Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 10
Capítulo IX


Notas iniciais do capítulo

Vale lembrar que dessa vez eu escrevi direto aqui (na anterior, eu passei pro wordpad e ele desformatou tudo). Então passem por cima dos erros de português, e me avisem caso haja erros de continuidade. Boa leitura!



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Capítulo IX

Sam Evans


Stacy finalmente tinha parado de nos encher o saco e fora para o próprio quarto, fazer o dever de casa. Aproveitei o momento de sossego para preparar um lanche para mim e para Quinn.

– Nossa – disse ela, terminando de mastigar seu sanduíche. – Delicioso, Sam!

– Obrigada – disse, fazendo uma reverência. – Digamos que eu seja bom na cozinha... Modéstia parte, claro.

Nós dois rimos. Encarei Quinn por alguns instantes. Ela ainda usava o uniforme das cheerios, e para ser sincero, eu estava morrendo de curiosidade de saber porquê ela tinha entrado. Líder de torcida e Quinn Fabray eram palavras que simplesmente não se encaixavam na mesma frase. Não que ela não fosse talentosa o suficiente para ser uma. Na verdade, ela parecia perfeita. Minha irmãzinha estava certa ao dizer o quanto Quinn era bonita, e o que eu mais gostava nela eram aqueles olhos verdes, tão profundos e cheios de mistério quando o Oceano. Quinn era muito misteriosa, e eu realmente queria entendê-la. Há quanto tempo ela estava no McKinley? Um ano? Bem, era um pouco mais que isso. Eu sabia que eu era um dos únicos que ainda lembrava. A maioria das pessoas só lembravam da Ice Queen, a garota de cabelos rosas, que cabulava milhares de aulas, e não estava aí para nada ou ninguém. Mas eu não era uma dessas pessoas, e eu lembrava a primeira vez que Quinn Fabray pisara no McKinley High – e para ser franco, ela não parecia em nada a garota que ela iria se tornar.

Flashback On

Eu estava encostado no meu armário. Puck contava alguma piada idiota, e mesmo sem entender, Finn ria descontroladamente. Nenhum deles notou a garota de aparência frágil andando pelo corredor, com os livros pressionados com força contra o peito, e um olhar assustado. Aproximei-me dela, com a testa franzida.

– Olá! – disse sorridente.

Ela se assustou e deixou os livros cairem no chão. Isso pareceu chamar a atenção de Finn e Puck. Eles não viram como ela estava tremendo, ou como parecia assustada. Na verdade, eles a encaravam como se ela fosse "carne nova" no pedaço, o que de fato era.

– Você é novata? – perguntei, tentando ser gentil, e rezando para que os idiotas dos meus amigos não estivessem escutando.

– S-sim – murmurou ela, abaixando-se para pegar os livros.

Abaixei-me também. Um dos livros que ela carregava me chamou um pouco a atenção. Harry Potter. Não pude deixar de abrir um sorriso largo. Eu simplesmente amava Harry Potter. Mas antes que eu pudesse entregar o livro a ela, Puck o arrancou de minhas mãos.

– Olha só isso, Finn – disse ele rindo. – A novata é nerd.

– Esse livro é meu, cara – disse, tentando parecer irritado.

– Ó, desculpe cara – disse Puck, jogando o livro em cima de mim. – Tinha esquecido como de como você pode ser um otário.

– Você é bonita – disse Finn, encarando a garota.

Só então percebi que ele estava certo. Ela era quase da minha altura. Seus cabelos eram loiros, seus olhos eram verdes, e eu não conseguia encontrar um defeito sequer em seu rosto, como se ele tivesse sido esculpido para ser perfeito.

– Gostosa – disse Puck, olhando-a de cima a baixo.

Aquilo me incomodou. A garota pareceu tremer ainda mais, como se estivesse com medo da gente. Senti-me culpado.

– Ei Finn, por que você não oferece a ela sua bebida? – disse Puck, dando um sorrisinho malicioso.

Finn retribuiu o sorriso. Ele tinha um copo de slushie na mão, e antes que eu pudesse impedir, ele disse:

– Quer um pouco?

E então, jogou o conteúdo no copo no rosto dela. Finn e Puck riram ainda mais, bem como todos os outros alunos que estavam assistindo a cena. Eles deram um high-five, e saíaram, como se nada tivesse acontecido. Senti-me extremamente mal.

– Você está bem? Desculpe, eles são uns idiotas. Você quer ajuda?

Mas ela não parecia mais a garota frágil que eu vira segundos atrás. Ela tinha um olhar furioso no rosto, e eu involuntariamente eu dei um passo para trás. E sem dizer mais nenhuma palavra, ela se virou, foi embora, e nunca mais voltou. No dia seguinte, Ice Queen surgiu.

Flashback off

–– Você se lembra – murmurou Quinn, parecendo surpresa. – Você se lembra de mim.

– Desculpe, não entendi – disse, sentindo-me meio confuso.

Ela não podia saber o que eu estava pensando... Podia?

– Meu primeiro dia no McKinley. Você se lembra, não é?

– Lembro – admiti. – Mas como você sabe?

– Pelo jeito que você me olhou... Foi o mesmo olhar que você me deu quando veio falar comigo pela primeira vez.

Franzi o cenho. Ela sabia que eu me lembrava dela por causa do meu olhar? Eu honestamente não acreditei, mas não vi nenhuma outra explicação, então fui obrigado a aceitar a palavra dela.

– Eu realmente sinto muito por aquilo – disse, abaixando a cabeça. – Eu vi como você estava assustada. Eu queria apenas ser gentil, mas Puck e Finn te viram, e você sabe que eles são idiotas. Eu realmente sinto muito, Quinn.

– Eu sei – disse ela, tocando levemente minha mão.

Levantei o rosto e uma pequena lágrima caía pelo seu rosto. Ela limpou rapidamente, como se sentisse envergonhada por chorar. Eu poderia ter ficado surpreso: Quinn Fabray chorando? Aquilo era algo inédito! Mas a verdade é que só fez eu me sentir zilhões de vezes pior. Só então eu me lembrei de uma coisa.

– Espere aqui – disse, apertando levemente sua mão. – Eu já volto.



Quinn Fabray



Eu não podia acreditar que ele se lembrava, e muito menos que eu chorara na sua frente. Meu Deus, o que estava acontecendo comigo? Eu prometera a mim mesma que nunca mais iria chorar, que nunca mais permitiria que alguém me fizesse sofrer. Desde que os idiotas Puckermann e Hudson me "batizaram" no primeiro dia de aula, eu jurei que nunca mais iria ser a mesma. Mas a verdade é que eu nunca soube de fato quem eu era. A garota mandona, que desprezava todo mundo? A garota frágil, que se assustava com o mundo? Ou a garota rebelde, que fingia não dar a mínima a nada e a ninguém? Talvez eu fosse uma mistura das três, ou talvez eu não fosse nenhuma.

Durante muito tempo eu odiei Sam Evans, Noah Puckermann e Finn Hudson. Eu fiz questão de desprezar a tentativa de cada um deles de se aproximar de mim. Fiz questão de dar um tremendo fora no Puckermann e no Hudson na frente do colégio inteiro, e fiz questão de nunca mais olhar na cara do Sam Evans. Mas eu nunca havia percebido como aquilo o matava por dentro. Eu nunca vira como aquilo realmente o magoava. Sam desceu as escadas praticamente pulando dois degraus de cada vez, e parou na minha frente, com um sorriso envergonhado no rosto.

– Eu guardei isso. Tentei te entregar antes, mas nunca consegui.

E então, ele me estendeu o meu livro de Harry Potter. E aquilo foi demais para mim. Sem nem pensar no que estava fazendo, joguei meus braços ao redor do pescoço do Sam e lhe dei um abraço apertando, deixando as lágrimas correrem livremente pelo meu rosto.

– Eu quero ser seu amigo, Quinn – sussurrou Sam. – Por favor, perdoe-me.

– A culpa não foi sua, Sam – sussurrei em resposta. – E eu adoraria ter você como amigo.

E naquele momento eu soube que finalmente tinha me encontrado. Eu não era a Quinn mandona. Eu não era a Quinn frágil. Eu não era a Quinn revoltada. Eu era a Quinn incompreendida, que acabara de fazer um grande amigo. Eu era a Quinn que estava pronta para admitir o que sentia, que estava pronta para ser feliz.



Rachel Berry



Finn tinha acabado de ir embora. Precisei limpar meu quarto algumas vezes antes de ter certeza que não sobrara nenhuma bactéria deixada por ele, que fosse me deixar doente pelo resto da vida. Assim que terminei o trabalho, joguei-me na minha cama e puxei o notebook para o colo. Minha primeira parada: Facebook. Porque até mesmo a pessoa mais desajustada do mundo tinha uma rede social. Então joguei o nome "Quinn Fabray" e apenas uma conta de perfil apareceu. Mas para a minha surpresa, não foi a garota de cabelos rosas que eu vi. Foi uma Quinn Fabray completamente loira, de uniforme das líderes de torcida, com um sorriso sarcástico no rosto, e uma pose de "eu posso pisar em você, saia do meu caminho". Mas o uniforme das líderes que ela usava não era o do McKinley High – era o do Lima High. O mural dela estava cheio de recados antigos, do tipo "Onde você se meteu", e "Quinnie, cadê você", e até mesmo "Amor, por que você sumiu?".

Aquilo não fazia o menor sentido! Quinn Fabray já fora líder de torcida? Certo, eu imaginava que ela não tinha sido a "garota revoltada" durante toda sua vida, mas também nunca imaginei que ela pudesse ter sido tão diferente assim. Pensei nela entrando na sala do coral com o uniforme das cheerios, e pela primeira vez, fiquei realmente preocupada. Será que ela ia voltar a ser a Quinn Fabray que eu estava vendo no Facebook? Porque pelas fotos que eu via postadas em seu mural, ela parecia ter sido a típica líder de torcida que se achava superior a todo mundo. Tudo bem que às vezes as aparências enganam... Mas nem tanto assim. Ó Deus, por quem eu fui me apaixonar? –– pensei. Mas... Espera aí! Apaixonar? Não, eu não estava apaixonada por ela. Era apenas uma atração... Não era? Respirei fundo. Eu precisava entender o que eu sentia pela Quinn, e principalmente, precisava me certificar que eu não ia quebrar a cara mais uma vez. Porque Rachel Berry estava cansada de sofrer por amor, e porque eu não podia me dar ao luxo de ter meu coração partido por uma garota mais uma vez.




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Notas finais do capítulo

Esse capítulo foi extremamente importante. Rach percebendo que sente algo mais pela Fabray, e a Fabray encontrando o rumo dela uehuehuehue. Faberry está para surgir, vocês não vão esperar muito mais UHAUHAU (e não, não é brincadeira de primeiro de abril '-')
E então, o que acharam? Críticas? Sugestões? Reclamações? :D