Scarlet Love Song escrita por hidechan


Capítulo 4
Capítulo 4: Endless Rain


Notas iniciais do capítulo

Musicas:
Referencia a banda X-Japan (Endless Rain)
Referencia ao cantor Remioromem (9 de março sangatsu kokonoka)



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            A leucemia é uma doença que se mostra rápida, em poucos meses os sintomas começam a aparecer com mais freqüência. Deve-se começar o tratamento assim que o diagnóstico é dado para que a porcentagem de cura seja razoável.

Japão - 9 de Março.

Pov Matt

- Ok, agora coloco um pouco mais de mel para adoçar essa bagaça aqui... _tirei uma colherada daquela coisa pastosa de dentro do pote e mergulhei na xícara de leite quente que preparava para Mello _é... Acho que assim serve! _coloquei a xícara de vaquinha no pires e subi as escadas lentamente para não derramar o leite.

            Mello com gripe... E eu achando que idiotas não ficavam doentes - ditado popular japonês - talvez ele não seja tão idiota assim então! Abri um sorriso e entrei no quarto.

- Está pronto!

- ...você parece feliz com a minha gripe _vi ele arquear uma das sobrancelhas indignado.

- E não deveria? Isso significa que você não é idiota _deixei a xícara na cômoda ao seu lado.

- O que?! Você tem sérios problemas gamer _fez um sinal negativo com a cabeça _agora vai lá pra baixo, se ficar doente também, não ganharemos o dinheiro das mercadorias.

- Ah... _fiz um bico _mas eu não quero te deixar sozinho.

- Hum, leite com mel? _me ignorou

- É! Lembrei que Roger sempre nos dava quando ficávamos doentes.

- Hum... Que delícia, obrigado.

- ... _sua expressão de repente ficou serena _ei, vou indo trabalhar, ok? Fique bem.

- Eu também irei! Não vou deixar ser abatido por uma febre qualquer.

- Fique _disse com firmeza – mas eu sei que não adianta discutir com o Sr. Teimosia.

- Eu vou _bateu o pé e se levantou _trabalho é trabalho.

            O loiro tirou o pijama de algodão azul bebê - estava tão fofo de pijaminha! - e vestiu uma calça jeans velha, uma camisa preta e sua jaqueta de couro igualmente preta. Prendeu os cabelos de qualquer jeito e colocou seus óculos escuros para esconder suas olheiras.

- Estou pronto, vamos de moto? _tirou um par de luvas de couro da gaveta.

- Carro, não quero que ande de moto por ai doente.

- Vou dirigindo do mesmo jeito.

- ...meu camaro _lamentei, Mello sempre deixava um arranhão nele por sua falta de paciência do transito. 

            O esperei no sofá enquanto terminava sua xícara de leite, realmente seu rosto estava empalidecido.

- Está se sentindo bem mesmo? _olhei de canto para ele enquanto procurava a chave do carro entre outras coisas espalhadas no móvel.

- Vamos! _pegou a chave das minhas mãos e saímos para o trabalho.

            Servíamos como entregadores, até ai tudo bem se não fosse mercadoria ilegal - coisas roubadas, drogas, coisas falsificadas, etc - entregamos e recebemos de acordo com a nossa disponibilidade. Se não íamos trabalhar, não recebíamos nada.

            Nosso chefe é um tal de B, não sabemos como é seu nome verdadeiro nem mesmo sua aparência. Um trabalho perigoso, mas fácil.

Pov Mello.

            Gripe, essa é boa! Anos sem ficar doente e agora eu tenho que agüentar uma coisa assim? Que merda. O leite que Matt fez para mim baixou milagrosamente minha febre, me senti melhor e peguei o carro para dirigir.

- Olha ai o endereço e coloca no GPS... Com a voz da Angelina Jolie.

- Han... _me olhou com desaprovação

- O que foi caralho? Ela é gostosa e tem a voz sexy _dei uma risada exagerada, eu adoro provocar o ruivo.

- Deveria ter escrito Angelina na sua aliança então _fez um bico e começou a programar o aparelho.

- Vou pedir leitinho pra ela então _dei a partida rindo ainda mais quando ele me deu um soco no ombro.

            Fomos o caminho todo sem falar nada de sério, só xingando um ao outro e falando besteiras - leia-se pornografia - era o tipo de conversa que eu adorava ter com o Matt, somos muito parecidos nesse aspecto.

            Entramos numa rodovia pouco movimentada, espiei pelo retrovisor para ver se avistava algum carro da polícia, mas não consegui encontrar nenhum... Aliás, eu não consegui enxergar NADA.

            Minha vista começou a ficar turva e senti o sangue escorrer num fluxo absurdo do meu nariz, logo como conseqüência a pressão caiu. Não tive tempo de estacionar, apenas pisei no freio antes de tombar para o lado, por sorte - ou não - Matt estava do meu lado.

            Mais uma vez eu não posso narrar o que aconteceu.

Pov Matt.

            Mello, Mello! Quando eu vi aquele sangue todo logo me desesperei, consegui tomar a direção do carro e parei de qualquer jeito no acostamento. Sabe né eu sou muito esperto, então troquei de lugar com ele e lá fomos nós para o hospital novamente e pela segunda vez estou neste exato momento sentado na cadeira fria da sala de espera.

            Filho da puta, agora tudo faz sentido não é Mihael? Corri até a recepção e pedi o prontuário dele. Tive que esperar algum tempo e conversar com o seu médico, mas por fim acabaram me contando a verdade; leucemia.

            Nunca estudei a área médica, mas eu não sou tão burro assim. Entrei no quarto do Mello e me sentei no chão mesmo, ao lado da sua cama - ele ainda estava adormecido – estou sentindo tudo: raiva, dor, desespero, uma tristeza que me consume a cada segundo.

- ...Matt? _ouvi me chamar com a voz rouca.

- Vai se foder... _eu queria dizer tudo, mas minha garganta estava seca impedindo que eu começasse a falar mais coisas.

- ...eu sabia que dessa vez ia acabar des...!

            Por puro impulso levantei e soltei a mão em seu rosto alvo, ele apenas virou o rosto para o lado sem reagir.

- FILHO DA PUTA! Qual é a sua?! Se eu soubesse de algo assim... se eu soubesse de algo assim... _as lágrimas vieram com mais força, mas que MERDA eu não consigo reagir!

- ...Matt... _senti suas mãos segurarem a minha, ele estava com o toque leve _você sabe que no fundo faria a mesma coisa, não é?

- ...se eu soubesse teria sorrido mais pra você... teria ficado mais vezes para ver o por do sol... se eu soubesse eu teria te amado MAIS!

- Você já me ama o suficiente _abriu um sorriso pequenino _e ainda estou aqui não é? Então não chora...

- Mas Mello!! _eu queria parar de chorar, mas me senti uma criança quando a mãe pede para engolir o choro sabe?

- Viu... é por isso que eu não queria contar _secou meus olhos com sua própria manga _me dói muito vê-lo chorar. Eu prometi ao Mail Jeevas que ia ficar tudo bem, Mello nunca quebra suas promessas.

-  ...

- Eu te amo _e bagunçou meus cabelos, eu amo quando ele faz isso e assim meu coração se acalmou - um pouquinho.

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