POV Hermione Granger

Vocês já se sentiram aliviados a ponto de respirarem melhor? Pois eu me sentia assim faz dias, dias após a queda de Voldermot. Minha vida tomou um rumo ótimo; Rony e eu estávamos namorando, Harry e Gina também eram um casal. O mundo estava livre de Comensais, e nós voltávamos para Hogwarts.

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Eu estava na plataforma nove e meia com Harry, Rony e sua família. Aguardávamos ansiosamente pelo embarque.

– Queridos, o trem já irá partir. – Senhora Weasley disse arrumando seu casaco de lã marrom que ela mesma fizera – Fiquem bem, e se comportem. – ela abraçou cada um com um cuidado especial. Aquele cuidado de mãe que sempre pertenceu a ela.

Com muitas despedidas e brincadeiras de Fred e George, adentramos o trem, respirando ares diferentes e sentindo uma sensação melhor do que a de nossa primeira vez. Passamos por inúmeros corredores. As pessoas nos encaravam, muitas parabenizavam Harry, Rony e eu. Todas sempre sorridentes.

– Estou ansioso para voltar à Hogwarts. – Harry disse animado assim que adentramos uma cabine vazia.

– Eu também. – Rony, que estava sentado ao meu lado, disse demonstrando a mesma animação de Harry – Pena que Dumbledore não estará presente.

Assim que o ruivo disse aquilo, abaixamos a cabeça. Ficamos em silêncio por uns cinco minutos. Provavelmente estariam pensando, assim como eu, em tudo que viveram com o maior diretor de Hogwarts de todos os tempos.

– Mas ele com certeza está em paz, e não quer nos ver tristes, ainda mais em um momento tão feliz como este. – Gina levantara sua cabeça, e uma teimosa lágrima escorreu de seus olhos. Harry pegou uma de suas mãos e entrelaçou-a com a dele.

– Gina tem razão. – falei ainda com um tom de tristeza – Dumbledore não iria querer nos ver tristes.

– Acho melhor a gente falar sobre algo mais animado, o que acham? - Rony disse em um tom brincalhão, típico de meu garoto. Todos nós rimos, afinal ele sabia como nos animar.

Conversamos bastante sobre tudo. Trouxemos de volta assuntos do passado, tanto na escola como em nossas vidas. Quando nos lembrávamos de algo triste Rony sempre nos animava. Compramos metade do carrinho de doces e comemos até não aguentarmos mais nenhum feijãozinho de todos os sabores; Gina experimentou um com um gosto similar ao de pasta de dente, já eu estava dando sorte, pois só pegava sabores ótimos.

Gina e Harry formavam um casal muito fofo. Trocavam carícias na maior parte do tempo, Harry a tratava como uma verdadeira princesa. Eu estava muito feliz por vê-los juntos, e ainda mais feliz por me ver com Rony.

– Eu te amo, sabia? – o ruivo sussurrou para mim em um momento em que Harry e Gina estavam concentrados em si próprios. Concordei com a cabeça e dei um sorriso para ele.

– Eu também te amo Ronald Weasley.

Envolvi seu rosto com minhas mãos e nós começamos um longo beijo. Os beijos que Rony me dava não havia nenhuma malícia, muito pelo contrário, eram beijos doces e calmos.

Logo pingos fortes bateram contra a janela indicando uma forte chuva vindo.

– Amor... – disse entre os beijos – Eu vou ao o banheiro e... Ron... Espera... Eu... Vou ao banheiro. – parei o beijo com selinhos demorados – Gina, vamos ao banheiro comigo? – a ruiva, que estava abraçada a Harry observando a chuva pela janela, logo se levantou.

– Claro, vamos sim Mione.

– Por que as garotas costumam ir juntas ao banheiro, Harry? – Rony perguntou ao moreno, confuso e brincalhão.

– Não sei, é um mistério. – Harry respondeu com um ar de ''Dumbledore’’.

Eu e Gina deixamos os garotos na cabine, o que não me pareceu um incomodo para eles, já que começaram um papo animado sobre Quadribol assim que saímos.

A chuva caia forte lá fora. Os relâmpagos e trovões ficavam mais fortes a cada momento.

– Mione, você viu aquele garoto Sonserino novo? – Gina me perguntara aos sussurros enquanto passávamos pelo corredor da Lufa-Lufa – Ele é lindo.

A ruiva suspirou.

– Ginevra, você tem namorado. Por Merlin! Se comporte. – eu disse em tom autoritário – Mas não posso negar que ele é bonito mesmo. – e realmente era, mas nada se comparava ao meu ruivo.

Quando os trovões ficavam cada vez mais intensos e estávamos perto dos corredores Sonserinos, a luz acabou.

– Gina! Gina! Por Merlin! – tentei procurar a garota no escuro.

– Estou aqui Mione! Estou aqui! – a Ruiva pegou em minha mão – E agora? Não enxergo nada.

– Vamos entrar na cabine mais próxima e esperar que a luz volte. Não estou com a minha varinha agora. Você está com a sua?

– Não, – disse desapontada – deixei em nossa cabine.

O único ponto positivo naquela situação era de que os relâmpagos iluminavam o local, fazendo-nos enxergar a cabine mais próxima. Adentramos, e infelizmente ela estava cheia. Ao entrar, sem querer pisei no pé de alguém, quando ia me desculpar e explicar o porquê de estarmos ali, uma voz se manifestou.

– Quem pisou no meu pé?

Aquela voz... Aquela voz irritante... Não podia ser... Não podia.

Em meio a tantas cabines nós não poderíamos ter entrado justo naquela cabine... Justo na cabine do Malfoy.