A Ordem de Drugstrein (Versão antiga) escrita por Kamui Black


Capítulo 8
Capítulo 8 - A Primeira Missão de Grau D




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Arco II - Primeiras Missões

 

 

Capítulo 8 – A primeira missão de grau D

 

O clima era ameno naquele dia, estava frio como devia de ser no inverno, mas não nevava. Na sala protegida do frio pelas grossas paredes do castelo, três jovens magos se sentiam surpresos a receberem a noticia de quem seria seu Mestre a partir daquele momento.

Spaak circula a sala e se senta na poltrona cor vermelha do canto, ao centro tinha uma mesa com um mapa do continente principal de Algos. E, ao lado esquerdo, havia mais três poltronas iguais, formando um semicírculo em volta da mesa. Spaak pede para que os três se sentassem.  Kamui teve a iniciativa e logo todos os quatro estavam acomodados.

- Espero que tenham gostado da novidade. A partir de agora vocês treinarão comigo.

- Não esperava isso. – Kamui fala. – Mas estou feliz que seja você.

- Então foi por isso que o senhor deixou os Mestres de Elite? – Sarah começa a falar. – Para poder treinar novas equipes?

- Sim, minha última missão como Mestre de Elite foi ir buscar Kamui, depois disso eu deixei a organização na intenção de treinar exatamente esta equipe. – Spaak faz uma pausa. – A propósito, gostaria de que vocês me tratassem como “você” quando estivermos apenas nós quatro. Perante os outros membros da Ordem, me chamem de mestre para manter as aparências.

- Só uma pergunta. – Matheus demonstra curiosidade. – O que seria os Mestres de Elite?

- São os doze Mestres que dão acessória aos GranMestres, uma espécie de conselho de Drugstrein. – Spaak explica.

- Não sabia que você fazia parte desse grupo Spaak.

- Tirando minha carreira de lado, agora irei lhes explicar o sistema de funcionamento de Drugstrein. O sistema consiste em equipes de três magos. Elas podem ser formadas por 3 Mestres, 1 Mestre e 2 Magos ou 3 Magos. O caso de vocês é de 3 aprendizes e 1 Mestre. Embora já sejam chamados de Magos ainda não o são de fato. Será feita uma avaliação a cada três meses. Nessa avaliação eu direi se vocês deixarão de serem aprendizes ou não.

- Nos somos aprendizes ainda, mas já faremos missões, não é? – Kamui pergunta, ansioso por ação.

- Sim, o sistema de missões entre os magos, tanto em Drugstrein como em outras ordens ou guildas é feita por grau de dificuldade. Esses graus são, do mais fácil ao mais difícil, E, D, C, B, A e S. Sendo que S é um grau de missão restrito a missões de importância vital a Drugstrein e são feitas geralmente pelos Mestres de Elite. As demais missões são as contratadas pelos nobres de diversas nações em Algos. Elas são pagas a Drugstrein, que as repassam aos Magos metade do valor da missão. A outra metade é mantida para a manutenção do castelo e melhorias constantes.

- Então que dizer que faremos missões do grau E apenas? – Sarah pergunta.

- Sim e não. As missões são feitas da seguinte maneira. Equipes de 3 Mestres fazem missões A e B. Equipes de 1 Mestre e 2 Magos fazem as B e C. Equipes de 3 Magos fazem as C e D. Aprendizes começam com as missões do grau E que são extremamente fáceis, do tipo achar alguma relíquia escondida ou comprar e escoltar jóias. No máximo enfrentarão alguns bandidos de beira de estrada ou criaturas sem real ameaça. Quando estiverem mais experientes irão pegar as missões de grau D, que consiste, geralmente, em escoltar nobres ou eliminar criaturas perigosas.

- Quando vamos pegar nossa primeira missão? – Kamui pergunta, ainda muito ansioso por ação.

- Só depois da cerimônia de iniciação de vocês, daqui a uma semana. Enquanto isso praticaremos trabalho em equipe. Vamos para os campos de treinamento.

Treinar trabalho em equipe para Kamui, Sarah e Matheus era como se deitar antes de dormir, algo natural, pois os três tinham uma grande amizade e isso repercutia em uma grande entrosação. Sendo assim, eles passaram essa semana conhecendo Spaak melhor, ele inclusive ensinou algumas magias básicas que poderiam ser úteis. Quase todos os dias eles passavam a noite no pub do castelo. Um dia, porém, ao final da tarde, Spaak chamou Kamui de lado dizendo que tinha alguém que ele deveria conhecer.

- Alguém que eu deveria conhecer? – Kamui perguntava enquanto caminhavam pelos corredores de uma das torres mais altas. – Quem é essa pessoa?

- Você já vai descobrir, estamos quase chegando.

Eles entram em uma sala ampla, Kamui repara que tinham cortinas vermelhas nas paredes e uma enorme janela em uma das paredes, de frente a essa janela tinha alguém sentado. Kamui só podia ver os cabelos brancos da pessoa, pois ela estava virada para o lado da janela, sendo assim, de costas para os recém chegados.

- Arthur, chegamos.

- Ótimo, deixe-me dar uma boa olhada no garoto.

O sujeito se levanta, era muito alto e forte, tinha uma horrível cicatriz no lado direito do rosto. A cicatriz passava, inclusive, pelo olho e Kamui ficou imaginando como ele não tinha perdido o olho quando sofrera o ferimento que originou a cicatriz.

- Kamui Atreius, muito prazer, eu sou Arthur Magnum. – Ele estende a mão em cumprimento a Kamui.

- O prazer é meu, o senhor é um Mestre de Elite. – Era uma afirmação, não uma pergunta.

- Bem observado, a insígnia muda levemente de um Mestre para um Mestre de Elite, no entanto, você percebeu. Seu caminho certamente será parecido com o de seu pai.

Kamui torce o nariz ao ser novamente comparado ao pai, aquilo já estava começando a irritá-lo.

- Kamui, Arthur costumava liderar a equipe a qual eu pertencia quando era um Mestre de Elite, mas, o mais interessante, vai ser você descobrir o elemento dele.

- Eu não faço idéia, poderia ser fogo ou terra?

- Na verdade eu tenho um bom domínio nos dois, mas quer ver o que eu sei fazer de melhor? – Arthur estende o braço direito e deixa a mão pairando sobre ele. – Espada da destruição, Giudecca.

Uma lamina negra perfeita se forma no antebraço do Mestre. Kamui observa e da um passo para trás. Ele se lembra de duas semanas atrás, quando tentou fazer esse feitiço na presença de seus amigos e constata que sua reação estava sendo igual à deles. Aquela lamina, a simples presença dela, fazia Kamui sentir uma agonia sem fim. De repente, o feitiço para.

- Foi um desses que causou essa cicatriz, sabe. – Arthur mostra a marca no rosto. – Na ocasião eu me esquivei do ataque e me protegi com aura, mas, apenas a ponta da lamina passando pelo meu rosto, causou um corte que se degenerava gradativamente, levou duas semanas para cicatrizar, eu só não morri na ocasião porque o seu pai utilizou um Dracco Thundera e acabou com a vida do Lorde das Sombras que me ameaçava.

- Você é do tipo magia negra. – Kamui constata. – E mesmo assim é um Mestre de Elite.

- Sim, mas essa confiança eu levei anos para construir dentro da Ordem.

- Eu lhe falei Kamui, mais um pouco de tempo e você poderá mostrar seu elemento a todos sem temer. Não se preocupe com Arthur, ele guardará seu segredo muito bem. – Spaak fala enquanto observa o olhar de preocupação de Kamui. – A partir de agora você passará a ter dois Mestres, eu oficialmente e secretamente Arthur lhe ensinará magia negra nas horas vagas.

- Certo. Obrigado. – Kamui agora estava fascinado com a idéia de aprender feitiços de sua área, finalmente.

- Lhe enviarei uma mensagem sempre que eu tiver um tempo livre, não se preocupe, eu saberei quando você estará em uma missão ou não.

Por mais alguns minutos os três magos permanecem ali discutindo como será o treinamento, Kamui já demonstra curiosidade pelos feitiços negros, ele mal podia esperar para as aulas começarem. Naquela mesma noite ele conta o ocorrido para os amigos que se espantam com a sorte que Kamui tinha, pois Arthur Magnum era um Mestre de incrível talento e um dos possíveis candidatos a substituir Greendolow Maxweel quando este se aposentasse.

 

 

A cerimônia de iniciação estava para começar. Os 27 novos Magos estavam reunidos. Kamui constatou as novas equipes. Fred estava em uma equipe com outros magos que ele nunca teve muita amizade. Os irmãos Wigg tinham como Mestre Luis, que aplicou os testes para Mago. Taís formava grupo com Eliane e um garoto chamado Bruno com o qual Kamui tinha tido algumas aulas e conversava de vez em quando. A outra garota que participou do primeiro teste com Taís não conseguiu passar pelo segundo.

A cerimônia começa. Todos os Magos aprendizes estavam de um lado do salão principal do castelo. Seus Mestres assistiam logo atrás deles. Primeiramente os doze Mestres de Elite entraram. Arthur fingiu não conhecer Kamui, pois esse seria o combinado. Logo os quatro GranMestres entram na sala e cumprimentam os aprendizes, Greendolow faz um breve discurso para os aprendizes. Durante todo o tempo Kamui encarava Radamanthys esperando uma reação, mas ele fingia que o garoto nem existia. No final os aprendizes se dirigiam uma a um e se apresentavam para os GranMestres recebendo, em seguida, suas insígnias de magos da Ordem de Drugstrein.

No final do evento, quando todos estavam se retirando, Kamui tenta uma abordagem direta ao seu tio.

- GranMestre Radamanthys. Posso falar com o senhor?

- Que assunto um aprendiz poderia ter com um GranMestre. – A voz de Radamanthys emanava uma frieza que fez o cabelo na nuca de Kamui se arrepiar.

- Bem, é que. – Kamui para e pensa no que dizer, ele queria se aproximar do tio, o único parente vivo que ainda lhe restava. – Nós somos os últimos descendentes do clã Atreius. Gostaria de conhecer melhor meu próprio tio.

- Eu não tenho nenhum sobrinho, assim como nunca tive nenhum irmão.

Com o som das pesadas palavras, Radamanthys se retira do recinto com sua capa negra esvoaçando no ar. Kamui se vira, os punhos cerrados, e sai andando em passos pesados, deixando os outros aprendizes ali.

Kamui estava agora sentado em cima de uma pedra, pensando no que acabou de acontecer. Pensava em porque daquele ódio todo sendo que ele nunca tinha feito nada contra Radamanthys. Sakuro se aproxima sorrateiramente e se senta ao lado de Kamui. Os dois ficam olhando para o horizonte por um tempo.

- Hei, Sakuro, porque Radamanthys me odeia?

- Porque ele se sente ameaçado. Ele sempre teve inveja de seu pai, sempre um passo atrás. Mesmo agora que ele é o mago mais poderoso de Drugstrein, talvez o mais poderoso de Algos, ele se sente ameaçado por você, e com razão. Você vai superá-lo.

- Como você pode ter tanta certeza?

- Está no seu sangue, você tem que superá-lo, é o único que pode acabar com a arrogância dele. Eu gostaria de fazer isso, mas, acho que já cheguei no meu limite evolucionário, não consigo ficar mais forte que isso.

- Entendo. Também gostaria de fazer isso. Eu vou fazer isso.

- Mudando de assunto, porque você não escolhe qual será seu uniforme?

- É verdade, Magos podem escolher um uniforme, estava cansado deste cinza dos estudantes.

- Você pode escolher um modelo e cor. Matheus escolheu um de camiseta sem mangas e de cor preto e verde. Sarah escolheu um modelo mais comportado e de cor branca.

- Acho que ela vai ficar muito bonita nesse uniforme. – Kamui comentava enquanto Sakuro lhe mostrava os modelos de uniforme. - Acho que vou querer este, na cor preta. – Kamui escolhe um modelo de mangas compridas. – Pena que só os Mestres podem usar os sobretudo, eles são muito legais.

- Se você quiser usar, vai ter que se esforçar e se tornar um Mestre também.

- Certo. – Kamui se levanta e sai andando em direção ao seu quarto. – Obrigado Sakuro, você é muito mais meu tio que Radamanthys.

Agora era Sakuro quem estava pensativo, ele tinha agora uma nova missão, ajudaria Kamui a se tornar o mago mais poderoso que Algos já vira. Ele devia isso ao seu melhor amigo. O homem que sacrificou a vida para poder proteger todos os que ele amava.

 

 

Os dias passaram. A equipe de Spaak estava progredindo bem. Agora os três esperavam pelo Mestre na sala de planejamento que utilizavam antes das missões.

- Que missão será a de hoje? – Matheus perguntava mais para si mesmo do que para os outros. – Já completamos três delas, até que renderam um bom dinheiro.

- Só se for para vocês, mal da para me manter, a Ordem fica com metade porque eu era bolsista. – Sarah diz enquanto verificava o mapa de Algos.

- Para mim dinheiro é o de menos, eu quero é novos desafios, cansei das missões de achar relíquias e ir lá na casa do caramba para comprar alguma coisa para um velho rico excêntrico.

- Fala isso porque você já tem uma herança gigantesca nos cofres de Drugstrein. – Matheus se aproximava de Kamui.

- Nem toquei em um centavo daquele dinheiro. Só usei o suficiente para pagar meu curso.

Naquele momento Spaak entra na sala.

- Garotos, tenho boas noticias, peguei uma missão de grau D para vocês.

- Viva! – Kamui salta de cima do parapeito da janela onde estava sentado. – Do que se trata?

- Missão de extermínio. Venham comigo. – Spaak se aproxima do mapa situado na meso no centro da sala. – Vejam bem, a vila Calcutia, a norte daqui, esta sendo ameaçada por uma onda de goblins raivosos. – Spaak apontava a vila no mapa.

- Mas os orcs deveriam ficar em seu próprio território nas montanhas, não deveriam? – Sarah questiona.

- Deveriam. – Spaak começa a explicar. – Os trolls e ogros obedecem aos limites. Gnolls e goblins, no entanto, por serem mais inteligentes, acham que podem invadir o território dos humanos.

- Só tem goblins invadindo? Eles não serão tão problemáticos, força física pouco maior que dos humanos e não podem usar magia. Se fossem gnolls a coisa poderia se complicar. – Kamui se expressa enquanto mantinha os olhos fixos no mapa.

- De qualquer maneira não devemos subestimá-los, segundo os relatos eles estão em grande número. Exigiram que os habitantes da vila a abandonassem para eles dentro de cinco dias. Recebemos um falkes¹ hoje pedindo o envio de uma equipe nossa para resolver o problema.

- Quinhentos quilômetros em cinco dias. – Matheus fala. – Correndo não da tempo.

- Daria tempo sim, com auxilio de aura poderíamos percorrer até mais de cem quilômetros por dia. Mas vocês não serão sujeitados a isso.

- E iremos como? – Sarah questiona. – Magos não podem usar skyjet.

- Skyjets seriam melhores, mas são restritos à nós, Mestres. Quando Magos tem uma missão distante usamos balões para isso.

- Então o que estamos esperando? Vamos chutar o traseiro de alguns goblins. – Kamui estava agitado.

A viagem que deveria ser longa foi feita em apenas um dia e meio, logo eles estavam em Calcutia, falando com o ancião da aldeia.

- Ainda bem que vocês chegaram a tempo. Os goblins estão ficando enfurecidos, acho que não vão respeitar o limite de cinco dias.

O ancião era um velho corcunda e de cabelos muito brancos. Kamui percebeu que ele estava muito preocupado com a situação, não queria abandonar a vila e não podia deixar os habitantes serem atacados.

- Não se preocupe com isso, a Ordem vai dar um jeito nisso. – Kamui tenta confortá-lo.

- Muito obrigado. – O velho agradecia.

- Vamos ver esses goblins de perto. – Spaak dizia enquanto saia da casa do ancião.

Caminharam até os limites da aldeia e puderam ver, a poucos metros de distancia da saída, acampados a beira da estrada estavam os goblins, dezenas deles.

- São muitos, não são?

- Um número razoável. Faremos como de costume, vocês farão a missão. Eu apenas observarei e orientarei.

- Vamos mostrar para esses goblins qual das doze raças comanda Algos. – Matheus dizia, enquanto conjurava três Clay Guardian.

- Dêem a chance de eles se renderem. – Spaak dizia. – Não há necessidade de um massacre se eles fizerem isso.

Kamui se aproxima do acampamento e uma dezena de goblins aparece para barrá-lo.

- O que o humano quer?

Um dos goblins falava com uma vozinha esganiçava. Eles eram baixos, no máximo um metro e meio de altura. Tinham a pele verde e enrugada. Orelhas muito grandes e pontudas, com tufos de pelos saindo de dentro delas. Os poucos que tinham cabelo, bem poucos na verdade, tinham cabelos muito brancos, assim como os pelos saindo do canal auricular.

- Viemos pedir gentilmente que vocês se retirassem dessa região que não lhes pertence.

- Humano quer tirar de goblin o lar na terra e deixar ele na montanha. Goblin não aceita isso. Goblin não baixa a cabeça para humanos.

O goblin falava alto e brandia a lança ameaçadoramente para Kamui. Os outros observavam e ficavam com os dentes serrados e a lança em riste para um ataque.

- Dizem que os goblins são mais inteligentes que os trolls, mas não penso assim, eles pelo menos ficam em seus territórios. A raça dos orcs foi banida da região dos humanos a centenas de anos por terem iniciado uma guerra que não puderam vencer. Goblins, como uma espécie de orc, deveria ficar em seu território.

Kamui fala calma e pausadamente, para que o goblin entendesse. O goblin entendeu, porém se sentiu ofendido e atacou. Tentou fincar a lança no queixo de Kamui, que a segurou com a mão envolta em aura.

- É a ultima chance de vocês, mais uma dessa e receberão uma represália.

- Goblin não baixa a cabeça para humano!

Os demais goblins avançam.

- Barrier!

As lanças se chocam com a barreira recém criada de Kamui e se partem com o choque, vários goblin acabam sendo jogados ao chão enquanto outros se equilibravam. Logo o local estava cheio de goblins. Sarah e Matheus também se aproximaram. A batalha começa, vários goblins voam para cima dos Magos, lanças se espedaçam ao encontrar as barreiras conjuradas para se defender. Diversos feitiços de fogo e água são lançadas por Kamui e Sarah respectivamente, enquanto Matheus manejava os golens para atacar os goblins no corpo a corpo.

Minutos de luta se passam e os goblins começam a cair, parecia que a batalha estava ganha, quando aparecem seis gnolls.

- O que gnolls fazem aqui? Será que se aliaram aos goblins? – Kamui se pergunta.

- Goblin ser inútil, gnolls tem que fazer tudo.

Os seis gnolls se unem em um feitiço e conjuram uma espécie de serpente de fogo, ela lembra muito o Dracco Fira, mas era maior e com um poder de fogo muito maior também.

- Proteggio! – Kamui salta a frente dos outros para protegê-los, mas, mesmo assim, ele quase não agüenta com o ataque dos inimigos. – Dispersar, vamos tentar confundi-los.

Kamui gritava para os outros enquanto saltava de lado. A luta recomeça. Agora os gnolls mandavam feitiços contra eles e os goblins também não os deixavam em paz. Toda vez que lançavam um feitiço os gnolls conjuravam uma Barrier em conjunto e se protegiam.

- Eles têm uma boa união, pelo menos. – Sarah gritava enquanto usava um Torrent para varrer um bando de goblins que vinham em sua direção. – Não vai ser fácil derrubá-los.

- Spaak. – Kamui gritava para o Mestre enquanto se defendia de um feitiço de fogo lançado contra ele. – Estamos só nós aqui, será que eu posso...

Kamui nem completa a frase e Spaak entende, ele acena a cabeça positivamente e Kamui lança um sorriso. Ele para de correr e sua mão se envolve em uma chama negra. Um novo feitiço de fogo é lançado e ele o para com a mão esquerda, simplesmente o pegando no ar e o desfazendo com a sua aura. Ele levanta o braço direito e proclama claramente: “Dark Fira”. Uma chama negra em forma de uma serpente gigantesca avança contra os gnolls sem muita velocidade. Eles lançam um feitiço de barreira para pará-la. Chamas negras se expandem para todos os lados e acaba atingindo um dos gnolls do canto, ele começa a se incinerar com a chama negra. Kamui força a barreira e ela se rompe. A serpente de chamas negras varre todos os gnolls e eles saem correndo em chamas antes de caírem no chão. Os goblins se aterrorizam, pegam os seus feridos e saem em disparada, fugindo para as montanhas.

- Acabou, vocês concluíram a primeira missão de grau D. Parabéns.

- Até que foi fácil. Espantar um bando de goblins. Acho que eles não pisam mais aqui. – Matheus desfazia os golens enquanto falava.

- Vamos voltar para Drugstrein, agora vocês terão muito mais missões de grau D, mas ainda assim terão de continuar com algumas de grau E.

- Serio? Por que? – Kamui detestava as missões do tipo E.

- Porque os únicos que fazem elas são os aprendizes. – Spaak explica. – Mas não se preocupem, logo vocês não serão mais meus aprendizes.

- Isso vai ser uma pena, gosto de aprender com você. – Sarah diz.

- Sua puxa saco. – Sarah mostra a língua para Matheus em sinal de desagrado com o comentário.

- Vamos indo que já tem uma missão esperando por vocês, pedi para guardarem ela. Uma gangue de ladrões a extremo oeste, próximo a região da Ordem de Zenith, esta causando problemas.

- Porque a Ordem de Zenith não cuida disso? – Kamui pergunta.

- A reputação deles esta meio em baixa. Ela costumava ser quase tão popular quanto a Ordem de Drugstrein, mas não é mais. – Spaak explica.

- Se é assim, vamos nessa. – Matheus começa a se empolgar com a idéia de fazer missões mais difíceis.

De fato as missões começariam a se tornar mais difíceis e os jovens magos acabariam ganhando cada vez mais experiência. Logo chegaria o tempo de deixarem de ser aprendizes e se tornarem Magos de verdade.

 

 

 

 

N.A. - 1 - espécie de pássaro veloz e treinado para correio entre os magos.


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