Se passaram terríveis 4 meses, eu não estava mais no hospital. Já estava em casa, como sempre deitado sobre minha cama, cantando as musicas que eu cantava no ouvido dela durante a noite. Eu tocava minha guitarra que ficava sobre meu peito. Olhava para o teto e fechava meus olhos a cada refrão das canções. Numa tentativa de relembrar do seu rosto. Eu estava sangrando por dentro, não conseguia mais viver sem ela. Eu olhei para a janela e continuava a chover forte. Ela adorava chuva, ainda mais as brisas que ela trazia. Ainda me lembro do nosso primeiro encontro que acabou com nós dois molhados pela chuva.

[ Flashback onn ]

– Andy, eu acho que vai chover. – Ela disse olhando para mim e sorrindo levemente.

– Não vai não. Tenho certeza. – Eu respondi sorrindo para ela e passando minha mão sobre seus belos cabelos loiros.

– Andy vai chover sim. – Ela insistiu em dizer aquilo e começou a rir de um jeito que só ela conseguia.

– Ok, dama do tempo. Vamos para minha casa então. – Eu disse olhando-a e logo nos levantamos.

Ela não disse nada apenas sorriu. Estávamos sentados em um banco perto de uma praça pouco movimentada. Andamos por alguns minutos, até que uma chuva interminável caiu sobre nós. Em minutos ficamos encharcados. Começamos a brincar com as imensas poças de água que se formavam na calçada. Não nos importamos de estarmos com os pertences todos molhados, e nossos celulares poderiam até não funcionar mais. Mas isso não veio em nossas mentes naquele instante. Estávamos muito felizes e queríamos mais e mais daquela diversão. Depois de brincarmos com as poças, fomos para a minha casa abraçados, quando chegamos ela apenas me pediu um toalha para se secar e resolver ir embora por estar muito tarde. Nos despedimos e eu a vi ir embora. Mas logo ela retornou e disse:

– Me esqueci disso. – Ela envolveu seus braços sobre meu pescoço e me beijou meigamente.

Sua boca era macia, gostosa, me fez delirar. Eu envolvi minhas mãos em sua cintura e passei minha mão direita em seus cabelos. Ela brincava com minha boca, que respondia a ela. Logo ela interrompeu o beijo com alguns selinhos e partiu. Eu sorria olhando-a.

[ Flashback off ]

Agora com tudo o que está acontecendo, eu nunca mais poderei sentir os maravilhosos lábios dela se unirei aos meus. Eu estava perdido.

Larguei minha guitarra do lado da minha cama e resolvi levantar, fui até a janela e fiquei olhando os movimentos um pouco calmo do trânsito. Peguei minha carteira de cigarros que estavam em meu bolso e acendi um rapidamente. Virei de costas para a janela e sentei no chão. Encarei o nada por algum tempo, eu apenas conseguia pensar nela. Minha casa era cheia de lembranças dela, lembranças que me faziam sufocar. Olhei para o enorme porta retratos que estava na parede, e notei que ela era uma pessoa perfeita. Seus defeitos não existiam. Mesmo que a perfeição seja um mito da vida, eu tenho a certeza de que ela era perfeita. Para os outros ela tinha defeito, mas para mim ela não tinha. Senti que lágrimas começarem a brotar em meus olhos, e caiam sem dificuldade pelo meu rosto. Eu estava fraco de mais para poder lutar contra aquelas lágrimas.

Ainda me pergunto o porquê, da vida ter me tirado o amor de minha vida. Seria algo que eu fiz de errado? Uma divida de uma outra vida? Não sei como responder a essas constantes perguntas que se passam pela minha cabeça. Eu apenas sei que sem ela, eu estou perdido no mundo. Em um mundo preto e branco, sem sons, sem cheiros, sem cor, sem amor e sem vida.E eu ainda sou perseguido pelas terríveis lembranças daquele acidente.

[ Flasback onn ]

Estávamos indo para a nossa pousada. Bem a pousada não era bem nossa, é que foi naquela pousada que eu e minha princesa tivemos os melhores momentos de nossa vida. Estávamos em uma estrada de duas mãos, do lado da mão de ida havia um enorme penhasco, pois nosso hotel ficava acima de uma imenso penhasco. Eu estava na direção. Não vinha nenhum carro na direção contraria o que me aliviava, pois eu odiava quando vinham muitos carros.

– Andy, vai mais devagar. Você sabe que tenho medo dessa estrada. – Ela disse um pouco tensa, seus punhos estavam cerrados e seu olhar estava voltado para a estrada.

– Não vai acontecer nada de errado. – Eu disse olhando para ela e logo voltando a cuidar da estrada.

– Como você sabe?- Ela perguntou sorrindo meigamente.

– Por que eu sempre sei das coisas, querida. – Eu disse e nós rimos.

Depois de termos andado mais um pouco na estrada, ela adormeceu docemente. Eu admirava sua beleza, enquanto olhava o retrovisor do carro. Depois de alguns minutos ouvi meu celular tocar, o peguei e era meu amigo Ashley. Conversamos por alguns minutos. E quando foi quando eu fui guardar meu celular, eu virei meu olhar por um segundo. Mas esse segundo fez com que um enorme caminhão batesse em nosso carro e fez com que ele capotasse.

Quando dei por mim, nosso carro estava de cabeça para baixo. Eu falava o nome dela, mas ela não respondia sua testa e seus lábios sangravam. Seus olhos estavam fechados, mas ela ainda respirava. Eu tentei fazer alguma coisa, mas não conseguia me mover, e eu não sentia minhas pernas. Logo um outro caminhão apareceu e bateu de frente em nosso carro, fazendo com que ele caísse por penhasco abaixo e não era um penhasco pequeno. Quando finalmente chegamos ao chão, eu abri meus olhos e não a encontrei entro do carro. Tentei sair do carro, mas foi em vão. Mas eu consegui pegar meu celular, o problema era que ele estava quebrado. Fiquei lá esperando por alguma ajuda sem poder fazer alguma coisa, quando eu vi o corpo de minha noiva um pouco perto no carro. Ela não se mexia, de longe parecia que ela estava morta. Mas eu nquis acreditar nessa possibilidade. Eu falava o seu nome, mas era um vão, ela não conseguia me escutar. Eu estava com cortes no meu rosto e nos meus braços. Após um longo tempo, eu adormeci. Acho que foi pela minha falta de sangue ou pelo cansaço.

...

Acordei no hospital, eu respirava com ajuda de alguns aparelhos. Os pais dela estavam no meu quarto. Sua mãe chorava e seu pai se lamentava. Eu não sabia o que havia acontecido. Foi quando a mãe dela me viu acordado e logo me deu a rágica noticia de que... Eu havia a perdido.

[ Flasback off ]

Não culpo Ashley pelo que aconteceu. Eu culpo a mim, por ter me distraído por um segundo. Esse um segundo, custou à vida dela. Custou à felicidade, o amor, o carinho, a pessoa interior dela.