Cassady bufou irritada, enquanto tentava novamente abrir a sala precisa, passando três vezes pelo local onde a porta deveria aparecer, não obteve resultados.

- Sala idiota! – ela resmungou, lançando um feitiço mudo na parede, sem resultado algum novamente.

- Algum problema, Milady? – a voz arrastada e debochada de Draco fez com que a morena fechasse os punhos, irritada com a ousadia do garoto.

- Não me chame assim aqui! – ela grunhiu, o lançando um olhar cortante, que Draco fingiu não temer.

- Não tem ninguém por aqui, eu já chequei – ele falou entediado, passando pela parede três vezes e abrindo a porta.

- Como... – a voz de Cassady morreu, ela parecia irritada.

- Acho que o castelo não gosta de sua presença, Milady – ele falou sarcasticamente, entrando na sala.

- Ótimo, a única coisa que eu precisava é que esse castelo estupido não fosse com minha cara! – ela resmungou irritada e um pedaço da parede atingiu sua cabeça, fazendo com que ela grunhisse em irritação – Por Merlin!

Draco riu disfarçadamente, enquanto caminhava pelos entulhos e lixo.

- Acho que irá precisar de minha ajuda, Milady – ele comentou, sorrindo sarcasticamente.

Cassady a olhou ameaçadoramente, desde quando Malfoy se tornara tão ousado e confiante com ela?

- Saia, Malfoy – ela murmurou entredentes, se controlando para não matar o garoto naquele momento.

- Não – ele respondeu, dando de ombros e voltando a caminhar.

Os olhos da garota faiscaram de ódio e ela cerrou os punhos.

- Malfoy... – ela chamou e o garoto se virou despreocupadamente.

 Cassady se concentrou na mente do garoto, tentando achar seu maior medo. Porém, antes que pudesse chegar a qualquer pensamento concreto, sentiu como se uma parede a bloqueasse.

A morena grunhiu irritada, lançando um feitiço em alguns objetos, fazendo com que eles se desintegrassem.

- Não consegue, Milady? – Draco perguntou, sorrindo debochadamente – Quer dizer que minha Oclumência impede que você use suas ilusões em mim?

- Eu ainda posso usar minha varinha – ela murmurou, nunca se sentira tão irritada antes.

- Mas não vai – Malfoy respondeu, o sorriso ainda em seu rosto, enquanto se aproximava da garota e prendia o pulso que ela segurava a varinha.

- Como ousa, seu inútil? – ela cuspiu irritada, tentando se soltar do aperto do garoto, que se tornava cada vez mais firme.

- Não vou solta-la, Milady – ele falou enquanto empurrava a garota até uma parede, onde a encurralara.

- Você não pode me machucar, Malfoy – Cassady murmurou, o olhando ameaçadoramente.

- Essa nunca foi minha intenção, priminha – ele disse, ousado.

- Não me lembre de nosso parentesco, Malfoy! – ela grunhiu, tentando se soltar novamente.

- Algum problema com nossa família, Milady? – ele continuou, parecia se divertir – Não gosta de se lembrar de seus pais, aqueles que você matou?

- Aqueles traidores não eram meus pais! – ela respondeu, seus olhos estavam mais vermelhos que nunca, porém Draco impediu-se de se importar com eles, estava gostando de ver a garota tão irritada e impotente.

- Tenho certeza que eles te consideravam como filha, imagine, o fruto de um amor condenado a morte. Me diga, Cassady, como seu pai conseguiu enganar o Lord das Trevas? Como conseguiu fingir que morrera, quando na verdade fugiu com uma francesa que estava esperando um filho seu?

- Cale a boca, Malfoy! – ela gritou, nunca sentira tanta vontade de matar o loiro como agora. Odiava que falassem de seus pais, odiava a eles – Ou eu mesma irei calar.

- Sabe que é uma boa ideia? – o sorriso debochado do garoto se transformou em um malicioso ao mesmo tempo em que ele juntava seus lábios aos da morena, que arregalou os olhos, surpresa com a atitude do garoto.

Os pulsos ainda presos pelo garoto a impediam de reagir dignamente e involuntariamente, ela sentia seu corpo, antes tenso, ceder às investidas do garoto, que ao perceber isso diminuiu o aperto em seus pulsos. Cassady poderia não ter percebido, mas seus olhos já se encontravam fechados e sua boca se abrira levemente, permitindo a entrada da língua do loiro na mesma. Poderia não ter percebido também, mas logo sua própria língua começou a corresponder o beijo, brigando deliciosamente com a do loiro, uma querendo dominar a outra incansavelmente.

Ou talvez ela tivesse percebido tudo isso e se deixara levar, afinal, ela era Cassady ‘Everdeen’, quem iria ter coragem de julgar seus atos?

Draco descolou seus lábios dos da garota assim que perdera o folego, porém não se afastou completamente, começando a dar pequenos beijos no pescoço da morena, que ofegou pesadamente enquanto se arrepiava.

- Malfoy... – ela tentou afastar o garoto, mas sua voz parecia mais como um chamado para que ele voltasse a beija-la, coisa que ele fez prontamente.

Quando percebeu que a morena não parecia resistir mais, uma das mãos de Draco foi até sua cintura, a apertando enquanto a outra, nada delicadamente, subiu por sua nuca até se enroscar em seus cabelos, segurando a cabeça da garota como se tivesse medo que ela ainda fosse fugir. Como se ela sequer pensasse em fugir naquele momento. As mãos de Cassady exploravam a expansão de suas costas definidas, sem se decidir onde ficariam.

Os lábios dele não haviam deixado os dela por sequer um segundo, de forma que ele apenas mordiscou os lábios quando sentiu que eles precisavam respirar, voltando ao ataque no momento seguinte.

- Ah! – Cassady se soltou abruptamente, empurrando o loiro para longe e caindo de joelhos ao chão.

- Cassady? – Draco perguntou hesitante, vendo a garota se curvar de dor, pressionando com força a cabeça.

- Saia daqui, Malfoy! – ela gritou, grunhindo de dor.

- Mas...

- SAIA! – ela falou mais alto, olhando ameaçadoramente para o garoto, que se assustou quando percebeu que seus olhos estavam completamente vermelhos.

O garoto se virou rapidamente, andando apressado até a saída da sala precisa, amedrontado.

- Milord... – a garota falou entredentes, tentando recuperar o controle de sua mente novamente – Pare, por favor...

Ela respirou profundamente e logo recolocou seu escudo mental, que ela deixara abaixar enquanto beijava Draco, de novo em volta de sua mente. Aos poucos a visão embaçada começou a clarear e ela pode recuperar os sentidos de seu próprio corpo novamente, odiava quando ele usava a conexão que tinham para castiga-la, era extremamente doloroso, mas sabia que errara, não deveria se deixar levar por Malfoy.

- Garoto estupido! – grunhiu, se levantando do chão e saindo da sala precisa, nem lembrava mais o que a levara naquele local, ela precisava descontar sua raiva em algo e tinha que faze-lo rapidamente.

Ela andou transtornada pelos corredores, até achar um estudante Corvino do segundo ano, sorrindo satisfatoriamente. Iria servir.

- Você! – ela exclamou, assustando a garotinha, que soltou um grito agudo.

- O que... – a voz da menina foi se perdendo enquanto o sangue saía de sua face e seus olhos se arregalavam, vidrados em algo que não acontecia de verdade.

Cassady sorriu perversamente, sentindo que se acalmava aos poucos, retomando o controle sobre si mesma.