Ventava muito naquele momento, mas era um vento quente.

Sentiu uma sensação estranha, desagradável, mas tentou dar de ombros e não se importar muito com aquela situação.

Estava escuro e a rua estava deserta, com becos intermináveis. O vento soprava cada vez mais forte e o barulho do eco dos becos vazios a assustavam.

Estava apavorada, não sabia onde estava. De repente um barulho, mas precisamente de passos, passos bem rápidos. Ela olhou para trás e com a claridade das fracas luzes da rua, pôde ver com dificuldade o contorno do corpo do homem. Era um homem grande e andava muito rápido em sua direção.

Ela dava passos largos e ele também. De repente ela começou a correr e ele também. Depois de correr por um tempo ouviu um forte barulho.

 Era um tiro!

- NÃO! – Ela gritou.

Sentou-se na cama. Estava muito ofegante e assustada.

Era a terceira vez em menos de um mês que tivera aquele mesmo sonho. Por quê? Nem ela mesma sabia.

- O que foi querida? – Ele também acordou assustado, mas com o grito dela.

- Um pesadelo. – Disse simplesmente, passando as mãos pelo rosto e pescoço enxugando o suor que teimava em cair.

Ele ao ver o quanto ela estava assustada a abraçou.

- Sara, fique calma. Foi só um sonho!

- Não é só o sonho que está me assustando Gil.

- Então, o que é?

- Já é a terceira ou quarta vez que tenho o mesmo pesadelo em menos de um mês.

- O que está pensando que possa ser?

- Ainda não sei, não tenho uma opinião formada sobre esse tipo de assunto.

-Hum.

Ele olhou para a janela e viu que ainda estava escuro. Olhou para o relógio e viu que ainda marcava 03h47min.

- Sara, deite-se aqui. – E ela deitou em seus braços, ficando assim de conchinha. – Ainda é madrugada, temos que dormir para estarmos bem dispostos para a palestra de amanhã.

- Eu sei amor, mas não quero voltar a dormir. Não quero ter esse pesadelo novamente.

Ele deu uma risadinha gostosa.

- Por que está rindo Gil?

- Porque você está parecendo àquelas crianças que tem pesadelos à noite e que vão para a cama dos pais para se sentirem protegidos.

-Hum. – Ela pareceu chateada com a comparação.

- Mas eu acho lindo isso.

- Acha?

- Sim. – Ele a abraçou mais forte- Pode dormir, você é a Minha Menina e vou te proteger e não deixarei que ninguém te faça mal.

Ela riu.

- Sério? Vou confiar hein.

- Pode confiar, eu dou a minha vida pela sua.

- Ai meu amor, que lindo.

 Ela beijou suas mãos e se aconchegou ainda mais naqueles braços fortes que a envolviam. Assim, não demorou muito para que o sono chegasse. Dormiram, e Sara não voltou a ter o pesadelo.

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-Bom dia flor do dia.

- Huuum – Ela esticou os braços se espreguiçando- Bom dia meu amor.

Ela olhou para ele, que naquele momento estava deitado ao seu lado. Ele estava de banho tomado, deu para perceber pelo cheiro bom que o exalava pelo quarto. Seus cabelos grisalhos também estavam molhados e bem penteados, sua barba que ontem estava por fazer, hoje não havia mais sinal algum dela, seu rosto estava lisinho e como sempre ele estava lindo. Olhou também para uma mesa que havia no quarto e sobre ela estava uma enorme bandeja de café da manhã.

- Há quanto tempo está acordado?

 - Há pouco tempo. – Mentiu.

Ele havia acordado há muito tempo. Tomou banho, fez a barba e pediu o café da manhã. Não resistiu e deitou ao lado dela. Ficou ali a admirando dormindo, velando seu sono. Ela era linda dormindo. Braços e pernas jogados cada um para um lado, evidenciando que ela estava completamente à vontade. Seus cabelos totalmente em desalinho. Mas sim, ela estava linda. Em dado momento ela ressonou e sorriu o que fez com que ele a achasse a mulher mais linda do mundo.

Ela levantou da cama, pegou algumas peças de roupas em sua mala e foi tomar um banho. Claro, que todos os seus movimentos estavam sendo acompanhados por certo par de olhos azuis.

Ele continuou deitado. Ligou a televisão para esperar por ela para tomarem o café da manhã juntos.

Não demorou muito e ela saiu do banheiro. Estava com uma roupa bonita. Uma calça jeans que deixava em evidencia suas curvas bem feitas, sem parecer vulgar, uma blusa azul claro levemente transparente que deixava a mostra um lindo sutien de rendas também azul claro. Seus cabelos estavam enrolados em uma toalha.

Enquanto ela penteava seus fios, ele se sentou a mesa para esperá-la.

Ela abaixou de leve e o beijou, um beijo bem calmo.

- Agora sim, bom dia meu amor. – Brincou.

- Bom dia minha menina. E aí, dormiu bem depois daquele pesadelo?

Ela se sentou e começaram a tomar o café da manhã.

- Sim, feito uma criança.

- Fico feliz.

- Sabe por que dormi tão bem?

- Não, por quê?

- Porque me senti protegida em seus braços.

- Fico muito feliz em saber disso. Sempre vou te proteger Sara, nunca vou deixar que aconteça qualquer coisa de ruim com você.

Novamente se beijaram. Ficaram ali tomando café e logo depois foram para o auditório, onde aconteceria a segunda palestra de Grissom.

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Novamente a palestra foi um sucesso. Parecia que Grissom havia nascido para aquilo.

Sara estava explodindo de tanto orgulho do “marido”.

Assim que a palestra acabou, foi anunciado que o congresso que teria a duração para duas semanas teve seu término adiado, pois muitos palestrantes que estavam escalados para as reuniões e palestras não conseguiram chegar a tempo ou não puderam comparecer.

Assim, foi anunciado que naquela noite haveria um coquetel para finalizar o congresso.

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- Sara, como hoje será nosso último dia aqui em Dublin, e terá esse coquetel estava pensando em irmos ao shopping para comprarmos um belo vestido  para você e para passearmos um pouco. O que você acha?

- Mas Gil, eu trouxe vestidos para esse tipo de festa.

- Eu sei, mas eu quero comprar um para você, um bem bonito e também quero que você me ajude a comprar um smoking bem bonito.

- Tudo bem.

Grissom ligou para uma empresa onde alugavam carros e alugou um para passear pela cidade de Dublin com Sara, sem depender de táxi.

 E foram as compras.

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-Grissom, e este?

Sara saiu do provador com um vestido não muito longo e nem muito curto, em um tom de verde claro.

- Não sei- Apertou os olhos e mordeu o lábio inferior. – Acho que este não ficou muito bem, você é linda e suas curvas são perfeitas, não precisa escondê-las.

Ela sorriu. É, ele tinha o poder de fazê-la sentir-se a mulher mais linda do mundo.

Então, ele levantou da poltrona de onde estava sentado e foi para a parte da frente da loja. Mostrou alguma coisa para a vendedora e falou alguma coisa que a fez sorrir. E logo depois voltou para perto da cabine onde sua namorada estava.

- Onde foi Gil?

- Fui pegar um vestido que estava na vitrine, acho que ficará perfeito em você.

- E o que você falou com a vendedora que a fez rir?

- Nada, só disse que ela vai ver a mulher mais linda do mundo com o vestido mais lindo.

Ela ficou sem palavras. Ainda era muito estranho ver aquele Grissom que não dava o braço a torcer em relação aos dois e que de repente quando ela menos esperava, ele estava lá, se declarando para ela como se fosse a coisa mais fácil do mundo.

A vendedora se aproximou do casal com o vestido nas mãos e o entregou a Grissom.

- Querida, se importa em experimentar mais esse?

- Não amor.

Sara pegou o vestido das mãos do namorado e o vestiu.

Antes de abrir a porta da cabine, Sara olhou no espelho e se avaliou, estava faltando algo. Então, pegou um palito de prender o cabelo que estava em sua bolsa e prendeu os cabelos, fazendo um pequeno arranjo, e abriu a porta.

Ao ver Sara vestida com aquele vestido e com os cabelos amarrados daquele jeito Grissom pensou que desmaiaria. Ela estava deslumbrante. O vestido era um longo com as costas um pouco de fora de cor salmão e com flores em tom de rosa e vermelho. E no corpo de Sara estava ainda mais lindo. O vestido parecia ter sido feito para ela sob medida. Estava realmente linda.

- Sara, você está... Linda!

- Gostou mesmo amor?

- Eu adorei, e você o que achou?

- Eu também adorei, é um vestido lindo.

- Você será a mulher mais linda da noite e eu serei o homem mais orgulhoso e invejado.

Ela sorriu. E ele não resistiu e a beijou profundamente.

Saíram dali e foram comprar o smoking para Grissom, o que não foi uma tarefa muito difícil, afinal, ele é um homem lindo e muito charmoso e qualquer smoking ficava bem. Compraram um smoking preto e uma gravata prateada. Nossa, ele ficou muito lindo mesmo daquele jeito.

Grissom não resistiu e enquanto Sara estava na loja escolhendo uma sandália, ele deu a desculpa de que iria tomar um café e ela acreditou. Então, ele foi a uma joalheria e lhe comprou um cordão lindo. Era de ouro todo feito de pequenas argolinhas, bem delicado. Escolheu um pingente que era uma única pedra, de diamantes e que tinha um brilho encantador, tanto quanto seus olhos. A vendedora fez um lindo embrulho na caixinha vermelha de veludo e o entregou.

- Sim, ela vai adorar!