Passaram-se algumas semanas. Era dia 31 de dezembro e todo ano havia uma festa de ano novo na igreja em que eu congregava. Como de costume todos os anos eu e Samara nos reuníamos, na minha casa ou na dela, para nos arrumarmos. Esse ano ficou sendo na minha.

— Oi Mara, chegou cedo – cumprimentei Samara quando ela chegou em minha casa.

— É, você é sempre pontual , resolvi ser também.

Rimos juntas.

— E então, qual é sua roupa? – perguntou-me Samara.

— Ah, isso é surpresa. – respondi deixando-a curiosa.

— Sem graça.

Sorrimos novamente.

Todo ano eu e Samara dávamos umas de cabeleireiras. Arrumávamos o cabelo uma da outra.

Na Samara fiz um penteado simples, mas lindo. Como seu cabelo era cacheado fiz escova e passei chapinha, depois peguei o spray fixador e fiz cachos no cabelo todo. Ficou muito bonito.

No meu, ela alisou somente a metade, prendeu a outra de cima e depois cacheou o que estava preso, também ficara lindo. Pro toque final só faltava a roupa e a maquiagem.

O meu vestido era um tomara que caia vermelho longo no tornozelo, tinha um pouco de godê na saia do vestido e também uns detalhes de flores prateados na parte de cima. O sapato de salto de 10 cm prata para combinar e um bolero branco com detalhes de flores vermelho na manga ¾. Eu ficara linda, deslumbrante. Com certeza seria a mais bela da noite.

— Uau! – disse Samara ao ver-me sair de meu closet.

— O que foi?

— Você tá linda, deslumbrante, maravilhosa. Hoje o Mateus se apaixona por você de vez.

— Tomara.

Eu sorri. Estava tão feliz. O toque final era a maquiagem.

Como eu não gostava muito de me maquiar, passei apenas um brilho labial transparente, uma sombra prata, um lápis de olho e um rímel.

Fomos para a igreja no carro de um amigo meu que foi buscar-nos na minha casa.

Chegamos à igreja e me surpreendi quando vi lá quem eu menos esperava ver.