Fiz uma careta, me remexendo no chão duro, me sentindo suja, mesmo que alguem passasse um pano molhado em meu rosto.

–-ela tá acordando.—ouvi a voz de Damon. Meu coração acelerou. Eu estava feliz por ele estar ali. Mas também estava com medo, confusa com tudo que aconteceu.

–-isso, seu cabelo esta ficando mais escuro Bells.—Rosálie dizia passando a mão em meus cabelos.

Desde quando foram claros? Pensei comigo mesma.

Com muito esforço, consegui abrir os olhos, o fechando rapidamente pela luz branca que estava.

–-vamos Isabella, acorde.—uma voz diferente, um tanto autoritária disse. Estremeci.

Fiz careta de novo, abrindo meus olhos aos poucos. Olhei em volta, tentando entender onde diabos eu estava. Era diferente.

Era bonito.

Encarei os olhos azuis de Damon. Ele parecia aliviado por me ver acordada. Até que se debruçou sobre mim, beijando meus lábios. Depois se afastou fazendo careta.

–-sua boca tá com gosto de terra.—dei um meio sorriso. Procurando formas de mover meu corpo.

Foi... doloroso. De certa forma. Uma tortura para conseguir o controle de meu corpo. Até que desisti, deixando que uma sensação de alivio me dominasse.

Você não pode desistir Isabella. a voz estranha disse em minha mente.

Fora da minha cabeça! Me deixe descansar.

Eternamente? Se você fechar os olhos... Jamais os abrira.

Fiz careta por causa da ameaça, e então abri os olhos, e com o maior esforço consegui me levantar.

Damon me ajudou a ficar de pé, assim como Rosálie. Olhei em volta, o salão era enorme e branco, com detalhes em dourados. E perto de uma parede, onde atrás havia cortinas douradas lindas, havia tronos. Tronos de madeira marrom, com almofadas brancas de detalhes dourados.

Onde diabos eu estava?

Olhei para as pessoas dali. Não reconhecia as nove pessoas sentadas nos tronos. Cinco mulheres e quatro homens. Todos muitos lindos. Depois olhei pra quem estava do meu lado. Rosálie, Stefan, Damon, Esme, Carlisle, Alice, Jasper, Emmett e Edward.

Mas Antheodora não estava lá.

O que pensei ser um pesadelo, que ela morreu por mim, era a realidade.

A realidade é um pesadelo.

–-Existe prova de amor maior que essa?—a que estava no centro de todos, que era como... ela era colorida! Não sabia definir qual parte dela tinha cor diferente. Os cabelos começavam de um preto, e ia clareando até chegar a um ruivo, por fim em um loiro e as pontas brancas. Seus olhos tinham uma cor perfeita.

Ele não tinha cor exata. Eles mudavam de um preto para castanho, verde e azul. Igual sua pele, conforme a luz batia nela, sua pele que era morena clareava para o branco.

Ela era bonita demais, não dava pra negar.

Reconheci a voz dela, era a que estava em meus pensamentos e me mandou levantar.

–-ela não precisava morrer.—segurei minha vontade de chorar.—quem são vocês?

Ela soltou uma risada fraca.

–-você sabe quem somos, Isabella?

–-Os guardiões.—Rosálie respondeu. Ela assentiu.

–-você sabe meu nome, mas não sei o seu. Não é justo.—falei em voz mais baixa.

–-você sabe o meu Bella.

–-não sei não.

–-tem certeza?—me olhou erguendo uma sobrancelha.

Aurora.

–-Aurora?—disse em voz alta, o que minha mente gritava.

–-é um prazer revê-la.

–-rever-me?—fiquei confusa sobre isso.

–-você já me viu Bella, quando voltou com seus poderes. Mas não se lembra.

–-não mesmo.—torci o nariz em uma careta, que foi engraçada para eles.—onde está Antheodora? Ela era uma de os, não?

Vi que eles ficaram triste. Aquilo me magoou.

Eu já sabia a resposta, só queria estar errada.

–-vocês não podem trazê-la?—perguntei.

–-você sabe que não.

Fiquei triste.

Eu estava no salão celestial, com os lideres dos guardiões. Eu sentia que aquilo estava mais para um julgamento.

Eu seria a julgada. Talvez pela morte de Antheodora.

Aurora riu.

–-não será julgada.

–-para de ler meus pensamentos!

–-Querida...—se levantou, fazendo seu vestido branco e dourado brilhar, refletindo para fora as cores do arco Iris. –você sabe o que é, não sabe?

–-sim. Uma guardiã, uma vampira!

–-mas você só pode ser um Isabella.

E ainda diz que não será um julgamento.

–-não é do jeito que você pensa.—se aproximou mais. Damon passou o braço por meu ombro.

Notei eles ali. Havia esquecido-me de todos eles ali. Parecia que havia somente eu e os guardiões. Esperando por meu julgamento.

–-e como será?

–-você tem que escolher.—parou a poucos centímetros de mim.—você pode ser uma vampira, ou uma guardiã.

–-se eu for uma guardiã... terei que ficar aqui?—estremeci, me aproximando mais de Damon.

–-não necessariamente. Mas estará ligada a nós.

–-ela será humana?—Rosálie se pronunciou.

–-sim.

–-eu não quero. Eu não viverei eternamente. Eu não...—neguei com a cabeça enquanto falava também.

–-você pode viver.—Aurora disse, me tranqüilizando.—você terá benefícios. Você e Rosálie são vampiras poderosas, você Isabella, tem o sangue de uma guardiã, e você terá todos os benefícios de como é uma vampira. Menos a pior parte; Sede de sangue.

–-então aceito.

O homem moreno, sentado na ponta das poltronas riu.

–-você é indecisa.—falou.

Olhei, pela primeira vez, a todos dali além de Aurora. Havia o moreno na ponta.

Sou Royce. Disse em minha mente. Fiz careta pela falta de privacidade.

Olhei para a ruiva ao lado dele, de belos olhos verdes.

Ana. Disse de forma doce. Dessa vez, não fiz careta. Ao seu lado, havia uma loira, de olhos azuis.

Marina. É um prazer. Ela parecia ser animada. Do lado dela, havia um garoto de cabelos dourados, meio avermelhado, e olhos castanhos esverdeados.

Leonardo. Se apresentou. Assenti, e olhei para a morena de olhos negros ao lado dele.

Sophia.

Ao lado dela, havia uma de cabelos vermelhos bem escuro.

Jéssica.

Olhei para o loiro, de olhos incrivelmente azul escuro.

Luka.

E por fim, a ultima garota de cabelos meio pro loiro meio castanho.

Anastacia.

Depois das apresentações para mim, em minha mente, eu voltei a olhar para Aurora.

–-vai doer?

Ela riu de novo.

–-não vai.—foi doce. Eu sorri mais aliviada.

–-eu posso ser guardiã?—Rose perguntou, um tanto envergonhada e se escondendo perto de Stefan.

–-pode... Mesmo que não vá ter tantos... Poderes. Mas sim. Você é uma vampira... comum, se não fosse por Bella. Por isso seus poderes seram menores.

Ela assentiu.

Aurora pegou minha mão, Damon me soltou relutante, e Depois Aurora pegou a mão de Rosálie, e nos levou pro centro do salão.

–-o que você vai fazer?—Rose perguntou.

–-vocês não precisam necessariamente saber. Vocês só vão... Dormir, todos vocês.—sorriu amigável.

Era como o poder de Jasper. Apenas fomos influenciados para dormir.

(...)

–-acorda, acorda, acorda!—gritou Rosálie pulando em cima de mim.—você precisa tomar banho, sua porca, está suja de cinzas acorda!

Tudo fez sentido pra mim, enquanto lutava pra acordar.

Eu havia matado os Volturi com o poder da Destruição que tinha de guardiã. Todos estavam mortos, Antheodora estava morta. Por minha causa. E eu havia visto os guardiões. Eu era humana, Rosálie era humana!

Nunca imaginei que os guardiões fossem... Humanos. Era estranho. Principalmente Aurora que era toda colorida. Mas linda demais. Não imaginava que eles eram assim. Mesmo não tendo falado com eles muito bem.

Abri os olhos, encarando os olhos azuis de Rosálie, que estava feliz.

–-eu sou humana!—gritou animada.

–-Hum... eu ainda to com sono. A humana quer dormir.

–-a humana quer é banho.—me puxou da cama. Eu ri, me deixando ser levada por ela.

Eu era humana, mas não me sentia como me sentia antes, quando eu era realmente humana. Me sentia forte, com Poder. Afinal, era uma guardiã. Então não era tão humana.

Era o mesmo que vampira. Só que eu não tinha presas, e não precisava de sangue. Apenas isso!

Tomei um longo banho, Rosálie foi atrás de Stefan.

Estávamos na minha casa, os guardiões nos trouxeram pra cá, cada um em seu canto. Rosálie me contou, que ela acordou em sua cama, e que foi atrás de Stefan, que já estava na porta. Contou que viu Esme, que Emmett havia partido e que Edward esperava para se despedir de mim.

Sonha topetudo.

Depois, sai enrolada na toalha, pra buscar uma roupa boa pra mim. E não me surpreendi ao ver Damon ali. Rosálie já devia ter avisado que eu estava acordada.

–-oi.—me aproximei dele, que se levantou sorrindo. Ele me jogou na cama, se deitando em cima de mim e me dando um longo beijo.

Só quando o ar fez falta pra mim, ele se afastou, sorrindo.

–-oi.—respondeu. Eu ri.

–-hey, o que você fez com Elena e Caroline?—ele se deitou ao meu lado.

–-bem, elas mentiram. A transformamos, elas não sabiam onde vocês estavam, Stefan levou Caroline ao sol e eu... bem, eu meio que despedacei Elena.

–-se divertiu sem mim Salvatore? Que feio.

–-ainda temos Edward.—sorriu. Revirei os olhos.

–-por mais que eu queira matá-lo. Não posso. Esme ficaria triste. Em falar nela... Onde ela está?

–-fazendo seu café da manhã.-respondeu.

–-Estou com saudades dela.

–-fiquei com saudades de você.—me sentei em cima dele.

–também senti sua falta.—me debrucei para beijá-lo.

–-eles a machucaram muito?

Voltei a me deitar ao seu lado, e contei a ele tudo que aconteceu. Tentando acalmá-lo, ele ficou com raiva demais. Mas os Volturi já estavam mortos, por mim. Não tinham existência mais. Inferno, purgatório, sonhos deles, apenas um anda. Não importa, eles não nos atormentariam mais.

Depois Esme trouxe o café pra mim, continuei embaixo das cobertas de toalha. Comi bastante, com Damon pegando minha comida. Depois de ‘brincar’ um pouquinho, eu e Damon saímos do quarto, para cumprimentar os outros.

Até que Edward entrou.

–-to vendo que as pragas nunca morrem realmente.—ele disse em meu ouvido. Eu ri.

–-Bella, posso falar com você?—Edward perguntou.

–-não.—Damon respondeu por mim.

–-eu perguntei a Bella.—Edward rosnou. Eu revirei os olhos;

–-tá, vamos.

Fui pra fora de casa.

Relaxa. Mandei pra Damon. Fechei a porta após Edward sair, e me encostei na mesma.

–-diz.

–-eu estou indo embora. Não sei pra onde.

–-vai tarde.—resmunguei. Ele respirou fundo.

–-desculpe, por tudo que te fiz. Entendo a raiva que você tem por mim.

–-não vai me fazer ter dó de você Edward.—ele soltou uma risada fraca;

–-eu sei que você não vai sentir isso, especialmente a mim.

–-então porque está tentando?

–-eu não estou.—revirei os olhos.—eu vou para qualquer lugar, viajar pelo mundo em busca de diversão, ou até mesmo ter o mesmo futuro que Os Volturi.

–-qual é Edward, não que eu sinta algo por você. Mas morrer por alguém é idiota não acha?—perguntei. Ele apenas soltou outra risada fraca.

–-quando você ama Bella, você fica louco. Quando você ama, você quer a pessoa com você. Mas se você sabe que ela esta feliz com outro, e que se você morrer é melhor, é o que você vai fazer.

–-Edward, qual é! Você é um vampiro ou...

–-gay?—adivinhou o que diria.—na é Bella. É amor. Faria isso por Damon, não?

O infeliz tinha razão. Eu faria.

–-não importa.—revirei os olhos.

–-eu sei. Pra você não.

–-para de ser clichê! Que droga. Eu não vou dizer palavras que o machuque!

Ele apenas riu. Suspirei.

–-obrigada.—olhei pra baixo, para dizer essas palavras.

–-pelo que?

–-se não fosse por você, jamais teria conhecido Damon, nem descobriria quem sou de verdade. Nem... tudo isso. Então...—sim, estava o confortando de certa forma. Esme gostaria disso. Sabia que ela sofria com a partida de Edward. Então, alem de estar realmente grata. Não queria minha mãe sofrendo.

Edward apenas sorriu.

–-adeus Bella.—subiu um degrau, beijando minha testa. Depois se afastou e sumiu. Respirei fundo. Dei de ombros pra mim mesma, mas murchei.

Sempre é bom ter alguém que te ama demais. Eu sabia que Damon em amava, eu sabia que Rosálie tinha Stefan agora. Mas sabia que Rosálie jamais esqueceria de Emmett. Eu sei que ela agradece lá no fundo. Se ele não existisse, ela jamais teria conhecido o verdadeiro significado do amor com Stefan.

Parei de pensar nisso, Edward não morreria.—não queria que ele morresse de certa forma. Era grata por ele ter me feito mudar, e conhecer Damon.

Entrei em casa, e só tinha Damon na sala.—todo mundo escapuliu!—Rosálie e Stefan estavam no quarto.—é impressão minha ou a casa ta tremendo?—me aproximei de Damon, que estava vendo TV.

Me sentei do seu lado, olhando pra ele.

–-sei que sou irresistível.—sorriu convencido, virando seu rosto pra mim.

–-bobo.—beijei a bochecha dele. Ele segurou meu rosto, me beijando.

–-estou feliz por você estar comigo.—me puxou pra mais perto, me abraçando. Eu ri.

–-lá vem momentos clichê.

–-tudo bem, tudo bem. Não vou mais ensaiar como dizer coisas românticas também.—ergui o rosto para encará-lo.

–-não precisa dizer. Só de saber que me ama é a coisa mais romântica do mundo.

–-então não preciso dizer?

–-não, mas eu adoro ouvir.—beijei o queixo dele.

–-ah, eu também.

–-mas eu não vou dizer.—me sentei em cima dele, beijando seu pescoço.—quero dizer outras coisas agora além de ‘eu te amo’.—sussurrei em seu ouvido o ‘eu te amo’.

–eu também quero dizer muitas coisas, além desse ‘eu te amo’.—fez o mesmo comigo.

Foi uma forma de dizer “eu te amo” diferente.

–-vem.—o puxei pro meu quarto.

Dessa vez posso dizer que foi diferente. No inicio. Como as pessoas dizem, nos fizemos amor. Depois aproveitamos que a cama era nova e a quebramos.—hehe.—mas foi... divertido. Eu adorei.

Foi uma boa vida. Mesmo eu tendo vivido tão pouco. Tudo que passei são memórias e ensinamentos que jamais esquecerei. Uma das coisas que aprendi, foi a amar. Achei que Amava Edward. Realmente senti algo forte por ele em um passado distante. E sabia que não importava o tempo que passasse, agora eu amava Damon. Ele me ensinou o verdadeiro significado do amor e eu o amaria para sempre.

Mas quanto tempo duraria esse meu para sempre?

Bem, pode durar anos, séculos, milênios. Ou meses, semanas, dias, horas, minutos, segundos. O para sempre, não é a eternidade, longos, e longos, e longos milênios. O Para Sempre é o tempo em que nós continuamos vivos.

O meu amor de Damon duraria Para Sempre, enquanto eu estivesse viva. Eu morrer antes ou depois dele.—um dia sei que morrerei.—não importava. Eu o amaria para sempre. Até dar meu ultimo suspiro.

E era bom saber que ele sentia o mesmo em relação a mim. "

The End...

True Meaning of Love ♥