- Mello! Estamos atrasados!! _ouvi insistentes batidas na porta do banheiro _logo menos Roger e os outros devem chegar.

- ...não sei o por que da insistência em convidá-los _mirei meu rosto diante ao espelho _L... _sussurrei.

- São nossos amigos, mesmo que não seja nada oficial pelo menos...

            Abri a porta com violência, acabei assustando Matt que estava parado junto ao batente segurando uma taça ainda cheia de champanha.

- É oficial sim! A justiça que se foda com suas regras, para nós é algo oficial SIM!

- ...ta, me desculpe! _arregalou seus olhos verdes intensos e deu alguns passos para trás.

- Eu só não estava contando com a presença daquele albino justo no nosso casamento.

- Achei que tinham resolvido as diferenças... vem, deixa eu arrumar sua gravata, está torta _deu um risinho e a puxou do meu pescoço.

- Isso sufoca! Não sei como esta confortável nesse terno se nunca usa roupas assim.

- É por você _me deu um selinho_ ai ai...

- O que foi? _perguntei desconfiado _sua cara ta estranha.

- Você está tão FOFO! De terno, gravata, cabelos escovados para trás... VEM CÀ!

- SAI! _empurrei a coisa ruiva que tentava me agarrar_ vai estragar minha roupa, sai Matt... SAI!!!

- Deixa de ser ranzinza! Está uma gracinha vamos transar antes de eles chegarem, por favor, por favor! 

            Lutamos mais alguns segundos e a campainha tocou. Ta, ta vamos as explicações: Matt e eu noivamos, certo? Agora estamos dando uma festinha para os mais íntimos, apenas os conhecidos do Wammy’s house na verdade.

            Eu não contava com a presença do Near, mas não contava menos ainda com a ausência de L... todo aquele passado com o Kira me deixou meio deprimido agora de manhã.

            No Japão não existe o casamento entre homens, então decidimos viajar para São Francisco mês que vem para passar tudo no papel. Por hora apenas será “simbólico”, mas sabemos que isso conta como oficial para nós.

            A sala está toda decorada, encomendamos um bolo e muitos pratos salgados, champanha e vinhos – mesmo que eu não possa beber por causa dos remédios. Ah outra coisa, ficou combinado que não diríamos nada a ninguém sobre aquilo.

- Senhor Roger! Entre _Matt atendeu a porta com um enorme sorriso estampado no rosto.

- Olá, como vai vocês? _o velinho sorriu em retribuição _ah como cresceram... não os vejo a muitos anos.

- Sim, o senhor está muito bem _estendi minha mão para ele.

- Foi muito gentil ter saído do conforto do Wammy só para vir até aqui, Near também!

            O baixinho deu um meio sorriso e cumprimentou nós dois, aquela coisa não tinha crescido um centímetro se quer... bizarro, pelo menos se livrou do pijama  todo branco que costumava usar; aquele pequeno smoking lhe caiu bem.

            E assim os convidados foram chegando um a um – não que eu tenha muitos amigos, mas Matt é popular saca... – algumas morenas gostosas, umas loiras bem sexy, um pessoal do Wammy que eu nem lembrava mais... caralho Matt! Quantas pessoas você convidou afinal?

            O dia passou tranqüilo, tiramos fotos, ele gravou um vídeo – coisa brega – ganhamos presentes como bandejas de prata – ok, não preciso nem comentar certo? E resumindo a noite chegou restando apenas o senhor e sua ovelha.

- Fiquem, está tarde _um pouco tonto pelo champanhe, Matt resolveu dizer algo inconveniente para MIM é claro.

- Estamos num hotel aqui perto _Near respondeu seco – que pessoa CHATA! Falta de dar a bunda certeza.

- Essa decisão de se casarem tão repentinamente, aconteceu alguma coisa?

- Raposa velha... _murmurei para mim mesmo.

- Ah é que não podemos esperar por mais coisas, né Mello?

- Como assim? _Near perguntou ríspido

- Matt vai lá dentro buscar mais um pedaço de bolo pra mim? _cutuquei sua cintura e ele riu _bêbado, que feio... ah Roger, não aconteceu nada, nós apenas decidimos.

- ...entendo, bom meu rapaz se cuide _lançou um ultimo olhar ao Matt _sempre soube que acabariam juntos, mesmo quando foi embora do orfanato sem ele.

- Pois é _assunto desagradável.

- Lamento apenas que o primeiro não pode estar aqui, me refiro ao The Last One.

- Tsc, você se refere ao L, ele não foi um soldado, foi uma pessoa importante para todos nós _nos encaramos por alguns segundos – ovelha atrevida.

- Bom, então vamos embora Near _Roger segurou o ombro do menor e sorriu _até uma próxima vez.

- Sim, ah mais uma coisa Mello _parou junto á porta e pegou seu casaco _sejam felizes enquanto o tempo permitir.

- ...obrigado, Near.

            Enquanto o tempo permitir? – mas que merda ele ta falando?! Essa coisa não muda mesmo.

- Tchau Tio Roger! _o ruivo sorridente fechou a porta depois de se despedir _enfim! SÓS!! _afrouxou a gravata.

- ...olha o tamanho desse sorriso pervertido! _comecei a rir _vem cá! Vamos já para o quarto.

- Vamos, mas ó... _aponto o dedo pra mim – bêbado é uma desgraça – hoje não vai dar pra te comer, to morto.

- Enquanto Mello estiver vivo, você é o passivozinho!! – filho da mãe, ta achando que eu sou viadinho?!

- Shiiii _colou seus lábios ao meu_ vamos lá, é a nossa lua de mel... hoje será a transa mais gostosa da sua vida.

- ... _meu rosto começou a pegar fogo, ele estava incrivelmente sexy _Matt, pare com isso se não vai se arrepender _agarrei sua cintura e alcancei seu ouvido _delícia.

- Safado, já acordei de novo... eu vou te fuder de quatro na porra da casa toda!

            Ter alguém que faz seus sentidos aflorarem, seu desejo vir numa intensidade que é impossível parar... isso é vida! É poder transar com a pessoa que ama, sentir o toque de seus lábios em sua barriga, seus dedos percorrendo todo seu corpo, sentir o arrepio quente quando diz algo em seu ouvido.

            Fodemos na casa toda – falo mesmo! – banheiro, sala, mesa da cozinha, lavanderia e até na janela para quem quisesse ver.

            Nesse momento estou exausto, o Matt já capotou aqui do lado e agora é a minha vez. Mais um dia feliz, vou anotar no meu diário para nunca esquecer – não, eu não tenho um diário. 

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