Ressurreição escrita por Jaque de Marco


Capítulo 5
Capítulo 5 - Nativos




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O sol estava a pino quando saí com o Tucson V6 2.7 do estacionamento subterrâneo do aeroporto internacional Jorge Chávez. Não era exatamente o carro que procurava, mas era o melhor que a locadora tinha disponível. Apesar de fazer algumas horas desde que saí de Forks, eu sentia como se já estivesse longe de casa há décadas. Sentia um frio na altura do meu abdômen e presumi ser o receio pelas escolhas que fiz. Não me arrependia propriamente dito, mas sabia que esta viagem não ficaria sem conseqüências... e eu tinha uma leve impressão que elas não seriam em meu benefício.

Peguei o retorno em uma grande avenida, passando por vários antigos casarões de madeira com grandes e elaboradas sacadas. Apesar de querer chegar logo no hotel, não ousei afundar o pé no acelerador. Preferia passar despercebido por qualquer guarda rodoviário. Daria um certo inconveniente convencê-lo a não me multar ou entrar em contato com a locadora de veículos.

Sabia que se tudo tivesse saído como eu havia planejado Bella agora estaria aos prantos procurando a minha família para obter explicações sobre a minha partida. Isso me fez lembrar da cena de Bella jogada na floresta que Jacob fizera questão de me mostrar em seus pensamentos. A imagem ainda estava vívida em minha mente.

A culpa que eu sentia quase tomava forma, como se fosse algo vivo, rasgando-me por dentro, com uma dor incessante. Mesmo que tentasse lutar, era algo que sabia que nunca poderia vencer. Eu estava fazendo Bella sofrer, de novo.

Apesar de não conseguir me arrepender, sabia que tinha feito errado ao me envolver com ela. A segurança dela era sempre colocada a um fio por minha causa. Já pensara tantas vezes em ir embora para sempre, deixá-la livre da raça dos vampiros, mas no fundo eu sabia que essa não era a melhor opção. Não era para ela e nem para mim.

Não era um sentimento que pudesse ser medido o que sentia por ela. Eu precisava de Bella como se ela fosse a minha fonte de sobrevivência principal. Mais essencial ainda do que sangue.

Parecia insano, mas eu sabia que existindo uma única possibilidade que seja para que pudesse ficar com Bella sem a machucar, sem a privar de prazeres humanos, eu faria. Por isso agarrei com todas as forças a idéia de voltar a ser humano.

Afastei estes pensamentos da mente assim que peguei a via expressa. Já estava em Lima. A capital do Peru era movimentada, com muitos carros trafegando pelas vias abarrotadas. Prédios modernos se contrastavam com arquiteturas clássicas. O grande centro comercial de Lima em nada me lembrava a minha última estadia, há quase um século, onde o Peru ainda tinha claros problemas herdados da invasão do Chile durante a Guerra do Pacífico.

Carlisle havia dito que entraria em contato com amigos que pudessem me ajudar em Peru. Alguém que pudesse me indicar alguns lugares por onde poderia tentar começar a minha busca.

Apenas alguns minutos dirigindo pela cidade, cheguei em frente ao Miraflores Park Hotel. Já havia feito reserva há um mês, ainda antes de ter certeza se partiria ou não. Assim que encostei na área coberta reservada, o manobrista pegou a chave do carro ao mesmo tempo em que um outro funcionário uniformizado pegava as minhas malas.

Segui sem muita pressa até a recepção toda ornamentada no centro do saguão, próxima aos elevadores com portas de metal.

- Boa tarde, eu tenho uma reserva no nome de Edward Cullen. – apesar de estar falando no meu idioma, podia ouvir as minhas palavras serem convertidas em espanhol na mente da senhora atrás do balcão.

- Sr. Cullen? – ela falava enquanto consultava em um pequeno monitor - Sim, claro, quarto 1210, 12º andar. Preciso que o senhor assine aqui e aqui.

Eu meneei com a cabeça e assinei os contratos de entrada do hotel. Sorri sem vontade quando peguei a chave presa a uma placa de mármore gravada com o número do quarto e o nome do hotel.

- Señor Cullen – eu ouvi a recepcionista me chamar de volta assim que alcancei os elevadores.

- Pois não.

- Con permiso, estava me esquecendo. Há um senhor no bar que está a sua espera há algumas horas.

Vi em seus pensamentos que não lhe agradava muito a idéia. O homem a minha espera não estava vestido apropriadamente para aquele tipo de hotel. Agradeci e segui pelo corredor lateral, parando em uma grande porta de vidro. Abri e fui tomado pelo som harmonioso que uma jovem tocava no piano ao fim do salão. Não havia muitas pessoas, somente alguns funcionários limpando mesas, dois casais sentados em pequenas mesas próximas ao palco e um loiro sentado no banco do balcão do bar, de costas para mim.

Sabia que era ele que estava me procurando pela descrição nos pensamentos da recepcionista. Ele tinha longos cabelos cor de areia jogados sobre uma jaqueta de jeans surrada. Assim que dei um passo à frente eu soube, era um vampiro. Mesmo sabendo que Carlisle me enviaria um amigo e que mesmo sendo um vampiro hostil ele não poderia fazer nada na frente de tantas testemunhas, me aproximei com cautela, prestando muita atenção em seus pensamentos.

Ele ouviu meus passos e virou-se. Seus olhos eram borgonha, num vermelho vampírico. Em contraponto com seus olhos intimidantes, seu rosto tinha feições leves e seus lábios se contorciam em um meio sorriso.

- Você é o filho do meu amigo Carlisle, não?

- Sim. Edward. E você é...

- Pode me chamar de Garrett – ele se levantou rapidamente, me dando a mão direita como uma forma de cumprimento.

- Prazer.

- Igualmente.

Fiquei alguns instantes focado nos pensamentos dele. Ele não parecia hostil e pronunciou cada palavra com sinceridade.

- Será que podemos conversar em outro lugar?

Ele falou em um tom de voz que somente um outro vampiro poderia escutar. Eu assenti e indiquei com a cabeça para que ele me seguisse.

No caminho fui ouvindo os pensamentos agitados dele. De alguma maneira, ele achava que estava participando de algo secreto, algo perigoso e cheio de aventura. Não fazia a mínima idéia do que Carlisle havia dito para ele, mas felizmente ele não parecia estar relacionando nada a minha real razão de estar ali. Era claro que esse Garrett era um aventureiro.

Quando chegamos à suíte, eu senti o forte ar condicionado. O quarto era amplo, com janelas que ocupavam toda a parede lateral, adornadas por cortinas de um cetim claro. As luminárias eram baixas, com pedras caídas que ganhavam multicores com a luz artificial.

- Tenho que admitir, você tem estilo – Garrett comentou visivelmente animado.

- Não tenho como negar que gosto de boa qualidade.

- Não nega de quem é filho – Garrett sorriu sinceramente – E falando em Carlisle, como ele está? Ele também está viajando?

- Está bem. Ficou nos Estados Unidos. – a conversa sobre Carlisle me fez pensar no que exatamente ele sabia. – Desculpa a pergunta, mas o que você está fazendo aqui?

Garrett estava sentado em um pequeno sofá numa maneira despojada, folheando o menu do serviço de quarto. Seus pensamentos eram tão tranqüilos que eu me perguntei se ele realmente seria de alguma utilidade ou se ele somente estaria ali querendo se aproveitar dos benefícios de um hotel cinco estrelas, não que o hotel tivesse muita coisa a oferecer a um vampiro.

- O Peru é um lugar cheio de vampiros. Conheço este país muito bem desde o meu último ano sabático. – ele sorriu com o comentário antes de continuar - Carlisle pediu para te acompanhar. Você sabe, para não arrumar encrenca com quem não deve.

- E por que eu arrumaria encrenca com alguém?

- Digamos que os vampiros nativos daqui são meio antiquados. – Garrett continuava a olhar para o cardápio nas mãos – Eles não são do tipo abertos a novas amizades.

Garrett estava tão concentrado no menu agora que eu estava calado. Ele achava que eu estava refletindo sobre o que ele havia dito, mas na verdade eu estava me concentrando nos pensamentos dele. Por trás dos pratos e vinhos que ele lia no cardápio, eu consegui pegar uma linha de pensamento onde ele lembrava de um encontro com alguns vampiros nativos em um lugar que mais me parecia um bar. O outro tinha os olhos mais vermelhos que já vira, o que dava um grande contraste em sua pele amarronzada. Ele tinha traços que me lembravam de índios, era um típico peruano. Ele estava acompanhado por mais quatro vampiros, todos com o mesmo tom de pele e cabelos na altura do ombro, embora fosse claro que a cor dos olhos deles não era tão vermelha quanto à do primeiro.

Eles falavam alto, gritando xingamentos numa língua que eu não conhecia para o homem atrás do balcão do bar, que estava praticamente pendurado pelo colarinho devido à força com que este vampiro o arrancou do chão. Os outros vampiros do grupo pareciam se divertir com o que estava acontecendo. Eu assisti a mim mesmo, como Garrett, chamar com um aceno um dos garçons em seus pensamentos.

- Que es este hombre? – Garrett perguntou assim que o garçom se aproximou.

O garçom, pequeno e muito magro, estremeceu com a pergunta. Ele abaixou o olhar e então eu vi que Garrett tinha 50 Soles na mão, o que não daria nem 15 Dólares. O garçom pegou rapidamente o dinheiro e olhou para ambos os lados antes de falar.

- Javier Viquez, pero no decirles que me ha contado.

- No te preocupes – Garrett tentou garantir ao garçom que não contaria a ninguém que ouvira aquela informação dele, mas o rapaz já havia se afastado, assustado demais para continuar.

A alguns metros os vampiros tinham parado de implicar com o senhor do bar e já estavam seguindo em direção a saída.

Aquele pensamento me intrigou. Nunca soube de um grupo de vampiros com mais de duas pessoas no Peru. Era extremamente difícil ver seres da minha espécie vivendo juntos sem que tenha disputas por território e rixas por vítimas. Já os cinco vampiros do pensamento de Garrett pareciam muito entrosados entre si.

- Quem é Javier Viquez?

Garret olhou por cima do cardápio em suas mãos e me encarou.

- Você conhece Javier Viquez?

- Digamos que já ouvi falar. O que ele e os vampiros que andam com ele fazem por aqui? – perguntei tentando não mostrar muito interesse.

O vampiro a minha frente me avaliou por alguns instantes. Seus pensamentos mostravam a clara desconfiança que estava tendo de mim, se perguntando como alguém que foi criado junto a Carlisle poderia se interessar em saber informações sobre alguém como Visquez. Isso, eu tinha que admitir, tinha me deixado ainda mais curioso.

- Não sabia que tinha um grupo de cinco vampiros no Peru.

- Cinco? Digamos que talvez tenha um pouco mais – Garrett comentou divertido e então completou num tom um pouco mais sério – Quando Carlisle me pediu para te mostrar o país e tentar te deixar longe de encrenca achei que era exagero. Agora vejo que ele realmente conhece você.

Não tive como não rir do comentário de Garrett. De alguma forma seus pensamentos estavam menos preocupados. Ele sabia que se eu fosse perigoso não o estaria questionando de maneira tão sutil.

- Bom, você deve conhecer um pouco da história do Peru. – depois de um aceno meu ele continuou – Pois bem, deve saber que o país abrigou a civilização de Caral, a mais antiga de todo continente americano, e o império Inca. O povo daqui, Edward, tem um verdadeiro orgulho de sua nação. E não é diferente dos vampiros. Nunca soube de nenhum deles deixando o país. Eles amam esse lugar mais que a própria existência deles.

- E onde entra o grupo de Visquez nisso?

- Eles são todos peruanos. Foram transformados há muitos séculos e desde então nunca deixaram o país.

Eu, que até então estava em pé, sentei na beira da cama ficando com os olhos na altura dos de Garrett que continuava sentado no pequeno sofá a minha frente.

- Há muitos séculos? Estamos falando de quanto tempo exatamente?

- Não sei te dizer com precisão, mas duvido que até mesmo os Volturis sejam tão antigos.

Ao som do nome Volturi eu me questionei sobre a possibilidade de existir um grupo grande de vampiros com a permissão do clã italiano. Mas lendo os pensamentos de Garrett entendi que, ao contrário de mim, eles tinham conhecimento da existência do grupo de Visquez. Fazia sentido, por que se preocupar com um grupo que nem sequer saia de sua terra natal? Eu esperava que eles pudessem me ajudar na minha busca.

- Onde posso encontrá-los? – perguntei levantando prontamente.

Garrett levantou os olhos e me olhou incrédulo. Ouvi seus pensamentos se questionando se eu nem ia sequer desfazer as malas, mas ele não deu uma palavra sobre isso.

- Não sei porque você quer encontrá-los, mas não vai sozinho. – ele sorria enquanto falava – Conhece Machu Picchu?


Eu me sentia estranha. Era como se eu estivesse numa sala vazia muito ampla totalmente encoberta por uma névoa. Eu não conseguia enxergar nada a apenas alguns passos a minha frente. Sentia um medo insano, sabia que jamais poderia me defender de algum ataque surpresa. O nevoeiro me impossibilitava de me prever de qualquer inimigo que pudesse se aproximar de mim.

A mais ou menos um metro de distancia, eu vi alguém se aproximando. Jamais saberia dizer quem era. Jamais poderia afirmar se era amigo ou não. Pensei em correr, mas tinha a sensação de estar à borda de um poço, sem saber se haveria chão para pisar bem a minha frente.

Ainda amedrontada eu esperei a pessoa se aproximar mais. Ela andava a passos lentos, adiando o meu reconhecimento.

- Bella. – eu o ouvi chamar.

Antes que pudesse me alegrar com aquela voz que tanto me deixava feliz eu congelei no lugar. Não era Edward. Tinha a voz de Edward, mas não era ele. Não podia ser.

A pessoa estava a quase um palmo de mim agora. O seu cabelo bronze combinava com sua pele rosada e seus olhos verdes. Eu podia sentir a respiração dele próxima de mim. Ele ergueu sua mão e tocou levemente meu rosto. Era um toque suave, quente.

- Edward? – eu perguntei quase sem voz.

Ele não falou nada, só riu o meu sorriso preferido.

Eu sorri de volta. Todo o meu medo inicial tinha desaparecido. Eu ainda tinha a sensação de que ficaria sem chão se desse um passo a frente, mas agora não ligava mais. Edward estava comigo. Não tinha mais medo.

Fechei meus olhos, ergui meus braços e me joguei para frente, tentando agarrar seu pescoço num abraço. Então meus braços rodearam o ar. Abri meus olhos de imediato, sentindo meu coração disparar. Edward não estava mais lá. Senti as lágrimas correrem pelo meu rosto, turvando ainda mais a minha visão. Ele se fora de novo.

Acordei de sobressalto. Minha respiração estava descompassada e meu coração batia acelerado.

- A senhora está bem? – ouvi uma voz melodiosa perguntar preocupada.

Olhei ao redor e vi diversos pares de olhos me encarando. A comissária de bordo ainda estava inclinada sobre o encosto da poltrona a minha frente, bem próxima a mim agora.

- Eu estou bem, não foi nada – eu me ajeitei no banco sentindo meu rosto corar.

- Quer que lhe traga algo? – a simpática aeromoça continuou – Água?

- Não obrigada. Estou bem. – falei a última frase num tom de voz mais confiante, fazendo os demais passageiros pararem de me encarar, entendendo que eu não estava tendo uma crise de pânico ou algo parecido.

A comissária sorriu pouco convencida e se afastou com um aceno de cabeça.

Eu estava voando pelo que poderiam ser horas. A maior parte do tempo da viagem eu passei dormindo, ou fingindo que estava dormindo. Não que não gostasse da companhia de Emmett e até de Rosalie, mas vê-los juntos só fazia a sensação de abandono ser mais forte.

- Doente, irmãzinha? Mamãe ficaria preocupada se soubesse. – Emmett voltava do banheiro falando alto pelos corredores. Senti o sangue correndo rapidamente para meu rosto.

Supostamente eu era irmã de Emmett, viajando a passeio com o irmão e a cunhada. Éramos os Smith. Isso tudo fora idéia de Carlisle, pois, segundo ele, com a minha suposta fuga, minha família poderia acionar a polícia que rapidamente me acharia, antes mesmo de colocar os pés no Peru. O mais impressionante foi à rapidez que eles conseguiram toda a minha nova documentação.

- Não estou doente. – falei entre os dentes quando ele voltou a sentar ao meu lado – Só tive um pesadelo.

- Sonhando novamente com vampiros e lobisomens, hein? Acho que você devia parar de ver tantos filmes de terror, você se impressiona muito fácil.

Se ainda não estivesse com vergonha de ter tanta gente me encarando, provavelmente riria do comentário de Emmett. Ele realmente era uma companhia agradável. Por vezes achava que ele era engraçado somente para me distrair, me fazer evitar pensar em Edward. O que ele não sabia era que isso não adiantava muito.

Rosalie voltou para o acento logo depois. Eu me perguntava se, assim como eu, mais alguém no avião pensava como era possível alguém viajar por horas e ainda estar estupendamente linda. Ela estava vestindo uma blusa preta sem mangas e calça jeans justa, bordada na altura na coxa. Ela parecia uma modelo saída de um anuncio de perfume.

- Eu acabei de passar por duas comissárias preocupadas com uma passageira que está passando mal – ela comentou me encarando assim que se sentou do outro lado de Emmett.

- É a Bella.

- Eu não estou passando mal, Emmett – eu protestei talvez alto demais, pois uma senhora de cabelos brancos sentada a algumas cadeiras a minha frente virou-se e me encarou com a cara amarrada.

Emmett colocou as costas da mão na minha testa como se estivesse medindo minha temperatura, que definitivamente devia estar bem mais alta que a dele, e depois balançou a cabeça em negação olhando na direção da senhora a nossa frente. Ela me encarou novamente e virou-se para seu lugar resmungando algo que tinha certeza que Emmett e Rosalie deviam ter ouvido tranquilamente.

- Agora ela sabe que você não está com febre, irmãzinha – Emmett riu alto novamente.

- Precisamos pensar no que faremos quando chegarmos a solo firme – Rosalie comentou pela primeira vez.

- Vocês não têm idéia de onde ele possa ter ido? – eu falei vacilando inconscientemente na palavra ele. Sabia que não conseguiria pronunciar Edward em voz alta sem trazer certos momentos à tona novamente.

- Carlisle sugeriu que procurássemos em hotéis cinco estrelas – Rosalie falava parecendo pouco preocupada enquanto retocava a maquiagem – É onde ele deve estar hospedado.

- Claro, porque Edward quer ser um humano normal. Por isso ele está em um hotel luxuoso. – Emmett comentou num tom divertido.

Antes que eu pudesse comentar alguma coisa, eu parei ao ver a reação de Rosalie. Ela guardou o batom dentro da bolsa e agora encarava seu companheiro com um claro olhar de espanto.

- Você está realmente se divertindo com tudo o que está acontecendo.

- Rose, só estamos ajudando Bella a encontrar Edward para que eles possam ser felizes na vida e na mordida. – ele fez o último comentário num sussurro tão baixo que até eu ao seu lado tive dificuldade de ouvir. – Ah, fala sério, Rose, ele é meu irmão, mas a verdade é que eu o aceitarei de braços abertos e muitos socos quando ele voltar para casa tão vampiro quanto antes.

- E se isso não acontecer desta maneira? – Rosalie perguntou enquanto encarava a alça da bolsa que estava no seu colo.

Não vi os rostos de Emmett e de Rosalie, mas sabia que eles sabiam tanto quanto eu que depois dessa viagem nada voltaria a ser o mesmo. E então me lembrei do meu sonho. Edward era humano novamente, mas não era mais meu. Uma dor envolveu meu coração, apertando-o.

Ao fundo a voz da comissária de bordo indicava nos altos falantes, em inglês e depois em espanhol, instruções de segurança para a aterrissagem. Estávamos chegando. Era a hora de encarar a realidade.


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