Depois disso eu passei 2 dias no hospital, voltei para casa com o braço enfaixado.

– Posso entrar ? - meu pai dizia batendo na porta.

– Hai. - eu disse.

– Como se sente ? - ele disse enquanto puxava a cadeira para perto da cama.

– Melhor, tava lendo esse livro, to bem melhor. - eu disse, na mesma hora meu pai olhou para o livro.

– Manual... Para... Apocalipse... Zumbi ? - ele leu pausadamente.

– Isso ! - eu disse empolgada.

– Pra que você lê isso ? - ele continuou.

– Pai, um dia um vírus horrível pode atacar pessoas que viraram mortas-vivas. Elas vão atacar o mundo e se você não estiver preparado, elas iram te matar e te comer. - eu disse olhando para o livro.

– C-certo... então me diga algo que preste pra isso. - ele disse curioso.

– Então, se você estiver no meio de um Apocalipse Zumbi, você escolheria um bastão ou um pé de cabra ? - eu disse com cara de sensei.

– Um bastão, claro. É mais fácil de bater. - ele disse.

– Errado. O pé de cabra serve tanto pra bater quanto pra abrir portas. - eu disse. Ele ficou pensativo.

– Verdade, como não pensei nisso antes ? - ele disse sozinho.

– Pai, que horas são ? - eu perguntei.

– 5:00 da manhã. - ele disse.

– QUÊÊÊÊÊ ?! - eu gritei.

– Você vai pra aula hoje. - ele disse.

– Não faça isso comigo, Pai-sama. - eu lamentei.

– Você vai sim, então levanta dai e vai se arrumar. - ele disse.

– Hai, hai. - eu disse indo em direção do banheiro. Me arrumei rapidamente e fui para o colégio, estava atrasada além de tudo.

– Licença. - eu disse entrando pela porta do fundo da sala.

Entrei na sala e fiquei calada, nem olhei na cara do Renki. Fiz tudo que tinha que fazer e fui para o intervalo. Fazia tempo que eu não via o Keiko-kun, que saudades. QUE ISSO MIO, PARE COM ISSO.

– Sr.ª Katamura. - uma voz masculina disse pausadamente. Eu olhei para trás.

– Keiko-kun. - eu disse rindo.

– Fazia um tempo que agente não se via. - ele disse meio vermelho.

– Poisé. - eu disse vermelha também. Nós demos uma risadinha pra quebrar o clima.

– Eu nem perguntei de que sala você era ... - ele disse.

– Ah, eu sou da 1 D. - eu disse, mas ele ja tinha perguntado.

– Ah, é. Eu já havia perguntado. - ele disse dando um tapa na própria testa.

– Oi gente, tudo bem ? - disse o Renki colocando o braço no meu ombro. Que raiva, estragou tudo. TUDO OQUE MIO ?

– O-oi, baka. - eu disse.

– E ai, Renki. Hein, Mio-chan, eu to indo. Se cuide. - o Keiko disse saindo já.

– E-espera, Keiko. - eu disse, mas ele não me escutou. eu virei e encarei o Renki. Dei um soco na barriga dele e saí.

– D-doeu. - ele disse.

– Era pra doer. - eu disse de longe.

Voltei para a aula, não queria mais ver a cara do Renki. INFELIZMENTE ELE SENTAVA DO MEU LADO. Enfim, eu aguentei aquele idiota até o final da aula. Depois disso eu saí depressa tentando não encontrar as gêmeas e muito menos o Renki.

– M-mio-chan ? - uma voz me chamou. Eu olhei para trás, era o Keiko.

– Keiko-kun, oi. - eu disse dando um sorriso.

– Me desculpe por hoje mais cedo, eu acabei ficando com muita vergonha. - ele disse passando a mão na cabeça.

– Ah, nem ligue. - eu disse dando um tapa fraco no ombro dele. Sorri.

– Então, eu não sabia que você passava por esse lado para ir pra casa. - ele disse,

– Na verdade, eu to passando por esse lado para não encontrar as gêmeas do 1 A e não encontrar o Renki. - eu disse.

– Achei que você e o Renki eram amigos. - ele disse.

– Nós meio que somos, mais eu acho ele um grande idiota. - eu disse. Ficamos no silêncio.

– E-então, Mio-chan. Você tem n-namorado ? - ele me perguntou. Eu corei.

– N-na verdade não, e-e você ? - eu perguntei.

– T-também não. - ele respondeu. Eu dei um sorrisinho. Fomos andando mais um pouco no silêncio.

De repente mais à nossa frente haviam 3 caras assaltando uma velinha.Eu não podia fazer nada. Quando eu olhei para o lado, o Keiko tinha sumido. Ele fugiu ? Huh, que covarde.Quando olhei novamente para frente, ele estava lutando com os ladrões, ele estava usando uma Katana. Eu queria ajudar, mas não estava com armas e nem com uma Katana também...

– Mio-chan... - o Keiko dizia me olhando, seus olhos brilhavam. Ele estava sujo de sangue e com o braço machucado.

– Vish. - eu disse e levantei ele.

– Como conseguiu fazer aquilo ? - eu perguntei.

– Eu guardo um tanto de raiva no meu coração, é de lá que eu tiro a minha raiva. É assim que eu uso para lutar. Todos tem essa raiva no coração. - ele disse.

– C-certo, vou te levar na minha casa. Vou cuidar de você. - eu disse meio vermelha.

Cheguei com ele em casa. Ele estava apoiado no meu ombro. Bati na porta e logo minha mãe veio ajudar.

– Mãe, meu amigo se machucou, pode ajudá-lo ? - eu perguntei.

– Entre, querido. Eu irei ajudá-lo. - ela disse me ignorando totalmente.

Mamãe me ajudou a cuidar dele. Ela fez curativos e tudo mais. Depois disso eu liguei para os pais dele e avisei que ele estava na minha casa.

– V-você tá melhor ? - eu perguntei entrando no meu quarto, onde Keiko se encontrava. Ele estava deitado na minha cama. Eu puxei minha cadeira e sentei do lado da cama, igual meu pai.

– To sim e é desnecessário você cuidar de mim, Mio. - ele disse.

– Deixa disso. Vish, a faixa ta ficando muito larga. - eu disse quase subindo em cima dele para apertar a faixa. Fiquei com o rosto muito perto do dele.

– K-keiko... - eu disse pausadamente enquanto me aproximava e o beijava. Eu corei muito rápido.

– Gomen. - eu disse, já em cima dele.

– Mio-chan, os pais do Keiko chegaram. - minha mãe disse na porta. Sem abrir, é claro.

– C-certo. - eu disse saindo rapidamente de cima dele.

Assim, ele foi embora. Eu fui até a porta com ele, eu estava totalmente corada.

– Etto... até amanhã então. espero que você esteja melhor. - eu disse e tentei dar um sorriso.

– Oh, então você é a Srt.ª Katamura ? Prazer conhecê-la. - a Sr.ª Takeda, mãe do Keiko, disse.

– Sou eu mesma, prazer. - eu disse dando um sorriso.

– Obrigada por cuidar do nosso filho, ele fala muito sobre você. - ela disse olhando para ele. Eu corei denovo.

– Sempre que precisarem, podem vir aqui. - eu disse.

Eles foram embora e eu fiquei lembrando da cena em que eu e o Keiko nos beijamos. Eu não conseguia apagar aquilo, que ideia eu tinha na cabeça de ter subido em cima dele ? Huh, eu sou uma baka mesmo.