A Ordem de Drugstrein (Versão antiga) escrita por Kamui Black


Capítulo 35
Capítulo 35 - A Convocação


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos especiais para a Beta Reader Yukihime-chan, que revisou este capítulo.



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Arco VII - Povos Bárbaros

 

 

Capítulo 35 – A convocação

 

Nós... Temos... Que conversar? – Taís perguntou bem devagar, não se sentia nada bem em ver a expressão que Kamui trazia em seu rosto.

Sim – respondeu para a namorada em um tom de voz seco. – Você recebeu uma mensagem minha através de um mensageiro, não recebeu?

Recebi ontem, mas...

Mas você foi até o Victor do mesmo jeito, não é? – Ele deu ênfase ao nome do rapaz.

Ah! Então é isso. Não precisa ficar com ciúmes do Victor, ele...

Não estou com ciúmes – novamente interrompeu a garota.

Não está? – Ela perguntou sem entender praticamente nada.

Não. Eu sei que se você quisesse namorar com ele, vocês já estariam juntos há muito tempo. Não é esse o problema.

Então qual é, Kamui? Não estou entendendo.

Kamui respirou fundo para manter a calma. Era difícil, mas ele conseguiu isso até aquele momento.

Você já cumpriu uma missão de busca e apreensão antes e sabe como é chato isso. Depois de uma semana de toda essa chatice eu volto pra casa esperando rever minha namorada e descubro que ela está na Guilda do Victor só pra me fazer ciúmes.

O que? Você acha que eu fui lá só por isso?

Não, você realmente valoriza a amizade dele. Não sei o motivo, mas valoriza. A questão é que você não suporta a ideia de sentir ciúmes quando eu estou com a Sarah e eu não sentir o mesmo quando você está com ele.

Taís começou a ficar nervosa. Soltou o ar entre os dentes para demonstrar isso. O pior de tudo é que Kamui estava coberto de razão. Porém, ela não admitiria isso de maneira alguma.

Você está sendo infantil, Kamui.

Ah não! Agora você só pode estar brincando – o rapaz sentiu todo seu esforço para manter a calma ser em vão, pois ela estava indo embora naquele exato momento. – Então sou eu que estou sendo infantil aqui? É isso mesmo que você pensa?

Não! É que...

É que? – Pressionou.

Tá certo, talvez você tenha um pouco de razão.

Um pouco?

Tudo bem. Você está coberto de razão – como não lhe restou outra saída, admitiu por fim.

Assim está bem melhor.

Mas você também não precisa ficar tanto...

A garota parou de falar quando Kamui espalmou a mão direita em um sinal de pare.

Não começa com isso de novo, ta. Já conversamos sobre isso.

Taís encarou o namorado e depois desviou seu olhar para o chão, pensativa.

Suspirou.

Desculpa – falou baixinho. – É que... é que eu te amo Kamui, e tenho medo de que você não sinta o mesmo por mim.

Aquelas três palavras foram um baque para o jovem mago.

Eu te amo.

Esse era o sentimento dela para com ele, mas e o que ele sentia em troca desse amor?

Taís – falou devagar e baixo. – Eu não sei se estou fazendo a coisa certa com você.

Como assim?

É difícil falar, mas é melhor agora do que mais tarde.

O coração da garota deu um salto dentro do peito. Aquelas palavras. Ela esperava pelo pior.

Quer dizer – continuou. – Eu... Eu tentei, Taís, juro que tentei, mas não consigo sentir por você o mesmo que você sente por mim.

Mas... Kamui...

Dessa vez foi ele quem desviou o olhar.

É ela, não é? Você... Você não conseguiu esquecê-la.

Ela constatou por fim, os olhos já marejados. Tentava não chorar, mas as lágrimas teimavam em correr-lhe pela face.

Taís – Kamui segurou-a pelos ombros e a encarou direto nos olhos. – Você é uma pessoa maravilhosa. Bonita, simpática, inteligente. Não merece ser magoada deste jeito. Quero que entenda que seria muito mais fácil e muito melhor para mim se eu também te amasse, mas...

Kamui, seu idiota! – Gritou empurrando-o contra uma árvore. – Eu te odeio!

Saiu correndo em meio ao jardim e em direção ao castelo. Não queria que ele a visse chorando.

Taís, me desculpe – lamentou-se baixinho e, a seguir, sentou-se recostado na árvore.

 

 

Você o quê? – Matheus perguntou exaltado.

Já era outro dia, à noite, e Kamui conversava com Matheus no pub do castelo. Ambos se serviam de uma bela garrafa de hidromel e já estavam ligeiramente alterados.

É isso mesmo que você ouviu. Eu terminei com a Taís ontem.

Mas por quê? Vocês pareciam tão bem.

Ela disse que me amava.

Matheus encarou o amigo com um olhar intrigado.

Essa é a primeira vez na vida que eu ouvi alguém dizer que um relacionamento chegou ao fim porque um deles disse que amava o outro.

Kamui não pode evitar e acabou rindo. Matheus o acompanhou.

Eu não queria iludir ela ainda mais. Eu nunca ia conseguir amar ela como...

Como você ama a Sarah?

É – concordou relutante.

Eu não entendo vocês dois. Você a ama, ela ama você. Qual é a incógnita dessa equação?

Sarah Harppon.

Talvez graças ao efeito do álcool, Matheus acabou rindo de novo.

Voltando a falar de Taís, ela ficou muito chateada?

Acho que não. Só disse que me odiava e saiu correndo e chorando.

É, ela ficou muito chateada.

Mas ela vai superar isso – respondeu depois de tomar mais um grande gole de bebida. – E você, como anda com as garotas? – Perguntou rápido para mudar de assunto.

Estou saindo com a Majori.

Quem?

Acho que você não conhece, ela não estudou conosco, é mais velha, já tem dezessete.

Kamui arregalou os olhos.

Papa anjo.

Ow, eu já tenho quinze tá, não sou igual a você que só faz aniversário no fim do ano.

Que seja, mas o que aconteceu com a Elisangela?

Elizabeth – corrigiu. – Terminamos há alguns dias. Só estávamos saindo, mas ela insistiu que queria namorar, então.

Tá seguindo os caminhos do Spaak – Kamui comentou.

Quem dera. Ele estava saindo com a Ana da sala de missões.

Ficou sabendo disso só agora?

É, por quê? Faz tempo?

Ele tem saído com ela desde o início do ano, mas ela também queria namorar, então ele deu um basta.

Só de falar nele, olha quem ta entrando aí.

Kamui se virou e viu o mestre entrar pela porta. Acenou para que ele viesse sentar-se junto a eles.

E aí, garotos, novidade?

Sim, o Kamui terminou com a Taís.

O jovem mago encarou o outro com uma cara de poucos amigos, não queria que ele saísse espalhando por ai.

Sério? Talvez tenha sido melhor assim, porque o que vem por ai não será fácil.

Como assim?

Não é confirmado ainda, se for, vou falar com você e a Sarah daqui a dois dias.

Mais uma missão demorada?

Spaak acenou a cabeça afirmativamente.

E esta vai demorar mesmo – completou. – Lamento rapazes, não poderei mais manter a minha companhia.

Kamui e Matheus logo compreenderam ao ver o mestre seguir uma maga com os cabelos loiros até o meio das costas.

Viu o que eu falei? Tenho que aprender com o Spaak.

Kamui deu um sutil tapa na cabeça do amigo e voltou a beber.

 

 

Os dois dias que se passaram incluíram uma boa dose de curiosidade e ansiedade por parte de Kamui e Sarah. O mago tinha contado para a amiga sobre o que Spaak havia lhe dito naquela noite no pub. Porém, os dois não conseguiram extrair dele a informação, então, só puderam aguardar.

Enquanto esperavam na sala de reunião a vinda do Mestre, os dois brincavam de adivinhar o que poderia ser a missão.

Poderia ser uma caçada a algum grupo de ladinos – a garota supõe.

Não. Acho que não. Se fosse não seria algo que levaria de dois a três meses; seria de tempo indeterminado.

É verdade. Vai, sua vez.

Hum...

Fala.

Calma aí, to pensando – fez uma pose cômica olhando para o teto e fingindo passar a mão direita por uma barba inexistente. Isso fez com que Sarah risse.

Talvez seja cadastrar todos os centauros de Algos.

Seu bobo – deu um tapa leve no ombro de Kamui. – Não foi você mesmo que disse que devíamos pensar só nas hipóteses possíveis?

Sim, mas elas acabaram.

Então acho que só nos resta esperar o Spaak.

Certo. Vamos fazer alguma outra coisa pra passar o tempo então.

Tipo?

Tipo... Tenta apagar o fogo!

Kamui estralou o dedo e uma pequena fagulha apareceu, se tornando uma pequenina bola de fogo.

Fácil.

A maga conjurou um pequeno jato d’água contra ela. Porém, não a atingiu porque Kamui a movimentou para o lado bem a tempo.

Hei!

O rapaz arqueou a sobrancelha.

Fácil?

Espertinho.

Então, Sarah movimentou os braços para lançar um Torrent contra a bolinha de fogo. Porém, antes que ela conseguisse pronunciar o feitiço, Kamui tapou-lhe a boca com a mão direita. Sarah tentou tirar a mão dele com a sua própria, mas sua força não foi suficiente.

Ela então se concentrou para lançar o feitiço sem ter de pronunciá-lo – ela estava ficando boa nisso. Novamente foi impedida pelo mago que segurou seu braço direito com a mão esquerda e, em seguida, a girou prendendo-lhe também a braço esquerdo.

Kamui meio que a abraçou pelas costas e manteve os dois braços da garota cruzados sobre o próprio corpo.

Ela ainda está ali.

Como você consegue? – Respondeu, referindo-se a concentração necessária para manter a pequena esfera de fogo acesa e no ar.

Prática.

Na verdade fora algo que ele tinha aprendido com a Taís, sua ex-namorada, mas preferiu deixar esse detalhe de lado.

Agora você vai ver.

Ela começou a se mexer, tentando se libertar. Sua perna acabou esbarrando contra a de Kamui e este, na tentativa de se equilibrar, acabou dando um passo para trás. Porém, ali havia um pequeno sofá. Ele acabou se desequilibrando e caindo sobre o sofá que, sob o peso dos dois, acabou tombando.

O casal acabou caindo no chão, Kamui embaixo e Sarah por cima deste. A pequena esfera de fogo se apagou no ato. A garota se virou com o apoio dos dois braços, um de cada lado da cabeça de Kamui. Os dois rostos ficaram muito próximos um do outro e cada qual pôde encarar o outro no olho diretamente. Permaneceram assim durante alguns segundos, desacordados para o mundo ao seu redor, cada um só conseguindo prestar atenção na pessoa que estava logo a sua frente.

Espero não estar interrompendo nada – Spaak disse ao perceber que o pigarro usado para chamar a atenção de nada adiantou.

Ah, Spaak, nós... Nós... – Sarah levantou-se completamente vermelha.

Nos estávamos... Praticando magia e acabamos escorregando e caindo – completou Kamui, que estava tão vermelho quanto Sarah e levantava o sofá para disfarçar.

Ah. Certo. Praticando magia. Entendo – pausava em cada palavra intencionalmente.

Spaak, você vai nos contar agora que missão é essa? – Sarah mudou rapidamente de assunto.

Sim. Eu tentei evitar isso, mas não teve jeito, todos os Mestres de Elite insistiram nisso e...

Espera aí – Kamui interrompeu. – Você que dizer que estava tentando evitar uma missão?

O problema é que essa não é uma missão qualquer.

Como assim? – Sarah pergunta.

Nossa equipe foi convocada para a guerra.

Kamui e Sarah se entreolharam e, a seguir, voltaram a encarar Spaak.

Guerra? – A garota pergunta.

Sim. Vocês devem saber que há alguns poucos meses a guerra estourou pra valer no norte. Novamente os Povos Bárbaros se revoltaram ao ponto de tentarem invadir nosso território em diversos pontos.

Mas nós já lutamos contra os orcs durante quase dois meses. Por que você queria evitar que voltássemos ao campo de batalha? – Kamui perguntou.

Naquela vez, vocês lutaram apenas contra goblins, gnolls e alguns ogros. Além disso, não era uma guerra propriamente dita; apenas revoltas isoladas. Vocês são muito jovens para ver o horror de uma guerra de verdade.

Já passamos por muita coisa antes Spaak, você sabe disso, vamos passar por esta também – Kamui retrucou.

Sim, passaremos juntos. Vou explicar-lhes agora como faremos. Temos dois dias para nos prepararmos. Isto é, nos despedirmos dos que nos são caros, pois ficaremos três meses nos campos de batalha, a não ser que a guerra se encerre antes.

Três meses? – Sarah se espantou.

Sim – Spaak respondeu antes de prosseguir. – Depois disso, seguiremos até a região de Tubbler acompanhados de mais cinco equipes lideradas por Mestres. Iremos de carruagem numa viagem que levará pelo menos dois dias.

Tubbler é próximo a fronteira com os anões, não é? – Sarah perguntou.

Exatamente. Lutaremos junto aos anões e alguns magos de Kaz Barrak e Kaz Elenak. Além de nós, outras equipes serão enviadas para o norte onde receberão reforços da Ordem de Shettaragyn e de Zenith. No noroeste os elfos têm lutado lado a lado com magos da Ordem de Zenith e Darthone.

Parece que a maior parte está concentrada na região nordeste aonde iremos – Kamui constatou. – A guerra está mais crítica nesse ponto?

Está muito pior, parece que os orcs tem tido uma espécie de organização anormal nessa região. Além disso, eles e os tauren têm conseguido uma interação muito grande.

Dois dias? Kamui, vamos reunir o pessoal todo para uma espécie de festa de despedida e boa sorte?

Boa ideia Sarah.

Estive pensando... A Taís não vai ficar muito feliz com essa notícia, nem você deve estar também.

Na verdade, nós terminamos o nosso namoro há três dias.

Embora Sarah sentisse que devia ser solidária com os dois, da mesma maneira que foi com Matheus e Eliane, também se sentia, de certo modo, feliz pela notícia. Era fato que ela nunca gostou de ver Kamui junto de Taís.

Como assim, terminaram?

Só terminamos.

Spaak, vendo que aquilo poderia se tornar uma conversa um tanto quanto particular, decidiu sair de fininho enquanto os dois conversavam.

Mas por quê? Quem terminou?

Eu terminei porque achei que não era certo ficar iludindo ela daquele jeito. Eu não a amava do jeito que deveria para dar certo.

Entendo. Mas você falou com ela com jeito, não? Não magoou ela, magoou?

Acho que não. Ela apenas gritou que me odiava e saiu correndo e chorando.

Kamui!

Eu tentei ser o mais gentil possível, mas nenhum rompimento acontece sem que alguém saia um pouco magoado. Além do mais, vocês duas nem se dão bem.

Eu sei que não. Mas mesmo assim eu não sou insensível para saber que alguém está sofrendo e não sentir nada.

Kamui a encarou com uma expressão de dúvida.

Insensível! – Ela gritou antes de sair da sala.

Bem que o Matheus diz: Garotas, vai entender – Kamui falou para si mesmo.

 

 

Na última noite antes da partida dos magos para a guerra contra os Bárbaros, o pub de Drugstrein bateu recorde de público. Não apenas a equipe de Spaak resolveu fazer uma despedida, como quase todas as equipes.

Para animar a noite, o pessoal do pub contratou uma banda, que era formada por magos da própria Ordem.

Sempre quis aprender a tocar um instrumento – Kamui comentou com Sarah enquanto observava os músicos tocando piano, harpa, percussão, violino e violão.

Então por que nunca foi atrás? – A garota comentou antes de tomar um gole de vinho.

Não tenho talento para isso. O que tenho de habilidade com magia me falta com música.

Eis uma coisa que você não sabe fazer direito. Estava começando a achar que você sabia fazer de tudo.

Ele riu do comentário da garota.

É que eu sou bom em mostrar aquilo em que sou bom e melhor ainda em esconder no que sou ruim.

Desta vez foi Sarah quem deu risada.

Kamui – ela o chamou assim que voltou a ficar séria. – Vai falar com ela.

Mas será que ela vai querer me ouvir?

Acho que sim. Taís pode ser meio chata às vezes, mas ela é sensata. Deve ter entendido que você fez o que você achou ser melhor pra você e pra ela também.

Certo, vou aceitar seu conselho.

Kamui esvaziou seu copo e, então, seguiu até a mesa onde Taís estava sentada junto a Eliane, cujo pai também sairia para a guerra com sua própria equipe.

Oi Eliane, senhor e senhora Tomagil – cumprimentou ao se aproximar. – Taís, será que nós podemos conversar um minuto a sós?

A garota fez uma careta, mas acabou concordando. O casal saiu pela porta que dava para o jardim e lá conversariam.

Vocês dois já estão juntos?

Do que você está falando?

De você e a Sarah. Não foi por isso que você terminou comigo.

Não, Taís, e você sabe que não foi por isso – respondeu sério. – Você ainda está muito chateada comigo?

Não estou exatamente chateada, mas eu realmente gosto muito de você, Kamui. Queria... Queria que desse certo.

Mas não deu, e eu acho que nós terminamos antes que um de nós saísse realmente ferido.

Que eu saísse, você quer dizer, né? – Ela perguntou enquanto enrolava uma mecha do cabelo azul no dedo indicador direito.

Kamui concordou com a cabeça e voltou a falar.

Taís, eu quero que você saiba que, embora eu não te ame como você gostaria que eu amasse, ainda sinto por você uma grande amizade. Realmente quero que você seja feliz, e vou sentir sua falta enquanto estiver longe.

Ela sabia que ele dizia a verdade e sabia que também sentiria sua falta enquanto ele estivesse longe.

Toma cuidado lá e vê se volta inteiro pra gente, tá? E... E cuida direito daquela chata da Sarah porque você sabe que ela é a mais vulnerável entre vocês três.

Kamui sorriu ao saber que, assim como Sarah se preocupava com Taís, esta se preocupava com a mesma.

Vocês duas são meio parecidas se olharmos de um certo ângulo, sabia?

Credo, sai pra lá – a garota disse, já com um humor um pouco melhor. – Kamui... Posso te pedir uma coisa?

O quê?

Que me beije.

Taís... Sabe que...

Prometo que será pela última vez – ela não deixou que ele terminasse. – Provavelmente a próxima vez que eu te ver vocês dois estarão namorando, então...

Não sei se é uma boa ideia. Não quero realimentar esperanças.

Não vai realimentar nada. Seria mais como... Como um beijo de despedida.

Sei não.

Vamos lá Kamui. Vai me dizer que não gosta dos meus beijos.

Lógico que gosto, mas...

Então, vai logo.

Tem certeza?

Nunca tive tanta certeza de algo na minha vida.

Kamui não pôde negar esse último pedido da ex-namorada. Sendo assim, ele estava determinado a lhe dar o melhor beijo de todos os que já lhe dera.

Pegou-a pela mão e se aproximou. A seguir, passou o braço esquerdo por sua cintura enquanto ela envolvia-lhe o pescoço com seus próprios braços. Ele aproximou seus lábios aos dela e tocou-a delicadamente nas costas com a mão direita.

Finalmente os lábios se tocaram e ambos fecharam seus olhos. Kamui a beijava lentamente, deixando que suas línguas dançassem dentro das bocas, cada um sentindo o sabor do outro. Foi um beijo longo que foi ficando cada vez mais intenso.

Obrigada – ela disse assim que se separaram. – Seja muito feliz com ela, Kamui.

Ela se virou para voltar para dentro da festa, porém ele a segurou pela mão.

Você também Taís, espero que encontre a pessoa certa e seja muito feliz.

Ele a puxou para si e a abraçou com força e ternura. Taís deixou que as lágrimas lhe lavassem o rosto, porém ela não estava mais triste, apenas emocionada. Após esse momento, ambos voltaram para dentro do pub, onde Kamui se despediria de seus amigos.

 

 

Uma viagem monótona se seguiu nos dois dias posteriores a festa. Kamui constatou que havia alguns magos e mestres conhecidos partindo para a guerra. Dentre eles estava a equipe liderada por Carlos Wigg, que ia acompanhado de seus irmãos.

Kamui agradeceu pelo fato de cada carruagem apenas comportar duas equipes e a de Carlos ter ido em uma diferente da dele.

Ficou, também, feliz por ter pessoa conhecidas em sua carruagem. A mestra Aghata Willian liderava a equipe onde estava outro rosto conhecido: Anita Strike, que havia trocado de equipe assim que acabou o exame para mestre há quase dois meses. O terceiro membro da equipe era uma maga de cabelo encaracolado e preto de nome Natália.

A monótona viagem foi interrompida ao som de uma explosão e logo constataram que já estavam em um campo de batalha, antes mesmo que o esperado. Taurens guerreiros e shamans atacavam as três carruagens. A que estava na dianteira jazia em chamas sem sinal algum dos magos que a compunham. As demais pararam e, antes mesmo de terem tempo para pensar, todos já estavam envolvidos em uma batalha por suas vidas.

 

 

 

 

 

 

N.A. - Aos que gostavam do casal KamuiXTaís peço que não me joguem pedras *escapa de um tijolo* hey!!!

Isto já estava previsto desde o início da fic e provavelmente já estava meio obvio que ia acabar acontecendo.

Agora, mudando de assunto, acabou-se as preliminares e o Arco começou pra valer. Nos próximos capítulos, a pancadaria vai comer solta, espero que gostem dela.

E não se esqueçam de participar do The Middle Earth ^^

 

http://fanfiction.nyah.com.br/middle_earth

Grupo dedicado a fantasia medieval, venham conferir.

 

 


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