Diário De Uma Retardada escrita por Simjangeum


Capítulo 21
Não diga adeus


Notas iniciais do capítulo

Hey ho, let's go! Olá queridas, mais uma vez estou aqui.

Como previsto sou péssima com matemática/noção de tempo, então fiz algumas contas e ao que parece a fanfic só vai acabar no começo de janeiro. E sobre o spin off que eu tinha comentado, estava pensando em escrever sobre o que aconteceu a tal personagem depois da fanfic ter terminado, alguma das opções: Elizabeth, Bianca, Vallery ou Megan. Qual delas seria melhor? Hein?

Well, espero que gostem desse porque eu gostei muito! Enfim, boa leitura!



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22/12 - Sábado

É realmente incrível como o ano passa rápido. Quero dizer, daqui a três dias já é natal e eu só me dei conta disso hoje de manhã quando minha mãe se levantou cedo para pendurar piscas-piscas na varanda dos quartos.

Ok, eu devia ter me dado conta antes porque magicamente pra mim todas as casas da minha rua ficaram decoradas com motivos natalinos a partir do momento em que eu saí da porta pra fora buscar o jornal.

E também nevou! A primeira tempestade de neve, que ainda foi fraca, aconteceu logo no ápice do inverno. Mas é San Francisco, e aqui nem neva tanto. Pois é, um azar danado.

Eu devia morar no Alasca. Em um iglu, juntamente com um Husky Siberiano que me carregaria de trenó, que provavelmente se chamaria George, por causa de Suburgatory¹.

Deixando um pouco essa neve idiota de lado, vamos ao melhor do natal: os presentes. É claro que ninguém vai comprar nada pra mim, como de costume. Meus pais vão sorrir envergonhados por não darem valor a filha que tem e vão falar coisas como “o dinheiro não era suficiente” “e a filha do vizinho, que ganhou um tapa na cara de presente?” “não esquenta com o presente, tem panetone”.

Porque eles sempre me chantageiam com panetone? Eu sei que eu se eu tivesse que escolher entre ter um namorado bonito e um panetone eu ia escolher a segunda opção, mas já é sacanagem usar meu fraco por panetones pra isso.

Claro que comprei os presentes para algumas pessoas. Comprei um casaco de lã roxo pra minha mãe, luvas de couro azul para o meu pai, um cd de uma cantora de pop para Val e uma caixa de chocolates edição Cremosos (é isso aí, vinha até um cupom para tentar ganhar a sorte de assistir um show da boyband) para Lizzie.

Fui as compras com Lizzie e Val e elas mesmas escolheram seus próprios presentes, mas combinei de dar eles à elas só no dia vinte e cinco. Tínhamos ido até o shopping no centro da cidade, tinha sido uma tarde legal. Até então.

Viemos apé ao longo da rua de Lizzie para que ela deixasse suas compras em casa para depois irmos direto para casa de Val, que aliás é onde e estou agora, quando encontramos aquele projeto de monstro alienígena, Ronald.

Minhas duas amigas ficaram tensas em seus lugares, esperando que eu virasse um furacão humano e deixasse Rony todo acabado na rua. É claro que eu não fiz isso, ou tentei interromper Lizzie quando ela se aproximou dele com Val e eu a tiracolo.

Deixar bem claro aqui que nunca mais tentarei ser amiga da irmã de alguém que eu odeio muito.

─ Ei, irmão, papai está em casa? ─ perguntou ela, arrumando o cachecol preto dele. Cara, provavelmente, se eu tivesse um irmão eu iria matá-lo toda vez que eu o visse ─ Preciso que ele deixe o motorista levar nós três até a casa de Val.

─ Ele não está ─ respondeu ele, não me olhando. Que ótimo, pamonha ─ Então Val, você está bonita hoje.

NÃO ACREDITO QUE ELE ELOGIOU A MINHA MELHOR AMIGA PARA ME IRRITAR! Vejam bem, nesse exato momento, que eu não implico com aquele loiro babaca por que eu quero. Ele faz por merecer, como por exemplo fingir que não estou na frente dele olhando-o com uma cara de macarrão sem sal.

─ É, hmm, obrigado ─ agradeceu Val, ficando corada, deixando uma mecha do seu cabelo castanho cair perto da boca ─ Eu diria o mesmo de você, mas, hmm, você sempre está bonito.

OK, ESPERA, UM MINUTO AÍ MUNDO. Porque, ovelhas, eu ando com essas duas? Uma é irmã do cara que eu odeio e a outra é apaixonada pelo cara que eu odeio. Assim fica meio difícil para mim.

─ Ah, obrigado ─ disse ele, dando uma risada. Mas é um pamonha mesmo.

Então os três começaram a conversar animadamente. Nos primeiros minutos fiz a minha típica cara de paisagem, mas teve um hora que eu cheguei no limite. Deixe eles conversando e me sentei em frente ao portão de um casa.

Como se fosse algo bem normal, cruzei as pernas, peguei um punhado de neve e coloquei na boca. Estava realmente frio, mas aquilo parecia me deixar um pouco menos irritada.

─ É, posso saber o que você está fazendo aí? ─ perguntou uma voz se aproximando.

Rony ficou de pé na minha frente, me encarando enquanto eu comia mais um pouco de neve.

─ Porque, de repente, você está falando comigo? ─ perguntei, carregando na ironia ─ Aliás, cadê as meninas?

─ Elas foram deixar as coisas lá dentro ─ respondeu ele, ainda me observando ─ O que você está fazendo?

Brinquei um pouco com a fivela de uma das minhas botas antes de responde-lo.

─ É que na verdade eu sou um pokemon ─ murmurei, cheia de sarcasmo ─ E estou tentando evoluir para virar uma forma de gelo.

Ele não riu, apenas me lançou um olhar estranho.

─ É melhor parar de comer a neve ─ aconselhou.

Dei uma risada. Era incrível como Ronald podia mudar de humor como uma garota na tpm. Será que era difícil para ele tentar se controlar ou algo assim?

─ Está preocupado que eu vá ficar doente porque estou comendo uma coisa que muitas pessoas já passaram por cima? ─ questionei, erguendo as sobrancelhas ─ Porque você teria que dizer o mesmo de cenouras.

─ Não, é que você está comendo a neve do meu quintal.

Claro que vocês podem imaginar a cara de paisagem que eu fiz. Pensei seriamente em correr, ou fazer um buraco ali mesmo e me colocar dentro, mas o que eu fiz foi deixar Rony ali sozinho, enquanto eu invadia a varanda da casa dele.

Fiquei só pela varanda mesmo.

#1 hora depois

Desisti de dormir na casa de Val, sério. Ela deve ter ficado uns cinco minutos me contando que Rony estava lindo, que Rony era um deus grego, que ela não podia fazer nada pra ficar com ele porque ao que parece ele gostava de mim.

Isso mesmo, você não leu errado, ela disse de mim se referindo à minha pessoa. É claro que depois daquela peguei minhas coisas e vim pra casa. Qual é, ela nunca vai abandonar esse maldito plano de me unir com aquele idiota? Será, que, tipo, nunca mesmo? Acho que quem precisa ir visitar o Dr. Nelson é a Val. Melhor agendar uma consulta pra ela.

Cheguei em casa e os meus pais estavam dormindo, por causa da fobia conjunta deles de dormirem antes das nove da noite. Eu devo ter chegado aproximadamente um pouco depois dessa hora.

Antes de entrar em casa, peguei um pacote vermelho que estava em frente a porta. Apenas quando me joguei no sofá da sala vi que o pacote era pra mim. Abri a embalagem e lá tinha uma camiseta branca com a metade de um coração vermelho desenhado. Tinha um bilhete junto.

“Aléxia,

Me desculpe pelos bilhetes, me desculpe por ter mentido, me desculpe por ter sido um baita de um otário com você. Você deve ter notado que nunca mais deixei nenhum recado, mas acho que estou gostando realmente de você. Me desculpe por não querer nos decepcionar com isso”

Eu sabia que aquele bilhete era do Anônimo, mas não sabia o que ele queria dizer com ter mentindo pra mim e por ter sido um otário comigo. Ao meu ver ele nunca havia feito nada de errado, muito pelo contrário.

E agora eu não ia mais receber bilhete nenhum, era isso? Então quer dizer que o único cara que gostou de mim, em toda minha vida, vai me esquecer? Mas por que?

Ok, minha unica lembrança, ao que parece, é uma camiseta que não faz nenhum sentindo. Mas, convenhamos, essa relação entre eu e o anônimo nunca foi normal.

Se é que um dia tivemos uma.

Aléxia


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N/A: ¹ Suburgatory é uma série norte-americana que conta a estória de George e sua filha Tessa depois que se mudaram da cidade grande para um pequeno subúrbio.


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Notas finais do capítulo

Curiosidade nº5: Qual foi sua inspiração para fazer o Rony? (enviada pela Pirulito, thanks baby!)

─ 10% no meu querido Ronald Weasley de Harry Potter, 85% em Chad Dylan Cooper de Sonny With A Chance e os 5% restantes foram inventados por mim. Essa é a formula mágica (ou não :P)

Curiosidade nº6: Em quem se inspirou para fazer a Alex, em você, alguém que conheça? (enviada pela AlwaysDreaming, obrigadinha pequena gafanhota!)

─ Alex, de toda essa fanfic, é a única personagem que nasceu do nada. Sabe aquela vozinha que fica conversando com você na sua cabeça? Pois então, se há uma origem para Alex eu diria que ela é minha consciência, ou pelo menos um pouco dela. A garota é um personagem vivo hakshaskhas

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Até a próxima, sweethearts ♥