Changes escrita por Bruna Pattinson


Capítulo 4
A new beginning


Notas iniciais do capítulo

Novo capítulo pra vocês! Eu mudei um pouco a aparência da Bella em que conhecemos, não me matem por isso! Espero que gostem.



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Ah – murmurei, corando.

Eu nunca me achei muito bonita, comparada com as meninas da minha cidade. Loiras, olhos verdes, altas e magras. Meus cabelos são pretos, meus olhos cor de mel. Tenho uma altura normal, e agora estou um pouco mais magra depois da minha pequena fase, digamos, difícil que estive passando ultimamente. Muitos dizem que eu era parecida com a minha mãe quando era mais nova, mas ela não gosta quando falam isso. Seus cabelos eram da cor dos meus, pretos que quanto expostos aos raios do sol ficavam meio azulados. Mas ela agora está loira, usa lentes de contato verde claras. Meu irmão não parecia comigo. Ele era lindo. Tinha os cabelos castanhos, olhos azuis. Pele de porcelana. E agora ele estava... Estremeci só de pensar naquilo outra vez.

– Está com frio? – Jacob perguntou.

– Não, só pensei em algumas coisas desagradáveis – falei a verdade, apesar de meu subconciente me aconselhar a fazer o contrário. O frio que eu estava sentido em Forks tinha diminuído. A prova disso era que eu tinha tirado o casaco e dobrado as mangas do suéter.

– Posso saber em quê? – disse ele, hesitante. Não fiquei chateada com sua intromissão. E por razões desconexas, resolvi responder a verdade.

– E-eu... Eu estava pensando no meu irmão – Eu disse, de cabeça baixa. De repente o vento batendo nas folhas caídas parecia muito interessante. – Ele se foi há um ano.

Uhm... – ele murmurou, suspirando – Te entendo muito bem. Minha mãe faleceu há alguns anos. Foi uma época muito difícil, não tanto pra mim, eu era muito pequeno. Mas para minhas irmãs... Eu as via chorar todo dia. Ainda depois de todo esse tempo... Quero dizer, o tempo passou, mas a dor não.

Eu não tinha o que falar, eu sabia exatamente como era tudo aquilo. Eu queria dizer alguma coisa para confortar a nós dois, mas nada me vinha à mente.

– Mas quer saber? Meu pai sempre me diz que não quer que eu me lembre dela e chore. Por que ela não queria nos ver tristes. Então, eu sempre me lembro das histórias que ela me contava antes de dormir, e da tranquilidade que eu sentia naquele momento. E fico feliz de simplesmente saber que ela existiu.

Olhei em seu rosto, e vi que ele estava dando um sorriso consolador.

– Você está certo – falei – Mas ás vezes eu não consigo não chorar sobre isso. Ás vezes eu não consigo suportar a ideia de saber que ele nunca vai voltar. De saber que ele estaria aqui comigo se não fosse por uma imprudência humana.

– Eu sei, ás vezes é inevitável. Somos humanos, não conseguimos ser fortes todo o tempo. Mas pense... Ele iria querer ver você chorando? Ele iria querer que você parasse de viver sua vida só por que a dele acabou?

– Não, mas-

– Exatamente, mas... Algumas vezes temos que chorar, eu sei – ele me interrompeu, suspirando. – Que tal falarmos de alguma coisa menos triste?

– Tudo bem. Sobre o quê, então? – perguntei.

– Ah, sei lá... Qual é a cor da sua escova de dentes? – ele perguntou e eu ri.

– O quê?

– Foi a primeira coisa que me veio a mente. Vai, fala! – ele insistiu.

– Ah, eu não me lembro... – falei.

– Como assim você não se lembra da cor da sua escova de dentes? Você a usa várias vezes por dia- Espera um segundo... Você tem perda de memória recente ou algo assim? – ele disse e eu ri alto.

– Não tenho, não. Eu tava brincando! Ela é azul – eu disse, sorrindo.

– Eu gosto de azul – ele falou, me observando – E também gosto de sorrisos.

– Eu gosto de azul por que é uma cor que me tranquiliza. E eu posso vê-la na maioria das vezes, só de olhar o céu. Daí é como se não houvesse preocupações – falei, ignorando a última frase dele.

– Legal – ele murmurou, olhando para o céu.

– E aí, o que vocês fazem pra se divertir aqui na reserva? – perguntei, tentando voltar à atenção pra ele, já que tinha falado mais do que o necessário sobre mim.

– Bom, não tem muitas coisas... Tem a praia, mas na maioria das vezes está tão frio que não dá pra mergulhar – ele falou, ainda com o olhar distante. – E você? O que fazia de divertido lá em LA?

E outra vez voltamos a atenção para mim. Droga.

– Olha, eu realmente não sei como eu vivia numa cidade daquelas. Festa não é comigo. Praia também não, mas eu gostei daqui. Eu prefiro ler um livro, essas coisas.

– Ah, é? Temos uma nerd aqui, parabéns! – ele falou, irônico.

– Cale a boca! – falei rindo ao jogar areia pra cima dele.

O resto do dia foi divertido. Jacob e eu conversamos sobre besteiras e logo depois ele me apresentou seus amigos da reserva. Eu, Sophie e ele fomos a uma piscina de corais linda, e me deu vontade de mergulhar mas não o fiz. Ficamos o resto da tarde lá e quando começou a anoitecer (e a chover) voltamos para a casa de Jacob, que estava mais vazia. Jantamos a comida de Sue, que era esposa de um dos amigos do tio Taylor que eu não me recordo o sobrenome. Mas a comida estava ótima.

– Temos que ir agora, Billy. A Bella chegou faz tempo de viajem e ainda não dormiu, aposto que deve estar morrendo de sono – tio Taylor falou.

– Não, está tudo bem... – eu estava com sono, mas não queria ir embora.

– Não, devemos ir mesmo Bella. Allie deve estar muito sozinha naquela casa - ele falou e eu assenti.

– Então, até algum dia Bella – Jacob disse, tristonho.

– Até a escola, não? – perguntei.

– Não, não. Eu estudo na escola daqui da reserva – ele respondeu.

– Que pena. Seria bom estudar com você. Outro dia, quando estiver quente, eu venho aqui de novo. Até dou um mergulho! – disse e ri.

– Marcado. Você é sempre bem vinda aqui – ele disse e foi se despedir de Sophie, com um abraço.

Deixamos La Push, e chegamos um Forks rapidamente. A tia Allie estava vendo uma novela na TV, e ainda era cedo. Subi e tomei um banho quente, tirando o aroma de praia que havia se impregnado em meu corpo. Coloquei um pijama de algodão, e liguei a TV. Por sorte estava passando uma série que eu gostava muito. De repente, Sophie entrou no quarto, sentando ao meu lado na cama. Ela também estava de pijamas, os cabelos amarrados em um coque.

– O que achou de hoje? – ela perguntou, animada.

– Foi ótimo – respondi, ainda meio que prestando a atenção na TV.

– E o que achou dele? – ela perguntou, baixinho.

– Dele quem? – olhei pra ela, confusa.

– Do Jacob, em quem mais você estava pensando? – ela respondeu, com um tom de: “Isso é tão óbvio!”.

– Ah, ele é ótimo – respondi voltando a atenção para a TV, envergonhada.

– Tudo é ótimo, então? – ela perguntou, erguendo a sobrancelha.

– Sim, por que não seria? – respondi com outra pergunta, avaliando-a.

– Por nada, não – ela respondeu, olhando a TV. – Você realmente gosta dessa série? É tão boba!

– Não acho que seja boba, só por que tem música. Me ensina muitas coisas, e é divertida – eu disse, ajeitando o cabelo.

– Tudo bem, não vou discutir.

Silêncio.

– Mas você não o achou interessante? Atraente? – ela disse, muito interessada.

– Quem? – perguntei irônicamente, mas já sabia de quem ela estava falando.

– O JACOB, oras!

– Ah! – eu disse, rindo – Atraente como?

– Atraente de... Atração! Você se sentiu atraída por ele? Digo, fisicamente – ela disse, nervosa.

– Não, ele é muito amigo, mas não – eu disse, sendo sincera.

– E bonito? – ela perguntou, curiosa.

– Ah, ele é... Er... Não sei, Sophie! Por que você tá me perguntando tudo isso?

– Só pra saber... Curiosidade mesmo – ela murmurou, atenta.

– Se não é nada importante, você não vai se chatear se eu não responder, não é?

– Então você achou ele bonito! Eu sabia! – ela exclamou, satisfeita.

– Ok, ok, mas achar ele bonito não significa... Outras coisas além disso – eu falei, normalmente. Estava preocupada que ela pensasse que eu estivesse gostando dele daquele jeito.

– Eu sei, eu sei – disse ela, suspirando. – Vou dormir, amanhã nós conversamos.

– Tudo bem, boa noite – falei, dando-lhe um abraço.

Logo após que ela saiu acabou o progama e eu desliguei a TV e só deixei o abajur ligado, me ajeitando melhor na cama confortável. Segundos depois apaguei-o e fechei os olhos, pensei em tudo o que me trouxe até aqui, e que esse tinha sido o dia mais animado que tivera em meses. Não muito tempo depois, adormeci.


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Notas finais do capítulo

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