Assim que passamos pela porta do Starbucks Zacky apontou para o lado direito, fazendo sinal para que eu, Liz e Brian o seguissem. Dobramos a esquina e ele destravou o carro preto que eu não soube identificar. Brian abriu a porta para nós e Liz logo saltou para dentro do carro enquanto eu parei para pensar se entrar em carro de estranhos seria uma boa opção.

Liz percebeu e pôs a cabeça para fora para me olhar. Brian olhou para mim como se me chamasse e então eu resolvi ir. Não iria acontecer nada de mal, eles eram pessoas conhecidas em todo o mundo, um passo em falso toda a carreira ia por água a baixo. E o que eu estava pensando? Que eles iriam me matar? AH, santa paciência Victória.

– Então digam-me, onde moram as senhoritas? - Brian perguntou, olhando pelo espelho retrovisor e em seguida virando o corpo todo para nos olhar, mas direcionando seu olhar para mim. Percebi minha boca aberta e fiquei pensando se eu a tinha deixado assim desde que entrei no carro. – Tá tudo bem aí, Vick? - O olhar que Brian lançou para mim foi de duvida, tratei de fechar a boca e lançar um sorriso.

– Estou ótima, quer dizer, muito bem. Nosso apartamento é a três quadras daqui, só andar reto, numero 872. – Olhei pela a janela enquanto Zacky dirigia. Brian começou a falar bobagens sobre o desfile, fazendo com que eu prestasse atenção.

– ... E aquelas roupas, nossa, eu não usaria aquilo não, quer dizer, eu sou homem e de qualquer forma não usaria. Mas se eu fosse mulher, credo nunca iria colocar aquilo...

– Então você esta dizendo que poderia ser mulher Brian? - Zacky o interrompe, rindo da enrolação que Brian fez enquanto falava.

– AH Vengeance, eu aqui falando uma coisa séria e fazendo uma analise bem humorada do desfile que acabei de ver enquanto você fica aí pensando bobagens.

– Mas sabe, o Zacky tem razão. Depois do que o grandão falou no Starbucks, você poderia ser uma mulher. – Liz se intrometeu e fez todos rirem, até Brian. Nesse momento o carro parou em frente ao nosso prédio, Zacky desligou o motor e todos descemos do carro caminhando em direção do Hall de entrada.

Esperamos o elevador em silêncio, subimos, e assim que Liz abriu a porta do apartamento, Brian entrou sem cerimônias, e se jogou no sofá e Zacky se jogou em cima do mesmo.

–Tem outro sofá Z. Vai lá, porra!

– Não mesmo. O outro é pequeno e eu sou gordo demais pra ele, vai quebrar. – Ainda em cima de Brian, Zacky tentou se acomodar melhor, deixando claro que não sairia. Brian levantou-se fazendo Zacky se equilibrar no sofá para não cair, resmungando alguma coisa olhando para mim e Liz que ria.

– Tão olhando o que? Vão se arrumar, a noite é uma criança e eu estou com fome. – Ele arregalou os olhos castanhos escuros como a jaqueta que estava usando, e faz uma careta.

– Eu vou tomar um banho. – Falei e saí em direção ao banheiro antes que alguém questionasse.

Em 45 minutos, um tempo Record, eu e Liz estávamos prontas com roupas confortáveis, afinal, algo dizia que a noite ia ser de bebedeira.

– Vick, eu gostei do Zacky – Liz comentou enquanto terminava de passar o lápis em seus olhos.

– Hm. – Limitei-me ao som apenas. Não queria dizer a ela que qualquer coisa que acontecesse entre eles não passaria de uma noite.

– Ai Vick, me encoraja, diz que vai dar tudo certo e que ele é legal. – Ela falou erguendo as sobrancelhas fazendo cara de cachorro abandonado pra mim. Ela usava um vestido tubinho preto e tinha um salto nos pés que imitava couro.

– É ele parece ser muito legal... – Sorri meio forçado.

– Ok, vamos, eu estou pronta. – Ela abriu a porta do quarto e saiu, pegou minha jaqueta preta de couro com bolsos para colocar as chaves e celular dentro, e voou para a sala. Terminei minha maquiagem e me olhei no espelho. Eu estava bonita até. Usava um vestido rosinha e nos pés vestia um sapato vermelho sangue.

Assim que entramos no carro, olhei novamente pela janela e percebi que a noite estava como eu amava. E como eu gostava da noite nessa cidade, não tinha muitas estrelas, mas a luz que saia dos prédios fazia parecer um céu estrelado moderno.

– Hm, parece que fui expulso do banco da frente. – Olhei para o lado e percebi meu novo parceiro de banco. Brian estava olhando para mim e tinha o sorriso brincando em seus lábios finos, aquele mesmo sorriso torto pararia o transito, talvez até corações. Sorri de volta.

– Coisa feia Liz, o garotinho aqui atrás ficou triste por você sentar ai. – Provoquei sem resposta.

– Pois eu adorei a troca! – Zacky gargalhou docemente sem deixar de olhar para frente.

– Isso ai é um complô contra minha pessoa. – Brian fala em tom de brincadeira.

–Que drama Syn. – Zacky completa.

–Ok, vou admitir, eu também gostei da troca. – Disse por fim batendo as mãos nas pernas.

Brian se aproximou e sorriu para mim. Não pude deixar de retribuir, tinha gostado de beijá-lo, mas não sei se deveria esperar algo a mais. Não queria me aproximar dele, porque minha consciência falava que nada passaria de uma noite, afinal, nada nunca passa de uma noite com homens como eles.

Chegamos a um bar onde anunciava musica ao vivo e ‘noite do rock’ escrito bem grande, ri do lugar e adorei a ideia. Entramos e logo na porta, esperavam-nos Jimmy, o gigante, Johnny, o baixinho, e Matt, o grandão. Era uma imagem engraçada já que estavam por ordem de altura e Johnny batia, pelo menos, na altura dos ombros de Matt.

–AH, que saudades! – Jimmy gritou e me abraçou forte. Qual era o problema dele?

–Ei, tira a mão dela Rev, já tem dono. – Johnny brincou e me abraçou também seguido por Matt depois.

– Que com certeza não é você Johnny. – Brian falou e deu um sorriso torto e pôs a mão em minha cintura.

A noite começou com as bebidas, logo percebi que o assunto em nossa mesa estava fluindo muito bem, eu até dava a minha opinião sobre o que eles falavam.

Quando percebo, Liz já estava aos beijos com Zacky. Acho que eles combinam, mas como sou estraga prazeres (só às vezes) resolvi interromper o momento deles assim que um dos beijos acabou.

– Hey Liz, vem comigo ao banheiro?

– Ah, sim. – Ela olhou para mim e sorriu.

Andamos pelo meio daqueles homens bêbados e daquelas mulheres que dançavam como loucas se esfregando neles. Chegamos ao banheiro e antes de conseguir ver meu reflexo no espelho, Liz me puxou pelo braço e falou:

– AH! Ele é lindo, e beija bem, muito bem! E sim, eu estou bêbada, mas juro que é só um pouquinho. – O bafo que vinha de Liz até meu rosto estava com um cheiro forte de cerveja. Sei, só um pouquinho.

– Eu vi que ele beija bem, não tirou sua língua de dentro da boca dele um minuto sequer. – Revirei meus olhos pra ela.

– Vick, nós vamos dançar. – Falou seria e me puxou pra fora do banheiro.

– Mas Liz, eu preciso ir ao banheiro! Eu falei sério tá? – Protestei.

– Não reclama e dança! – Ela já começava a mover a cintura no ritmo da musica que tocava, era algo como Dirty Little Girl do Burn Halo que tocava, e assim eu fiz também. Quando olhei onde estávamos, vi que perto do banheiro não era, e sim perto da mesa onde aqueles homens estavam.

Não tinha mais como evitar dançar com ela, então andei e estendi minha mão até meu copo na mesa, que continha alguns goles de vodka ainda, bebi tudo de uma só vez e voltei para minha amiga.

Quando senti mãos em minha cintura não pude deixar de sorrir, me virei e fitei aqueles olhos escuros, esses que não perderam tempo em se aproximar dos meus, e então senti seus lábios.