POV Draco Malfoy

Era o fim de minhas férias. Não só o fim de minhas férias, mas também o fim de Lorde Voldemort. Sim, era o fim dele e de todas suas maldades. O fim das ameaças do bruxo contra minha mãe, o fim dele me dizendo o que fazer como Comensal... O fim de tudo que eu havia passado nos últimos dois anos.

Eu estava arrumando meu malão, sim, eu voltarei a Hogwarts. Por incrível que pareça não tenho mais raiva da escola como tinha antes, estou até me sentindo bem por voltar para lá. O que me preocupa é deixar minha mãe sozinha, eu sou sua única companhia desde que meu pai foi preso em Azkaban. Já peguei Narcisa chorando pelos cantos da casa, não tenho a menor dúvida que é pelo que acontecera com Lucio.

Enquanto eu arrumava meu malão, mamãe entrou em meu quarto e sentou em uma poltrona perto de uma cômoda.

– Tem certeza que vai ficar bem aqui sozinha? – perguntei dobrando algumas roupas.

– Claro que sim Draco, não tenho mais cinco anos. – ela disse em um tom brincalhão. Estava com saudades de vê-la assim.

– Tudo bem então. – respondi dando um sorriso.

Ficamos em silêncio.

– Vai me levar na plataforma? – perguntei.

Mamãe havia ficado em cárcere privado desde que Voldemort caíra e tudo voltara ao normal, mas fazia algumas semanas que vinha pedindo para o Ministro deixa-la, ao menos, me levar à plataforma.

– Claro. – ela sorriu – O Ministro me concedeu uma hora fora de casa hoje.

– Que ótimo.

Fui em sua direção e dei-lhe um abraço forte, levantei-a fazendo-a flutuar e girar em meus braços.

– Draco, estou ficando tonta. – disse gargalhando – Me solte!

Soltei-a e dei-lhe um beijo em sua testa.

– Vou deixar você se trocar filho. Te espero lá embaixo.

Enquanto mamãe saía, peguei uma roupa no armário e coloquei em cima da cama.

Despi-me e entrei no chuveiro. A água quente acalmava cada músculo de meu corpo.

Como seria em Hogwarts nesse ano eu não sabia. Não sabia como iriam lidar comigo, se ainda desconfiariam de mim, se me julgariam...

Mas eu não tiraria a razão de quem fizesse isso, aliás, eu mesmo seria a primeira pessoa a fazer se estivesse no lugar deles.

**

– Está pronto? – mamãe perguntou quando cheguei à sala.

– Sim, já podemos ir.

Aparatamos até a King's Cross e atravessamos a plataforma nove e meia.

Nunca havia pisado naquela plataforma respirando um ar tão puro. As coisas por ali pareciam puras.

Todas as pessoas riam e conversavam animadamente, como não acontecia havia alguns anos.

Mais a frente avistei Blás e Isa. Nos vimos poucas vezes nas férias, estava morrendo de saudade de ambos. Mamãe achara uma velha amiga sua e as duas começaram um assunto animado, seria uma boa hora para deixa-la com a mulher e vê-los.

Ao aproximar, ambos me olharam com uma cara surpresa e amigável. Isa foi a primeira a correr ao meu encontro e me abraçar fortemente.

– Que saudades de você! – eu disse em meio ao abraço.

– Com licença, ele é meu. – Blás disse imitando a voz de Pansy.

– E aí cara! – cumprimentei-o com um abraço.

Nos entreolhamos por alguns minutos e nos abraçamos, coisa que não fazíamos há anos.

– Eu amo tanto vocês. – Isa disse com uma voz chorosa.

– Como isso é meloso. – Blás disse passando a mão no cabelo da garota – Mas eu também amo vocês.

– Como acham que será esse ano? – perguntei ansioso quando desgrudamos de nosso abraço.

– Temos que fazer com que ele seja bom. – Isa disse com um olhar malicioso.

– Sim, dando festas e animando geral. – Blás disse divertido – E também beijando muito, é claro. – disse olhando duas garotas que passavam.

– Claro. Vou beijar muito esse ano, aposto que bem mais que você, Blásio. – disse convencido.

– Você me mata de rir, sabia? – disse fingindo uma risada – Todos sabem que as garotas gostam do papai aqui. – apontou para si mesmo – Não é Isa?!

– Eu não sei de nada. – ergueu os braços em sinal de rendição – Só sei que vocês dois tem que tomar juízo.

– Gata, meu sobrenome é juízo. – disse dando uma piscadela – E o primeiro é sem.

Nos entreolhamos e caímos na gargalhada.

Não sei dizer quanto tempo faz que eu não dou belas risadas assim. Mas por estar com saudades da sensação, eu diria que muito.

POV Isabelle Diniz

Você deve estar se perguntando ''Quem é ‘Isa?’'' Bom, irei me apresentar.

Meu nome é Isabelle Diniz e eu sou Sonserina.

Apesar de ser uma Sonserina, eu sou uma pessoa gentil com a maioria das pessoas, sou doce, mas brava quando precisar. Sou sangue-puro, mas não sou esnobe, muito pelo contrário, acho que filhos de trouxas são ótimas pessoas, tão boas quanto sangues-puros. Sou amiga até o fim, considerada uma das melhores conselheiras de toda Hogwarts, corajosa e verdadeira.

Não me perguntem o porquê do Chapéu Seletor me escolher para a Sonserina, porque isso vocês descobrirão no decorrer da história.

Minha pele é branca alva, acho que não chego aos 1,60m de altura, meus cabelos são um castanho ondulados na raiz e no comprimento são cacheados, batendo um pouco abaixo do cóccix. Meus olhos são castanhos um pouco mais escuros do que o castanho dos meus cabelos. O meu corpo? Bem, vamos dizer que não tem um quilinho fora do lugar devido há anos praticando Quadribol.

Sou melhor amiga de Draco Malfoy e Blásio Zabini desde os meus cinco anos e jogo como artilheira na Sonserina. Draco acha que eu fui colocada na Sonserina para ser seu ''anjo conselheiro'' pois ao decorrer dos anos enchi o loiro de conselhos e fui eu quem mais deu apoio moral a ele em sua época de Comensal. Bellatrix Lestrange fez questão de me torturar e deixou uma marca em meu pulso direito parecido com a de Hermione Granger escrito ''traidora de sangue''. O porquê? Vocês saberão no decorrer da história.·.

POV Draco Malfoy

Olhei em meu relógio de pulso e faltavam quinze minutos para o embarque, e quinze para o prazo que o Ministro dera a mamãe acabar. Despedi-me por poucos minutos de meus amigos e fui à procura de Narcisa. Foi fácil encontra-la, afinal quem mais em toda plataforma teria o cabelo de duas cores e seria tão bela?

Ela ainda conversava com sua amiga. Ao me aproximar, cumprimentei a mulher com um aceno de cabeça e puxei mamãe para um abraço, dessa vez mais forte do que o anterior.

– Parece que foi ontem que eu e seu pai te deixamos na estação pela primeira vez. – disse com uma voz tão chorosa quanto a de Isa.

– Ah não mãe, não chore. – disse fazendo carinho em sua cabeça.

– Se cuida, tá? Por favor. – disse me lançando um olhar de ‘’tome juízo’’.

– Tudo bem. – disse divertido – Sentirei saudades.

– Também sentirei, filho.

O trem soou o apito; Narcisa desgrudou-se de mim e limpou algumas lágrimas.

– Diga para Isa e Blás que mandei um abraço, e que ambos estão convidados para passar o Natal conosco. Não que seja muito necessário, nós e suas famílias sempre passamos juntos, não é mesmo? Bom, menos ano passad...

– Viva o presente, ok? – disse segurando seu rosto com minhas mãos. Dei-lhe outro beijo em sua testa, despedindo-me.

Peguei meu malão e adentrei o trem. Passei pelos corredores da Lufa-Lufa e joguei alguns olhares para algumas meninas que passaram. Logo cheguei aos corredores da Sonserina; achei que nunca mais iria pisar ali, mas cá estou eu.

–Draquinho! – uma voz melosa e insuportável me chamara.

Virei-me e vi Pansy Parkinson empurrando algumas garotas do terceiro ano e vindo ao meu encontro.

– Como eu senti saudades! – a Sonserina agarrou-me sem ao menos dar-me a oportunidade de soltar minha mala. Segurou meu rosto e veio para um beijo, mas eu desviei.

– Agora não Pansy. – disse impaciente.

– Só um beijinho. – ela fez uma cara de pidona.

– Nem um, nem dois e nem três beijinhos. Agora me dê licença. – disse empurrando-a.

Logo encontrei a cabine em que Blás e Isa estavam. Ambos conversavam animadamente, dando risadas zombeteiras.

– Draco, você viu que gatas aquelas garotas da Corvinal? – Blás disse assim que me viu entrando pela porta. – Cara, elas me matam. – suspirou.

– Não vi as da Corvinal, mas vi as da Lufa-Lufa. Por Merlin, o que é aquilo? – disse com tom de desejo.

– Aquilo meu caro, são garotas esperando para serem fisgadas.

– Vocês sabem quem são os Monitores desse ano? – Isa perguntou subitamente.

– Não sei. – respondi – Parece que Minerva não mandou cartas para ninguém.

– Posso me sentar aqui? – Na porta aparecera um garoto moreno, com cabelos castanhos e bagunçados. Eu o conhecia.

– Logan? – perguntei surpreso.

O garoto veio em minha direção dando-me um abraço, logo após fazendo o mesmo com Blás.

Eu, Blás e Logan éramos o trio galã de Hogwarts há uns tempos, mas a família de Logan mudou-se para a Escócia faz alguns anos e desde então nunca mais nos vimos.

– Sente aí cara! – Blás apontou um lugar para o garoto ao lado de Isa. Essa apenas observava a cena indiferente.

– Você está só de visita? – perguntei ao me sentar.

– Não, vim para ficar. – disse animado – Minha família, digamos que... Cansou-se da Escócia.

– Nossa cara, como nos velhos tempos, nós três. – Blás disse animado recostando-se no banco.

– Vai ser ótimo! – disse lembrando-me do que nós três aprontávamos antigamente.

– Ah, me desculpem. Esqueci-me de te apresentar. – disse referindo-me a Isa – Logan, essa aqui é a Isa, uma grande amiga nossa. – disse pegando na mão da garota.

– Oi! – o moreno cumprimentou-a.

– Olá! – Isa devolveu o cumprimento.

Blás e Logan começaram a conversar animadamente. Falavam da Escócia, dos velhos tempos e de garotas. Principalmente de garotas.

Acho que andei sendo má influencia para meus amigos.

Percebi que Isa estava agindo estranho. Não estava tão falante como costuma ser, nem brincalhona. Estava quieta e lia um livro.

– Ei, está tudo bem? – perguntei levantando seu rosto com minhas mãos.

– Claro, por que não estaria? – deu um sorriso que eu sabia que era falso.

– Eu te conheço sabia? Sei quando está bem e quando não está.

A garota revirou os olhos.

– Algum dia ainda vou aprender como esconder as coisas de você. – deu-me uma piscadela.

– Acho isso meio impossível.

– Eu te explico depois.

– Tudo bem, mas você não vai escapar. Vai me contar o porquê de estar assim, por bem ou por mal. – fiz uma cara de mau e cutuquei-a onde sabia que ela sentia cocegas.

POV Logan Lewiss

E eu? Quem eu sou? Bom, um dos garotos mais bonitos que toda Hogwarts já viu. Isso se não sou o MAIS bonito.

Chamo-me Logan Lewiss e sou da Sonserina.

Sou pardo, e meus cabelos são castanhos escuros lisos e meus olhos são um tom mais claro que eles. Tenho um físico perfeito graças ao Quadribol e alguns esportes que eu pratiquei na Escócia.

A minha fama é única; de pegador. Nunca me apaixonei e não acredito muito nisso de amor. Eu pego, se achar bom pego outra vez, mas nunca rola a terceira. Eu enjoo muito fácil de garotas, nenhuma nunca me impressionou muito. Mamãe diz que logo vou achar alguém que me faça viver um verdadeiro amor, mas eu não acredito muito. Mas enquanto essa pessoa não chega, pretendo aproveitar bastante.

Sou um amigo para todas as horas, sincero e não muito modesto, admito.

Eu, Blás e Draco éramos um trio inseparável, mas minha família e eu tivemos que nos mudar para a Escócia por causa do trabalho de meu pai. Lá é um lugar magnífico, mas prefiro Hogwarts, até porque não existe nenhuma escola bruxa que consiga superá-la.

Ocupava a posição de goleiro no time de Quadribol Sonserino, mas é claro que alguém já deve ter ocupado meu lugar. Não vejo a hora de começar os treinos, tenho certeza que irei conseguir reconquistar minha posição.

(/ps: gente, o Logan é o Taylor Lautner)

POV Draco Malfoy

Estávamos conversando animadamente. Bom, todos menos a Isa, mas ela não escapa, vai me dizer o que aconteceu. Logan nos contava como foi morar na Escócia.

– E lá tem garotas bonitas ? – Blás perguntou.

– Nem me fale, as Escocesas são maravilhosas. – ele respondeu animadamente.

– Garanto que não mais que as daqui de Hogwarts, meu caro Logan. – disse.

E subitamente pingos grandes e grossos de chuva batem contra a janela, primeiro calmos; um lá e outro cá. Depois se espalham, dando sinal de uma forte tempestade.