Diário De Uma Retardada escrita por Simjangeum


Capítulo 20
Conversa de porta


Notas iniciais do capítulo

Heey, manolas, como vai os preparativos para as férias? Boas? Hmm?? Só eu que vou ficar de recuperação? jasaksha

Whatever, bem fiquei pensando em fazer uma continuação para essa fanfic, mas não exatamente uma continuação entendem? Talvez contando uma história pós-fanfic de outro personagem... sem mais detalhes por agora, fiquem pensando em qual personagem vai ser... E boa leitura!



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20/12 - Quinta-Feira

Talvez as coisas estivessem fugindo do meu controle. Digo, não era como se tudo antes estive normal, pelo menos estava menos pior. Não um apocalipse mental como agora, antes tava um caos, mas era um caos que eu entendia, eu era amiga daquele caos porque ele nasceu comigo, ele me conhecia. E aí surgiu esse apocalipse mental, que matou meu caos amigo e me odeia, ele sim quer ferrar com tudo. O meu caos amigo destruía mas pedia desculpas, acabava com tudo mas se arrependia, mas esse apocalipse mental não tem sentimentos, ele é feito pra me derrubar, e simplesmente deve estar adorando porque nesse exato momento estou no chão sem saber o que fazer. Mais desorientada que o normal.

Hoje acordei com a certeza de que eu tinha que fazer alguma coisa, não podia ficar parada esperando que o Homem Aranha viesse me salvar. Por isso decidi que iria até a casa de Rony.

Era umas três da tarde quando eu decidi ir a casa dele. Precisava convence-lo de que eu era inocente nisso tudo, bem, inocente até certo ponto, mas o importante é que eu precisava que ele fosse até o Sr. Burr e tirasse a acusação sobre mim.

Eu morava um pouco longe de Rony, em bairros diferentes. Enquanto eu residia em uma casa vitoriana não tão bonita em Alamo Square, Rony morava em uma enorme mansão em Forest Hill.

A casa dele era branca e enorme, parecia uma espécie de castelo antigo, só que menor. Meio insegura bati na porta, esperando que a qualquer momento agentes do FBI surgissem e começassem a gritar que eu não tinha permissão legal para estar ali.

─ Alex? ─ perguntou ele todo confuso, quando atendeu a porta e me viu ali.

─ Não, o Papai Noel ─ zombei, mas não dando um sorriso.

Eu era muito boa em deixa-lo irritado. Se bem que não era uma boa ideia fazer ele ficar assim enquanto eu precisava de um favor dele.

─ O que está fazendo aqui? ─ perguntou, fechando a porta atrás de si. Uma mensagem bem clara que eu interpretei corretamente como “você não é legal o bastante para tomar um chá comigo” ─ Pensei que morasse muito longe daqui a ponto de não querer pegar um bonde.

─ Você sabe que eu não sou o tipo de pessoa que diz “precisamos conversar” ─ falei, me balançando um pouco ─ Eu acho bem melhor ignorar o máximo que puder.

Ele não riu, mas eu vi em seus olhos que ele queria rir. Porém, em vez de fazer isso, ele apenas acenou com a cabeça, para que eu continuasse.

─ Mas, nossa situação me obriga a fazer o contrário ─ revelei, fazendo uma careta ─ Precisamos conversar sobre o baile. E isso é sério.

Não, não, não, eu simplesmente não conseguia acreditar que eu tinha dito aquilo! Eu realmente precisava fazer alguma coisa pra retirar aquilo, mas dizer “eu retiro isso” ou sair correndo e nunca mais olhar na cara dele ia ser mais que estranho, ia ser esquisito e idiota.

─ Sobre o que devíamos conversar? Não acredito em você e ponto final ─ falou, parecendo realmente irritado ─ E se veio até aqui tentar me fazer mudar de ideia para não ser expulsa da escola eu só posso dizer que eu não sinto muito e não farei o que me pedir.

E pela primeira vez eu chorei na frente dele. Ok, eu não chorei literalmente, eu apenas usei o meu dom de atriz e fingi que aquelas palavras haviam cortado meu coração. Era incrível como rapidamente lágrimas já estavam escorrendo pelo meu rosto.

─ Você não parou pra ver o que você está fazendo comigo?─ perguntei, fazendo um ar de inocente ─ Não? Você nem deve saber o que vai acontecer se eu for expulsa, não é mesmo?

Rony, automaticamente, assumiu uma expressão de pena. Ele parecia muito chateado por estar fazendo aquilo comigo.

─ Não sei… o que eles farão? ─ perguntou, tremendo um pouco. Ele devia ser aquele tipo de cara que não pode ver uma garota chorando que já começa a ficar nervoso por não saber o que fazer.

─ Eu vou ser mandada pra um internato em outro continente! ─ revelei, enxugando minhas falsas lágrimas.

Cara, eu nem sabia que eu poderia ser tão boa a ponto de ser… bem, tão boa! Ta aí, uma coisa que eu sei fazer bem: fingir que estou chorando.

─ Sério? ─ perguntou ele, arregalando um pouco os olhos azuis ─ Hm, isso é bem ruim.

─ Não finja que se importa ─ choraminguei, me apoiando na porta. Fiz uma cara de ovelha sofredora ─ E se você realmente se importa, faça algo!

─ Hm… Se por acaso o seu “faça algo” é eu retirar a acusação sobre você então, não, não vou fazer nada ─ declarou, olhando para o horizonte com um cara de convencido.

Se eu tinha dúvidas de que Ronald Stark tinha um coração, agora eu tinha certeza. Ele tinha uma bola de granito que bombeava o seu coração lentamente, que deixava o seu sangue frio e o seu cérebro com pouco oxigênio o levando a um estágio de burrice muito agravado. Tudo finalmente estava se encaixando.

─ E posso saber porque você não vai fazer nada? ─ perguntei, abandonando todo o meu personagem. Qual é, ele tinha acabado de arruinar minha representação.

─ Por sete motivos: Você é culpada, é teimosa, arranja confusão, me odeia, é uma idiota, é uma maluca e é malvada.

Uau, uau, UAU. Aquilo realmente foi… foi, an, perfurador de sentimentos. Meu Deus, Rony achava que eu era uma aberração.

─ An, você acha isso tudo? ─ perguntei, em um tom mais baixo. Agora não era mais fingimento, o que ele falara pra mim tinha me magoado.

Por um momento achei que ele fosse dizer “não”, mas do nada seu rosto assumiu uma mascara de rancor.

─ Sim. Acho.

Uma pessoa normal iria, sei lá, sair chorando e quando chegasse ao portão iria gritar “isso terá volta!”. Mas como nesse caso estamos falando de mim, é claro que eu fiz outra coisa que combinava mais com o estilo Alex: Eu dei um soco nele.

─ Mas, o que… ─ Rony tentou pronunciar algo com a mão sob o rosto.

─ Se eu te odiava antes, Stark ─ gritei, admirando meu belo feitio ─ Agora eu… te odeio… mais. É, isso aí, vou te matar, se eu realmente for embora de San Francisco, eu apareço aqui na sua casa e meto uma faca na sua traqueia até todo o seu sangue diluir na calçada dessa rua!

Ronald Stark ficou branco como papel. E, antes que ele pudesse ter alguma reação, fiz a minha cara mais maléfica, dei meia volta, e saí pelo portão afora.

Agora vamos ver se ele não vai retirar a acusação sobre mim. Ah, vamos.

Aléxia.



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Notas finais do capítulo

Curiosidade nº4: Como você fez o Nelson? (enviada pela Balii, muitíssimo obrigada!)

─ Me inspirei no meu dentista! Sim, o meu dentista é louco gente, vocês não tem noção, eu realmente fico pensando quem foi o retardado que deu um diploma de medicina pra ele! Nelson é completamente igual a ele, mas com um grau de loucura mais agravado hahaha.

Curiosidade nº5: Como é o diário da Alex? Tipo, a capa, as folhas e etc?(enviada pela Pirulito, anw obrigada sua linda)

─ Ele tem a capa dura azul escura, tipo um jeans, com muitas e muitas folhas, não muito grande. As folhas são brancas sem linhas, e em algumas delas Alex cola adesivos e faz desenhos.

[Até a próxima!]