Dramione - Maldita Aposta escrita por Belletrix


Capítulo 7
Texto Enorme, ''Pequena'' Discussão e Chutes.


Notas iniciais do capítulo

Ok, ok... Vamos se dizer que vocês querem me torturar, não é mesmo? Bom, até eu quero jogar um crucio em mim mesma. O problema é que eu não consigo organizar as minhas coisas, ou seja, mesmo com férias eu fiquei enrolada pra escrever pra vocês. Fora que antes das férias aconteceu umas coisas como o falecimento do meu bisavô, as provas na escola e tal. Mas enfim, eu fiz esse capítulo que eu acho que é um daqueles que são chatos mas são necessários, sabe? Pra estória se desenvolver e tal, ou seja, toda fanfic tem cap que é meio pra dormir, não que esse seja, AI DEUS, ME ENROLEI TODA, ENFIM, leiam e leiam esse cap. Não é muuuuuuito grande, mas é o melhor que eu pude fazer pra um começo de férias. Eu peço mil desculpas a vocês, realmente. Um Feliz Natal atrasado (: E obrigada a vocês que estão lendo isso, porque sem vocês, isso não seria nada. Tô emocionada gente, cadê meu lenço? :') Ah, e esse cap tem bastante pov da Isa e... opa, opa, opa, vão ler, vão. (LEIAM AS NOTAS FINAIS)



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POV Logan Lewiss

– Boa tarde classe! – o professor Flitwickdisse assim que entrou na sala – Hoje vocês irão sentar em dupla e copiarão o texto da página trinta e cinco do livro Feitiços Avançados.

Feitiços não era uma aula chata, mas o que deu nesses professores para nos passarem tantos textos?

Uma mão se ergueu no ar e era a de Diniz.

– Ah, sim Srta. Diniz? – Flitwick perguntou.

– O senhor é quem vai escolher as duplas?

– Sim. – ele respondeu e ouve murmúrios de desaprovação por toda a sala – A senhorita pode sentar com, hm, vejamos... Ah, o Sr. Lewiss. – e apontou para mim.

A castanha apanhou seu material e sentou-se ao meu lado, dando um sorrisinho torto e tímido. Eu retribui o sorriso.

– Ah Merlin! – ela disse surpresa assim que abriu seu livro.

– O que foi? – perguntei.

– Olhe esse texto, ele é enorme. – disse ela correndo os olhos pelas quatro páginas que iriamos ter que copiar.

– Ah, nem me fale! Primeiro, Minerva, agora ele. Mas por sorte, ou não, – fiz uma cara de confuso – são duas aulas dele.

Ela deu uma risadinha.

Devia ter passado uns vinte minutos e o professor ainda estava escolhendo as duplas.

– Tivemos sorte por ser a primeira dupla que ele escolheu, é uma vantagem, veja a gente já está copiando enquanto tem gente esperando sua dupla. – disse ainda copiando o texto.

– Pelo menos isso né! – ela disse divertida e eu ri.

– Mas então Diniz, você joga Quadribol? – perguntei.

– Sim, sou artilheira.

– E joga bem? – perguntei desafiadoramente.

– Modesta parte sou a melhor artilheira que toda Sonserina já viu. – ela falou num ar tão ‘’Draco’’ que não me contive e dei uma risada.

– Ei, o que foi? – ela perguntou – Estou no time desde o meu primeiro ano aqui em Hogwarts. Sou uma das melhores garotas que já pisaram naquele time. E você, é bom como goleiro?

– Claro, sou extremamente ótimo! – disse.

– Quanta modéstia!

– Olha quem fala. – falei molhando minha pena no tinteiro e ela riu.

– Modéstia definitivamente não é o forte dos Sonserinos! – a castanha disse mexendo em um de seus longos cachos e voltando sua atenção para o texto.

Não conversamos mais depois dos minutos restantes da aula. E por incrível que pareça, o tempo passou rapidamente e o sinal do término da aula logo tocou.

– Conseguiu terminar? – ela perguntou arrumando seu material.

– Em cima da hora, mas consegui. – respondi recolhendo meu livro e guardando-o.

– Até que você não é tão chato como pensei. – ela disse sorrindo.

– Pensou que eu fosse chato?

– Pensei que fosse chato, metido, arrogante... – ela respondeu quando estávamos saindo da sala – Mas metido você realmente é. – disse dando-me uma piscadela.

Nós rimos.

– Ah, é só ser legal comigo que eu vou ser legal contigo também. – disse explicando-me.

– Também uso essa tática. – a castanha disse divertida.

POV Isabelle Diniz

– Bonito a senhora me trocando pelo Logan hein, dona Isa! – Blás apareceu fazendo aquela carinha de gatinho de desenho animado trouxa.

– É dona Isa, bonito! – Draco também apareceu com ele.

– Prefiro não falar nada para os dois! – corei e os garotos ali presentes riram. – Mas e ai Draco, vai me contar aquilo da Hermione?

– Promete que vai fazer sigilo absoluto sobre isso? – Draco perguntou.

– Vou, agora fale logo. – disse fingindo impaciência.

– Eu a apostei com o Crabbe. Se eu conseguir conquista-la em um mês ganho 300 galeões dele, caso ao contrário, perco 300. – disse abaixando o tom de voz quase num sussurro.

Levei as mãos na boca fingindo surpresa

– Draco, como você pôde apostar uma garota?

– Eu disse a mesma coisa. – Lewiss disse se se encostando à parede ao nosso lado.

– Mas promete que não vai contar para ninguém? Só nós aqui e o Crabbe que sabemos sobre isso.

– Ok, ok. – levantei as mãos para o alto em sinal de rendição – Eu prometo.

A sorte é que Hermione já sabia da aposta, porque eu não iria conseguir esconder isso dela, como também não gostaria de quebrar a promessa que fiz para Draco.

Tenho absoluta certeza que o Sonserino me pedirá para fazer a cabeça dela e ajuda-lo, ou algo do tipo. E que ela também me pedirá ajuda para o ‘’Malfoy’’ quebrar a cara nessa aposta.

Os dois são meus amigos e, definitivamente, não vou ajudar nem um, nem outro a respeito disso.

Ah Merlin, em que confusão eu fui me meter?!

POV Gina Weasley

Segui o caminho que Isa havia me falado e cheguei numa portinha exatamente como ela me descrevera. Bati algumas vezes e ouvi um ‘’já vai’’ seguido de alguns passos.

Ouvi um barulho de chave rodando na fechadura e um ‘’trim’’ quando a porta se abriu. Deparei-me com uma Hermione extremamente péssima: seus olhos quase não se abriam de tão inchados que estavam devido ao choro.

– Oi Gina. – ela disse com voz fraca.

– A Isa me contou o que houve. Ah Mione, se eu pegar o Ronald...

– Não me lembre disso, por favor. – ela disse e deu espaço para eu entrar.

– Me desculpe. – eu disse e a puxei para um abraço apertado.

– Bom, Gina, sente-se porque irei te contar tudo. – a castanha disse sentando-se no sofá e eu me sentei ao seu lado – Na verdade vou resumir tá? – maneei a cabeça em sinal de ‘’sim’’ – Recebi um bilhete hoje de manhã dizendo que Rony estaria me traindo, e desconfio que seja a caligrafia de Parvati. Fui ao lugar em que o bilhete estava dizendo e quando cheguei lá vi a pior cena de minha vida: seu irmão me traindo com uma loira da Corvinal. – ela disse enxugando algumas lágrimas.

– Mione, eu nunca esperei isso de Ronald... – disse me aproximando ainda mais dela e pegando em sua mão – Ele não é disso. Não sei o que aconteceu.

– É, eu também nunca esperei isso dele. Mas a vida nos traz surpresas, não é mesmo? – a castanha forçou um sorriso.

– Pensou em perdoá-lo, ou algo assim?

– Não Gina. Por mais que ele tenha sido um ótimo amigo e um bom namorado. Porque quem ama não trai.

– Ok, eu entendo. – sorri para ela, e a mesma devolveu o sorriso, que dessa vez não era forçado.

– E outra coisa: Malfoy me apostou. – fiz uma cara de espanto e confusão ao mesmo tempo – Ei, não faça essa cara. – nós rimos – Estou valendo 300 galeões. Se ele me conquistar, ganha. Se não, perde.

– Não vou negar Mione, Malfoy é um bom partido. – disse divertida. – Ainda mais agora que você não está mais com o Rony.

– Ah Ginevra, pare! – ela disse rindo.

– Tá vendo, é assim que gosto de te ver Mi. Alegre, como você sempre é! – sorri a abraçando – Vai para alguma aula hoje? – perguntei.

– Não, acho melhor não. – a castanha disse se soltando do abraço – Agora acho melhor você ir, Harry está com saudades.

– Te vejo no almoço? – perguntei me levantando.

– Não. – Mione disse se levantando e indo até a porta. – Talvez no jantar, mas bem talvez.

– Ok. Mas pense bem, Ronald não merece tudo isso. – falei e ela fez uma cara de confusa – Isso de você não ir às aulas e nem aos almoços ou jantares.

Ela sorriu e novamente nos abraçamos.

– Até Mione! – disse saindo do apartamento.

– Até Gina, e obrigada!

Ver Mione daquele jeito me deixou tão abalada quanto ela. Como eu não tenho mais nenhuma aula livre hoje terei que falar com o Ronald no jantar.

‘’Ele que me aguarde. Ele que me aguarde... ’’

POV Hermione Granger

Fiquei deitada na cama o dia inteiro pensando na vida, no Ronald...

Como será agora? Como será ter que frequentar as mesmas aulas com ele? Como será quando as pessoas me perguntarem ‘’Você ainda é namorada do Ronald?’’. Será que irei aguentar responder um ‘’Não’’ sem ter os olhos lacrimejados? Será que eu irei aguentar passar as férias na casa dele?

Com tantos ‘’serás’’ em mente acabei cochilando e acordei perto da hora do jantar.

Resolvi tomar outro banho, pois estava péssima.

– Granger? – ah que ótimo! Logo agora que pensei que ao menos ESSE meu banho seria tranquilo a doninha resolve me chegar e me gritar lá do andar de baixo – Você está viva?

Preferi não responder. É, eu realmente estava mal.

Abri a porta do quarto e fui para o banheiro.

Estava indo até que senti uma mão segurando meu antebraço. Era Malfoy, claro.

– Por que não apareceu nas aulas hoje? – ele perguntou.

– Desde quando eu te devo satisfações da minha vida?

– Desde que a gente convive sobre o mesmo teto. – Malfoy disse me soltando.

– Ah Merlin! Dai-me paciência! – disse me soltando de seu braço e abrindo a porta do banheiro.

Pensei que ele iria voltar a me perturbar, mas o loiro apenas foi em direção ao seu quarto e gritou um ‘’Não demore no banho’’.

Demorei o tempo que achei necessário para dar uma relaxada antes de ter que aturar a doninha na ronda. Sai do banheiro apenas de toalha e rapidamente fui para o meu quarto. Coloquei uma calça jeans básica, um moletom cinza com algumas flores exóticas que eu havia ganhado de Natal de uma tia da minha mãe e o meu surrado all star. Prendi o cabelo em um rabo de cavalo alto, passei um perfume suave e desci ao encontro do Sonserino.

Este já me esperava sentado no sofá.

– Por Merlin! Achei que tivesse morrido! – disse o loiro indo até a porta.

Preferi ignorar o comentário.

Caminhamos até o encontro de dois corredores por onde começaríamos as rondas.

– Bom, vamos começar por aquele corredor. – o garoto apontou um corredor que eu havia planejado deixa-lo por último nas rondas.

– Não, vamos por aquele. – apontei outro corredor.

– Granger, se eu estou dizendo para irmos por esse, é porque vamos por esse.

– Se você está dizendo? – disse com sarcasmo – Não me faça rir doninha. Eu vou por aquele corredor!

E fui até aonde eu havia escolhido. Escutei resmungos atrás de mim vindos do loiro, mas dado alguns minutos olhei para trás e vi Malfoy me seguindo de cara fechada.

Não tivemos nenhum caso extraordinário durante a ronda. Quando estávamos voltando por aquele corredor que Malfoy havia sugerido vimos duas sombras em movimento. Corremos em direção a elas e pude ver quem eram:

Ronald e a sua nova namoradinha.

POV Draco Malfoy

Na hora em que vi o Weasley macho com outra garota olhei imediatamente para Granger e esperei a confusão começar. Mas ao contrário do que imaginei, ela não estava com raiva, triste ou com qualquer outro sentimento. Estava neutra, não esbanjava nenhuma emoção.

– Detenção para os dois! – disse a castanha em um tom frio.

– Mas Mione, eu sou seu amigo e...

– Não me chame de ‘’Mione’’, Weasley. Agora é ‘’Granger’’ para você e, não, você não é meu amigo.

– Não mesmo, ele é seu ex-namorado. – a garota que estava com o Weasley se pronunciou de forma sarcástica.

– Não, ele não é considerado nada para mim, pelo menos não mais. – Granger disse, novamente, fria. – Agora sumam daqui e se preparem para a detenção.

– Mas Herm...

O Weasley ia se pronunciar novamente, mas eu o interrompi.

– Você ainda não entendeu que é para sumir daqui? – me pus na frente dele.

– Escuta aqui Malfoy, o meu papo não é com você, é com ela. – e apontou para uma castanha que já estava irritada.

– Vem Roniquito, anda! – a provável nova namorada do traidor de sangue o puxou, e este obedeceu de má vontade e os dois partiram.

Olhei para o meu lado à procura da Grifinória, mas esta já não estava mais ali. Olhei para o corredor e ela andava rapidamente em direção à porta.

De longe a avistei pegando a chave no bolso de seu moletom e abrindo a porta.

Corri para tentar alcança-la, mas em vão. Quando cheguei ao apartamento à garota já havia entrado em seu quarto e, de certo, trancado a porta.

– Ei, Granger! – gritei-a subindo as escadas.

– O que é Malfoy? – ela perguntou de dentro do seu quarto.

– O que aconteceu? Você não está mais com o Weasley? – perguntei um tanto interessado demais.

– Isso não é da sua conta. – respondeu fria.

– Não fale assim comigo, sangue ruim. Apenas fiz uma pergunta.

– E eu não tenho obrigação de responder a sua pergunta.

– Abra a porta. – falei em tom autoritário.

– Você não manda em mim, Malfoy. – ela respondeu brava.

– Se você não abrir, eu arrombo essa porta. – disse já pegando minha varinha em meu bolso.

– Você não teria coragem – a castanha mostrava um tom de dúvida na voz.

– Claro que teria. Se você não abrir em cinco, quatro, três...

Apontei a varinha para a porta e quando ia esbravejar o feitiço, Granger me interrompe.

– Ok, ok... Eu abro!

Vi a maçaneta girar e dei de cara com uma Granger já de pijama e me encarando bravamente.

– O que você quer? – ela perguntou.

– Que você responda a minha pergunta. – disse claramente.

– E se eu não quiser? – Granger perguntou em um tom desafiador.

– Eu vou ter que te obrigar. – disse a pegando pelo braço e puxando mais para mim.

Olhei profundamente em seus olhos e digamos que me perdi ali por meros segundos.

– Me solta, Malfoy. – ela disse me despertando do transe e se soltando do meu braço bruscamente. – Será que você não entende? Eu não quero falar sobre isso, agora sai daqui.

– Nã...

– SAI DAQUI AGORA! – a castanha me empurrou para fora do quarto enquanto enxugava algumas lágrimas que teimavam em sair.

Ela ia fechar a porta, mas eu coloquei meu pé, impedindo-a.

– Não vou sair daqui enquanto não me explicar o que aconteceu entre você e o cenoura.

– Por que quer saber? Isso não tem interesse nenhum apra você. – ela disse colocando sua cabeça para fora da porta me encarando.

– Não vou te deixar em paz enquanto não responder a minha pergunta.

– Você nunca me deixa em paz, Malfoy. – ela disse sarcástica.

– Você ainda vai falar Granger. Por bem ou por mal. – disse em tom amedrontador.

– Ah, tenha Santa paciência!

O forte estrondo da porta batendo me causou dor nos ouvidos. Por mais que a curiosidade me matasse por dentro, resolvi não importunar mais a Grifinória sobre isso. Uma hora ou outra ela acabaria me falando.

Resolvi ir para o meu quarto tomar um banho e depois me deitar, amanhã seria um longo dia, pois decidi que começarei a colocar o plano em pratica e, também, porque começariam os treinos de Quadribol.

POV Isabelle Diniz

Depois da minha entediante ronda com Smith resolvi pegar as minhas coisas e ir para o dormitório Sonserino, porque, definitivamente, merecia uma folga, pelo menos por uma noite, daquele trasgo. Já passava da meia noite e eu ainda não havia encontrado meu sono. Estava sentada no sofá do Salão Comunal da Sonserina envolta por uma coberta quente e macia, lendo um novo livro que havia ganhado da minha mãe. Ele misturava terror e suspense em uma época medieval.

Eu não deveria estar lendo um livro de terror, sozinha, à noite e em um grande Salão Comunal em uma grande escola como Hogwarts. Mil coisas se passaram na minha cabeça como um suposto serial killer vindo me matar sozinha à noite e PELAS BARBAS DE MERLIN, EU PRECISO TIRAR ISSO DE MINHA CABEÇA.

‘’Eu queria sair nesta chuva e correr atrás de Daniel, mas eu sabia que era perigoso demais me arriscar desse jeito. Meu coração falara mais alto, apanhei meu casaco e desci as escadas rumo à porta de madeira velha. Quando a abri dei de cara com uma sombra encapuzada se aproximando cada vez mais e... ’’

– O que faz aqui, Diniz?

BAAAM!

Esse foi o barulho de uma garota amedrontada caindo de coberta e tudo no chão.

– O que foi? – Lewiss soltou um riso e estendeu a mão me ajudando a levantar. – Eu sou tão feio assim?

– Não é isso. – disse envergonhada, aceitando sua mãe estendida e me levantando – É que estou no meio de um livro de terror e... Bom, você já sabe. Eu me assustei.

– Me desculpe, não foi minha intenção te assustar. – o Sonserino disse se sentando no sofá.

– Ah, não! Tudo bem! – eu disse pegando meu livro do chão e me sentando ao seu lado.

– Você deveria estar dormindo, amanhã temos treino de Quadribol.

– Temos? – perguntei confusa.

– Draco não te avisou?

– Ah, que cabeça a minha. É verdade, temos sim. Mas estou sem sono. E você, deveria estar dormindo também, não deveria?

– Deveria. – ele deu uma risada fraca. – Mas também estou sem sono.

Dei um torto sorriso para o moreno e fitei a capa do livro que estava sobre minhas mãos.

– Enfim, você não respondeu minha pergunta. O que faz aqui?

– Decidi me dar uma folga do trasgo.

– Trasgo? – ele perguntou confuso.

– Sim, o Smith. – respondi rindo da cara que o moreno fez.

– Vocês não se dão bem? É tipo o Draco e a outra lá? – disse ele se referindo a ‘’pequena’’ rincha que Hermione e Draco possuíam entre si mesmos.

– Não é bem isso! O Zacharias vive no meu pé. Ele acha que só porque nós fomos ao baile do quarto ano juntos significa que temos que namorar, noivar, casar, ter filhos e viver o resto de nossas vidas juntos.

– Você foi ao baile com aquele ‘’trasgo’’? – ele disse me imitando na parte do ‘’trasgo’’ e nós rimos.

– Sim. Naquela época ele era legal e era bonito. Não que eu não o ache bonito agora, mas é que, agora, ele é escroto, imaturo e grosso, então só a beleza não adianta.

– Isso é verdade! – disse o Sonserino em tom de concordância. – Que sorte a sua de ainda ter que dividir o mesmo teto com ele. – disse irônico.

– Pois é! – sorri torto novamente. Não sabia o que responder. Falar do Smith me deixava com náuseas.

Ficamos em silêncio alguns minutos até que meu sono decidiu, finalmente, aparecer.

– Bem, eu acho melhor nós irmos dormir. – falei pegando a minha coberta sobre o sofá e me levantando.

– Também acho. – o moreno respondeu se levantando. – Boa noite, Diniz!

– Boa noite, Lewiss!

E seguimos rumo aos dormitórios, ele para o masculino e, eu, claro, para o feminino.

O dia seguinte era um ensolarado sábado que eu não queria levantar cedo, mas uma discussão em meu quarto me acordou.

– Será que não se pode mais dormir em paz nesse quarto? – falei sonolenta tapando a cabeça com o travesseiro.

Mas acho que as duas nem me ouviram, continuaram a discussão normalmente.

‘’Não, quem vai falar com ele sou eu’’.

‘’E você acha que o Logan-deus-grego vai querer você? Por Merlin!’’

Então elas estavam discutindo por causa do Lewiss? Comecei a gargalhar mentalmente e resolvi levantar da cama.

– Bom dia, senhoras! – disse divertida e fazendo uma reverencia às duas.

– Bom dia! – disseram em um uníssono nada simpático.

Tomei um banho demorado e fiz minha higiene pessoal. Coloquei uma roupa, passei um pouco de maquiagem e me perfumei.

Assim que sai do dormitório não avistei ninguém

‘’É claro, ainda todos devem estar dormindo, afinal, é quase madrugada e é sábado’’.

Mas para cama eu não voltaria, então decidi dar uma volta pelos corredores da escola.

– Ei, Isa!

– Oi Mione! – cumprimentei a Grifinória. – O que faz acordada tão cedo?

– Não estou tendo tanto sono ultimamente. E resolvi acordar antes da doninha, estou evitando vê-la, afinal, ela irá me encher de perguntas sobre o Weasley.

– O Draco sabe? – perguntei me referindo se o loiro sabia sobre a traição de Ronald.

– Que nós não estamos mais juntos? Sim. Ontem nós pegamos na nossa ronda o Weasley e a loira aos amassos. – ela disse engolindo seco.

– Mas e você, está bem? – perguntei preocupada.

– Na medida do possível. – a castanha sorriu torto.

– Ora, ora, ora. Se não é a Grifinória-sem-graça e a Sonserina-boazinha. – uma loira com roupas extremamente vulgares se pôs na nossa frente. E eu sabia que aquela loira era a mesma que Mione estava falando há alguns minutos.

– Ora, ora, ora, se não é a ladra de namorados.

– Ladra de namorados? – a loira gargalhou sarcasticamente. – Eu não tenho culpa se a sua amiguinha aqui não sabe se mostrar interessante para o próprio namorado.

– Interessante? A única coisa que os garotos veem de interessante em você são as suas coxas. – falei debochadamente.

– Querida, eu já fiquei com quase todos os garotos de Hogwarts e...

– Claro, meu amor, você é do tipo fácil. Ou em outras palavras, do tipo ‘’vadia’’ – fiz aspas com os dedos.

– Só está falando isso porque eu sou a nova namoradinha do ex-namorado da sua amiga.

– Não, apenas estou sendo realista. – dei de ombros.

– Vem Isa, não vale perder tempo com esse tipo de... Gente. – Mione olhou com nojo para a garota e me puxou para longe dela. – E já vá se preparando para a sua detenção. – a Grifinória virou-se novamente para a loira – Não se preocupe, Minerva achará uma bela tarefa para você.

– Torça para Minerva te dar uma detenção de esfregar os banheiros sem magia. Você nem precisará de esfregão, afinal, você tem um aí onde deveria ser o seu cabelo. – gritei propositalmente para todos que estivessem ao redor pudessem ouvir.

Risos de deboche dos que nos cercavam soou pelo corredor e vi a loira vir para cima de mim furiosa, mas Hermione se colocou em minha frente e disse:

– Encoste um dedo nela e a sua detenção será bem pior do que esfregar banheiros.

– Vocês vão ver, vocês vão ver... – a garota saiu de lá marchando e da cor dos cabelos dos Weasley.

Hermione e eu nos encaramos e começamos a rir loucamente.

– O melhor foi ‘’você nem precisará de esfregão, afinal você tem um aí onde deveria ser o seu cabelo’’. – Mione disse imitando-me e nós voltamos a rir. – Isa eu vou andar por aí, nos vemos depois.

– Ok Mione.

– Ah, e obrigada! Eu realmente estou precisando de gargalhadas assim.

Dei uma piscadela para a castanha e decidi também dar uma volta pelos corredores.

– Ei, Sonserina!

– Oi Blás. – cumprimentei o moreno com um abraço.

– Preparada para o treino de hoje?

– Um pouco nervosa, mas isso é normal. – disse fingindo roer as unhas e o moreno riu. – E você?

– Eu? Eu me garanto nisso. – disse convencido.

Caminhamos rumo ao Salão Principal lentamente. De vez em quando eu esbarrava em alguns alunos, pois estava ocupada demais admirando o piso dos corredores ou tentando não pisar na linha que os dividia. Faço isso sempre que não tenho nada para fazer, como agora.

– Mas e aí, os boatos nos corredores são verdade? – Blás perguntou.

– E quais são os boatos?

– Que você e a Claws brigaram?

– Então esse é o sobrenome da vadia? – perguntei.

– Da gostosa? Sim, é esse. – dei um tapa no ombro dele e ele pronunciou um ‘’ai’’ – Mas por que vocês brigaram?

– Porque ela é idiota. Mas não estou a fim de falar disso. – respondi.

– Por Merlin! – Blás exclamou parando de caminhar.

– O que foi garoto? – olhei para ele assustada.

– Esqueci que marquei de me encontrar com uma garota no terceiro andar hoje.

– Vai me deixar sozinha? Tudo bem. Já estou acostumada. – disse fingindo limpar uma lágrima.

– Quanto drama. – o moreno veio até mim e me abraçou. – Te vejo por ai amorzinho.

E assim que me soltou do abraço, Blás correu em direção contrária a dos outros alunos que estavam indo para o Salão Principal.

E eu continuei meu rumo. Dessa vez olhando por onde andava, pois meu braço estava doendo devido a dois garotos primeiranistas da Sonserina que estavam fazendo questão de correr em um corredor cheio e ao passarem perto de mim quase levaram meu braço junto.

POV Draco Malfoy

Acordei com o clarão da janela que adentrava meu quarto. Levantei em um pulo pensando que estava atrasado, abri a porta do quarto e cambaleei até o banheiro encostando-me a pia e esfregando os olhos. Logo em seguida joguei uma água em meu rosto e voltei para o quarto.

Olhei em meu relógio no criado-mudo e eu não estava tão atrasado assim.

Apanhei uma roupa que havia separado ontem e deixado na poltrona e voltei para o banheiro, e em seguida, tomei meu banho.

Sai do banheiro e voltei para o quarto. Troquei de roupa, passei uma colônia e baguncei meu cabelo, porque digamos que isso me dá um ‘’charme a mais’’.

Pelo que percebi Granger ainda não havia acordado ou estava por ai perambulando nos corredores de Hogwarts. Girei a maçaneta da porta de seu quarto e ela estava aberta. A cama da castanha estava arrumada e o ar por ali estava com um ligeiro cheiro de flores, então ela já deveria estar de pé.

Decidi ir procura-la, pois seria hoje que eu começaria a colocar meu plano em prática.

POV Hermione Granger

Eu estava sentada em uma pedra de vista para o lago negro. Não estava a fim de ir para o Salão Principal agora.

Fitei o horizonte e tentei me concentrar no frescor gélido da manhã que entrava pelas minhas narinas.

Foi quando um cheiro estranho se manifestou no ar. E não era o cheiro de um frescor gélido, de flores próximas, das folhas ou até mesmo da terra, era um cheiro refrescante. Menta? Talvez sim.

Ouvi passos amassando as folhas e vindo em minha direção. Estava preguiçosa demais para me virar e olhar quem era. Apenas continuei fitando o lago.

– Acordou cedo hoje, não?!

Soltei uma risada nasal baixa e irônica e pensando comigo mesma o que exatamente eu fiz para Merlim. Merecer a doninha logo de manhã é exaustivo, eu mereço um pouco de paz.

– O que faz aqui? – perguntei sem interesse na resposta.

– Vim saber como você está. Sabe... Depois de ontem que eu soube do Weasley... – Malfoy sentou-se em outra pedra ao lado da minha.

Soltei outra risada (dessa vez não foi nasal) irônica.

– E desde quando Draco doninha Black Malfoy se importa comigo? Ah, por Deus! Deixe-me em paz um pouco!

– Talvez eu não esteja preocupado com você, não sei ao certo. Só achei que você precisasse de companhia. – o loiro disse dando de ombros.

– Eu tenho ótimas ‘’companhias’’ – fiz aspas com os dedos – e se eu estou aqui sozinha é porque eu quero estar, e não porque ninguém quer ficar comigo, entendeu?! Eu quero um tempo sozinha.

– Ninguém jamais em sã consciência recusaria a minha companhia. – disse metido.

– Sempre tem uma primeira vez. E com licença, esse seu perfume de menta ou sei lá o raio que seja está me deixando enjoada. Passar bem. – levantei da pedra em velocidade e andei, ou melhor, quase corri pra longe dali.

Resolvi ir até o Salão Principal aonde achei, mas apenas ACHEI que estaria em paz...

No meu caminho cruzo com um Ronald Weasley com cara de ‘’cachorrinho que caiu da mudança’’. Não me importei nem um pouco em saber o que tinha acontecido. Torci para que aquela loira metida tivesse lhe colocado um par de chifres enormes naquela cabeleira ruiva.

– Hermione, ei, preciso falar com você. – o ruivo disse vindo até mim.

– Já disse que não quero mais falar com você e acho que fui bem clara, não fui?!

– Olha, eu vou falar de uma vez. Você precisa me escutar. A verdade é que eu ainda te amo, entende? Eu não consigo não pensar em você. Eu beijo a Claws pensando em você. Eu nos imagino no futuro, casados e com filhos. Você é a mulher da minha vida, entenda isso.

E tudo que eu consegui fazer foi soltar uma risada alta que chamou atenção das poucas pessoas que ainda estavam naquele corredor.

– Weasley, Weasley... Se realmente tivesse me amado não teria me traído.

– Hermi...

– Chega – o interrompi – já ouvi o bastante por hoje.

Sai de lá de cabeça erguida deixando o Weasley mais triste do que já aparentava estar. Senti orgulho de mim mesma, porque a Hermione de antes já estava chorando ou querendo se trancar no quarto. Mas digamos que aquilo foi passageiro porque agora eu percebi que eu preciso ser forte.

POV Isabelle Diniz

As pessoas naquele salão estavam realmente animadas para um primeiro sábado em Hogwarts. Todas riam e conversavam umas com as outras. Na mesa da Sonserina as pessoas que iriam fazer o teste para o Quadribol comentavam sobre o tal, todos ansiosos.

– Como vai a minha Sonserina preferida?

Aquela era a voz que eu definitivamente só esperaria ouvir a noite, nas rondas.

– O que faz aqui? Será que eu não posso descansar? – perguntei me virando para ele, mas continuei sentada.

– Você me deixou sozinho ontem à noite, qual é. Tive que esquentar a nossa cama sozinho. – Smith disse malicioso.

– Não existe a nossa cama garoto. Pare de falar besteiras, ou melhor, pare de falar comigo. Só fale o necessário, e eu juro que se você não me deixar em paz agora eu te darei um chute, e prefiro não citar aonde. – disse grossa.

– Você ainda vai ser minha, sabia? – ele se curvou um pouco para aproximar seu rosto do meu.

– Sonhar é bom, mas viva um pouco a realidade, faz bem. – disse sarcástica e dei leves tapas consoladores em seu ombro. Levantei-me e decidi me sentar em outro lugar na mesa, deixando-o lá.

Sentei-me e dei alguns ‘’olás’’ para quem eu conhecia ali e comecei a brincar com um garfo que estava sobre a mesa.

– Moça?

Alguém havia me cutucado.

– Sim? – Virei-me para trás e vi um ‘’mini’’ Sonserino moreno com um olhar confuso.

– É que eu esqueci aonde é o banheiro mais próximo, e eu realmente estou precisando muito usar. – ele reprimiu os lábios – E como você é a monitora achei que pudesse me ajudar, sou novo por aqui, sabe como é... – ele completou envergonhado.

– Ah, claro, tudo bem. – sorri amigável e sai do Salão para mostrar o banheiro para o menino.

Caminhamos por alguns corredores até o nosso destino.

– É aqui. Não é difícil, viu?!

– É, acho que consegui decorar o caminho. – ele sorriu doce – Obrigada, agora, com licença, estou apertado. – e como um raio o garotinho entrou no banheiro.

Eu fitei a entrada do banheiro masculino por alguns minutos e decidi logo sair dali antes que alguém me visse e me apelidasse de ‘’tarada-Sonserina’’.

– Parece que o corredor está vazio, a sorte está o meu lado hoje.

Smith apareceu do além como ele sempre fazia e disse mais uma de suas frases idiotas.

– Meu Deus, fico com náuseas só de chegar perto de você. – disse fingindo um suposto vômito.

– Você não sentia no quarto ano.

– Acontece que no quarto ano você não tinha segundas intenções. Na verdade eu acho que tinha – disse confusa – mas não demonstrava. Pelo menos não assim, dessa forma nojenta. E mesmo que fosse uma forma doce, eu já disse que não vai rolar nada entre a gente, coloque isso na sua cabeça, por favor. – revirei os olhos e sai dali. Pelo menos tentei até Smith me agarrar pelo braço e me encostar com força na parede.

– Você não me escapa dessa vez, Diniz. – disse aproximando seus lábios dos meus e apertando forte a minha cintura.

Reuni todas as minhas forças e lhe dei um enorme chute no meio das pernas. Logo após pedi desculpas mentalmente á futura Sra. Smith, porque não sei se seria possível ele ter filhos depois dessa.

O garoto urrou de dor e caiu no chão.

– Eu avisei, e da próxima eu te jogo uma azaração.

Arrumei uma mecha do meu cabelo e parti dali. Agora sim eu acho que terei um sábado tranquilo.





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Notas finais do capítulo

Mas enfimm, gostaram?? Me digam gente. Deixar um review não mata, poxa :c Ah, e me falem, vocês gostam de Senhor dos Anéis? Já assistiram O Hobbit? O que acharam?
Criei um fc pra HP no twitter, quem tiver me siga lá, é @lilianseyes.
Se nós não nos vermos: UM FELIZ ANO NOVO GENTE. Realmente 2012 foi maravilhoso pra mim, e espero que 2013 seja muuuuuuuito melhor. Espero puder escrever mais fics maravilhosas pra vocês e tal.
Bom, eu estou com sono, morrendo de calor e sendo atacada por pernilongos, então beijos.
Amo vocês.
Muitão
Muitão mesmo
Isa