Entre Pontas De Faca E Velhas Histórias escrita por Ana Barbieri


Capítulo 5
Capítulo 5




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Capítulo 5


Oxford Street ficava agitada desde o período da manhã. As pessoas gostavam de caminhar pelas ruas para descobrir alguma anormalidade, novidade, qualquer coisa que tirasse suas vidas do tédio facilmente contraído, à medida que as horas passam e não se consegue pensar em nada para distrair os pensamentos dos problemas habituais que a vida acarreta. Era desse tipo de rotina que Holmes e eu tentávamos escapar todos os dias.

A casa de Louise Continae era grande, imponente e demonstrava que ou ela pertencia à nobreza ou era de uma família burguesa famosa. Sherlock e eu nos entreolhamos antes de ele bater na porta e ser atendido por uma criada. Uma mocinha que parecia ter no mínimo 16 anos e possuía expressivos olhos amendoados. Nos atendeu com extrema educação, quando perguntamos sobre sua patroa Louise.

_ Ela está lá em cima, em seus aposentos. – respondeu ela. – Vou chamá-la, enquanto esperam aqui, com licença. – pediu com uma reverência, saindo escada acima.

Começamos a andar pela casa, observando alguns objetos. Constatei que havia poucas fotografias nas paredes ou sobre os móveis. Algumas dessas poucas eram de uma mulher que deduzi ser a própria Louise. Uma mulher de cabelos cacheados ruivos, olhos acinzentados e uma pele muito alva. Em nenhuma delas, sorria. De repente, ouvimos passos descendo a escadaria e em seguida, a própria modelo das fotos estava a nossa frente, usando um vestido azul claro e apoiada em uma bengala.

_ Bom dia senhorita Continae. – cumprimentou meu marido, na mais fina educação. – Poderia gastar um pouco de seu tempo, fazendo algumas perguntas? – perguntou rapidamente.

_ Emily não me disse quem são. – observou ela, de cara amarrada. – Pertencem a Scotland Yard? – questionou ela altivamente.

_ Não. Sou Sherlock Holmes. – apresentou-se ele. – Minha esposa Anne Holmes e meu irmão Mycroft Holmes. – continuou fazendo sinal para mim e para meu cunhado. – E como disse, gostaríamos de fazer-lhe algumas perguntas.

_ O famoso Sherlock Holmes em minha casa! – exclamou ela, pondo-se a caminhar até a sala, sentando-se em um confortável sofá. – E em que eu poderia ajudar?

_ Posso ver pelo seu sotaque, senhorita Continae, que é americana. – comentou meu marido, sentando-se de frente para ela em outra poltrona. Mycroft e eu permanecemos atrás dele um pouco afastados.

_ Seu poder de observação é assustador senhor Holmes. – brincou ela, tentando soar agradável. – Sim, sou americana. Vim de Nova York há alguns anos, para viver com uma amiga. Ambas sonhávamos com uma ascensão no mundo artístico. Éramos bailarinas na Royal Ballet. Contudo, em uma das minhas apresentações eu contundi meu tornozelo e nunca mais pude dançar. Me estabeleci em Londres. – explicou ela, com a voz carregada de amargura.

_ A senhorita é casada? – perguntou Holmes, com as mãos apoiadas ao queixo.

_ Não. – respondeu ela simplesmente. Fitou meu marido por um instante, soltando uma risada aguda em seguida. – Sei o que está pensando. Como consigo bancar essa casa e a vida que pareço ter? Bem senhor Holmes, venho de uma família consideravelmente rica e recebi uma herança gorda de meu pai. Também possuo alguns primos que vivem em Dublin e que me mandam uma mesada considerável durante o ano. – disse ela, com impaciência.

_ Parece fabuloso senhorita, mas, não é pela sua história que estamos aqui. – eu disse, caminhando até ela, sentando-me ao seu lado. – Acredito que sabe do assassinato de Richard Longborn.

Louise me fitou com uma mistura de ódio e dor. Apoiou uma das mãos em sua bengala e soltou um resmungo baixo antes de recomeçar a falar.

_ É claro que soube! – exclamou ela, zangada. – Foi aqui em Oxford Street mesmo não é?! Ora, aquele homem mereceu o que teve. Era um ordinário, cafajeste, aproveitador...

_ O que ele fez a você? – perguntou Mycroft interessado.

_ Eu tinha apenas 19 anos na época. Uma jovem imigrante que acabara de chegar a Londres e que gostaria muito de se tornar uma bailarina famosa que se apresentaria no teatro Globo. Bonita e cheia de vida. Chamava atenção por todas as ruas que passava, principalmente as próximas do Parlamento. Um belo dia, eu esbarrei com Richard Longborn... em seus 30 anos... encantado comigo. Me desejava, mas eu o rejeitei. – contou ela, com a voz embargada.

_ Ele não desistiu, eu suponho. – eu supus com pesar em minha voz. Ela acenou negativamente.

_ Começou a me perseguir. Mandava flores... jóias... qualquer tipo de presente caro. Eu estava apaixonada por um professor de música que tocava na Royal. Quando ele soube que Richard me queria... disse que entendia. Eu merecia muito mais do que ele poderia me dar. Se quisesse, deveria escolhê-lo. Então, Henry me deixou...

_ O que aconteceu depois? – perguntou Mycroft, tentando forçá-la a continuar.

_ Eu estava voltando sozinha para casa numa noite. Estava escuro, a rua estava deserta. De repente, vi o vulto de Longborn e tentei fugir, mas ele me agarrou... me puxando para um dos becos... ele... – ela escondeu o rosto com as mãos e soltou um soluço baixo.

Esperamos. Busquei o olhar de meu marido que a contemplava pensativo. Aquela história me lembrou de Stanpleton e de como também queria me usar. Senti pena por Louise. Possivelmente aquela afronta, seria a causa do fato de não ter se casado. O trauma pelo qual deveria ter passado e a humilhação... eram razões suficientes para uma mulher se fechar para sempre. Quando ela voltou a nos olhar, seus olhos estavam vermelhos, mas não havia nenhum sinal de lágrimas neles.

_ Eu o odiava. Possuía motivos para querê-lo morto. Mas eu não o matei, eu juro. – assegurou ela, com expressão dura. – Depois daquela noite, tudo o que eu queria era manter o máximo possível de distância dele... nunca mais voltei a vê-lo. É claro, ele tentou me oferecer certos benefícios, em troca de serviços, mas eu neguei e nunca mais voltei a vê-lo. Exceto por uma noite, quando estava em uma apresentação... prestes a saltar... quando o vi na platéia. Fiquei com medo e me desequilibrei e aí... isso. – concluiu mostrando o tornozelo roxo e meio torto.

_ Lamento muito senhorita Continae. – disse meu marido.

_ É melhor irmos... – disse Mycroft, fazendo sinal para mim. Holmes também se levantou, despedindo-se da senhorita, que permaneceu sentada.

Estávamos parados na porta, quando a ouvimos chamar:

_ Senhor Holmes! - disse ela, fazendo com que nos virássemos para olhá-la.

_ Eu não o matei... mas espero que não me impeça... de agradecer ao assassino. – disse ela, deixando uma única lágrima lhe escorrer pela bochecha.

Holmes acenou elegantemente com a cabeça e saiu na nossa frente. Mycroft o seguiu e eu permanecei mais alguns segundos fitando a mulher, enquanto ela ria histericamente. Saí daquela casa, me sentindo um pouco doente. Como se de repente o céu houvesse ficado escuro. Olhei para meu marido, que sorriu de lado, voltando-se para o irmão.

_ Concordamos que não foi ela? – indagou Mycroft.

_ Eu não dormiria em casa esta noite se discordasse. – ironizou ele, olhando significativamente para mim. A feminista de Baker Street. Sorri.

_ Qual é o próximo nome? – perguntei me recompondo.

_ Acho que deveríamos, antes de tudo, pular direto para os nomes que compõem o Parlamento. – ponderou Holmes. – Assim, podemos descobrir de uma vez, a verdadeira natureza do caráter de Longborn.

_ Precisamos de mais alguma confirmação de que era um canalha?! – exclamei. – Ele estuprou uma mulher por livre prazer!

_ Realmente, mas devo dizer que a opinião de alguém que guarda rancor não deve ser levada em tanta conta quanto a de alguém que convivia com a vítima e poderia analisar sobriamente o caráter dessa. – disse Mycroft. – Concordo com Sherlock.

_ Além disso Anne, uma opinião negativa não é nada se podemos acrescentar vários apêndices a ela, com outras opiniões. – completou Holmes.

_ Pois muito bem. – concordei a contra gosto. – Vamos até o parlamento. Nome...

_ Frank Raincourt. – respondeu Mycroft, chamando o cabriolé.

‡‡‡‡

O prédio do parlamento sempre me chamou a atenção desde que o visitei pela primeira vez. Feito para ser impenetrável, a menos que você seja convidado a entrar nele. Um exemplo da simetria perfeita buscada na arquitetura clássica. O riso histérico de Louise ainda repercutia na minha cabeça e por um instante fiquei com medo. Em um gesto instintivo procurei a mão de meu marido e a apertei contra meu peito. Ele a apertou de volta, mas em nenhum momento nossos olhos se encontraram. Não era preciso vê-los para que ele soubesse no que eu estava pensando.

_ Antes de chegarmos lá, acho que seria prudente discutirmos sobre o que falaremos com ele. – comentou Mycroft após um longo silêncio.

_ Bem, é meio óbvio... vamos falar sobre Longborn. – disse simplesmente.

_ Sim é claro, - retorquiu ele com impaciência. – mas como vamos entrar no assunto ou você espera que ele tenha a boa vontade de falar abertamente sobre isso assim que perguntarmos? – indagou ele desdenhoso, fazendo com que eu corasse.

_ Perdoe Anne mano. – interrompeu Holmes. – Ela ainda está um pouco agitada pelo que acabou de ver.

_ Não quis dizer que discutir o assunto não é importante. – desculpei-me, constrangida. – Enfim, então muito bem, o que vamos perguntar?

_ Na verdade eu acho que deve haver uma mudança de planos. – comentou Holmes escondendo um sorriso no canto dos lábios, isso significa uma coisa: eu estou com problemas.

_ Que tipo de mudança? – perguntei rapidamente.

_ Acho que somente você deveria falar com ele Anne. – disse Holmes, me olhando nos olhos.

_ Está louco?! – urrei, assustando meu cunhado. – Uma mulher no parlamento?! Eles jamais me ouviriam!

_ Desde quando você não consegue se fazer ouvir? – argumentou meu marido.

_ Eu sei que tenho um certo dom de persuasão bem próprio, mas no caso estamos falando de gente poderosa. Gente que pode mandar me prender se eu desacatar alguém.VOCÊ ESTÁ QUERENDO QUE EU VÁ PRESA SHERLOCK?! É ISSO?! – gritei de maneira histérica, já procurando uma saída de emergência. Minha irritação fez meu marido rir.

_ Anne você já desacatou pessoas que poderiam amarrar uma corda no seu pescoço várias vezes. Além disso não há perigo de você ser presa, tendo tantos amigos na Scotland Yard é bem provável que a libertem em um dia por bom comportamento. – rebateu ele, tentando soar engraçado.

_ Não foi engraçado...

_ Ela está certa Sherlock. – contrapôs Mycroft, em meu favor. – Uma mulher andando pelo parlamento não será bem visto. Ninguém falará com ela.

_ É unânime então que quem deve entrar lá é você. – disse dando um ponto final a discussão. – Agora, sobre as perguntas...

_ Se eu vou entrar faço questão que você venha comigo Anne. – interrompeu Holmes.

_ Ótimo... não fará diferença mesmo... – repliquei com desdém.

Sherlock, no entanto, sorriu maliciosamente para mim, fazendo com que eu erguesse uma sobrancelha. Ele com certeza, não concordava comigo. Resta saber o porquê. Mycroft está certo. Uma mulher nunca é aceita entre tantos homens poderosos. Como nossa rainha ainda se mantém no topo da cadeia alimentar, é um mistério. No que eu poderia ajudar? Conheço os métodos de meu marido e ele pode executá-los por si mesmo. Qual é a diferença entre eu usar ou ele? Será esta a verdadeira questão que ele quer levantar? Sherlock Holmes está finalmente deixando seu machismo de lado e admitindo que uma mulher pode fazer seu trabalho melhor do que ele?

_ Chegamos. – anunciou Mycroft olhando pela janela.

Meu cunhado me ajudou a descer e eu fui seguida por meu marido que mirava aquelas paredes como se buscasse uma maneira de trazê-las ao chão. Watson uma vez me disse que o conhecimento de Holmes sobre política era escasso. Contudo, acho que ele não estava prestando muita atenção. Ele não era um reacionário, mas entendia do assunto. Só preferia guardar suas opiniões para si mesmo. Astronomia talvez não fosse importante no seu ramo, mas política certamente era à base de tudo.

_ Vamos entrar. – disse Mycroft na nossa frente.

Havia várias pessoas na entrada do palácio de Westminter, a maioria parecia querer entrar para falar com alguém, mas, sem sucesso. Contudo, bastou meu cunhado mostrar alguma coisa para um dos homens parado à porta que nós entramos por aquelas enormes portas. Dentro do palácio só havia homens, zanzando por todo lado, discutindo, entregando papéis entre si, uma perfeita loucura. Foi Mycroft que se colocou a frente e perguntou onde estava Frank Raincourt, que ao que parecia estava em seu gabinete. Fomos guiados até lá e entramos assim que nos foi permitido.

_ Senhor Holmes. – cumprimentou ele alegremente apertando a mão de Mycroft.

_ Lord Raincourt. – cumprimentou-o de volta. – Permita-me apresentar, meu irmão Sherlock Holmes e minha cunhada, Anne Holmes.

_ É um prazer conhecê-los. – disse apertando a mão de meu marido e beijando a minha. – Ouço muito a respeito dos dois e de suas peripécias.

_ Então deve imaginar o porque de estarmos aqui. – comentei, tentando manter um ar descontraído.

_ Na verdade não. – negou ele, gentilmente. – Espero não ter tido nenhuma crise de sonambulismo e matado alguém durante a noite. – brincou dando uma risada bem alta.

_ Por que? – indagou Holmes. – Isso seria possível?

Lord Raincourt pigarreou sem jeito, parecia ter ficado realmente constrangido.

_ Perdoe meu marido. – apressei-me em dizer. – Ele não tem um senso de humor muito bom. – disse, recebendo um olhar gelado de Sherlock.

_ Todos levamos nosso trabalho a serio senhora Holmes, não se preocupe. – ponderou Frank. – Então, podem me explicar a que devo a visita?

Holmes se adiantou.

_ Ouviu sobre o assassinato de Richard Longborn eu suponho.

_ Os senhores não supõem que eu tenha alguma coisa haver com isso. – indignou-se o homem.

_ Não estamos supondo nada senhor. Só queremos resolver logo o caso. – disse séria.

_ Pois muito bem, em que posso ser útil? – perguntou ele sentando-se e cruzando os braços atrás da cabeça, fazendo sinal para que nos sentássemos.

_ O que pode nos dizer sobre a personalidade de Longborn? – quis saber Holmes.

_ Com todo respeito senhor Holmes, não entendo como isso irá ajudar a descobrir quem é o culpado.

_ Pode não ajudar a descobrir quem é o culpado, mas irá ajudar a conhecer melhor a vitima e deduzir quem teria motivos para matá-lo. É algo que vem dado certo há muito tempo Lord Raincourt, a Scotland Yard está cheia graças a isso. – não pude deixar de sorrir com a defensiva de Sherlock. Era encantador como defendia seu método sob qualquer circunstância.

_ Muito bem... Eu não convivi muito com ele, mas, posso afirmar que ele gostava muito de prometer. – respondeu nosso amigo.

_ Promessas que nunca cumpriu acredito. – comentei com um risinho.

_ Quanto a isso não sei. Mas se não fosse o caso, com certeza não estaria morto. – concordou ele.

_ E o que faz pensar que ele apreciava não cumprir com sua palavra? – perguntou Holmes.

_ Presenciei uma vez. – disse ele, voltando-se para meu marido. – Não uma promessa propriamente dita, mas ainda assim não cumpriu com a palavra. De vez em quando um grupo de amigos do qual ele e eu fazíamos parte combinava de ir até um dos clubes do Convent Garden, para jogar, beber ou até se envolver com mulheres de má fama. Em uma dessas ocasiões ele apostou uma boa quantidade de dinheiro com um amigo nosso, já falecido, Lord Rupert...

_ Ouvi falar. Um acidente com o cavalo. – lembrou-se Mycroft.

_ Pois então. Ele apostou mas quando perdeu... não pagou Rupert. Me lembro de que a discussão foi bastante atribulada. Ficaram sem se falar e Longborn não compareceu ao velório...

_ E é esse o depoimento que tem a nos dar? – indaguei, temendo que aquilo fosse pior do que a conversa na casa de Norton.

_ Ora minha senhora, eu disse que não convivi muito com ele. – defendeu-se Raincourt.

_ Não conhece ninguém que tenha?! – tornei a perguntar.

_ Na minha opinião, acho que deveriam falar com o advogado dele. Eram quase inseparáveis. Sempre o vi passar pelo corredor. – sugeriu.

_ Já falamos com o senhor Norton. – interrompeu Sherlock.

_ Então deveria prendê-lo.

_ Ora e porquê?! – indagou Mycroft, indignado.

_ Bem, uma coisa eu posso dizer. Quando um homem rico morre, não são os outros homens ricos que o cercavam que se preocupam com ele ou sentem sua falta. São os empregados, que dependiam de sua vida para viver que sentem. Quem mais teria motivo para matá-lo?

_ E que razão dá a isso? – perguntei nitidamente interessada.

_ Vocês dizem que falaram com ele. – disse Frank. – Parecia infeliz por sua morte?

Voltei minha atenção para Holmes, que acenou negativamente com a cabeça.

_ Ora vamos mano, era necessário que ele fosse profissional na sua presença. Sua irmã parecia realmente infeliz com tudo isso. – retrucou Mycroft.

_ Vamos precisar discutir o assunto. – disse Holmes. – Bem, acho que terminamos senhor, obrigado por nos ceder um pouco de seu tempo.

_ A qualquer momento. – disse apertando a mão dele. – Mycroft foi bom vê-lo. Prazer em conhecê-la senhora. – disse tornando a beijar minha mão, parando para fitar meus olhos. – Se eu fosse o senhor, senhor Holmes, tiraria o resto do dia para ficar um pouco com sua esposa. – gracejou ele. Meu marido não sorriu.

_ Com certeza senhor. Mais uma vez obrigado. – tornou a agradecer, me tomando pelo braço. Ato típico de seus ciúmes.

Quando estávamos de volta ao cabriolé, começamos a conversar.

_ E mais uma vez não descobrimos nada. – observei, alisando meu cabelo.

_ Acho melhor seguirmos o conselho dele e tirarmos o resto do dia para descansar e refletir. Não vamos resolver isso num dia. – ponderou Mycroft.

Holmes suspirou e pousou uma das mãos sobre as minhas.

_ Pelo menos em uma coisa esses homens poderosos possuem em comum.

_ O que? – perguntei, curiosa.

_ Todos têm uma certa queda por você. – brincou ele. – Não descobri quem matou Longborn, mas descobri por que não há mulheres no parlamento.

_ Pode dividir essa reflexão? – pediu Mycroft, achando graça.

_ As mentes deles são tão desenvolvidas que sequer conseguem manter o foco de uma conversa quando uma mulher está presente. Ridículo... nem uma mulher casada tem paz hoje. – disse ele, visivelmente nervoso, me fazendo sorrir.

_ O problema não é a mulher casada querido. É o marido ciumento dela. – provoquei, trocando um olhar cúmplice com meu cunhado.

















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Notas finais do capítulo

Oiiii... desculpe se o cap ficou pequeno... de qualquer forma, REVIEWS são bem vindas... sempre aquecem meu coração. Ainda mais no frio que tem feito aqui! Bjos e feliz páscoa para todos vocês!
Gente... passando aqui pra avisar que me ausentei por culpa de vestibular... mas assim que ele passar eu postarei o capitulo 6, por favor, não desistam de mim!