Mind Readers escrita por lovemyway


Capítulo 11
Capítulo X


Notas iniciais do capítulo

Velho, eu amei esse capítulo UHEUEHUE. Espero que gostem!



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Capítulo X

Rachel Berry

Eu estava extremamente cansada, e era apenas terça-feira. Eu estava com olheiras profundas porque não conseguira dormir direito, e eu não conseguira dormir direito porque Quinn Fabray não saía dos meus pensamentos. Eu precisava falar com ela, eu precisava de explicações. Portanto, quando a vi encostada no seu verdadeiro armário (eu ainda não podia acreditar que ela mentira apenas para puxar assunto comigo) eu caminhei até ela.

– Precisamos conversar – disse decidida.

– Hum, sobre o que? – perguntou Quinn, parecendo um pouco nervosa.

– Encontre-me no auditório depois das aulas e você vai descobrir.

Joguei meus cabelos para trás, virei-me e fui embora. Bem, talvez eu tenha sido um pouquinho dramática, mas para ser bem sincera, minha vida é que estava se tornando um verdadeiro drama. Qualquer pessoa normal pensaria "Mas Rachel, você está fazendo tempestade em um copo d'água". E talvez eu estivesse mesmo. Eu sabia que Quinn não era nada parecida com a Blair, e que ela nunca faria comigo o que a B. fez. Supondo, é claro, que Quinn correspondesse aos meus sentimentos, que nem eu mesma estava certa de quais eram. Ou pelo menos não queria admitir. Mas quem pode me culpar? Sempre que eu deixara me levar pelas emoções, eu acabara com um coração partido, e eu já estava cansada de sempre quebrar a cara.

– Rachel, você está me escutando?

Eu nem sequer percebera que Sam Evans estava falando comigo. Dei um sorriso simpático e ele franziu a testa. Bem, talvez não tenha sido tão simpático assim. Mas a culpa era toda dele, que aceitara fazer aquele maldito dueto com a Quinn. Eu nunca devia ter aceitado a proposta do Finn, nunca mesmo. Deus, como eu sou idiota!

– Oi Sam – disse, tentando soar menos maníaca do que me sentia. – Tudo bom com você?

– Sim, e eu realmente quero continuar assim, então por favor, não pule no meu pescoço.

– Eu não sei do que você está falando – disse, sendo um tantinho rude.

– Fala sério, Rach, ontem você estava me fuzilando com tanta intensidade, que eu dei graças a Deus por você não ser o Ciclope.

– Ciclope? – perguntei confusa.

– Sim, o cara do X Men – disse Sam, fazendo um gesto estranho com a mão. – Você sabe quem é... Não sabe?

– Na verdade não – disse, dando de ombros. – Não gosto de X Men.

– Você não gosta de X Men?! – exclamou ele abismado. – Meu Deus, Rachel, como você consegue sobreviver?

– Respirando – retruquei.

E saí andando. Não estava a fim de ter uma conversa de nerd com Sam, mas infelizmente ele não parecia partilhar dos meus sentimentos. Ele me seguiu até a classe de Matemática, e eu levei alguns segundos para lembrar que aquela também era primeira aula dele. Suspirei. Seria muito mais fácil se Quinn estivesse lá, ensinando-me a matéria. Ela vinha me dando aulas particulares, e eu estava ficando realmente boa em Álgebra, embora ainda estivesse com muita dificuldade na maldita Geometria. Sentei-me numa carteira vazia no fundo da sala, rezando para que Sam não me seguisse. Infelizmente eu não era tão sortuda. Ele puxou uma carteira vazia para o lado da minha e se sentou, não deixando de me encarar por um segundo sequer.

– Meu Deus Sam! – disse estressada. – O que você quer?

– Conversar sobre a Quinn.

– Eu não tenho nada para falar – disse irritada. – Porque você não vai conversar com ela? Vi vocês juntos quando cheguei. Pareciam bem amiguinhos.

– Ciúmes, Rach? – perguntou ele sorrindo.

– De você? – perguntei, contendo um riso. – Não mesmo, Evans.

– Não de mim – disse ele, balançando a cabeça. – Da sua namorada.

– Ela não é minha namorada! – disse, um pouco alto demais.

Todo mundo da sala se virou para me olhar. Que maravilha – pensei sarcasticamente. Mas um olhar me chamou a atenção: Santana Lopez me encarava com um sorriso malicioso no rosto. Senti um aperto no peito e me encolhi. Ela sorriu ainda mais.

–– Quem não é sua namorada, anãzinha? – perguntou Santana.

– Não se mete, Santana – retrucou Sam, lançando um olhar feio a ela. Mas ela o ignorou.

– Ouvi dizer que você e a Ice Queen estão se pegando no banheiro – comentou Santana, sem se preocupar em falar em voz alta. – Mas se ela não é sua namorada, é o que, então? Sua vadia?

Levantei-me da carteira, e se Sam não tivesse me segurado, eu provavelmente teria pulado no pescoço da Santana. Mas a vadia apenas riu.

– Não fale assim dela! – protestei. – Ela é muito melhor que você!

– Melhor que eu? – perguntou Santana, dando uma gargalhada. – É mesmo, hobbit? Porque eu sou a garota mais popular dessa escola, chefe das líderes de torcida, e obviamente a pessoa mais talentosa desse grupinho de perdedores do Glee Club.

– Se você é tão talentosa, por que nunca ganhou um solo?

Santana me fuzilou com os olhos, mas eu estava com tanta raiva que nem sequer me importava. Tudo o que eu queria era dar um tapa naquela cara de idiota, e colocar ela no seu devido lugar.

– Porque o Sr. Schue sabe que não seria justo com os demais. Afinal, todos merecem uma chance, não é mesmo? – perguntou ela sarcasticamente. – Não foi por isso que você e a vadiazinha da Fabray entraram no nosso clube? Ou será que vocês sabiam que era a maneira mais fácil de sair do armário? Coisa que, por um acaso, você já fez.

– Pelo menos eu tive coragem de fazer isso! – gritei, apontando para a cara dela. – Pior é você, que nem sequer admite o que sente.

– Eu não sei do que você está falando! – gritou Santana, tentando avançar em minha direção e sendo impedida por Mike Chang.

– É claro que sabe! – gritei. – Ou você acha mesmo que ninguém percebeu que você é apaixonada pel...

Mas antes que eu pudesse terminar a frase, Santana se livrou de Mike e pulou em cima de mim. E foi aí que eu pensei que ia morrer.


Quinn Fabray

Eu escutara os gritos do corredor. E quando eu ouvi a voz de Santana, eu sabia que tinha que fazer alguma coisa, porque se eu não a impedisse, ela voaria em cima da Rachel. Entrei correndo na sala de aula. Mike segurava Santana pela cintura, e Sam fazia o mesmo com Rachel – mas o aperto de Sam parecia muito frouxo, e ele estava em estado de choque. Quando Santana finalmente conseguiu se livrar de Mike Chang, ela pulou em cima da Rachel, e não havia nada que Sam pudesse fazer para impedir. Rachel caiu no chão e Santana sentou em cima das pernas dela, eu corri até elas, mas não fui rápida o suficiente. O som do tapa que Santana deu em Rachel soou alto em meus ouvidos, e eu nunca senti tanta raiva em toda a minha vida. Agarrei Santana pelo uniforme e a tirei de cima da minha baixinha. Virei-a de frente para mim, e com a maior força que consegui reunir, dei-lhe um soco na cara. E ela provavelmente teria revidado se Sam, finalmente saindo do seu estado de choque, não a tivesse impedido.

– Hija de la puta! Yo voy a matarte! Yo voy a matarte!

– Nem pense em encostar na Rachel novamente, ouviu, Lopez? – gritei irritada, vendo o sangue escorrer de seu nariz. – Porque se você tocar nela de novo, quem vai morrer é você, sua vadia!

– O que está acontecendo aqui? – gritou um homem.

– Ela atacou a Rachel, professor – disse Sam, indicando Santana com a cabeça.

Santana deu um chute nele, quase fazendo Sam cair no chão. Ele não se importou – estava ocupado demais abraçando uma Rachel, que parecia à beira de lágrimas.

– E ela me atacou! – gritou Santana, apontando para mim.

Eu nem podia e nem queria negar. O nariz dela estava sangrando muito, e eu fiquei muito satisfeita ao perceber isso.

– Lopez, para a enfermaria. E quando o seu nariz parar de sangrar, quero ver as duas na Diretoria. Onde já se viu, brigar em sala de aula! – disse o professor alarmado. – Estão esperando o que? Vão!

Santana passou por mim, fazendo questão de esbarrar com força no meu ombro. Era tudo o que ela podia fazer com o professor nos olhando. Fiz questão de botar o pé no caminho dela, e ela quase caiu ao tropeçar. Ela se virou e me fuzilou com os olhos. Dei um sorrisinho sarcástico.

– Você está bem? – perguntei, virando-me para Rachel. – Eu realmente sinto muito por isso.

– Fabray! – gritou o professor.

– A Lopez atacou a namorada dela, professor – disse Mike.

Nem eu, nem Rachel, nos demos ao trabalho de desmentir o professor.

– Ah... Você está bem, Berry? Precisa ir para a enfermaria também?

Rachel fez que não com a cabeça, mas parecia ainda fragilizada demais para falar.

– Muito bem. Sua namorada está perfeitamente bem. Agora se não se importa, senhorita Fabray, Direitoria.

Lancei um último olhar preocupado a Rachel e, a contragosto, fiz o que o professor mandou. Quanto mais rápido eu falasse com o diretor, mais rápido ele me liberaria, e mais rápido eu poderia falar com a Rachel. Se Santana tivesse a machucado, ela podia ter absoluta certeza que seu nariz não era a única coisa que sangraria.


Sam Evans

–– Meu Deus – murmurei pelo que julgava ser a décima vez. – Você está bem mesmo, Rach?

Rachel ainda estava com a mão no rosto, onde Santana lhe dera um tapa. Sua bochecha estava muito vermelha, e eu estava sentindo muita pena dela. Mas, Deus!, o que dera na Rachel para enfrentar Santana daquele jeito? Ela deve gostar mesmo da Quinn –– pensei. –– E a Quinn dela, porque a garota praticamente virou o Incrível Hulk tentando proteger a baixinha. Tentei não sorrir.

– Quer que eu te leve para casa? – perguntei, passando a mão nas costas de Rachel.

Ela concordou levemente com a cabeça. Assim que Quinn se retirara, Rachel praticamente desabou nos meus braços. Pedi permissão do professor para levá-la a enfermaria, mas ela estava amendrontada demais de topar com Santana, então eu a levei até a Secretaria, e pedi dois passes para ir embora. Quando eu contei o que tinha acontecido, a secretária, senhora Halley, ficou com tanta pena que nem sequer ligou para os nossos pais, e nos deu os dois passes sem fazer mais nenhuma pergunta.

Passei o braço pelos ombros de Rachel e a guiei pelos corredores do colégio. Ela tremia levemente, e eu estava começando a ficar seriamente preocupado.

– Você tem certeza de que não quer...

– Só me leve para casa, Sam – sussurrou ela.

Não disse mais nada. Levei-a até meu carro, abri a porta do passageiro, esperei ela entrar e corri para o lado do motorista.

– Eu não sei seu endereço.

Ela pegou um pedaço de papel na mochila e anotou para mim. Não trocamos nenhuma palavra o resto do caminho. Por sorte, os pais de Rachel não estavam em casa. Acho que eles não iam ficar nada satisfeitos se soubessem o que tinha acontecido, e provavelmente se preocupariam demais, e iam encher ela de perguntas. E Rachel só queria ficar sozinha. Portanto, ajudei-a a subir as escadas e a levei até seu quarto.

– Eu vou ficar lá embaixo, tudo bem? – ela concordou levemente com a cabeça. – Se precisar de mim, estarei aqui.

Dei-lhe um beijo na testa e desci para a sala. Peguei meu celular no bolso, e mandei uma mensagem para Quinn.

Trouxe Rachel para casa. Ela não parece nada bem. Você pode vir aqui depois? Acho que ela precisa de você.

PS: E como foi com o Figgins?

– Sam.

Não precisei esperar muito pela resposta.

Levei o resto da semana de suspensão. Desculpe, não vou poder participar do dueto. Estou a caminho.

– Quinn.

Suspirei. Eu realmente não ligava a mínima para o clube do coral naquele momento. Eu só queria que a pequena ficasse bem, e eu sabia que isso só ia acontecer quando Quinn chegasse. Recostei-me no sofá e passei a mão no rosto. E então, eu esperei.

Quinn Fabray

Figgins gritara quase vinte minutos comigo, mas a verdade é que eu não ligava a mínima. Em outra situação, eu provavelmente armaria uma discussão com ele, mas tudo o que eu queria era que ele dissesse logo qual seria meu castigo e me liberasse. Eu não conseguia parar de pensar em Rachel, e em como ela parecia fragilizada. Eu já estava acostumada com brigas, mas aquela provavelmente tinha sido a primeira vez que ela fora atacada. E que falta de sorte ter a primeira briga com Santana Lopez.

– Sim senhor, eu realmente sinto muito. Não deveria ter feito aquilo, e eu aceito qualquer punição que o senhor me der. Eu mereço.

O diretor Figgins pareceu surpreso com a minha atitude. Ele suspirou e disse que eu estava suspensa pelo resto da semana, e então me liberou. Santana já estava esperando pela sua vez. Seu nariz parara de sangrar, e ela tinha uma expressão assassina no rosto. Não liguei. Passei direto por ela, e só parei quando senti meu celular vibrar no bolso. Era uma mensagem.

Trouxe Rachel para casa. Ela não parece nada bem. Você pode vir aqui depois? Acho que ela precisa de você.

PS: E como foi com o Figgins?

–– Sam.

Franzi o cenho. Respondi a mensagem o mais rápido possível, e saí praticamente correndo até o meu carro. Rachel precisava de mim, era todo o que me importava.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? EUHEUEHUEHUEHU. Rach brigando pela Quinn, que linds. E a Quinn se revoltando e dando o maior murro na Santana. Viu Santy? Quem mandou mexer com Faberry? u.u UHAUAHUAHUAHA.
E então pessoal, críticas, sugestões, reclamações? :D