15 anos depois...

Minha vida mudou muito nos últimos tempos.

Antes eu era um garoto de 17 anos comum que tinha perdido a mãe em um acidente de carro, que tinha a pretensão de ir para faculdade e pedir em casamento a garota que eu pensava a mar. Doce ilusão

Agora sou Jacob Black tataraneto Efraim lobo alfa, guardião das terras Quileutes. Não queria ter me transformado no que sou agora, mas a genética é FODA. E graças a esses sanguessugas nos tornamos o que somos hoje. Falo somos, porque infelizmente não é apenas eu quem tem que carregar esse fardo ou dádiva como meu pai fala, sei dádiva.

Sam foi o primeiro de nós a se transformar, depois Paul, Jared, Embry, eu, Quil e Seth, isso tudo em apenas três meses, uma verdadeira merda. Tivemos que ficar esse tempo todo nos escondem por sermos jovens e não controlarmos direito nossa transformação, não podia contar a ninguém. Alias não podemos e isso sim é uma verdadeira merda, já que cada um de nós tem, melhor dizendo tínhamos outra vida totalmente preparada. Mas essa vida não é de todo ruim, afinal revelou várias coisas que para mim estava escondidas. Foi essa nova vida que me fez estar onde estou hoje.

E aqui estou eu na praia de La Push, relembrando mais uma vez uma vida onde tudo era simples e sem nenhuma preocupação ou responsabilidade.

Uma vida em que eu não era um lobo gigante que luta contra vampiros e que o amor da minha vida não poderia ser ditado por uma magia como a impressão.

A vida que podia escolher quem seria a mulher da minha vida. Saber que um dia eu tive essa escolha e mulher era o que mais me doía por que de alguma maneira insana eu ainda a amava mesmo sabendo que nunca a poderia ter para mim. O que só foi descoberto por mim após sua partida.

Ela era tudo para mim e eu não dei valor. Descobrir esse sentimento ao mesmo tempo em que foi libertador, também foi frustrante. Eu não pude viver esse amor, mesmo que ele durasse pouco tempo.

Eu tentei ir atrás dela, porém foi em vão e quando toda essa coisa de lobo aconteceu, naquelas férias, não pude fazer mais nada. Não poderia expô-la desse jeito ao meu novo mundo.

Muitas coisas aconteceram naquelas férias. A descoberta que todas as lendas eram verdadeiras nos pegou de surpresa. Muitas vidas foram mudadas, por causa disso. Situações boas e ruins aconteceram e muitas verdades apareceram, coisas que estavam obscuras e se aquele clã de vampiros não tivesse aparecido não teríamos descoberto nada.

O sofrimento foi maior para alguns, Leah, Sam e Emily são o exemplo vivo de como essa nova vida trouxesse estragos. A impressão às vezes pode ser uma merda, mas graças a Deus minha irmã foi a mais sortuda de todos, cheguei até ficar preocupado com ela, mas felizmente Paul teve o imprithing por ela. Eu é que estava fadado a ser um lobo alfa e solitário.

Como eu queria ter vivido pelo menos um pouco do amor que descobri tarde demais, mesmo que fosse por pouco tempo.

Paul estava certo eu deveria ter enxergado, todos viam menos eu. Eles faziam questão no começo de mostrar como eu a fizera sofrer tantas vezes e isso me matava aos poucos. Nunca tive a intenção. Mas é sem intenção que fazemos os piores estragos, não é mesmo?

Tudo isso era minha imensa e máxima culpa.

Estava sentado em nosso tronco quando fui tirado de minhas lembranças por passos muito apressados e um coração muito acelerado vindo da floresta atrás de mim.

Até pensei que fosse um dos garotos do bando, mas então senti um leve cheiro de morangos, muito parecido com... Nem consegui completar meus pensamentos quando vi a figura de uma garota saindo da floresta, ela era alta e tinha a pele morena e tinha os cabelos negros.

A floresta era próxima de onde eu estava e quando ela me viu algo em seu olhar me fez travar, eu conhecia aqueles olhos, mas eles pertenciam a outra pessoa. Ela parou por um momento, decidindo se viria ou não, mas algo a fez vir até mim.

– Por favor, me ajuda... Eles querem me pegar... – falou com a voz tremula devido ao choro.

Podia ver o desespero em seus olhos castanhos, já vermelhos por causa do choro. Dei uma melhor olhada nela, estava descabelada, descalça, com as roupas em farrapos, totalmente suja de terra e eu podia sentir cheiro de sangue vindo dela.

– Calma menina o que aconteceu com você?

– Eu... – eu vi o medo em seu olhar e aquilo de alguma forma que eu não sabia explicar me afetava e muito. Eu sentia que deveria protege-la, não da forma como um imprithing mais de uma forma fraternal? Talvez...

– Não precisa falar nada, eu vou te ajudar. Minha casa é aqui perto você pode ir até lá e eu te arrumarei roupas e algo para comer. – ela assentiu – Qual é o seu nome?

– Meu nome é Sarah – esse era o nome da minha mãe, ignorei a emoção que senti ao saber do seu nome.

– O meu é Jacob. Pode ficar calma que eu vou cuidar de você.

Ela me acompanhou o trajeto todo meio vacilante, em um dado momento percebi o frio que estava fazendo e que suas roupas estavam praticamente destroçadas, tirei minha camisa e coloquei nela, que agradeceu.

O percurso foi rápido e logo estávamos em frente a minha casa. Eu morava sozinho agora, um pouco mais perto da praia. Comprei-a depois que me estabeleci com meu negócio, uma oficina com parceria com os outros lobos. Meu pai morava com Rachel e Paul na minha antiga casa. Sinceramente depois de algumas coisas que eu descobri preferi sair de casa.

A casa é pequena e modesta, eu nunca fui de luxo. Importante é que ela tinha o que precisava e se um dia eu quisesse eu poderia ampliar a casa, já que o quintal é enorme.

– Fique a vontade. – falei quando entramos. Fui caçar uma roupa para ela.

Sabia que a empregada de Rachel havia deixado alguma aqui, já que sua máquina de lavar estava quebrada e desde então ela lavava a roupa de todos aqui em casa. Eu já nem reclamava mais já que as minhas também entravam na dança.

– Essas roupas são da minha irmã acho que serviram em você.

– Obrigada. Você não precisava fazer isso, eu só preciso ligar para minha mãe que ela virá me buscar.

– Mãe é sempre mãe e eu acho que ela não irá gostar de ver você assim. É melhor você tomar um banho e depois ligamos para ela.

– Acho que está certo e como minha mãe já é desesperada normalmente ela irá ficar descontrolada quando souber.

– Então vai lá tome um banho. O banheiro é a direita e tem tudo o que precisa lá.

– Obrigada.

Ela saiu e eu fui para a cozinha preparar algo para ela e para mim. Enquanto ela estava lá eu podia escutar tudo o que ela fazia e o que mais me doeu foi ouvi-la chorar, era de cortar o coração. Quando ela acabou se encaminhou para sala e me chamou timidamente.

– Aqui na cozinha.

– Achei você. – ela brincou, parecia bem melhor.

– Aqui – falei entregando um copo de suco e um sanduiche para ela. Sabia que iria reclamar, mas logo protestei – Nada de negar da para escutar sua barriga roncar daqui. – ela corou fortemente apesar da sua cor morena, isso me lembra tanto...

– Obrigada Jacob.

– Não por isso. – puxei-a para se sentar no sofá e peguei a caixinha de primeiro socorros para cuidar de seus joelhos que estavam machucados. Nem sei por que ainda tinha isso em casa me curo rápido.

Enquanto eu cuidava dela, a mesma me observava e de repente começou a falar.