Meet Athena escrita por Nunah


Capítulo 10
capítulo 9 - a volta da infância


Notas iniciais do capítulo

Onde estão vocês?



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Now all your love is wasted?

Then who the hell was I?

Now I’m breaking at the britches and at the end of all your lines,

Who will love you?

Who will fight?

Who will fall far behind?

- Skinny Love

Poseidon

Eu dirigi o mais rápido que pude; na esperança que o vento forte fizesse minha mente esquecer o que acabara de acontecer.

Quando cheguei, a festa ainda estava rolando, igualmente animada. Hermes queria beber até cair e Deméter estava fula da vida por isso, porque ele não tem idade. Ártemis estava sentada afastada, olhando pela janela, quieta. Apolo e Athena rolavam de rir enquanto conversavam sobre algo qualquer, provavelmente bêbados.

Como pode ter bebida alcoólica numa festa em que se tem uma mulher grávida?

E falando nela, Hera e Zeus estavam também afastados, comemorando sozinhos e do jeito deles. Essa noite ninguém ia conseguir dormir.

Sorri assim que adentrei aquela atmosfera de felicidade e despreocupação. Era tão bom estar junto daquelas pessoas, parecia outro mundo.

- Quanta animação, hm? – me sentei junto de Athena e Apolo. – Vocês estão bêbados?

Athena olhou seriamente para mim e eu jurava que ela iria negar, mas começou a rir sem parar e nem ao menos respondeu. Ótimo, eles estão mesmo bêbados.

- Apolo, é assim que se comporta em festas de família? – perguntei, rindo. – Quanta autoridade você tem agora...

- Cale a boca – ele riu e abriu os braços. –, a carne é fraca, meu amigo.

Bati em seu ombro, concordando.

- Então, onde você se meteu? – perguntou Athena. Apolo ficou sério e eu tive medo que desse um ataque de riso do nada. – Ficamos preocupados, ok? Tem certeza que foi só “resolver uns problemas”?

Revirei os olhos e ela sorriu.

- Poseidon? Tendo problemas? – Apolo sorriu. – Por que eu não me surpreendo hm?

Peguei um copo d’água (juro que era água) e brindei com ele, assentindo.

Eu com problemas. Quanta novidade.

Já era tarde quando todos foram dormir. Um a um, eles subiram, cambaleando de sono (ou de bêbados, provavelmente). Alguns tomaram banho, outros apenas caíram desmaiados na cama e só acordariam depois da hora do almoço no dia seguinte.

Eu fui um dos últimos a subir e ainda não estava com sono, mas não seria legal ficar zanzando pela casa feito um zumbi enquanto os outros estavam sonhando numa realidade paralela (porra, o quê que eu to falando?).

Continuando, eu tomei um banho demorado (de novo), já que ninguém parecia ligar, e depois fui tomar um copo d’água (mania de infância). E eu não sei o porquê de estar contando isso em detalhes. Ok.

Mesmo sem sono, deitar numa cama macia e encarar o céu pela janela depois de um banho pareceu uma boa coisa para se relaxar. Alguma coisa parecia sussurrar no meu ouvido de que o dia seguinte não iria ser fácil também. Algo novo estava para acontecer, eu sentia.

Isso já está ficando estranho. Esse negócio de pressentir coisas. Athena também tem isso, acho. Será só coincidência? Hmm?

Vish, to chapadão, bai.

Athena

Eu juro que não estou bêbada. Sério, eu não sou de beber. Só às vezes, quando Apolo me força. Se eu tivesse bêbada eu já estaria dormindo, certo?

Eu realmente queria saber onde Poseidon se meteu hoje (ou seria ontem? Já deve ter passado da meia noite...), por que ele voltou daquele jeito? Parecia assustado, tenso... Eu queria poder ajudar, mas tenho certeza que ele não iria querer responder a nenhuma pergunta que eu lhe fizesse.

Eu queria que ele confiasse em mim. Eu gostaria de ajudar. Não sei se ele esconde as coisas assim para me proteger, para não me preocupar ou simplesmente porque não é da minha conta.

Não pode só ser impressão que Poseidon esteja se distanciando. Eu sei que ele e eu nunca fomos chegados e só somos amigos há alguns dias, mas isso foi o suficiente pra mim. Mas e quanto a ele? Aquela afeição que parecia existir era só fingimento? Ou coisa do momento?

Eu me sinto como uma mulher que sabe que o casamento está indo de mal a pior e não sabe o que fazer para impedir; é mais ou menos minha situação.

Não sei bem quando acabei adormecendo, mas acordei no dia seguinte com o sol batendo na cara e uma preguiça danada de me levantar ou mover qualquer músculo.

Eu bem que aceitaria ficar mais uns bons minutos na cama se meu pai não tivesse vindo bater na porta do quarto falando pra eu me apressar para ver uma surpresa. Ok. Não importa a surpresa, quero ficar dormindo.

Mas toda minha calmaria interior se agitou quando Ártemis veio me encher o saco e me jogar pra fora da cama. Ótimo. Quanto amor fraterno.

Depois de tomar um banho rápido, escovar os dentes e colocar uma roupa apresentável, acabei esbarrando com Poseidon no corredor. Que coincidência.

Eu perguntei se ele estava bem e ele apenas assentiu. Eu não devia estar com uma cara muito boa, porque ele sorriu para quebrar a tensão. Mas eu não sou burra assim. Eu via que seu sorriso e sua aparente felicidade descontraída não chegavam aos olhos, que estavam mesmo preocupados.

Franzi os lábios. Eu não ia aguentar aquilo, aquele mistério estranho. Por que ele estava assim? Eu não fiz nada de errado, fiz?

Segurei seu braço e ele se virou instantaneamente para mim. Mas não havia mais sorriso. Não havia felicidade.

- Poseidon, o que está acontecendo? Se não quer me dizer, tudo bem, mas pelo menos me diga o motivo.

Ele esperou até que todos tivessem descido para começar a falar.

- Athena, eu fui ver Cronos ontem. Ele praticamente oficializou meu casamento com Anfitrite, o que, se depender de mim, não vai acontecer. Ele está afundando e precisa de dinheiro, mas eu não vou ser sua moeda de troca.

- Por isso você ficou todo estranho ontem... – murmurei. Engoli em seco. Ele não parecia bem. – Espero que você não se sinta pressionado Poseidon, eu só me preocupo com você.

Ele sorriu. E dessa vez pareceu mais sincero.

- Tudo bem mi luna.

Também sorri ao ouvir aquilo. As pessoas normais costumam ficar mais do que felizes ao ouvirem um “Amo você” ou “Você é tudo pra mim” ou qualquer outra coisa assim. Mas para mim aquilo já estava de bom tamanho, porque era algo único e significativo.

De repente me lembrei da urgência da voz de meu pai me falando sobre uma tal surpresa e desci correndo as escadas, arrastando Poseidon junto de mim, repentinamente aliviada.

Mas todo o meu mundo pareceu estar em câmera lenta quando meus olhos encontraram aqueles tão conhecidos: meu amigo e companheiro de infância.


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Notas finais do capítulo

Agora começa minha parte favorita aww *-*