouviu que "fatos tornam-se lendas, lendas tornam-se mitos, até que enfim, estes são esquecidos"? – Hermione explicou.

– Não, nunca ouvi. – Rony respondeu, recebendo de Hermione um suspiro cansado.

– Eu ouvi isso em algum lugar... – Chikage disse – Me interessei por esse livro, Hermione. Eu adoro lendas e mitologia. Acho que também vou alugá-lo.

– Se você gosta desse tipo de coisa, vai adorar esse livro. Tem algumas coisas muito interessantes!

– E de qual lenda você gostou mais? – perguntou o japonês, apoiando o queixo na mão e inclinando-se na direção da morena. Isso a fez sorrir sem jeito e abrir novamente o livro, dessa vez com certa pressa. Isso também fez Rony ficar com as orelhas vermelhas de raiva.

– Achei uma delas particularmente interessante. – a garota disse, abrindo o livro na página certa já na primeira tentativa. Chikage pensou no número de vezes que ela já lera aquele capítulo – Essa aqui, a "Lenda das Gêmeas de Deus".

– Como? – perguntou Chikage. Sua surpresa, camuflada pela voz baixa.

– Nunca ouvi falar. – resmungou Rony, emburrado.

– Nem eu. – Harry disse, inclinando-se para o lado de Hermione, como se pretendesse ler as páginas abertas.

– É uma lenda bem antiga, data de mais de cinco mil anos! Mas imagina-se que ela tenha pelo menos dez mil anos de idade! Infelizmente, há poucos estudiosos a respeito, o que torna suas explicações bem vagas.

– E sobre o que seria a lenda? – Chikage perguntou, ocultando com perfeição seu desconforto. Não seria possível, seria?

– É difícil explicar sem ler. Mas basicamente...

– Então leia! É muito grande? – interrompeu o sonserino. Pensando bem, não era como se o fato fosse uma surpresa. Não devia ser nada demais, só uma lenda imprecisa. Talvez nem sequer houvesse um motivo para estar tão surpreso.

– Não, tem seis páginas. Ela tem uma narrativa meio diferente, como se... fosse cantada, não sei...

– Também fiquei curioso, Mione. É, lê para a gente, sabe que não vou lê-la depois. – Harry estimulou.

– Ok, se é o que querem – Hermione disse, estranhando a atitude dos dois, mas decidindo que não havia mau nenhum em fazer a vontade deles. Não era como se Harry fosse se dar ao trabalho de buscar por ela outro dia. E os dois realmente pareciam interessados.

E foi assim que ela começou a ler as palavras que, para a surpresa de Chikage, ele conhecia quase de cor.

As Gêmeas de Deus ou a História das Nicks

"Deus criou o homem, mas com certeza errou."

Há muitos anos o mundo foi criado e povoado com diversos tipos de criaturas vivas. Havia harmonia e vida.

Mas onde há vida, há morte.

E onde há escolha, há erro.

Do poder de Deus surgiu o homem.

E deste nasceu o livre arbítrio.

Da vontade individual nasceu a ambição.

Da ambição, nasceu a cobiça.

E o homem desejou mais do que lhe era devido.

Se era a imagem e semelhança do Pai porque não ser igual a ele?

Da cobiça, nasceu a inveja.

E Deus, o Pai querido, atendeu o choro de seus filhos, e a esses concedeu o dom da criação.

Magia no sentido mais puro da palavra.

Mas esta não chegou a todos.

Diversas criaturas não a obtiveram, diversos homens também não.

Mas porque só alguns? Por que não todos? – perguntaram os filhos, chocados!

Por que se todos forem iguais não haverá a diferença e se esta não existir, não haverá tolerância e igualdade plena. – respondeu.

Ôh, Pai otimista, que apenas vê o melhor em seus filhos.

E quando o Pai caridoso a seus filhos não julgou, mais ambiciosos estes filhos ficavam.

E quando os julgava, eles sempre diziam:

Mas como pode você entender, Pai, se não é capaz de viver e a todos ama igualmente?

Era verdade, ele não entendia. E assim acreditou não ser mais capaz de julgar.

O que fazer, então?

Via assim, seus filhos crescerem, e exigirem, e se matarem, se recusando a ver as lágrimas derramadas pelo Pai.

Então, um dia, em busca de uma superioridade ideal, movidos pela ganância e pelo desejo, deram vida a um sentimento de exclusividade.

E o mundo foi separado entre mágicos e não mágicos e até animais e plantas foram segregados.

Somos diferentes, eles não nos entendem! Eles nos invejam! Precisamos disso – justificaram.

Eles se acham superiores, eles nos dão medo, eles não são normais! – acusaram os excluídos.

E o Pai mais uma vez fechou seus olhos. Porque doía demais ver aqueles que amava criando cada vez mais barreiras entre si.

Mas filhos ambiciosos ainda queriam mais!

E os mais fortes se separavam dos mais fracos, e irmãos se julgavam superiores e aqueles que uniam o melhor de duas raças viravam mestiços e Deus assistia a tudo sem que suas palavras fossem ouvidas.

Pai amado que via seus filhos se matarem, eternamente insatisfeitos.

E barreiras se formavam, assim como o conceito de puro e de bem e mal.

Mas o Pai se recusava a ver em seus filhos a maldade, por mais que outros lhe dissessem que ela existia.

Segregando-se cada vez mais, os puros se uniram, dando a luz a crianças cada vez mais mágicas e estas, cada vez mais carregadas dos dons de seus antepassados acreditavam-se especiais. Julgavam mais do que qualquer outro e também quiseram a separação:

Somos superiores, porque temos que conviver com eles? – indagavam.

Superioridade esta que o Pai não via, em nenhum de seus filhos.

Vocês são todos iguais! – ele tentou mais uma vez dizer – E por isso são especiais.

Se todos são especiais, então ninguém o é! Porque faz isso conosco, Pai? Diz nos amar e nos condena a inveja eterna? – acusaram.

E o Pai chorou mais uma vez ao ver seus filhos mais próximos continuarem a exigir mais e mais dele.

Cansado, machucado, decepcionado, o Pai enfim abandonou seus filhos.

Se acreditam ser tão independentes, então serão. A partir de agora eu não vou mais ouvir vocês, não direi mais nada, façam o que quiserem!

E estes fizeram.

E foi um caos completo!

Então, os filhos apelaram ao Pai que haviam esquecido. Choraram e pediram perdão, e juraram nunca mais ignorar suas palavras.

E o Pai os ouviu, como sempre fazia.

Mas ele não era mais inocente, conhecia seus filhos bem demais para saber que logo esqueceriam suas promessas.

Mas o que podia fazer por eles? Se não era um deles, poderia realmente compreendê-los? Ele achava que sim, mas sentia não poder convencê-los disso. Então teve uma ideia!

Se o que querem é um Deus que viva entre vocês, meus filhos, é isso que terão.

E então ele disse as palavras, as palavras, magia mais poderosa que existe, magia capaz de construir e destruir.

A cada milênio, duas mulheres darão a luz as minhas Filhas, minhas Gêmeas. Elas serão idênticas e, como meus filhos amados, humanas em sua essência. No entanto, em suas faces virá a Minha marca e em seus corpos, os Meus poderes. Apenas a Elas, darei o poder que nunca concedi a meus filhos, a Chave dos Céus! Terão também o Dom da Vida e da Visão! Elas serão, juntas ou separadas, as mais poderosas. E quem sabe assim, filhos amados, mas tão cegos pela ganância e pelo poder, vocês possam ouvi-las. No entanto, mesmo que elas sejam idênticas fisicamente, serão opostos completos, nunca nascendo juntas. Uma será carregada de bondade e amor e amará a todos sem distinção. Será a mãe a julgar seus filhos e, portanto, capaz de ver toda a pureza de suas almas. A outra carregará em si a frieza e a indiferença. Será aquela capaz de ver toda a escuridão presente nas almas as quais seus olhos se fixassem. E quando as duas se encontrarem, enfim, poderão usar a Chave encerrada em seus corpos e julgarão o peso individual de cada um. Amadas Filhas que carregaram em si o destino dos Homens, para que não caiam na mesma tentação que seus irmãos ou cedam a seus pedidos chorosos, terão seus poderes parcialmente lacrados até o dia que se encontrarem.

E assim foi.

E foi assim que nasceram as duas jovens que possuíam os Olhos de Deus, capazes de tudo ver. Com o tempo, ambas foram apelidadas de a Nick Branca e a Nick Negra, carregando em si a simbologia das irmãs que selavam o equilíbrio e dariam a cada um exatamente aquilo que merece, incapazes de impor nessa relação seus sentimentos pessoais, elas tornaram-se as responsáveis pelo equilíbrio da vida.

Não havia lágrima, ameaça ou arrependimento que elas não vissem, não havia fato, presente, passado ou futuro, que seus olhos não captassem, nem desejo que seus corações ignorassem.

Mas as Filhas de Deus carregavam o mesmo fardo de seu Pai.

Ôh, jovens separadas, será que seus corações perfeitos podem entender nossos desejos imperfeitos? – os filhos choraram, sem sucesso, pois diferente do Pai, elas não são dotadas do dom da emoção.

Anjos da Morte, Juízas da Alma, Mãe de Todos e de Ninguém, elas são o tesouro do Pai e a inveja e desejo dos irmãos.

O que as faz diferente de nós? Também podemos criar e destruir, temos a magia, dom de nosso Pai – clamaram os bruxos, revoltados.

Como podem acreditar ser iguais a nós? O Pai nunca nos deu nem metade de seu dom! – reclamaram os trouxas, furiosos.

E a todos, a resposta foi o silêncio. E a sentença foi certa.

E da inveja, nasceu o ódio.

E do ódio, nasceu o medo.

E assustados, eles apelaram a bajulação.

Ôh, belas Filhas, carregadas de virtudes e bondade. Amadas irmãs, digam, por favor, o que esperam de nós? Faremos o que desejarem! – tentaram sem sucesso.

Do medo, nasceu a solução.

Filhas malditas! Por se acham superiores? Que poder é esse que possuem? Acreditam que podem mesmo acabar conosco? Esquecem-se, porém, vocês não são capazes de julgar separadas. Basta que nunca se encontrem e nós estaremos livres de seus olhos!

Esqueciam, contudo, que não passavam de humanos, jovens tolos de visão restrita. Acreditavam driblar os planos do Pai. Engavam-se. Décadas e séculos se passaram, e as Nicks, encerradas, aprisionadas e solitárias, continuavam a esperar, pois não podem morrer antes de se encontrarem e se não morrerem, não podem renascer.

E assim, ter uma Nick em seu poder tornou-se um ícone de status.

Acreditavam, infantilmente, que possuir seus corpos era o mesmo que possuir a Chave do Destino. Como sempre, seres fáceis de enganar, de iludir, de se auto iludir.

Era tudo um status sem sentido e valor.

Filhos orgulhosos e ressentidos, que não enxergam que seu fim ainda está nas decisões dessas duas almas solitárias, jovens eternas, gêmeas separadas.

– Nossa, que história bizarra. – Rony reclamou – Não tem muita lógica, tem?

– É mesmo bem estranha. – Harry comentou, sem ter entendido nada.

– Eu a achei muito intrigante. Não existem muitas lendas que falem sobre a segregação do mundo mágico do mundo trouxa. E essa é com certeza a mais diferente. – Hermione disse e então, virando-se para Chikage, perguntou – O que você achou, Chikage?

– Eu... acho que é realmente a lenda mais diferente que já vi. Meio cristã, eu diria, mas muito interessante. No geral, gostei dela. – ele respondeu, com um sorriso forçado, sem saber bem o que dizer.

Sabia que a Biblioteca de Hogwarts era uma das melhores que existiam, mas lembrava-se muito bem de Erick dizendo que ao transferir todos os bruxos malditos para o Castelo Negro, Era fizera questão de eliminar qualquer documento escrito que falasse sobre as Nicks, por achar que só o fato de saber da existência delas era um privilégio que bruxos inferiores não mereciam. Então, o que um livro sobre a elas estava fazendo na Inglaterra?

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Chikage já estava quase na entrada da Sonserina quando avistou Draco. O loiro mantinha sua costumeira pose arrogante ao andar, mas Chikage, que já havia aprendido a ler os pequenos gestos do amigo, sabia que ele estava transtornado. Estava nervoso, ansioso e tenso.

E ele não podia fazer nada para ajudar...

– E aí, Draco, como você está? – perguntou, enquanto se aproximava.

– Normal. – o loiro respondeu, com um dar de ombros. A calma que tentava transparecer era tão falsa quanto um duende sem ambição.

– Já vai encontrar o Trancy? – Chikage perguntou, sem saber bem o que falar.

– Sim... Eu... só espero que... aquele meio-gigante não nos dê nada perigoso para fazer. – o loiro respondeu e Chikage fingiu não notar as falhas em sua voz. Draco não sabia o que dizer também. E estava com medo. Seria medo do que teria que fazer ou medo pelo tempo que provavelmente passaria com Potter?

– Vai dar tudo certo. Você vai ver. – Chikage disse, passando as mãos em seus cabelos perfeitamente arrumados (agora não mais). – E se algo der errado, eu mesmo amaldiçoo Trancy para você!

– Ei! – o loiro resmungou, afastando a mão do amigo – Olha o que você fez com o meu cabelo! Quer deixá-lo igual aos seus, é isso?

– Hora, não seria má ideia! Lhe daria um visual rebelde!

– Não obrigado, gosto do meu visual atual. Não gosto de parecer desconhecer o significado de um pente.

– Ei, eu tenho um pente! – Chikage disse, rindo. – E meu cabelo não é bagunçado. Ele é re-pi-ca-do. É diferente.

– Visualmente, não vejo muita diferença. – respondeu o outro, falsamente emburrado, enquanto tentava arrumar os fios agora despenteados. – Você tem um espelho?

Chikage riu, diante da pergunta, aquele riso alegre que sempre despertava um sorriso no loiro. Então ficou na ponta dos pés e passou as mãos enluvadas pelos fios loiros, colocando-os no lugar. Draco não percebeu quando abaixou um pouco a cabeça (para facilitar o trabalho do outro) ou fechou os olhos, apreciando o toque.

– Pronto. Arrumadinho! – disse o japonês. E antes que Draco se acertasse e se afastasse, sentiu as mãos do outro em suas bochechas. – Vai dar tudo certo. – Chikage disse, olhando fundo nos olhos cinzas. – E se não der, eu mesmo amaldiçoo Potter, ok?

– Obrigado. – foi a única resposta que conseguiu formular antes de sentir os braços pequenos envolverem seu pescoço num abraço atípico. Um abraço tão rápido que acabou antes mesmo que Draco conseguisse perceber o que acontecia e pudesse retribuir o gesto.

– Agora vai ou pode se atrasar e não queremos dar a Trancy um motivo para outra detenção, não é?

– Ok. Te vejo amanhã, então?

– Estarei aqui. – Chikage respondeu, acenando uma despedida até ver o loiro sumir pelo corredor.

Sabia que Draco sentia-se como um prisioneiro indo em direção à forca, mas seu orgulho não permitia que os outros vissem isso. Só esperava que quando ele voltasse, ainda estivesse inteiro. Nihany tinha dito que ele não precisava interferir dessa vez, mas a lembrança do estado do loiro depois da última detenção do professor de DCAT ainda o machucava. E temia ter de, mais uma vez, encarar a dor nos olhos tempestade.

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Harry chegou a sala de Trancy dez minutos antes do combinado. Estava nervoso, ansioso e tenso. Agora, vendo-se a poucos minutos de mais uma seção de tortura tranciniana, perguntava-se como ele havia conseguido passar os últimos dias bem.

Encostou-se na parede, sem coragem de entrar na sala, tentando, novamente, convencer a si mesmo que com Hagrid presente, não havia motivos para que temesse essa nova detenção. Hagrid podia não ter muitas noções do que era ou não perigoso, mas nunca permitiria que Harry se machucasse. Ou que Malfoy o fizesse. E só o fato de não ter que ficar sozinho com o outro já era uma vantagem.

Ainda pensava nisso quando viu o loiro se aproximar, com a postura arrogante de sempre. Como se fosse o dono do lugar e nada o afetasse.

Virou o rosto quando o percebeu próximo, sem se preocupar em cumprimentá-lo. Não era como se ambos tivessem uma razão para isso. Mas não resistiu um segundo olhar ao notar a aparência do loiro. Não sabia o que, mas havia alguma coisa de diferente nele. Porém, não teve muito tempo para pensar nisso, logo Alois abriu a porta de sua sala, avistando os dois alunos.

– Ora, já chegaram? Que rápido! – o professor disse com um sorriso arrogante. Harry nunca pensara que isso fosse possível, mas Trancy conseguia ser mais arrogante e convencido do que os Malfoy! – Bom, então vamos logo!

E não era como se os dois pudessem se negar a segui-lo.

Felizmente, já estavam muito próximos do toque de recolher e não havia muitos alunos andando pelo Castelo, o que impedia olhares e futuras perguntas e permitia aos dois apenas aturarem o professor que insistia em manter uma conversa chata, a qual ambos não se preocupavam em realmente ouvir.

– Então ela disse... Oh, olá, Rubeo! – Alois interrompeu-se (e Harry não fazia a menor ideia sobre o que ele falava), assim que avistou o colega no arco de entrada do Castelo. – Muito obrigado por vir buscá-los.

– Não foi trabalho algum, Alois. Hallo, Harry – disse o meio-gigante, sorrindo para o amigo, que devolveu o gesto. – Tudo bem se deixá-los aqui por volta das 8h, Alois? Amanhã é domingo e o café não será servido mais cedo que isso.

– Não, sem problemas. Acha que precisa que eu os acompanhe na volta? – Alois perguntou, seguindo o Guarda-Caças e os dois estudantes pelos jardins e Harry demorou a notar que este estava com a varinha na mão.

– Não, acredito que não haverá necessidade disso. – Hagrid respondeu e Harry finalmente percebeu o porquê do amigo se dar ao trabalho de ir buscá-los. A guerra. Dumbledore tinha mesmo dito que não queria aluno nenhum fora do Castelo depois do escurecer e Hagrid havia reforçado esse pedido várias vezes. Mas será que havia tanto perigo assim em Hogwarts para Trancy andar pelos jardins com a varinha em punho? Pelo visto, o professor achava que sim.

– Bom, rapazes entregues. – Alois disso, parando em frente a cabana de Hagrid. – Espero que realizem seu trabalho direito, caso contrário, pode ser preciso que voltem a fazê-lo. Boa noite aos dois. Boa noite, Rubeo.

– Boa noite, Alois. – disse o meio-gigante, abrindo a porta de sua casa. – Bom, Alois pediu que eu lhes desse algum trabalho. Algo que devessem fazer juntos. Então, pensei que podem ficar de olho em alguns filhotes para mim esta noite, já que preciso sair.

– Onde você vai? – Harry perguntou, curioso e levemente desesperado. Não ter a companhia do amigo não era algo com que contava. Até porque, não ter Hagrid por perto significava que ele ficaria sozinho com Malfoy. Numa cabana que era do mesmo tamanho que a sala de seus tios!

Será que havia alguma chance de Hagrid voltar logo?

– Preciso resolver um problema dentro da floresta. Filch até sugeriu que eu os levasse comigo, mas acho que lembram o que aconteceu no primeiro ano de vocês. – e Harry sorriu ao ver as bochechas de Malfoy corarem devido as lembranças. – Então, acho que vocês serão de mais ajuda aqui.

– E o que teremos que fazer? – Malfoy perguntou, preocupado.

– Nada muito complicado. Arranjei um amasso [1] e ela estava prenha. Teve uma ninhada grande, de sete filhotes, mas ela tem a saúde frágil e a gravidez a deixou anêmica. Por isso, ela não pode ficar muito tempo com os filhotes e quero que fiquem de olho neles para mim. Eles não costumam dar muito trabalho e devem dormir a maior parte do tempo, mas não descuidem, pois são muito frágeis nessa idade. Também precisam ser alimentados a cada duas horas, mas já deixei tudo pronto. – Hagrid disse, mostrando aos dois onde tinha deixado as vasilhas com leite e algo que Harry julgou serem pedaços de pão molhados. – Bom, é isso. Deixarei Canino do lado de fora, para que qualquer um ache que sou eu que estou aqui. Mantenham o ambiente a meia luz, elas não gostam do escuro, nem de claridade excessiva. E deixem a lareira acesa. Ah, e qualquer problema, usem o flu para entrar em contato com Alois.

– Ok... Hã, Hagrid, eles não mordem, mordem? – Harry perguntou, inseguro.

– Não, ainda nem tem dentes. – o meio-gigante disse, não percebendo os suspiros de alivio dos dois rapazes. – Mas choram muito alto se incomodados. Por isso, evitem brigar. Isso pode estressá-los e quem vai ter que aturar os gritos são vocês.

– E que horas você volta? – Draco perguntou. Não que quisesse a companhia do professor, mas contava com a presença dele e não esperava ter que ficar sozinho com Harry e saber que ele se ausentaria, mesmo que por alguns minutos, não estava lhe fazendo bem algum.

– Volto antes do amanhecer, mas se tiverem fome podem se servir do que encontrarem na geladeira.

– Vai passar a noite toda fora? – Draco perguntou, sentindo seus pés perderem o chão. Uma noite, uma noite inteira sozinho com Harry? Por favor, Merlim, que ele estivesse sonhando.

E pelo visto, Harry também não parecia muito feliz com a perspectiva de aturar o loiro por tanto tempo.

– Não tem como voltar antes? – perguntou o moreno, sem tentar esconder o desagrado pelo situação.

– Sinto muito, Harry. Mas não se preocupem, não terão muito trabalho fora a alimentação deles. Bom, vou indo, cuidem-se, tranquem a porta e não abram para ninguém. Ninguém, estão me ouvindo?

– Sim. – ambos murmuraram, ainda meio chocados.

Aquela seria uma longa noite.

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Sentado num canto escuro da Sala Comunal, Chikage parecia imerso em seu próprio mundo. Tinha um caderno nas mãos, mas era evidente que não o lia, haja vista que estava na mesma página há pelo menos meia hora. Não que isso despertasse algum interesse por parte dos colegas. A maioria dos sonserinos já havia se acostumado com as excentricidades do colega. Alguns ainda o evitavam devido a seu sangue trouxa, mas a maioria parecia estar defendendo a ideia de que ele não era sangue-ruim de verdade e sim mestiço, só que fora criado como trouxa porque sua mãe (bruxa) havia morrido. Chikage não sabia bem de onde surgira essa história, mas desconfiava que tinha um dedo de Draco no meio (afinal, ele só contara a Draco sobre sua mãe, que o abandonara ainda recém-nascido). Verdade ou não, muitos pareciam preferir essa versão da história a ter um companheiro de casa de sangue sujo e isso havia aliviado um pouco os olhares tortos que vinha recebendo. Além disso, ninguém parecia interessado em brigar diretamente com ele, não depois da surra que ele dera em Crabbe.

– Posso falar com você, Chikage? – Pansy perguntou, parando na sua frente. Era verdade que no início, muitas meninas ficavam atrás dele, sorrindo e fazendo perguntas, mas depois de três meses, pareciam ter admitido que ele não estava afim de namorar nenhuma delas e a maioria o deixara em paz, principalmente depois que começou a circular, entre elas, que ele não devia gostar muito de meninas... Chikage sempre ria quando lembrava disso, achando engraçado a necessidade que elas tinham de justificar sua falta de interesse. Estranhamente, esse "boato" não parecia ter chegado aos ouvidos dos colegas do sexo masculino ou aos de outras casas. E agora, ele passara do rapaz bonito e inteligente que todas queriam pegar a uma espécie de conselheiro. Isso também sempre o fazia rir, uma vez que ele próprio não tinha nenhuma experiência amorosa.

– Claro, Pansy. – Chikage respondeu, abrindo espaço no sofá de dois lugares que usava. Pansy era uma das garotas com quem mais conversava e uma das únicas que não se afastara após a revelação de sua origem. – Mas sinto em dizer, não tenho mais nenhuma informação útil sobre o Dia dos Namorados. Já disse tudo o que eu sabia.

– Não é sobre isso. – a garota disse, sentando ao lado dele, sem, no entanto, iniciar o assunto. Parecia sem jeito e isso era muito incomum nela.

– Se você não falar, não saberei o que é, Pansy. – Chikage disse, sorrindo, enquanto olhava disfarçadamente parra o relógio. Ainda faltava uma hora para a Biblioteca fechar... – Pode perguntar, prometo não me ofender.

– Você está ocupado agora? – ela perguntou, sem nem ao menos tentar disfarçar que na verdade, ela não sabia como fazer a pergunta que realmente a levara até ele.

– Não. – Chikage respondeu, fechando o caderno e apoiando-o na mesa a sua frente. – Estou totalmente livre no momento.

– Ok... Bem, é sobre Draco. – ela disse, enquanto brincava de forma nervosa com a saia do uniforme, procurando as melhores palavras. – Não sei se é impressão minha, acho que não é, mas ele tem estado... diferente, não é?

– Diferente como?

– Diferente. Antes ele vivia com Vicent e Gregory. Estavam sempre juntos. Mas neste ano eles começaram a se afastar. Eu não liguei muito no início, mas depois ele começou a ficar distante de mim também. Ele nunca teve segredos comigo! Mas agora, mal conversamos. E vocês tem estado tão próximos. Muito próximos na verdade. E eu nunca o vi tão próximo a alguém e... – ela soltou, falando rápido, como se tivesse decorado um discurso – Eu não sei o que pensar ou sentir ou mesmo se ele está bem.

– Hmm, você está preocupada com ele. Isso é normal. Mas vamos por partes, sim? – Ele disse, olhando-a nos olhos e enumerando os fatos com os dedos – Primeiro: você questionou a distância de Draco com Crabbe e Goyle. Bom, eu não sou o Draco, por isso não posso responder por ele, mas acredito que ajam muitas razões para bons amigos se afastaram vez ou outra. Na verdade, períodos de distanciamento são normais. Acontecem porque as pessoas estão vivendo fases diferentes. E você de saber muito melhor do que eu que Draco está passando por uma fase ruim, com seu pai preso e toda essa guerra.

– Bom... as coisas ficaram bem diferentes aqui por causa disso. – ela disse, baixinho. Lembrando de todo o prestígio que o nome Malfoy havia perdido nos últimos meses. E ela sabia como isso afetava Draco. – Mas Draco sempre foi muito mais que um amigo para os dois.

– Talvez Draco não queria ser mais "algo mais que um amigo". Talvez ele queira ser só Draco.

– Draco gosta de ser admirado.

– Acho que todos gostamos de ser aceitos, reconhecidos e admirados.

– Mas ele gosta de liderar.

– Mas mesmo os líderes precisam ter pessoas ao seu redor que sejam apenas seus amigos, que conheçam suas falhas e não achem que isso diminui o seu valor.

– E você acha que termos ficado do lado dele mesmo quando seu nome caiu na lama não significa nada?

– Eu acho que significa muito. E acho que ele também percebe isso. Mas ele está numa outra fase, Pansy. E ele precisa pensar. Ele precisa se encontrar. E nessas horas, resta aos amigos apenas ficar do seu lado e esperar ele falar, quando ele precisar. Forçá-lo seria desrespeitar as necessidades dele.

– Ok, ok, acho que você está certo.

– Ok, segundo ponto. A relação de vocês. Não acho que aqui aja muita diferença entre você, Crabbe e Goyle. Ele precisa de espaço para se reencontrar.

– Mas ele não parece precisar desse espaço quando está com você. – ela soltou, num fio de voz, não conseguindo esconder o fato de que estava magoada com Draco. Ela também se sentia abandonada pelo loiro.

Isso fez Chikage soltar um suspiro e desviar seu olhar, encarando a parede de pedra, pensando no que dizer. Não queria magoar ainda mais a garota. Uma garota que, poucos sabiam, não era aquela que todos imaginavam. Como Draco, ela usava uma máscara, agindo como todos esperavam que ela o fizesse. Essa parecia ser uma característica sonserina!

– Pansy, eu não sei dizer porque comigo é diferente ou não, se é que é mesmo diferente. – ele disse, ainda sem olhá-la – Mas se eu tivesse que escolher um motivo ele seria: eu não tenho expectativas a serem rompidas.

– Como assim?

– Vocês o conhecem desde criança. – e agora ele olhava em seus olhos – E ele sempre fui uma espécie de líder para vocês. Tem pessoas que tem essa facilidade, tendo ou não um nome para ajudar. Draco tinha uma imagem a manter com vocês, mesmo que não precisasse. Claro que é só uma suposição, mas, veja bem, vocês ficaram do lado dele quando poucos o fizeram então é natural que ele queira retribuir o gesto, fazendo o possível para não decepcioná-los. É difícil decepcionar aqueles de quem gostamos. – e agora ele tocava seu cabelo com delicadeza, afastando as mechas rebeldes que caíam nos olhos escuros – Mas eu não tive tempo de construir uma imagem dele. Eu não tenho motivos para me decepcionar.

– Ele nunca me decepcionaria.

– Será?

– Por que, o que está havendo com ele?

– Ele está crescendo, Pansy. Está terminando de moldar sua personalidade. Todos nós estamos. Estamos tentando ser nós mesmo ao mesmo tempo que não queremos frustrar as expectativas daqueles que nos são importantes. E isso não é fácil, é?

– Não... – ela respondeu, deixando que o silêncio reinasse sobre eles por mais alguns minutos antes de finalmente conseguir desabafar – Eu queria ser esse apoio que você está sendo.

E Chikage sabia que isso era verdade.

– Vocês dois... – ela começou, sem coragem de encará-lo. Não sabia quando o braço dele foi parar em seus ombros – Vocês não estão próximos demais? Sabe, as garotas estão comentando sobre você. E eu vi você abraçá-lo na entrada e todos sabemos que Draco não gosta de contatos físicos e... bom, se continuarem assim, logo, logo vão achar que vocês estão saindo...

– Nós dois? – Chikage perguntou, sem conseguir conter o riso. – Olha, eu sei que vocês vem fazendo fofocas sobre mim, mas isso é um exagero! É sério, Pansy, eu apenas gosto de contato físico e acho que acabo invadindo demais o espaço pessoal dos outros. Mas não é proposital. Quando percebo, já estou assim, próximo.

– Por que você nunca sai com nenhuma das meninas?

– Hm... porque não vou sair com alguém por sair. Isso não faz meu estilo.

– Sabe, você é estranho. – ela disse, levantando-se. Chikage não sabia se ela havia se dado por satisfeita com suas palavras ou apenas precisa de um tempo para si, para dirigir tudo o que ouvira. Suspeitava que era a última opção. – Mas eu confio em você. Não sei porque. Talvez o mesmo ocorra com Draco. Mas eu confio.

– Obrigado. – ele disse, surpreso com as palavras dela.

– Por isso, vou confiar em você e acreditar que ele está bem. Mas me promete que se ele não estiver bem, você vai ajudá-lo. Me promete isso?

– Eu prometo. – ele disse, sentindo um aperto no coração ao ver o sorriso sincero dela e a confiança que ela depositava nele.

Nele, que andava fazendo promessas demais... Promessas difíceis de cumprir. Promessas que não devia fazer. Mas quanto mais os dias passavam, mas ele tinha certeza de que tentaria. Definitivamente, ele tentaria.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Nota: [1] – amassos - pequeno felinóide com o pelo pintado ou malhado, grandes orelhas e rabo igual ao do leão. Muito inteligente, por vezes agressivo, consegue detectar quando não se pode confiar nas pessoas e/ou pessoas suspeitas. São originais da Grã-Bretanha e dela exportados para o mundo todo. Suspeita-se que Bichento, o gato de Hermione, é uma mistura de um amasso com um gato.

N/A: Ok, nem sei por onde começar a me desculpar, de novo, pela demora. Queria postar em fevereiro, mas mal conseguia escrever algumas linhas sem que algo/alguém me interrompesse. Pessoal, eu realmente sinto muito. Mas somente agora minha vida parece estar se acertando (não sei se já disse, mas ano passado minha vida virou uma bagunça! Passei por uma verdadeira montanha russa emocional) e se tudo continuar andando, voltarei a escrever de forma decente.

Por hora, espero que gostem de mais esse capítulo. Originalmente ele era bem maior, mas decidi cortá-lo em dois a fim de diminuir o número de páginas e também para postar mais rápido.

Como o próximo já está meio escrito, quem sabe eu consiga trazê-lo até o mês que vem! Juro a vocês que vou me empenhar nisso!

Agradecimentos: A todos vocês que veem acompanhando essa fic enrolada e não desistem mesmo com a minha enorme demora. Não tenho nem palavras para agradecer todo o incentivo de vocês! Então, muito, mas muito obrigada!



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