Acordei no meio da noite com uma corrente de ar, abri os olhos e vi que minha janela estava aberta.

"Eu podia jurar que tinha fechado essa janela antes de ir dormir." - Pensei.

Levantei-me e quando cheguei à varanda, tive a sensação de que alguém estava me olhando. Só poderia ser o Jake, óbvio, quem mais ficaria me observando no meio da noite?

– Jake? - Falei, mas nenhuma resposta veio. - Jake, é você? - Tentei outra vez, mas novamente nenhuma resposta veio.

Conclui que ou estava louca, completamente psicótica por achar que estava sendo observada, ou realmente Jake estava lá fora, mas por alguma razão não respondeu quando eu chamei... Talvez o Sam tenha pedido para eles ficarem em silêncio ou algo do tipo.

Entrei no quarto e tranquei a janela. Voltei para a cama e tentei dormir.

Já havia amanhecido quando acordei novamente. Olhei para o relógio e eram 6h da manhã. Desci para a cozinha e vi um bilhete da minha mãe.

"Já fui para o escritório, só volto amanhã. Se cuida, beijos."

Ouvi a campainha tocar, abri a porta e me deparei com Jake parado em minha frente.

– Não quis usar minha janela hoje?

– Na verdade estou tão cansado que não ia conseguir subir a janela. - Jake entrou e se jogou no sofá, ele estava realmente com uma cara de cansaço horrível.

– O que aconteceu? - Falei preocupada.

– Passei a noite em claro com o Seth. Os vampiros voltaram. - Ele disse em um suspiro.

– Voltaram? - Falei surpresa.

– É... Corremos feito idiotas atrás deles. - Jake falou com raiva.

Mas... Se Jake estava correndo atrás dos vampiros, então não era ele que estava me olhando na noite passada, não poderia ser.

– O que foi? - Ele disse me olhando confuso.

– Você veio aqui ontem à noite? - Perguntei receosa.

– Bem que eu queria, mas não tive tempo... Por quê?

– É que... Isso dever ser paranoia minha, mas, eu senti como se tivesse alguém me observando, achei que fosse você. Mas esquece, deve ter sido só impressão minha mesmo.

– Não Sofia! - Jake se levantou do sofá em um pulo. - E se fosse um desses vampiros? Eu vou falar com o Sam. - Ele começou a caminhar em direção à porta.

– Não vai não. - Fiquei em sua frente. - Você mesmo disse que passou a noite acordado Jake, você vai subir e descansar.

– Eu tenho que avisar o Sam.

– Atualmente existe uma invenção tecnológica incrível chamada celular. Você liga pro Sam e fala o que tiver que falar, não precisa sair de casa.

– Sofia você não está entendendo, eu tenho que te proteger. - Ele disse entre os dentes.

– E eu não vejo forma de estar mais protegida que não seja com você aqui comigo. - Jake deu um longo suspiro e ficou pensativo por alguns instantes.

– Você é tão teimosa.

– Eu sei, é uma das coisas que você ama em mim. - Sorri. - Agora vem, vamos subir, nada de colégio para nós dois hoje.

– Você vai ao colégio, é claro que você vai.

– É claro que não! Minha mãe só volta amanhã, ela nem precisa saber que não fui ao colégio.

– Não era pra eu estar te fazendo perder aula.

– Quanto drama Jacob Black, só um dia não vai fazer de mim menos inteligente. Hoje eu nem tinha ensaio mesmo. Vai subindo, ai você liga para o Sam e enquanto isso eu faço alguma coisa pra gente comer.

– Sim senhora. – Ele me deu um selinho e foi subindo pelas escadas.

O café-da-manhã do Jake levava quase toda a minha geladeira, eu mal consegui subir os degraus de tão pesada que a bandeja estava.

– E então, o que o Sam disse? – Perguntei enquanto tentava entrar no quarto sem derrubar nada.

– Ele vai mandar alguns garotos da matilha ficarem ao redor daqui, ele acha que o vampiro vai voltar. – Jake se levantou e veio me ajudar.

Passei o resto do dia com o Jake. A tarde, Alice veio me visitar e Jake contou sobre as suspeitas de que um vampiro estava rodeando minha casa. Alice se sentiu frustrada por não ter conseguido ver isso, e disse que avisaria aos Cullen para ficar de alerta. Achei que eram cuidados muito exagerados, não precisava disso tudo. Eu nem sabia se realmente tinha alguém me observando, eu só suspeite, mas claro que Jake não ia deixar isso passar despercebido, ele nunca deixara. Ele sempre estava um passo na minha frente, nada poderia me machucar com ele ao meu redor, ele não permitiria isso, jamais.

Acho que isso era o verdadeiro significado de toda essa história de imprinting, Jake ficava em completo pânico só de pensar que eu podia me machucar. Até nos meus tropeços de rotina ele sempre me dava uma bronca dizendo que eu tenho que prestar mais atenção porque qualquer dia desses eu vou acabar me matando com minha descoordenação.

Jake resolveu passar a noite aqui, duvido que ele conseguisse dormir, sinceramente, se eu soubesse que uma simples suspeita iria causar isso tudo, eu teria ficado calada.

Eu até que tentei ficar acordada, mas meu sono falou mais alto, sem contar que teria que descansar porque no outro dia tinha ensaio, e se eu chegasse atrasada ou com cara de sono, a Sra. Carter já estaria pronta para me dar uma lição de moral.

Acordei algumas vezes ao longo da noite, Jake não havia dormido nada, de vez enquando ele saltava da minha janela e corria pelo perímetro, algo desnecessário, mas quem era eu para reclamar de alguma coisa?!

A única coisa que podia fazer era esperar que ele voltasse para conseguir dormir outra vez, já que era automático, era só Jake sair e eu acordava e só conseguia voltar a dormir com ele do meu lado.

Essa sem dúvidas, foi a noite mais conturbada que já passei em toda minha vida.