Scarlet Love Song escrita por hidechan


Capítulo 5
Capítulo 5: Aceitação e esperança




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Pov Matt

            Nunca imaginei que Mello fosse ficar doente, talvez muito ferido sim, mas doente... sabe, não é algo que podemos colocar uma tala que tudo ficará bem, isso me assusta um pouco.

            Saímos de lá era quase meia noite, ele teve que ficar o dia e a noite toda em observação. Conversamos com os médicos, fiz um convênio, compramos remédios... tudo que ele odeia muito, mas por alguma razão Mello não perdeu a paciência uma vez se quer, ele apenas sorriu e sorriu... aquele sorriso falso que esconde a tristeza no coração.

- Uma vez a lágrima disse ao sorriso: “tenho inveja de ti” e ele respondeu: “inveja-me porque não sabes que muita das vezes, eu sou o que escondo tua dor”

- Hum? _virou para mim assustado.

- ...li num livro enquanto te esperava _alcancei sua mão repousada sobre a perna sem desviar os olhos da estrada.

- Deu para ficar Cult agora é? _o vi abrir um sorriso maldoso, mas ignorei.

- É, antes tarde do que nunca sabe.

- Isso é verdade!

            Mello começou a rir para me irritar, fiz uma curva com violência que o acabou pegando de surpresa, bateu a cabeça na janela do carro sem dó – quem mandou não usar cinto de segurança?

- Porra Matt, quer me matar antes da hora?! _sua careta de dor me deixou satisfeito _qual é a sua?

- A mesma que a sua _respondi seco, ele não entendeu.

            Ficamos calados durante a volta toda, entrei no prédio, estacionei na minha vaga, tirei as sacolas do bando de trás e Mello ainda dormia sentado no banco do carona.

- Mello chegamos... se não acordar te deixarei ai _ele nem mesmo se mexeu – será que morreu? Ok, piada infame _Porra Mihael acorda! _chutei a porta já que minhas mãos estavam ocupadas – ta, nem foi por isso, mas foda-se - e ele abriu os olhos assustado.

- Mas que merda Jeevas! _abriu a porta com violência e desceu _ta precisando dar a bunda é?!

- ... _fiquei parado apenas o encarando, droga... não era isso que eu queria, mas...

- Eu não vou tentar te entender não! Se tiver alguma coisa pra falar, fala logo e para de ser estúpido!! Está me ouvindo?!

            Quando mais eu o encarava, mais Mello gritava – é sempre assim – depois de desferir todos os palavrões que nós conhecíamos, dei as costas e entrei. Não cheguei nem a tirar os sapatos, apenas joguei as sacolas quando passei pelo sofá, o descaso foi tanto que eles caíram no chão um a um.

            Todas as 5 caixas se espalharam pelo tapete fofo – além de outras coisas - Patinhas saiu correndo devido ao susto que levou.

- Remédios... _murmurei, eu estava no meu limite é claro, logo meus olhos se encheram de lágrimas e eu comecei á recolhe-los. 

- ... _me entregou uma das caixas.

- Vai deitar... você ainda não se recuperou _tirei a caixinha de sua mão trêmula ainda evitando seus olhos.

- Desculpa... _se afastou.

            Merda... MERDA! Por que teve que ser assim?! Dia após dia ele escondendo, sofrendo sozinho e eu feito um trouxa ao seu lado sem conseguir perceber nada! Que tipo de namorado eu sou...? A pior espécie.

            Sentei no tapete e escondi meu rosto entre os braços, senti o Patinhas se enroscar na minha perna.

- Sai! _num movimento brusco ele saiu miando.

- Não desconte sua raiva assim.

- ... _a voz dele estava próxima, mas recusei a mostrar meu rosto.

- Acabei apagando o que há de mais importante para mim... seu sorriso.

- ...por que você nunca pensa nos meus sentimentos?... _minha voz saiu rouca.

- Eu... fiz tudo errado de novo, né? _fez carinho nos meus cabelos – dessa vez não vai funcionar, tah?! _sempre, sempre tentando te proteger e acabo só fazendo você me odiar.

- ...eu... estou com medo.

- Eu também, mas sabe... eu te amo e temos um ao outro, então vamos pensar só no AGORA, ta? Deixa o futuro para o destino.

- Mello... _levantei meu rosto assim que ele me abraçou, pude ver um sorriso misturado ás lágrimas.

Pov Mello

- Mello... _eu o abracei, não consegui impedir as lágrimas mesmo assim forcei um sorriso.

- Se começar a chorar desde já... quando chegar a hora – se chegar – não vai ter sentido olhar para trás e ver como fomos felizes! _sequei suas lágrimas, depois as minhas.

- Mel...

- Desculpas, eu prometo que não escondo mais nada de você agora em diante.

- Ah... verdade! _Matt se levantou e parou a minha frente.

- O que? _fiquei intrigado, o que vinha agora?!

- Mihael Keehl nunca quebra suas promessas!

            E abriu um sorriso, não era um sorriso gentil nem maldoso... era algo meio travesso, não sei. Comecei a rir e fiz cócegas em sua cintura, logo caímos no sofá exaustos pela brincadeira – e daí se somos bipolar?

- Cara... como você tem... energia depois de ir parar... num hospital?!_ Matt dizia entre uma puxada e outra de ar.

- Pois é... acho que gastei o resto que tinha... DROGA, poderia ter sido na cama – minha gente, não comi ele hoje ainda por que?!

- Seu tarado _e riu da situação _vamos tomar um banho juntos.

- Ah me leva colo? _fiz um biquinho – bem gay se é que me entendem, porque Mello fazendo coisa de Matt é foda né.

- ...vai si foder _e saiu correndo.

- FILHO DA... _engoli o resto da frase e disparei atrás dele.

            Quero que colecione momentos como esse, quero encher tanto seu coração de felicidade que quando eu partir, você não tenha espaço para a tristeza. Tudo que farei daqui para frente – mesmo não sabendo do final ainda – é para você, Mail... eu te amo e essa é a minha maneira de mostrar que o amor verdadeiro existe.

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