Dois meses se passaram. Saber a verdade, toda a verdade, sobre Jake me deixou mais tranquila. Eu sabia que ele jamais me deixaria. A insegurança que eu sentia foi embora, o que me deu a oportunidade de conhecer melhor a Bella, até que ela era legal.

Acordei sentindo Jake se levantar da cama, olhei pela janela e ainda estava escuro.

- O que foi? - Perguntei ainda sonolenta.

- Não estou aguentando esse fedor! - Ele falou entre os dentes fazendo uma careta.

- Nossa Jake, se não gostou do meu perfume podia dizer isso de uma forma mais educada pelo menos. - Sentei-me na cama o olhando.

- Não é você, é óbvio que não é você.

- Então quem é?

- Eu temo que seja... - Jake foi interrompido por um uivo. - Que droga! - Ele foi caminhando para a janela.

- Jake, dá pra me explicar o que é que está acontecendo? - Fui andando atrás dele.

- Vampiro. - Ele disse sem olhar para mim. - Volta pra dentro e fecha essa janela.

- Tá mas, espera, Jake... - Ele saltou da minha janela se transformando no enorme lobo de pelo avermelhado e foi correndo para a floresta. Voltei para dentro e tranquei a janela como Jake pediu, não por medo, mas sim, pela bronca que ele me daria se eu não fizesse o que ele pediu.

Tentei dormir novamente, mas não consegui. Claro que eu não conseguiria. Jake estava lá tentando matar um vampiro e eu bem trancada em casa. Olhei para o relógio, era1h da manhã.

Rolei na cama várias vezes, e nada do sono vir. Dei-me por vencida. Levantei-me, vesti a blusa de Jake, coloquei um short jeans e decidi fazer faxina no meu quarto. Eu fazia faxina quando estava nervosa, não me deixava mais calma, apenas, ocupada. Prendi o cabelo em um rabo-de-cavalo e comecei a jogar fora umas coisas velhas que tinham em cima do meu criado mudo. Depois foi a vez do meu armário, já estava passando da hora de tirar o que eu não usava mais.

- Que blusa feia é essa?! Como eu tive coragem de usar isso? - Falei para mim mesma. - E essa calça! Só em sonho eu entro nela de novo, nossa eu engordei pra caramba... - Olhei para o relógio mais uma vez e ainda eram 2h10min. Comecei a ficar mais preocupada, eu imaginei que levaria uns 30min para mutilar um vampiro, mas Jake estava demorando demais. - Se ele não aparecer até 3h, eu ligo para a Emily!

E Jake não apareceu.

- Emily, que bom que você atendeu... Você tem noticias do Jake? - Disse quando Emily atendeu o telefone.

Oi Sofia! Ele está aqui com os outros.

- Mas ele está bem? Tá inteiro? - Ouvi Emily sorrir.

Está sim, sã e salvo, não precisa se preocupar. Eles só estão bolando um plano de ataque para quando o vampiro voltar a aparecer.

- Então não conseguiram pegá-lo?

Infelizmente não.

- Você pode passar o telefone para ele, por favor? É rápido! Juro que não vou atrapalhar.

Tudo bem, só um minuto.

- Jake?

Oi amor.

- Quase que você me mata de preocupação!

Calma, está tudo bem já.

- Você ainda vem pra cá?

Vou, só preciso terminar de resolver umas coisas aqui com o Sam.

- Tá bom, até já.

Até. Te amo.

- Te amo também.

Ótimo! Jake estava vivo, pelo menos!

Alguns minutos depois, tinha terminado minha faxina e resolvi me deitar novamente. A caminho da cama, senti uma leve pontada em minha perna.

"Isso outra vez não!" - Pensei. Comecei a alonga-la pra ver se a dor passava. Ouvi um barulho e vi Jake parado em frente a minha janela, fui abri-la para ele entrar.

- A perna está doendo de novo? - Ele me olhou preocupado.

- Não, eu bati ali na porta sem querer... Coisas de Sofia. - Sorri. - E você? Está tudo direitinho mesmo? Tudo em seu devido lugar? - Falei o analisando. Jake sorriu.

- Tudo no lugar.

- Ainda bem! - O abracei. - E o que aconteceu? Porque não conseguiram pegar o vampiro.

- O problema é que não era só um, tinha no mínimo uns três.

- E agora? O que vocês vão fazer? - O soltei e fiquei alisando seu rosto.

- Bella entrou em contato com o Edward, os Cullen vão voltar à cidade, talvez eles conheçam algum desses vampiros e a gente consiga evitar algo pior.

- Algo pior? - O olhei preocupada.

- Calma amor, vai dar tudo certo. - Ele me deu um beijo na testa. - Agora vem dormir que já está tarde... Ou melhor, ainda está muito cedo. - Ele sorriu.

Quando amanheceu, desci com Jake para tomarmos café-da-manhã. Minha mãe já estava na cozinha, conversando com alguém ao telefone, e quando me viu desligou logo. Alguma coisa tem.

- O que foi? - Jake me perguntou baixinho.

- Acho que minha mãe tá de namorado. Faz tempo que ela fica grudada nesse telefone e fica conversando baixinho para eu não ouvir. - Sussurrei.

- E isso é ruim?

- É péssimo! Sempre tive esperança de que ela e meu pai iam fazer as pazes...

- Mas sua mãe já é grandinha, ela sabe o que faz.

- Sabe nada! Eu vou descobrir quem é. - Disse decidida.