POV Hermione Granger

– Malfoy? – perguntei torcendo para ser uma voz parecida, não a da própria doninha.

– Sangue ruim ? – ele perguntou assustado – O que faz em minha cabine?

– Sua cabine? – perguntei irônica – Que eu saiba essa cabine pertence ao trem.

– Não fuja da minha pergunta, o que você está fazendo aqui e quem é esse vulto aí em pé ao seu lado?

– Sou eu doninha. – Gina disse entediada.

– Mas que ótimo, como se já não bastasse a sangue ruim, agora a traidora de sangue também, por Merlin!

– Draco! – reconheci aquela voz. Era Isa.

– Você acha mesmo que eu desejaria ficar na mesma cabine que você? – perguntei sarcástica.

– Então por que está aqui?

– Não lhe devo explicações.

– Então admite que está aqui por vontade própria? – Zabini perguntou zombeteiro. Reconheci-o também pela voz.

– Claro que não! – falei com raiva – Em hipótese nenhuma eu estaria aqui por vontade própria. A luz acabou e nós viemos para a cabine mais próxima.

– Cadê as varinhas de vocês? – uma voz desconhecida se pronunciou na cabine.

– Logan, meu caro, como são muito espertas devem ter esquecido na cabine, certo Granger? – Zabini perguntou.

– Ah, isso não importa. – Gina disse nervosa, provavelmente sua face deveria estar da cor de seus cabelos – Só vamos ficar aqui até a luz acabar e...

CABRUM

Um forte trovão fez tremer as cabines, seguido por um raio que iluminou todo o trem. Pude ver a cara de susto de todos. Aquela voz desconhecida era daquele garoto novo que Gina havia dito.

– Ei ruivinha! Não se empolga não. – Gina havia tomado um enorme susto e, com isso, caiu no colo de Zabini.

– Cale a boca! – ela repreendeu-o, de certo levantando-se apressadamente de seu colo.

E, subitamente, a luz voltou. Agradeci mentalmente à Merlin; mais alguns minutos dentro daquela cabine e eu enlouqueceria.

– Bom, vamos Gina, já aguentamos demais por hoje. Tchau Isa. – me despedi da Sonserina que estava com um livro de aparência velha sobre as mãos.

– Tchau meninas, nos vemos em breve. – ela acenou.

Saímos da cabine atraindo alguns olhares curiosos de um grupo de sextanistas que passavam por ali, de certo porque não era muito comum me ver na mesma cabine que Malfoy.

Ficar na mesma cabine que o loiro me deixou tão enlouquecida que nem me importei de ir ao banheiro, segui rumo aos corredores Grifinórios novamente.

– Vocês demoraram. – Harry disse assim que nos viu chegar.

– Nós estávamos quase indo procurá-las. – Rony comia alguns sapos de chocolates e disse de boca cheia.

– A luz acabou e tivemos que entrar em uma cabine próxima. – Gina sentou-se ao lado de Harry e pousou de leve sua cabeça no ombro do moreno.

– E a cabine mais próxima era a da Doninha.

– Malfoy? – Harry e Rony perguntaram em uníssono.

– Sim, infelizmente. – respondi.

– E ele te aborreceu Mi? – Rony perguntou com aquele tom fofo e protetor.

– Sim... – Me sentei ao seu lado e entrelacei nossas mãos – Mas os xingamentos de Malfoy não me atingem mais.

Dei um selinho em Rony, e todos nós ficamos olhando para a janela. A chuva se acalmou, de vez em quando alguns trovões e relâmpagos se manifestavam, mas nada comparado a antes.

POV Draco Malfoy

– Mais alguns minutos com aquelas duas aqui dentro e eu juro que agarrava uma. – Blás disse brincalhão.

– Você não toma jeito hein cara! - Logan deu um leve tapa no ombro do garoto.

– Nunca tomei. – Blás levantou e se espreguiçou – Ainda vai demorar para chegar em Hogwarts, vou lá dar uma paquerada nas lufanas ou qualquer garota bonita que eu encontrar, alguém vem comigo?

– É muita gentileza da sua parte Blás, mas não, obrigada! – Isa disse irônica.

– Eu topo! – Logan disse animado, logo se levantou e se juntou a Blás na porta. - E você, Draco, vem?

– Eu irei paquerá-las depois, agora ficarei por aqui mesmo. – respondi.

E os dois saíram.

Era agora, Isa não me escapa, vai me contar o porquê de estar assim, estranha.

– E aí Sonserina – virei-me para ela – Vai me contar o que aconteceu?

– São os meus pais, Draco. – disse tristonha.

– Seus pais? O que aconteceu? - perguntei preocupado.

– Eles andam brigando muito ultimamente, estou com medo. Mamãe disse que não aguenta mais. – engoliu algo que eu julguei ser seu choro – Estou com muito medo.

Isa é o tipo de pessoa que se faz de forte sempre, não vê-la chorar não me deixava surpreso.

– Você sabe que pode contar comigo sempre, não sabe? – ela assentiu com a cabeça – Então Isa, eu sempre estarei ao seu lado, não importa o que aconteça você é minha irmã mais nova, minha e do Blás, e é nosso dever cuidar de você. Cuidar para que você não fique assim, tristinha.

Puxei a Sonserina para um abraço apertado.

– Você e Blás são muito importantes para mim Draco, nunca se esqueçam disso, eu amo vocês.

Abracei-a com mais força. Era ela que sempre me ajudou, que sempre teve os melhores conselhos. Era ela quem nunca me abandonou, mesmo na minha época sombria, mesmo sabendo que corria perigo, ela nunca me deixou. Isa é como uma irmã para mim, assim como Blás e Logan, pois alguns amigos simplesmente viram irmãos.

POV Logan Lewiss

– Por Merlin, o que era aquilo? – perguntei surpreso.

– Aquilo eram as lufanas gostosas do sexto ano. Mas vamos ao que me interessa: as lufanas gostosas do sétimo ano.

O garoto caminhou em direção a uma cabine que estava com suas portas abertas. Dentro dela havia uma garota lufana de longos cabelos ondulados e escuros.

Segui Blás, sabia que ele tentaria cantar a garota.

– E aí gatinha – o moreno entrou na cabine, mas eu fiquei parado na porta apenas observando – se beleza fosse crime, eu te mandaria para Azkaban.

– E se ''pior cantada'' fosse crime você estaria em Azkaban faz tempo. – a lufana revirou os olhos, veio em direção a porta e me empurrou, saindo da cabine. Não pude segurar minhas risadas.

– Cara... Essa... Cantada é mais velha... Que Hogwarts – disse entre risos.

– Hahaha, muito engraçado! – ele revirou os olhos e sentou no banco da cabine frustrado – Eu ainda pegarei uma lufana, você vai ver.

– Só espero que arranje cantadas melhores, essas não estão dando muito certo.

– Ó soberano rei das cantadas, o que você sugere? – Blás levantou, fazendo uma reverencia exagerada.

– Sugiro que você aprenda mais comigo, isso te ajudará. – disse convencido.

Blás me deu um leve soco em meu ombro. Saímos daquela cabine e fomos rondar o trem, e meu amigo sempre na esperança de alguma cantada velha fazer efeito.