Scarlet Love Song escrita por hidechan
Pov Matt
Nunca imaginei que Mello fosse ficar doente, talvez muito ferido sim, mas doente... sabe, não é algo que podemos colocar uma tala que tudo ficará bem, isso me assusta um pouco.
Saímos de lá era quase meia noite, ele teve que ficar o dia e a noite toda em observação. Conversamos com os médicos, fiz um convênio, compramos remédios... tudo que ele odeia muito, mas por alguma razão Mello não perdeu a paciência uma vez se quer, ele apenas sorriu e sorriu... aquele sorriso falso que esconde a tristeza no coração.
- Uma vez a lágrima disse ao sorriso: “tenho inveja de ti” e ele respondeu: “inveja-me porque não sabes que muita das vezes, eu sou o que escondo tua dor”
- Hum? _virou para mim assustado.
- ...li num livro enquanto te esperava _alcancei sua mão repousada sobre a perna sem desviar os olhos da estrada.
- Deu para ficar Cult agora é? _o vi abrir um sorriso maldoso, mas ignorei.
- É, antes tarde do que nunca sabe.
- Isso é verdade!
Mello começou a rir para me irritar, fiz uma curva com violência que o acabou pegando de surpresa, bateu a cabeça na janela do carro sem dó – quem mandou não usar cinto de segurança?
- Porra Matt, quer me matar antes da hora?! _sua careta de dor me deixou satisfeito _qual é a sua?
- A mesma que a sua _respondi seco, ele não entendeu.
Ficamos calados durante a volta toda, entrei no prédio, estacionei na minha vaga, tirei as sacolas do bando de trás e Mello ainda dormia sentado no banco do carona.
- Mello chegamos... se não acordar te deixarei ai _ele nem mesmo se mexeu – será que morreu? Ok, piada infame _Porra Mihael acorda! _chutei a porta já que minhas mãos estavam ocupadas – ta, nem foi por isso, mas foda-se - e ele abriu os olhos assustado.
- Mas que merda Jeevas! _abriu a porta com violência e desceu _ta precisando dar a bunda é?!
- ... _fiquei parado apenas o encarando, droga... não era isso que eu queria, mas...
- Eu não vou tentar te entender não! Se tiver alguma coisa pra falar, fala logo e para de ser estúpido!! Está me ouvindo?!
Quando mais eu o encarava, mais Mello gritava – é sempre assim – depois de desferir todos os palavrões que nós conhecíamos, dei as costas e entrei. Não cheguei nem a tirar os sapatos, apenas joguei as sacolas quando passei pelo sofá, o descaso foi tanto que eles caíram no chão um a um.
Todas as 5 caixas se espalharam pelo tapete fofo – além de outras coisas - Patinhas saiu correndo devido ao susto que levou.
- Remédios... _murmurei, eu estava no meu limite é claro, logo meus olhos se encheram de lágrimas e eu comecei á recolhe-los.
- ... _me entregou uma das caixas.
- Vai deitar... você ainda não se recuperou _tirei a caixinha de sua mão trêmula ainda evitando seus olhos.
- Desculpa... _se afastou.
Merda... MERDA! Por que teve que ser assim?! Dia após dia ele escondendo, sofrendo sozinho e eu feito um trouxa ao seu lado sem conseguir perceber nada! Que tipo de namorado eu sou...? A pior espécie.
Sentei no tapete e escondi meu rosto entre os braços, senti o Patinhas se enroscar na minha perna.
- Sai! _num movimento brusco ele saiu miando.
- Não desconte sua raiva assim.
- ... _a voz dele estava próxima, mas recusei a mostrar meu rosto.
- Acabei apagando o que há de mais importante para mim... seu sorriso.
- ...por que você nunca pensa nos meus sentimentos?... _minha voz saiu rouca.
- Eu... fiz tudo errado de novo, né? _fez carinho nos meus cabelos – dessa vez não vai funcionar, tah?! _sempre, sempre tentando te proteger e acabo só fazendo você me odiar.
- ...eu... estou com medo.
- Eu também, mas sabe... eu te amo e temos um ao outro, então vamos pensar só no AGORA, ta? Deixa o futuro para o destino.
- Mello... _levantei meu rosto assim que ele me abraçou, pude ver um sorriso misturado ás lágrimas.
Pov Mello
- Mello... _eu o abracei, não consegui impedir as lágrimas mesmo assim forcei um sorriso.
- Se começar a chorar desde já... quando chegar a hora – se chegar – não vai ter sentido olhar para trás e ver como fomos felizes! _sequei suas lágrimas, depois as minhas.
- Mel...
- Desculpas, eu prometo que não escondo mais nada de você agora em diante.
- Ah... verdade! _Matt se levantou e parou a minha frente.
- O que? _fiquei intrigado, o que vinha agora?!
- Mihael Keehl nunca quebra suas promessas!
E abriu um sorriso, não era um sorriso gentil nem maldoso... era algo meio travesso, não sei. Comecei a rir e fiz cócegas em sua cintura, logo caímos no sofá exaustos pela brincadeira – e daí se somos bipolar?
- Cara... como você tem... energia depois de ir parar... num hospital?!_ Matt dizia entre uma puxada e outra de ar.
- Pois é... acho que gastei o resto que tinha... DROGA, poderia ter sido na cama – minha gente, não comi ele hoje ainda por que?!
- Seu tarado _e riu da situação _vamos tomar um banho juntos.
- Ah me leva colo? _fiz um biquinho – bem gay se é que me entendem, porque Mello fazendo coisa de Matt é foda né.
- ...vai si foder _e saiu correndo.
- FILHO DA... _engoli o resto da frase e disparei atrás dele.
Quero que colecione momentos como esse, quero encher tanto seu coração de felicidade que quando eu partir, você não tenha espaço para a tristeza. Tudo que farei daqui para frente – mesmo não sabendo do final ainda – é para você, Mail... eu te amo e essa é a minha maneira de mostrar que o amor verdadeiro existe.
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