Spirit Bound Por Dimitri Belikov escrita por shadowangel


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Bem, estamos partindo para os últimos capítulos...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/201480/chapter/28

Rapidamente, os guardiões partiram em ataque e eu entrei em combate. Senti meus reflexos trabalharem poderosamente. Eu defendia e atacava com bravura, nenhum golpe me atingia com eficácia. Era a primeira vez que eu lutava novamente como um dhampir e sentia que, de alguma forma eu tinha voltado a minha velha forma. Não era mais tão ágil, como um Strigoi e os golpes não saiam tão fortes e potentes, mas mesmo assim ainda era muito mais do que a maioria dos dhampirs e daqueles guardiões que nos atacavam. Eu era rápido e quase mortal. Exceto que me cuidei em apenas deferir golpes que incapacitassem e não matassem, de alguma forma, eu ainda tinha um senso ético para não matá-los. Em pouco tempo vários deles estavam caídos, sem condição alguma de permanecer lutando.

“Pare! Eu vou! Eu vou com você!” Eu pude ouvir Rose gritando, mas ignorei e continuei lutando contra eles. Os outros também pareciam tão envolvidos que demoraram a assimilar o que ela falava. Guardiões me atacavam por todos os lados e eu me tornei o principal alvo deles. Eu usava tudo que podia para me defender e proteger Rose, eu não deixaria que a levassem assim, sem qualquer motivo aparente. Foi quando senti suas mãos me apertando fortemente os braços.

“Pare! Não lute mais.”

“Rose-“ Quando a olhei, vi um forte desespero estava em sua voz e a preocupação saltava de seus olhos. Eu levei pouco tempo para entender o que ela que o seu olhar queria dizer. Daquela maneira que sempre conseguíamos compreender o outro,  eu realmente podia entender o que aquilo significava mas não podia aceitar. Aquela velha conexão que tínhamos me fez enxergar tudo. Ela estava se entregando para me proteger. Eu não podia ser visto como nenhum tipo de ameaça.

“Pare!” Ela gritou tão alto que me fez perceber a verdadeira urgência dela. Todos que estavam ali também pararam. “Pare. Não lute mais contra eles. Eu vou com eles.” Ela disse por fim, quase com um sussurro.

“Não. Eu não vou deixar eles te levarem.” Tentei protestar. Rose já tinha feito muito por mim, não era justo que ela se entregasse somente para que as pessoas não me associassem a um Strigoi. Minha forte intuição me dizia que o que aqueles guardiões queriam com Rose era algo grave. Havia uma coisa muito diferente no ar.

“Mas você precisa.” Ela disse calmamente. Eu vi diante de mim uma Rose diferente da que eu estava acostumado. Ela parecia mais adulta do que eu jamais tinha visto. Meu coração apertou por ela. Nessa mesma hora, um dos guardiões veio até nós, passando por cima de um colega que estava inconsciente no não. Instintivamente, me coloquei na frente de Rose, sentindo meu corpo tenso e pronto para voltar à briga. Ela passou para minha frente, se colocando entre mim e o guardião, segurando as minhas mãos.

“Por favor. Não mais.” A voz dela continuou firme. Senti meu coração doer ainda mais. Ela parecia verdadeiramente determinada a se entregar, mesmo sem saber por qual acusação. Eu sabia que guardas da rainha jamais viriam capturar alguém se não fosse por causa de algo muito grave. Nós permanecemos nos olhando por poucos segundos, mas que pareceram horas. Eu iria lutar por ela. Até morrer. Ela pareceu entender isso, pois acenou e apertou ainda mais forte a minha mão.

Rapidamente, ela me soltou e virou para o guardião que nos assistia.

“Eu vou quieta. Mas, por favor... não o prendam. Ele só pensou... ele só pensou que eu estava com problemas.”

Da forma eficiente que todo guardião tinha, o homem colocou rapidamente as algemas em Rose. “Rose Hathaway, você está presa por alta traição.”

O espanto cruzou o rosto de Rose, mas sua voz saiu baixa. “Que tipo de alta traição?”

“O assassinato de Vossa Majestade, a Rainha Tatiana.”

Eu senti minha respiração parar. A Rainha estava morta? Aquilo não era possível, raramente existia assassinato entre os Morois. Rose não tinha feito algo assim, eu a conhecia. Ela era impulsiva sim, mas jamais cometeria um assassinato. Sem oferecer qualquer resistência, ela se deixou levar. Eu a acompanhei até onde pude, indo até a porta da cafeteria, até um dos meus guardas segurar o meu ombro.

“Você fica.” Ele disse duramente. Quando eu me voltei para ele, percebi que ele tinha um corte em cima da sobrancelha. Ele percebendo meu olhar disse não muito amistosamente “sempre ouvi dizer que você era bom, mas o que vi aqui-”

“O que está acontecendo?” Eu o interrompi, exigindo saber mais.

Ele negou com a cabeça. “Tudo que eu sei, foi o que eu ouvi aqui. Mas isso não importa agora. Você causou um belo estrago.” Seu dedo girava em volta do ambiente. Foi então que me dei conta de como eu tinha derrubado tantos guardiões. “Sinto muito, mas é meu dever reportar isso. Vou levar você de volta para o prédio dos guardiões.”

Ele me levou para uma sala que tinha apenas uma mesa e uma cadeira. Enquanto passava pelos corredores, olhei atentamente em volta, tentando ver Rose por lá, mas nada. O prédio inteiro estava frenético. Guardiões andavam de um lado para o outro, alguns carregando pilhas de papel, outros grupos passavam, caminhando rápido.  Percebi que a notícia era mesmo verdadeira. Eu nunca tinha visto aquele lugar em uma agitação daquelas. Estava longe de se tornar um caos, mas com certeza não tinha a frieza típica dos guardiões.

Enquanto eu esperava, só conseguia pensar em Rose. Como ele havia se metido em algo tão grave? Eu sabia que não tinha sido ela e isso era uma certeza absoluta. Ela só pode ter sido alvo de alguma conspiração. Mas quem queria a incriminar? Eu não tive muita chance de pensar em muitas hipóteses. Menos de cinco minutos, Hans, o chefe dos guardiões, entrou e começou logo a perguntar, sem arrodeios.

“O que aconteceu naquela cafeteria? Porque você atacou meus homens daquela forma?”

“Eu estava defendendo Rose.” Respondi com a mesma eficiência com a qual ele perguntava. Eu fiz o máximo para manter a minha fisionomia neutra.

“Defendendo? Uma assassina?”

“Ninguém explicou o motivo da prisão, até ela se entregar voluntariamente.” Falei, ainda soando calmo.

“A rainha foi encontrada morta esta manhã e todas as evidências apontam para Rose Hathaway.” Ele se inclinou na mesa, para falar próximo a mim. “Não teve alto voluntário algum. Ela é uma criminosa. E você quase conseguiu piorar sua situação, lutando daquele jeito.” Ele se inclinou novamente na cadeira, dando um longo suspiro. “Mas você tem sorte. Nós temos várias outras coisas acontecendo na Corte para nos preocupar.”

“Como a lei da idade?”

“O que você sabe sobre isso?”

“As notícias se espalham. É um absurdo mandar dhampirs com dezesseis anos lutarem contra Strigois. Eles não estão prontos. Ainda não.”

Um traço leve de surpresa cruzou suas feições, mas ele não me respondeu, antes me avaliou por alguns segundos. “Você pode ir. Obviamente não tem nada a ver com o assassinato da rainha. Deve ter agido por estupidez. Mesmo assim, vou manter você em observação pelo resto do dia.”

Ele se levantou e saiu. Pouco tempo depois meus guardas vieram e me acompanharam para o meu quarto, no alojamento dos guardiões. Mas meus pensamentos permaneceram buscando uma maneira de inocentar Rose.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bem gente, voltando ao conto sobre rose e dimitri na rússia, eu mandei a tradução pra todo mundo que pediu, se alguém ficou sem, é só falar, que eu mando :)
Eu tb vou preparar o pov de dimitri pra esse conto, embora não tenha gostado muito a historia...