Carolyn's Pov

Eu estava totalmente abalada, mal conseguia acreditar no que havia dito a Andy. Eu não conseguia mentir para ele, mas naquele momento eu consegui superar minhas forças.

Eu estava em um táxi, indo para a casa de Ashley, e nesse momento eu estava com um ódio acumulado em meu peito. Estava ardendo dentro de mim. A culpa de tudo era de Ashley. E eu estava levando a culpa de falsa e traiçoeira.

Finalmente cheguei a casa dele. Ashley me esperava na porta da casa.

- Olá querida Carolyn! Fez o que eu te disse? - Ashley disse, ele se apoiou na porta.

- Fiz sim querido Ashley. E para ser sincera, eu disse que transei com você! - Eu disse com um sorriso falso e lhe apontei.

- O que? - Ele disse surpreso, acho que ele nunca conseguira acreditar que eu faria isso.

- Você ouviu muito bem. Coloquei a culpa disso em nós dois! - Eu disse tirando o sorriso e ficando seria.

- Não deveria ter feito isso. - Ele disse calmo.

- Mas eu fiz. E acho que você não deveria ir à casa de Andy por um bom tempo. Ele está bem abalado com essa mentira! - Eu disse seria e quando eu iria dar-lhe as costas, senti ele segurar meu braço.

- Olha aqui, você ferrou para mim, e isso não vai ficar assim Carolyn! - Disse Ashley ameaçando-me. 

- Tenho muito medo disso! - Eu disse ironicamente e soltei meu braço.

Eu estava muito brava com aquele cretino, por causa dele perdi um homem maravilhoso, que se importou comigo. Por que ele quis que eu fizesse isso? Ele parecia tão legal quando eu o conheci no hospital. Eu estava tão triste, eu não conseguia acreditar nisso.

Eu atravessei a rua e me sentei em um banco que havia perto de uma praça. Comecei a chorar em silêncio, sentia minhas lágrimas caírem, e eu fazia questão de deixá-las caírem. Eu não tinha forças para secá-las. Eu comecei a olhar as pessoas que passavam tão felizes, tão despreocupadas. Não conseguiam a palavra dor, e essa palavra eu já a conhecia de outras historias, que se eu contasse para alguém, ela se assustaria.

Algumas pessoas se sentaram do meu lado. Eu me levantei e fui andando pela praça. Adentrei a praça e avistei um banco vazio, eu queria ficar sozinha. Sentei-me e fiquei olhando para minhas mãos, enquanto balançava calmamente meus pés.

Uma menina de mais ou menos 2 anos apareceu na minha frente, ela tinhas olhos azuis bem vivos, cabelos loiros bem claros, e um rosto lindo. Ela era lindíssima.

- Oi fofa! - Eu disse olhando-a e pegando-a no colo.

Ele sorriu e encostou a cabeça em meu peito. Ela tinha um cheiro doce de framboesa.

- Onde está sua mamãe? - Perguntei curiosa, mas seria obvio que ela não diria uma palavra a mim.

Vi que em sua camisetinha rosa havia um bilhete, preso nele. Parecia uma carta. Estava grampeada.

" Por favor cuida de nossa Rosemarie, estamos sem condições, ela não lhe dará muito trabalho por ser comportada! "

Eu não conseguia acreditar no que estava lendo. Aquela linda menina estava sozinha e ainda foi abandonada pelos pais em plena praça? Eu percebi que ela pelo menos estava feliz, por não saber o que estava acontecendo.

- Ai, meu Deus. Pobrezinha de você, Rose...Marie! Eu vou cuidar de você. Mesmo não tendo experiência! - Eu disse olhando-a e dando um beijo em sua testa.

Eu não tinha a menor idéia de como cuidar de uma criança, e nem sabia se a senhora Borks deixaria que eu cuidasse da pequena. Mas não custa tentar, ela era tão frágil e tão doce que eu não poderia deixá-la por ai, nessa praça. Eu tinha que cuidar dela.