Pov. Damon.

 --AAAAAAAAAAAAAAUUUUUUU.---gritei de dor quando Alice espetou o garfo em minha mão.

--esse barulho está me irritando!—resmungou. Algumas pessoas do avião olharam para nós. Eu estremeci de dor, limpando o sangue do garfo na roupa dela, e massageando minha mão que já se curou.—Seu idiota! Eu quero te jogar daqui de cima seu monte de lixo ambulante.

--nossa, que apelidos criativos.—olhei pra ela, que mostrou a língua.—me sinto ofendido.

 Dessa vez ela mostrou o dedo do meio. Apenas gargalhei, arrancando o dedo dela. Ela mordeu a língua pra não gritar de dor.

  Eu ri, enquanto ela passava o seu doce veneno no dedo, o colando de volta.

  Essa raça é muito estranha.

  Olhei pra fora da janela, e comecei a bater os dedos no braço na poltrona. Senti alguem amarrando minha mão. Olhei pra Alice, que estava de cara feia.

--chega, isso irrita.

 Comecei a bater os dedos da outra mão.

--oh Deus, mais três horas no mesmo lugar que ele. Por favor, seja bondoso e o faça dormir!

 --Jasper!—resmunguei, sentindo uma onda de sono. Stefan, no bando á frente do meu já estava dormindo. Ele dormiu porque pediu para Jasper o fazer dormir, já que ele não queria me matar. Sou inocente, só fiquei batendo na cabeça dele e chutando sua cadeira!

  O maldito sono me dominou, só ouvi um “Você é incrível Jasper, te amo herói” de Alice e depois adormeci.

Bom, pelo menos assim as horas passam mais rápido e que consigo chegar mais rápido em Bella.

Pov. Bella.

  Seguimos Alec até a maldita sala, eu estava com medo, mas tentei não demonstrar. Não posso demonstrar fraqueza na frente dos inimigos.

  Rosálie agarrou minha mão, apertei mais a dela, enquanto caminhávamos pro enorme salão.

  A porta foi aberta, e todos meus instintos gritavam para que eu pegasse Rosálie e Antheodora e fugisse dali, ou dissesse aquelas três palavras para acabar com isso agora. Mas o medo havia me paralisado.

  Encarei os olhos dos setes Volturi Demetri, Felix, Marcus, Caius, Jane, Heidi e por fim, Aro. Não fiz pose superior, não demonstrei meu medo também.

  Fiquei sem expressão enquanto caminhava. Alec foi para o lado da irmã.

  Os oitos Volturi tinham os olhos vermelhos, brilhando de desejo de vingança, de até mesmo raiva. Eu respirei fundo, buscando todo o ar que podia, e soltando devagar, aos poucos. Aro aumentou o sorriso.

--ora, ora,ora. Rosálie Hale está viva. Mas ela não é uma guardiã. O que mostra que Isabella é muito poderosa.—maldito sorriso...

  Não me causava mais medo. Me causava ânsia, raiva.

--o que pretende fazer, Aro?—perguntou Antheodora. Aro se levantou de seu maldito trono. Se aproximando, tirando algo dentro de seu casaco.

  Ergui uma sobrancelha. Era uma arma, dourada.

--pretende me matar com isso?—ri irônica. Ele sorriu.

--sim querida, é uma arma normal. Mas... A bala que está aqui dentro, não é normal.—se aproximou, mostrando a arma dourada.—a bala que está aqui dentro, é a única que pode matar você.

--mas... Você não a queria viva?—Rosálie tentou argumentar.—se ela é poderosa...

  Aro a interrompeu com uma gargalhada nojenta.

--ah querida, eu posso ter todo o poder dos guardiões, se a matar.—ele riu de novo, depois me olhou sério. E eu realmente senti medo.—e eu vou matá-la.

Pov. Damon.

--já chegamos?

--CALA A DROGA DA BOCA!—gritou Alice pra mim, me fazendo encolher.

--baixinha chata.

--olhei pra fora da janela, e ouvi um barulho de fita. Arregalei os olhos olhando pra ela, que colocou a fita preta em minha boca, e segurou minhas mãos.

--ih maninho, se ferrou.—Stefan bagunçou meus cabelos.

  Tentei rosnar, mas não saiu. Tentei fazer minhas presas crescerem. Mas meus lábios estavam fechados e eu só me machuquei. Tentei soltar minhas mãos, mas foi impossível.

  Depois a desgraçada da Alice puxou a fita com tudo. Estava pronto pra gritar com ela, mas bocejei. Olhei pra Jasper com raiva e cai no sono.

  Por que Diabos eles gostam de me fazer dormir?

Será que estão me estuprando enquanto durmo?

  Droga, é perigoso ser tão gostoso assim.

Pov. Bella.

 Foi rápido demais. Na minha opinião.

  Eu vi que Aro falava a verdade. Ele realmente iria me matar e eu sabia disso, eu sabia que ele me mataria e que adoraria, eu não tinha escapatória.

  Quando pensamos na morte, nunca realmente pensamos nela. Quando pensamos em como vai ser morrer, nunca pensamos em como é depois que morremos. Haverá depois?

  Se existe a morte, então por que existe a vida? São cosias que humanos gostam de pensar.

  Mas eu não sou humana, e agradeci por não ter mais que pensar em como morreria. Em me preocupar se será ou não doloroso. Afinal, sou uma imortal, não posso morrer.

  Mas nada dura para sempre. Ou o para sempre é diferente do que as pessoas pensam. Tudo tem um fim,.

  Um ser imortal também tem um fim. Um imortal também morre. Esse é o para sempre dele.

   Quando morremos,alguns acreditam em Deus, pensam que ou vão pro inferno ou paraíso. Outros não querem nem pensar. Já outros, pensam que será como dormir. que você cria sonhos em sua mente. Outros, pensam que simplesmente não existiram.

  Como a chama de uma vela que se apaga. Para onde o fogo vai?

  Eu não sabia qual alternativa era a correta, nem sabia em qual acreditaria.

  Pensei que seria o “momento certo” de pensar nisso. Mas não era minha morte agora.

  Eu apenas ouvi o grito desesperado de Rosálie, e o de luta de Antheodora, depois senti que caia no chão. Olhei para Aro, que estava com uma expressão séria, apontando a arma dourada para mim, olhei rapidamente pra Rosálie, que se desesperava para se soltar de Alec e Felix, olhei pra Antheodora, que era segurada por Jane, e olhei pra porta, vendo Damon ali, que havia acabado de entrar.

  Então voltei meu olhar pra Aro, e ele sorriu.

 Um tiro.

  Uma bala mortal.

  Uma morte trágica.

 Um grito de dor.

  E desses quatros itens acima, a única coisa que me envolvia era que o tiro fora para mim.

  Mas não foi em mim que o tiro acertou.

Pov. Damon.

--ah meu Deus! já começou!—Alice exclamou.

  Desci do carro e sai correndo sem me importar com os olhos humanos.—tá, eles não conseguiriam me ver.—e senti os outros atrás de mim.

  Consegui entrar no castelo, dei uma perdida no monte de portas que havia, mas consegui localizar Bella e corri até o salão principal, onde toda a confusão acontecia.

  Abri as portas com tudo, e recebi o olhar de Bella. Medo. Ela sentia medo.

  Consegui ouvir o grito de Rosálie, por um segundo, a vi sendo segurada por dois homens, logo Emmett e Stefan estavam lá. Depois, voltei a olhar pra Bella no chão,  e olhei para Aro, que apontava a arma dourada pra ela.

  Em um segundo, pensei em tudo. A arma era o que a mataria. Me desesperei, e quando fui me mover, os homens que seguravam Rosálie agora me seguravam. Não me preocupei com os de trás. Também, não de tempo.

  Em menos de um segundo, eu ouvi o barulho do tiro. Gritos de desespero vindo da maioria das pessoas do salão.

 Dentre eles, o que mais se destacava foi o de Rosálie, Bella, e o de Antheodora. Que foi o grito mais sofrido que eu já ouvi.

Pov. Bella.

  Ela caiu em cima de mim, com os olhos abertos. A cor de seus olhos agora sumiam, ficando prata.

  Não consegui gritar, estava doendo demais. Eu não queria acreditar no que houve.

  Olhei para seu peito, onde a bala prata brilhava e se apagou, sobrando só o sangue, que se secou, igual a pele.

--não.

  Ouvi depois o grito fino de Rosálie, de desespero. Olhei pra ela, sem saber o que fazer. Vendo que ela era segurada por Emmett e Stefan, enquanto chorava tentando se soltar. Depois olhei pra Antheodora, que me encarava, mesmo sem me ver.

  Ela não me via.

   Ela não via nada nem ninguem.

   Ela estava morta.

Morta!

  Foi então que senti um calor um tanto agradável, algo bem quente que me deixava satisfeita, eu sentia como se fosse explodir. Era uma raiva incomum. Mais forte que tudo que já senti na vida, era muito mais forte do que todos os sentimentos juntos.

  Ergui o olhar pra Aro, deixando que o rosnado rasgasse meu peito e minha garganta, deixando meu rosto se transformar enquanto eu tremia, irada.

  Antheodora estava morta. Por minha causa! Meu rosnado virou um grito, grito de dor, grito de raiva. Grito de vingança.

  Foi então que senti algo explodir em mim. Senti que algo dentro de mim explodiu. Não sei quem protegi, nem sei se precisei. Afinal, eu já sabia quem deveria morrer.

  Eu apenas ouvi o barulho de uma explosão, uma dor prazerosa de sentir a vingança completa. Enquanto as cinzas caiam sobre meus cabelos, eu abracei o corpo sem vida de Antheodora, e deixei que a escuridão me levasse.

  Foi emoções demais para apenas um minuto.