John está rindo há alguns minutos, sem parar. Isso está me irritando.

  -Saia de perto do parapeito, Turnit. Você vai cair assim

  Ele cambaleia até mim.

  -Anna Madison. Como é que você tirou um zero, menina?

  Eu abro a boca.

  -Você não deveria tirar zero! Estou tentando te salvar aqui, está bem?

  Eu abro a boca novamente.

  -Não está ajudando! – Ele ri e eu nem me preocupo em tentar falar algo. – Não mesmo.  Você devia ser talentosa, mas não! Você tirou um zero!

  Silêncio.

  -Como eu posso te salvar assim, Anna?

  -Não preciso de sua ajuda. Posso sobreviver sozinha. Vamos lá, John. Está bêbado demais. Vai ficar de ressaca amanhã e estragar sua entrevista.

  -Eu não ligo para a entrevista! – Ele resmunga. – Não adianta mais. Está acabado. Eu nunca vou conseguir te salvar. Eles já tiraram toda a água e todos os tridentes da arena.

  -John...

  -Espera! – Ele ri mais um pouco. – Você me chamou de John? Você realmente fez isso? Estou bêbado! É isso não é?

  -Qual é a diferença? É seu nome, não é?

  -Anna Madison está sendo carinhosa comigo?

  -Não, Anna não está.

  -Quer saber? Não adianta. Não adianta! Porque eu vou morrer. E você ainda está com aquele menino. Eu vou te salvar e você vai correr pras mãos daquele menino.

  -Jason.

  -Isso também!

  -Vá tomar um banho. Você está cheirando a álcool.

  -Boa ideia! Beber água. Boa! A gente vai ser lançados num deserto, você sabe, não sabe?

  -Cale a boca, John. – Eu o empurro para dentro do quarto.

  Ele fecha os olhos e por um instante parece sóbrio novamente.

  -Diga isso de novo.

  -Cale a boca.

  -Não isso. Meu nome. Diga o meu nome.

  -Vai dormir Turnit!