No outro dia, fui para a aula. Claro, estava com vergonha de encontrar o Keiko-kun.

- Mio-san, espere aí. - disse uma voz aguda, era a Noemi.

- Oque foi Noemi ? Cadê a Naomi ? - eu perguntei.

- Vamos fazer uma aposta ? - ela disse com uma cara maléfica.

- Uma aposta ? - eu disse pensativa.

- Que tipo de aposta ?- Nada importante, se você perder, você usará um cosplay por um dia.

- C-cosplay ?! - eu perguntei. Vindo da Noemi, isso seria estranho.

- De Maid. Cosplay de Maid, mester-sama. - ela disse cruzando os braços.

- DE M-MAID ?! NUNCA NOEMI ! - eu gritei, todos me olharam.

- Certeza ? E você ainda não sabe o que você ganharia. - ela disse olhando para frente.

- Tá, e oque eu ganharia ? - ela disse.

- Esses mangás aqui, são os novos yaois que lançaram. Ero Ero 1 e 2. - ela disse me mostrando os mangás.

" ERO ERO ", eu não podia recusar ! São os mangás que eu li online. São os dois melhores mangás yaois que eu já li ! Eu precisava deles, mas a Noemi estava aprontando alguma coisa. Certeza.

- E oque eu tenho que fazer para ter essas maravilhas na minha mão ? - eu disse tremendo as mãos.

- Você tem que passar 1 semana sem mexer no computador, jogar video-game e nem ver e ler animes e mangás. - ela disse friamente me encarando. QUE ?! ISSO É IMPOSSÍVEL, NÃO DÁ ! I CAN'T.

- F-fechado. - eu disse elevando o braço em direção à ela. MIO, PORQUE VOCÊ ACEITOU ?! MIO-BAKA, SE ESFAQUEIE AGORA. NOW. Mas pensando bem, não deve ser tão difícil.

- Huhuhu. - a Noemi riu. 

Três dias depois.

- Alô, oi eu posso falar com a Noemi ?! É urgente ! - eu dizia enquanto tremia ao telefone.

- Só um minuto.- disse a empregada. Ela tem empregada, maldita rica.

- Huhuhu, oque quer Mio ? - a Noemi respondeu.

- Noemi, eu quero suspender a aposta. Eu não aguento mais ficar sem jogar, nem ler, nem ver... Onegai ! - eu disse, tremendo.

- Nem pense Mio, se quiser suspender. Tudo bem, mas terá de usar o cosplay de Maid por um dia. - ela disse.

- M-mas... M-mas Noemi. - eu disse e continuei.

- Noemi ? Alô ?- Ela desligou na sua cara. - disse uma voz diferente.

- Renki ? Oque quer hoje ? - eu disse olhando para a janela.

- Ver você de Maid. - ele respondeu me olhando de cima à baixo.

- Você ainda não acredita que eu sou capaz de te matar, né ? - eu disse colocando o telefone no lugar.

- Huh, tanto faz. - ele disse olhando para o lado. 

- Vai embora, eu quero dormir para não ficar querendo jogar video-game.

- Vamos treinar. - ele disse.

- Não quero.- Não foi uma pergunta, baka. - ele respondeu. Ele estava decidido.

Ele me puxou pelo braço, descemos pela janela e fomos para o porão. Entrei e fui direto no arsenal de armas. Peguei uma Maverick, queria descontar toda a minha raiva nele. Pena que não foi possível.

- Vai fazer oque com uma metralhadora ? - ele disse.

- Matar você seria uma grande opção. - eu respondi.

- Tente. - ele disse.

- Não quero brigar com o seu pai, amo ele. - eu disse.

- E não me ama ? - ele disse se aproximando. Ele pegou no meu queixo enquanto ficamos no silêncio. Quando nós fomos nos beijar, eu atirei no chão.

- O que pensa que tá fazendo ? - ele disse meio assustado.

- Te mandando uma indireta de oque eu posso fazer com você. - eu disse sorrindo.- Vamos treinar de uma vez.

Eu deixei a metralhadora, preferi pegar a Katana. Me lembrava mais o Keiko. Mio-baka, pare de pensar nele !

- Vou treinar lá fora. - eu disse pulando a janela.

Cheguei lá fora e encontrei minha mãe estendendo roupas. Passei por ela acenando, ela sorriu. Corri um pouco e cheguei perto do boneco mais longe da minha mãe. Lutei com ele como sempre fazia, nunca cortava-o. Eu estava bem consentrada até que acabei enfiando a Katana bem no meio dele. Foi um pequeno ataque de raiva, eu sai do controle. Me lembrei agora do que Keiko havia me dito, " Todos guardamos um pouco de raiva no coração", ou algo assim.

- Droga. - eu disse sozinha.

Na mesma hora eu vi uma sombra indo para o outro lado, acho que era o Renki. Fiquei mais um tempo ali treinando com a Katana, acertei várias vezes no boneco e isso não era normal. Já estava anoitecendo e eu ainda nao tinha feito a minha lição, que merda. Subi as escadas rapidamente e percebi que o Renki já tinha ido embora. Entrei no meu quarto e fui na direção da mochila, peguei os cadernos e comecei a fazer.

- Matemática e História ? Vish. - eu disse sozinha. Comecei a fazer a lição e de repente olhei fixamente para o meu vídeo-game. Ele estava me chamando.

- Só mais 4 dias, só mais 4 dias, só mais 4 dias. - eu fiquei falando continuamente para mim mesma.

- Foda-se. - eu falei enquanto jogava tudo para cima e corria para a frente do controle.

- Huhuhu. - eu ouvia os risos da Noemi. Não sabia se jogava ou não, eu queria muito. Mas aqueles mangás yaois eram importantes demais para mim. Naruto, Sasuke, juntos, Nya !

- Vish, começou denovo. - eu disse colocando a mão no nariz, estava sangrando.

- Só um pouquinho Mio, nada de mais. - eu disse para mim mesma.

Comecei a jogar, eram 7 da noite. Joguei todos os jogos que eu tinha, eu estava em desespero. Joguei no video-gamen, no computador e até joguei minhas bleyblades. Vi animes e li mangás, eu cometi pecados sob minha aposta. Aliás, eu fui dormir eram 3:30 da manhã.

- Mio, acorda. Você tem que ir para o massac- digo, colégio. - minha mãe disse abrindo a porta.

- Oque é tudo isso no chão ? Cartas de " Pokémon " e até de "Yu-gi-oh" ! - ela disse. - Eu não tinha jogado tudo isso fora ?

- Ohayo. Eu comprei mais. - eu disse indo em direção do banheiro. Olhei para o espelho e vi um monstro.

- Eu to um " bagulho ". - eu disse para mim mesma no espelho. Enfim, depois disso tudo eu me arrumei e fui para o colég- digo, massacre.

- Mio-san. - disse aquela voz aguda e pscicótica, era a Noemi. 

- Mio-chan ! - disse a Naomi.

- Você tá acabada, andou ficando acordada até tarde ? - a Noemi perguntou.

- C-claro que não. I-imagina. - eu respondi olhando para o lado.

- Huhuhu. - a Noemi disse saindo e puxando a Naomi junto. Eu fui em direção da minha sala, não queria encontrar nem o Renki e muito menos o Keiko. Eu usei os corredores desativados para isso.

- Mio ? - disse uma voz. Tinha uma sombra lá na frente do corredor.

- K-keiko ? O que faz andando por aqui ? - eu disse.

- Eu to com cara de mostro hoje, fiquei jogando video-gamen até tarde. - ele disse.

- Vish, eu também. - eu disse. Nós rimos e depois nos separamos. Cheguei na sala e ...

- M-mio-chan ? - o Renki disse.

- Tu ta um trapo. - ele continuou..

- Sincero demais você, não ? - eu disse olhando para ele com cara de pscicótica. Senti como se tivesse levando uma flechada nas costas.

- P-poisé, né ? - ele disse se afastando.

- Sentem. - disse o Sr. Tsuna, Hatake Tsuna. Nosso novo professor.

Fiquei lá tendo de aguentar o Renki e para ajudar, o Tsuna-senpai também tava para falar merda. Pelo menos a aula acabou rápido. O mais estranho foi que eu fui encarada a aula inteira pelo novo professor, Sr. Hatake. Ah, tanto faz, eu devo voltar para casa antes que a Noemi apareça me fazendo perguntas.

- Mio-chan. - a Noemi disse friamente e pausadamente.

- ( Vish ) O-Oi Nomei-chan. - eu disse me virando.

- Fiquei sabendo que uma certa garota ficou acordada até tarde e acordou com o quarto todo bagunçado, havia mangás pelo chão e até cartas de Pokémon. - ela disse. Mãe acabou abrindo a boca, devia ter avisado ela.

- Foi apenas uma recaída. Nada de mais, não é ? - eu dizia fazendo um sorriso fofo.

- Na-na-ni-na-não. - ela disse pausadamente.

- Vish. - eu disse enquanto ela tirava uma roupa de trás das costas. Era o cosplay de Maid. 

- Eu vou lhe dar um presente. - ela disse.

- Vai me liberar de usar o cosplay de Maid ?! - eu disse abrindo um sorriso.

- Não. Eu vou deixar você escolher o dia que usará. - ela disse me entregando o cosplay.

- Ah, ta né. - eu disse lamentando.

Fui para casa e no caminhno fiquei pensando em que dia usaria aquele cosplay maldito. Sábado ou Domingo, era fim de semana e não poderia ver ninguém. Ma-ra-vi-lha. *risos mentais*

- Tadaima. - eu disse e rapidamente subi para o meu quarto e escondi o cosplay. Desci novamente para falar com a minha mãe.

- Oi mãe. - eu disse.

- Oi Mio, porque você correu para o seu quarto ? - ela perguntou.

- Eu queria deixar a mochila lá em cima já... - eu disse.

- Hein mãe, preciso falar com o pai, cadê ele ? - eu perguntei tentando cortar assunto.

- Lá no porão, mas Mio... - ela disse quando eu a interrompi.

- Valeu mãe. - eu disse descendo indo para o porão. Cheguei lá e meu pai tava polindo os seus 'revólvers'.

- Pai, posso falar com você ? - eu disse.

- Filha, você não quer falar sobre como seu corpo está se desenvolvendo, né ? - ele disse meio que com vergonha.

- Claro que não ! É sóbre meu professor.

- Ele tentou te assediar ?! - ele continuou.

- Não Pai ! Ele ficava me encarando na aula e eu acho que conheço o sobrenome " Hatake ". Não é de uma família mafiosa ? - eu disse.

- Ufa... Enfim, essa família foi extinta pela nossa família em conjunto com a do seu 'tio'. Faz mais de 20 anos. - ele disse.- C-certo... - eu disse meio desconfiada.

- Ele é só seu professor, não é um mafioso. - ele disse.