Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 20
Capítulo XIX


Notas iniciais do capítulo

Em relação ao casal Finn/Puckermann... Só mais esse capítulo para vocês decidirem. Quem ainda não deu opinião, agora é a hora. O sim está ganhando, e vocês vão ver que o casal já começou a ser desenvolvido. Mas isso pode ser desfeito. Como eu disse, depende apenas de vocês
Blair, assim como Rachel, é bi. Só um pequeno comentário...



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Finn Hudson




Ela nunca pareceu tão linda. Sentada, as pernas cruzadas, as mãos repousando delicadamente em seu colo, sua testa franzida. Meu Deus, como Rachel Berry era magnífica! E, infelizmente, ela também nunca seria minha.


Flashback On

–– Você tem algumas explicações a dar, Hudson.

–– Não sei do que você está falando, Fabray.

–– Caí fora, Ice Queen – disse Puck, tirando as mãos dela de cima de mim.

Quinn arqueou a sobrancelha e encarou Puck com uma expressão intrigada. Passei a mão no peito, como se isso fosse diminuir os batimentos do meu coração. Quinn Fabray podia ser bem assustadora quando queria.

–– Não se meta, Puckermann. Eu só vou ter uma conservinha amigável com o seu namoradinho.

Puck lançou um olhar irritado na direção de Quinn.

–– Deixe ele em paz! – disse irritado.

–– Você não precisa me defender, Hudson. Eu posso fazer isso sozinho.

–– Qual é, cara! Só estava tentando ajudar!

–– Você ajuda mais ficando longe de mim.

Meu queixo caiu tamanho minha surpresa. O que diabos estava acontecendo com Noah Puckermann? Primeiro, ele ficava com raiva porque eu ia me declarar para a Rachel. Depois, ele ficava chateado quando eu tentava defendê-lo. O que eu estava fazendo de errado? Mas antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Puck lançou um olhar gélido na direção de Quinn e depois foi embora.

–– Ele ficou irritadinho – disse Fabray rindo. – Mas vamos ao assunto: eu sei que você vai se declarar para a Rachel.

–– Não adianta me intimidar. Eu vou me declarar.

–– Na verdade, eu quero que você faça mesmo isso.

–– Quer? – perguntei surpreso.

–– Declare-se Hudson, e assim que ela te der o fora, tire seu time de campo. Respeite o espaço dela, porque ela me escolheu.

–– Não se preocupe, Fabray. Se ela disser não, eu desisto – disse, soltando um pequeno suspiro.

Não era justo, afinal. Por que todo mundo podia ter alguém, e só eu que tinha que terminar sozinho?

–– Acho bom mesmo. E se você passar dos limites, eu juro que quebro a sua cara.

Mas a ameaça de Quinn não fez efeito. Pela primeira vez, eu realmente não sentira medo dela. Porque eu não passaria dos limites. Mesmo que eu quisesse, Rachel me negaria, e eu nunca faria nada contra a vontade dela. Quinn se virou para ir embora, mas eu segurei seu braço, tentando não apertar para não machucá-la. Ela me olhou intrigada.

–– Só cuide bem dela, por favor.

E então eu me virei e fui embora. Eu tinha um fora para levar.


Flashback Off

Eu não entendo porque estou fazendo isso. Indo me humilhar aos pés de Rachel Berry, dizer-lhe o que sinto, só para levar um belo chute na bunda depois. Falta de amor próprio? Deve ser. Ou talvez é só uma necessidade desesperada de que alguém me ame, de que alguém goste de mim pelo jeito que eu sou. Balancei a cabeça. Que merda é essa, Finn? Você está muito sentimental.

Sentei-me no meu lugar de costume, entre Puckermann e Mike. Puck não me olhava, e conversava animadamente com Santana e Brittany. Devem estar marcando alguma orgia –– pensei irritado.

–– Oi pessoal – disse o senhor Schuester, entrando na sala. – E então, alguém já preparou algum dueto?

–– Sim, senhor Schue – disse Mercedes, pulando da cadeira e andando para perto do piano.

Os duetos! Eu me esquecera completamente disso! Mas aparentemente Puck não se esquecera, porque ele também se levantara e pegara um violão. E então, eles começaram a cantar. Desliguei-me completamente. Não queria escutar a voz de Puck, por mais que ele cantasse bem. Agora era eu quem estava com raiva das atitudes infantis dele. Assim que os dois terminaram de cantar, todo mundo aplaudiu. Bem, quase todo mundo. Eu apenas cruzei os braços.

–– Muito bem, Mercedes, Puck! Foi perfeito!

–– Obrigada, senhor Schue – disse Mercedes, abrindo um grande sorriso e abraçando Puck de lado. – Nós nos esforçamos muito.

–– Além disso, a voz dela é maravilhosa – disse Puck, sorrindo para Mercedes.

Lancei um olhar irritado na direção dos dois. Então era isso? Agora eles eram amiguinhos? Estreitei os olhos. Foco, Finn, foco!

–– Eu não vou poder cantar porque a Quinn foi suspensa – disse Sam, assim que Mercedes e Puck se sentaram.

–– O mesmo para eu e Santy – disse Brittany.

–– Kurt e Tina?

–– Nós só vamos nos apresentar amanhã, senhor Schue.

–– Finn e Rachel?

Todos ficaram surpresos por nós também não apresentarmos nosso dueto. De uma certa forma, nesses poucos meses, Rachel e eu nos tornamos líderes daquele grupo. Rachel amava cantar, e o senhor Schue recentemente dava muitos solos a ela. Mas ela sempre insistia que mais alguém cantasse com ela, para não ganhar o brilho sozinha. Acho que nós nunca havíamos cantado um dueto juntos antes, embora já tivéssemos cantado trechos de músicas juntos. E nossas vozes casavam perfeitamente bem.

–– Sexta-feira – disse. – Kurt e Tina amanhã, e Rachel e eu sexta-feira. E senhor Schue, será que eu posso cantar uma música?

–– Sim Finn, claro – disse o senhor Schue, sorrindo.

Levantei-me e parei no meio da sala. Respirei fundo.

–– Rachel, acho que você sabe o quanto eu gosto de você. Então eu quis cantar essa música porque eu quero ficar com você. Eu quero que você seja minha namorada. Quero poder te abraçar, dizer que você tem a voz mais linda desse mundo, e que não beleza nesse Planeta, porque você a roubou toda para você. Então essa é para você Rach, espero que goste.

Respirei fundo e dei um "ok" para o pessoal da banda. Eu já passara a partitura para eles, e assim que dei o sinal, eles começaram a tocar.

Can you hear me calling (Você pode me ouvir chamando)

Out your name (O seu nome)

You know that I'm falling (Você sabe que eu estou caindo)

And I don't know what to say (E eu não sei o que dizer)

Observei Rachel corar. Deus, como ela era adorável! Mas... Não, ela parecia com vergonha. Senti meu coração se despedaçar no peito. Eu sabia o que aquilo significava. Eu sempre soube. E ainda assim, eu continuei.

I'll speak a little louder (Vou falar um pouco mais alto)

I'll even shout (Eu vou até gritar)

You know that I'm pround (Você sabe que eu estou orgulhoso)

And I can't get the words out (E eu não consigo pronunciar as palavras)

Os olhos de Rachel encontraram os meus, e eu vi o quanto ela queria que eu não estivesse fazendo tudo aquilo. Então é isso. Você gosta de uma garota, e ela não gosta de você. Essa é a sensação de ser pisado? Vi algumas lágrimas descendo dos olhos dela, e aquilo terminou de me destruir. E daí se eu chorasse? Rachel não deveria chorar por mim, nunca!

Oh I... (Oh Eu...)

I want to be with you everywhere (Eu quero estar com você em todos os lugares)

Oh I... (Oh Eu...)

I want to be with you everywhere (Eu quero estar com você em todos os lugares)

Eu não consegui mais continuar. As lágrimas nos olhos de Rachel trouxeram algumas aos meus. A banda parou de tocar, e eu levei as mãos ao rosto. Eu me sentia envergonhado por chorar. Eu me sentia envergonhado por não ter nenhum amor próprio e me humilhar a uma garota que não ligava a mínima para mim. Todos pareceram surpresos.

–– Finn? – chamou Rachel baixinho.

–– You can't always get what you want – murmurei, mas acho que todos me ouviram.

–– Finn – disse Rachel, um pouco mais alto. Balancei a cabeça.

–– Eu sinto muito, Rachel. Isso não é justo com você, com a Quinn...

–– Com a Quinn? – interrompeu Kurt surpreso. – Como assim?

–– Nós estamos namorando – disse Quinn Fabray, entrando na sala do coral.

–– O QUE? – gritaram Puck, Mercedes e Kurt ao mesmo tempo.

–– Ice Queen de coleira – zombou Puck.

–– Olha quem fala, Puckermann – disse Fabray, dando um sorrisinho malicioso.

Respirei fundo, e senti uma mão apertar meu ombro. Tirei aos mãos do rosto e me surpreendi ao perceber que era Quinn.

–– Você não a ama, Finn.

Eu não discuti. Eu sabia disso. Eu estava apaixonado por Rachel, e como qualquer garoto apaixonado ao dar com a cara no muro, eu estava despedaçado. Mas Quinn estava certa, eu não a amava. Eu só me prendi nessa fantasia porque Rachel era boa demais, incrível demais. E eu queria que ela fosse minha, porque eu queria me sentir amado. E quem melhor para te amar incondicionalmente que Rachel Berry?

–– Você vai encontrar alguém que te ame de verdade, talvez até mais cedo do que você pensa – disse Quinn, sorrindo gentilmente.

–– Obrigado Quinn.

Era estranho ver a garota que há algumas horas me fazia tremer de medo me dando conselhos amigáveis e me consolando. Rachel caminhou em minha direção e me deu um abraço forte.

–– Ela está certa, Finn. Você vai encontrar alguém que te ame de verdade.

E quando ela disse isso, meus olhos cruzaram com o de Puck. E, de alguma forma, eu sabia que tudo ia acabar bem.

Santana Lopez

E lá estava Finn, cantando uma canção melosa de amor que soava extremamente gay para Rachel Berry. Quinn estava ao meu lado, e para a minha surpresa, ela parecia muito calma.

–– Você perdeu a aposta – disse sorrindo.

–– Parece que sim – concordou Quinn, dando de ombros.

–– Então, sobre aquela peça... Preciso que você faça isso o mais rápido possível.

–– Por que Lopez?

–– Não é da sua conta, Fabray. Mas acho bom você ter feito até sexta-feira da próxima semana, porque senão eu juro que arranco cada fio loiro de cabelo dessa sua cabeça.

–– Você é tão amável – comentou Ice Queen sarcasticamente.

–– Tanto quanto você, Polly Pocket.

Só então percebemos que Finn parou de cantar. Estranho, porque eu tinha certeza que nenhuma música tinha apenas um minuto de duração. Quinn e eu trocamos olhares e entramos na sala. E, para nosso choque, Finn tinha as mãos cobrindo o rosto e parecia estar... Meu Deus, Finn Hudson estava chorando! É claro que eu fiquei surpresa. Eu não sabia que orcas choravam. Até porque elas já vivem dentro da água. Mas se bem que com toda aquela poluição, elas deveriam estar engolindo muita merda, fazendo jus à expressão "merda na cabeça". Bem, isso basicamente definia Finn Hudson.

Ru Paul tinha algumas lágrimas nos olhos também. Balancei a cabeça. Caralho, que gente mais sentimental! Eles achavam aquilo ruim? Ruim era quando a treinadora Sylvester revogava nossos privilégios. Ou quando ela fazia a gente se bater com pedaços de galinha. Ou... Bem, qualquer coisa envolvendo Sue Sylvester era pior que uma música ruim cantada por Finn Hudson.

–– Com a Quinn? – disse Kurt, tirando-me de meus devaneios. Eu tinha me desligado completamente da cena. – Como assim?

–– Nós estamos namorando – disse a Fabray.

–– O QUE? – gritaram Puck, Mercedes e Kurt ao mesmo tempo. Tive que me segurar para não cair na gargalhada.

–– Ice Queen de coleira – zombou Puck.

–– Olha quem fala, Puckermann – disse Fabray. Franzi a testa. Do que ela estava falando? Noah Puckermann de coleira? Há! Essa eu pagava para ver!

Quinn se virou para o Finn. Revirei os olhos. Ela estava sendo tão gentil com o cara que acabara de se declarar para a garota dela. Se fosse eu, já tinha matado o Hudson. Quinn Fabray é estranha, muito estranha.

–– Você vai encontrar alguém que te ame de verdade, talvez até mais cedo do que você pensa – disse ela, dando um sorriso gentil para Finn.

Controlei-me para não colocar o meu almoço para fora. Que coisa mais nojenta e melosa! ManHands se levantou e andou na direção de Finn e lhe deu um abraço forte.

–– Ela está certa, Finn. Você vai encontrar alguém que te ame de verdade.

Balancei a cabeça.

–– Vocês todos comem merda – comentei.

GayBerry me fuzilou com os olhos e eu dei de ombros. Ninguém podia me julgar por dizer a verdade. Olhei na direção da Britt, e ela tinha um sorriso gentil no rosto. Quando seu olhar encontrou o meu, meu coração disparou no peito. E foi aí que eu tive certeza absoluta de uma coisa: eu a amava. E honestamente, eu me sentia completamente pronta para lidar com isso.

Noah Puckermann

Todos já tinham ido embora. Todos, menos Finn. Ele estava sentado na sua cadeira de costume, e encarava as próprias mãos com interesse. Mas eu o conhecia bem demais para saber como ele realmente estava se sentindo. Sentei-me ao seu lado, e ficamos em silêncio por alguns instantes.

–– Desculpe – disse por fim, encarando meus próprios pés. – Eu fui um verdadeiro idiota com você.

–– Não tem problema – disse Finn, dando de ombros. – Eu também estava sendo um verdadeiro idiota com essa história da Rach.

–– Por que você gosta dela, cara?

–– Não sei, Puck. Ela é linda, inteligente, talentosa, e é capaz de amar incondicionalmente. Eu sei que vai soar estúpido, mas eu só queria me sentir amado, sabe? Todo mundo sempre pega no meu pé, e isso me cansa.

–– Eu te entendo, cara.

–– Entende? – perguntou Finn, arqueando a sobrancelha. – Você é o maior pegador dessa escola! Ninguém se mete com você. Ninguém te dá apelidos idiotas. E você é bonito, então sempre tem alguma garota caindo de quatro por você.

–– Espere aí, é impressão minha ou você acabou de dizer que eu sou gostoso? – perguntei sorrindo.

–– Eu disse bonito – respondeu Finn, seu rosto ficando tão vermelho quanto um tomate.

–– Isso foi extremamente gay.

–– Talvez eu seja gay – brincou Finn.

–– Ou talvez você só esteja passando muito tempo com o seu irmão – disse, dando um soco de leve no ombro de Finn. Ele riu.

–– Por que você implica tanto com o Kurt? Ele é um cara legal.

–– Você é mesmo gay – disse, revirando os olhos.

–– Idiota – resmungou Finn, abrindo um pequeno sorriso.

E por algum motivo, eu me senti extremamente bem. Pelo menos ele não estava mais chorando, como quando ele cantou aquela música estúpida para a Rachel. Acho que a única coisa boa de toda aquela situação é que ele enfim desistira. Que ele enfim poderia procurar alguém que realmente se importasse com ele. Alguém como eu. O que?! Enlouqueceu, Puckermann? "Alguém como eu"? Você não é gay! Então deixa de viadagem!

–– Não vou mais atrás de ninguém – disse Finn, dando de ombros. – Se quiserem, que venham atrás de mim.

–– Isso mesmo, Hudson – disse, passando o braço pelos seus ombros e o sacudindo levemente.

Finn riu, e eu me senti extremamente mais leve ao constatar que eles já estava um pouco melhor. Eu detestava ver Finn triste. Ele era tão inocente! Maltratá-lo era como chutar um cachorrinho, ainda mais quando ele fazia aquela carinha fofa. Fofa? Meu Deus, Puckermann! Você está perdendo completamente a cabeça. Suspirei. Essas coisas melosas eram provavelmente falta de sexo. Talvez eu devesse procurar alguma líder de torcida, já que Brittany e Santana não queriam mais repetir nossa experiência

– Vamos logo, Hudson. Eu não tenho o dia todo para perder com você.

Afinal, eu tinha um final de semana agitado para preparar.


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Notas finais do capítulo

E então, críticas, sugestões, reclamações? :D
PS: desculpem a péssima formatação. Mas ficar sem o word é foda ):