Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 27
Capítulo 27


Notas iniciais do capítulo

Ai, céus... não tem como não amar o Dimitri....



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Após um momento, ela olhou para mim, com a expressão séria e eu entendi que não havia romantismo nenhum nela. Havia apenas a frieza de tratar de um assunto profissional. Mesmo assim, não pude deixar de sentir o impacto que o olhar dela sempre me causava.

“O decreto no qual as pessoas da realeza acham que mandar dhampirs de dezesseis anos lutar com Strigoi é a mesma coisa que mandar eles com dezoito.” Ela disse brevemente, sem deixar de comer seu café da manhã. Literalmente, eu levei um susto com aquela informação. Tanto que me levantei rapidamente da cadeira, com um único impulso, fiquei em pé.

“Garotos de dezesseis anos vão lutar contra Strigois?” Perguntei alarmado.

“Esse é o decreto. Os dhampirs se formam quando tem dezesseis anos agora.” Rose respondeu, parecendo um pouco assustada com o meu rompante.

“Quando isso aconteceu?” Eu perguntei a ela, me sentindo indignado. Não era possível que um absurdo destes pudesse ter sido aprovado e estar em vigor. Com dezesseis anos, um dhampir não tinha treinamento completo e nem maturidade suficiente para se tornar um guardião.

“Um dia desses. Ninguém lhe contou?” Rose deu um olhar questionador para os meus guardas. Eles deram de ombros. Claro, eu ainda era um mistério para a maioria das pessoas, não era de se esperar que conversassem comigo sobre assuntos dessa natureza.

“Não.” Respondi, franzindo a testa. Esperei que Rose me atualizasse ainda mais daquela notícia, mas ela voltou a comer, em silêncio. Então, me vi forçado a falar. Eu realmente não conseguia aceitar o absurdo de tudo aquilo e não conseguia acreditar que fosse verdade. Não conseguia ficar calado.

“Isso é loucura. Chega a ser imoral. Eles não estão prontos tão cedo. É suicídio.”

“Eu sei. Tasha deu um bom argumento contra. Eu também.”

Eu a olhei com suspeita, imaginando como Rose tinha argumentado contra isso. Era quase como se eu pudesse vê-la enfrentando aqueles que tinham aprovado uma lei dessas. Os outros dois guardiões, mesmo distante, sorriram, fazendo com que eu imaginasse ainda melhor a cena.

“Foi uma votação apertada?”

“Muito. Se Lissa pudesse votar, não teria passado.”

 “Ah, o quorum.” Eu falei, passando os dedos pela minha xícara de café, como forma de não encarar Rose.  Eu queria saber das novidades, mas também aquela aproximação dela era perigosa. Eu tentei me focar naquela novidade e pensei na forma de resolução do Conselho. Quase havia me esquecido de algumas das formalidades Morois.  

 “Você sabe sobre isso?” Ela parecia surpresa.

 “É uma lei Moroi conhecida.”

“Foi o que ouvi.”  

“O que a oposição está tentando fazer? Convencer o Conselho ou fazer Lissa Dragomir votar?”

 “Ambos. E outras coisas.”

Eu coloquei uma mecha de cabelo atrás da orelha e ponderei o que seriam estas ‘outras coisas’. Eu tinha uma estranha vontade de entrar em ação, uma necessidade urgente de fazer algo, mas eu sabia que não podia. Não diretamente. Saber que Lissa era um caminho para desfazer isso me encheu de orgulho e esperança. Mas do que isso, parecia lógico e racional.

“Eles não podem fazer isso. Eles precisam escolher uma causa e ir com tudo usando ela. Lissa é a escolha mais inteligente. O Conselho precisa dos Dragomir de volta, e eu vi a forma como as pessoas olharam para ela quando eles me colocaram a mostra.” As lembranças da minha volta a Corte depois de ser restaurados não eram nada agradáveis. Mas decidi que não era hora para cultiva amargura, então me foquei no tema. “Não seria difícil conseguir apoio para isso – se eles não dividirem seus esforços.”

Eu sentia meu espírito agitado. Era quase como estar no comando novamente. Minha mente começou em várias formas de ajudar nisso. Eu podia conversar com Lissa, lhe dar algumas orientações. Apesar de eu não poder falar abertamente com o conselho sobre isso, eu podia ajudar a construir argumentos para as pessoas que tinham livre acesso a isso. Rose havia mencionado Tasha. Era verdade. Incrível como eu havia esquecido por completo dela. Mas agora, eu a via como um canal de comunicação. Ela era ousada e destemida, podia intervir nisso, sem medo. Eu olhei para Rose que bebia o seu chá, parecendo completamente indiferente a mim.

“A próxima vez que você ver Tasha, pode pedir para ela vir falar comigo? Precisamos conversar sobre isso.”

Eu percebi um traço de raiva cruzar os olhos de Rose. Ela parecia casual o tempo todo, mas ao me ouvir mencionar Tasha, algo mudou nela.

“Então, Tasha pode ser sua amiga, mas eu não?” Sua voz saiu extremamente afiada, quanto suas bochechas ficaram vermelhas, demonstrando todos os sentimentos que ela tinha escondido. Eu me senti receoso de qual caminho aquela conversa tomaria. Eu tinha me sentido extremamente culpado por ter falado aquelas coisas para ela na igreja e sentia a necessidade de desfazer tudo aquilo, mas ao mesmo tempo, não podia alimentar qualquer sentimento romântico dela. Eu olhei para os guardiões que estavam em pé, atrás de mim.

“Nós podemos ter um pouco de privacidade?”

Eles se olharam e se distanciaram, um pouco. Não era a privacidade que eu precisava e esperava, então dosei minhas palavras.

“Você e Tasha são situação completamente diferentes. Ela pode seguramente ficar em minha vida. Você não.”

“E ainda sim, aparentemente não tem problema se eu ficar na sua vida quando for conveniente – digamos, tipo, para fazer tarefas, ou passar mensagens.” Ela respondei raivosamente, jogando os cabelos para trás, em um gesto automático. Rose estava especialmente bonita esta manhã. Seus cabelos estavam soltos e cuidadosamente arrumados, caindo por cima do pescoço. Quando ela fez este movimento revelou algo que me surpreendeu. Vi, imediatamente, uma marca de mordida de vampiro em seu pescoço. Senti meu sangue esfriar. De alguma forma, eu tinha certeza que não tinha sido de Lissa e sim de Adrian. Adrian Ivashkov. Era como se uma voz falasse dentro de mim isso. Uma forte intuição. Uma certeza inquestionável. Toda resolução que eu tinha de consertar minhas palavras da igreja se foi. De alguma forma, tinham surtido o efeito que eu desejava. De alguma forma, Rose ficaria longe de mim agora.

“Não parece que você precisa de mim em sua vida.” Eu disse, apontando o olhar para a mordida. Pareceu que Rose havia esquecido dela, até que eu lhe mostrasse. O seu constrangimento ficou latente, mostrando que aquela mordida era origem de algo não muito correto. Eu lutei para manter meu rosto imparcial e controlar aquele ciúme que ardeu em mim.

“Isso não é da sua conta.” Ela falou baixo, arrumando o cabelo de volta, em torno do seu pescoço.

“Exatamente. Porque você precisa viver sua própria vida, bem longe de mim.” Eu disse aquilo, tentando convencer mais a mim mesmo do que a ela. Eu não conseguia ficar indiferente, mesmo sabendo que era o melhor para ela se manter afastada de mim.

“Oh, pelo amor de Deus,” ela exclamei. “Dá pra parar com o –“ Ela mesma se interrompeu, ao olhar por cima dos meus ombros, na direção da porta. Sua expressão de surpresa, me fez ficar imediatamente em pé e me virar para ver cerca de vinte guardiões entrando e vindo em nossa direção. Pelo uniforme formal e a marca na gola de suas camisas, pude ver que eram guardas reais. Meus guardiões também pareciam confusos, sem saber o que aquilo significava. Eles só podiam estar aqui por minha causa. Não tinha outro motivo. Eu era a única ameaça ali. Imediatamente me preparei para ser levado. Eles pararam uma mesa antes da nossa e nos encaram.

“Você precisa vir conosco agora mesmo,” um dos guardas da rainha disse. “Se resistir, vamos lhe levar a força.”

“Deixem ele em paz!” Rose gritou, sua voz era firme, perigosa e determinada. Eu queria impedir Rose de fazer qualquer bobagem, mas ela parecia mesmo um animal raivoso. “Ele não fez nada! Porque vocês não podem aceitar que ele é um dhampir agora?”

“Eu não estava falando com ele.” O guardião, que parecia liderar o grupo, falou. Eu demorei poucos segundos para perceber que não era eu o alvo deles e sim, Rose. Então, foi a minha vez de tomar as dores. Senti todos os meus músculos tensos. Busquei minha mente tentando entender o que ela tinha feito de tão grave.

“Você... você está aqui para me prender?”

“Por quê?” Eu exigi, sem conseguir aceitar aquilo. Aquilo parecia arbitrário e meu sentimento de justiça foram aumentando. Todos os pensamentos racionais foram me deixando.

“Não me obrigue a repetir: venha com nós quieta, ou vamos te obrigar.” O homem me ignorou deliberadamente, falando diretamente com Rose, segurando um par de algemas.

“Isso é loucura! Eu não vou a lugar nenhum até que você me diga o que diabos isso –“

Os guardiões entraram em ação, provavelmente prevendo que Rose não se renderia. Eles partiram para cima dela, que imediatamente lutou para se defender. Ela usou tudo que podia para isso. Socos, chutes. Eu parei por alguns momentos sem saber o que fazer, vendo que ela estava cada vez mais encurralada. Do mesmo modo que não parecia certo lutar contra guardiões, também não conseguia ver Rose sendo presa sem explicações daquela maneira. Quando um guardião a segurou pelo braço, deixei o meu instinto me guiar e parti para cima dele. Era a única coisa que parecia correto. Proteger Rose e nada mais importava. Eu não conseguia ser indiferente a ela. Definitivamente não. Principalmente em uma situação dessas.

“Não toque nela!” Falei com fúria. Eu o empurrei e coloquei meu corpo na frente dela, de forma protetora. Aquela ação fez com que os outros me notasse e me encarassem como um inimigo. “Fique para trás,” eu ordenei para Rose. “Eles não vão encostar um dedo em você.”


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Notas finais do capítulo

Bem, meninas, vamos bater um papinho?
Como todas sabemos (ou será que nem todas sabem?), a Richelle Mead publicou agora no final de agosto um conto que narra a ida de Rose e Dimitri pra Russia. Bem, eu tenho a versão em inglês e estou me arriscando em uma tradução. Assim que ficar pronta eu aviso pra vcs e a gente vê como posso mandar pra quem quiser, já que NÃO PODEREI POSTAR AQUI.
Tudo isso é pra dizer que vou sim fazer a versão do Dimitri pra essa viagem deles pra Russia!! Não quero nem saber se alguém vai ler ou não kkkk Eu que adoro o Dimitri, não poderia perder essa... Principalmente por causa do desfecho que a Richelle deu a este conto... o final é bem legal! Alguém já leu?
Ok, chega de conversa. Vou agora responder os reviews do cap anterior pq fico com a consciência pesada quando não consigo responder rsrsrs bjs