Brilliant Mind escrita por Lady Holmes


Capítulo 8
Mycroft Holmes


Notas iniciais do capítulo

Minha internet continua louca :s, minha aula, em menos de uma semana, ferrada, e eu, tendo os meus velhos problemas depressivos de sempre... Mas, fora tudo isso, aqui vai mais uma cap :)



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Jennifer se deitou na cama, sabendo que sua vida já estava acabada. Na manhã seguinte, quando colocasse os pés na escola todos estariam comentando de seu show anterior. E pior, que ela era a causa da prisão e expulsão do idolatrado Pierre Russeau.

O celular deu sinal que havia uma mensagem, Jen olhou e sorriu. Mas porque eu sorri? Era de Sher.

Boa noite. SH

- Tentativa de estupro? - Falou Jonh Watson. - O que mais ela teve que aturar? A garota já sofre por causa dos pais, a escola é um inferno e tem que agüentar uma D.I tentando estuprá-la? - Dr. Watson estava furioso, por algum motivo havia se apegado a garota, tal como foi com Holmes. Mas para ele, ela era apenas uma garota, mais uma irmã mais nova. Para Mr. Holmes, ela era muito mais do que isso.

- Ela foi estuprada, Jonh. - Holmes respondeu, pegando o violino e começando a tocar uma sinfonia qualquer.

- Como...? -

- Os olhos dela, ela não disse, mas eu percebi. E... Acho que ela sabe que eu sei. - Sherlock não demorou mais do que meia hora para parar de tocar. O que surpreendeu o amigo. Ele normalmente tocava por horas a fio. Holmes tirou o celular do casaco e digitou uma mensagem, a enviando. Segundo após ele se perguntava se estava louco.

- Hora de levantar querida! - Mac apareceu, sorrindo na abertura da porta e tirando Jen dos devaneios matinais. - Você tem visita. - Mas já? Jen se levantou, colocou o maldito uniforme, penteou os cabelos, passou a maquiagem de sempre, e, dessa vez, depois de tantos anos, colocou o pequeno cordão com um pingente em formato de coração que ganhará de seus pais a muito tempo atrás, pegou a mochila e o skate e desceu correndo, com tempo suficiente para tomar um café de verdade. Por algum motivo ela estava com fome, e esse era um sentimento estranho, ela nunca ficava com fome.

- Mac, estou aqui, quem é o madrugador? - Ela disse brincando. Mac lhe apontou a sala de visitas.

- Seu café está lá querida. - A freira beijou-lhe a testa, protetoramente, - fique bem, sim?

- Claro, madre. - A loira seguiu para o local. Quando abriu a porta, se surpreendeu por não ser quem acreditava: os dois novos amigos. E sim um homem mais velho, um pouco careca e dentro de um terno caramelo, com uma gravata vermelha.

- Senhorita Mars? - O homem era formal, e em segundos Jennifer teve a surpresa de saber que ele trabalhava no governo. E em coisas mais secretas do que isso.

- A quem devo a honra...? 

- Mycroft Holmes. - Ele disse Holmes?! Os olhos claros se arregalaram, ela precisou de alguns segundos para respirar fundo e compreender.

- Você disse Holmes? - Ela teve de perguntar. Era a primeira vez que pareci uma boba.

- Sim, creio que conheceu meu irmão mais novo esses dias. - Claro, Sherlock tem um irmão. Como não previ isso?

­- Oh, sim. Sherlock é... Interessante. 

- Soube que ele lhe ajudou e estão, como posso dizer, trabalhando junto.

- Sim, na verdade estamos sim. Investigando o assassinato de meus pais, a 12 anos. - Ele ficou em silêncio e ela bebeu um pouco do café puro que sempre, que tinha tempo pelo menos, tomava. - Então...?

- Ah, sim. Eu vim lhe fazer um pedido.

- Estou aqui, só dizer.

- Se afaste de Sherlock. - Como é que é? Ela pensou. Jen se levantou, pegando o material e saindo pela porta, nem se dignando a responder. O homem a seguiu, conseguindo alcançá-la quando ela estava atravessando a quadra.

- Você ainda está insistindo nisso? - Perguntou a loira.

- Mas é claro. Eu só estou... Preocupado com a saúde de meu irmão e a sua... proteção. Seus pais...

- Meus pais, e os dois casais ASSASSINADOS, trabalhavam para alguma empresa secreta. Eu sei disso, não preciso que você, Mr. Holmes, me diga isso.

- Eram ladrões, isso sim! - Jennifer estancou.

- Os chame de mais alguma coisa assim e você será encontrado morto, não me importo se trabalha para o governo, serviço secreto e o que mais o senhor esteja envolvido. Compreendeu? - Ele encarou Jen.

- Se afaste do caso.

- Me obrigue, Mr. Holmes. - Soltando uma risada, correu em direção a escola, queria chegar cedo e se esconder o mais rápido que pudesse.

- Ela está com ele, senhor. - Disso o homem de cabelos grisalhos e corpo de armário. Ele e o parceiro estavam seguindo uma garota loira de 17 anos. Há alguns minutos ela conversavam com um homem de terno caramelo. Agora ela estava sozinha, indo em direção da escola.

O trabalho deles?

Matá-la.

- Vocês sabem o que fazer. - Respondeu o cérebro da operação. Terei os códigos antes mesmo que Sherlock Holmes saiba que eles existem.

Jennifer estava chegando na escola quando percebeu, dois armários estavam seguindo-a. Um era grisalho, devia ser o “chefe” o outro, mais novo, era ruivo. Um provável Irlandês. De inicio ela não se preocupou, seguiu seu caminho, como sempre. Mas percebeu que estavam armados.

E ela não poderia levar homens armados a escola? Alguém poderia se ferir...

Jen sorriu, continuando, mais animada, o seu caminho.

Entrou no portão da escola, e percebeu que ainda era seguida. Quando viu Trinity, sorriu para a amiga e se aproximou.

- Hey. - A negra sorriu quando Jen a chamou. As duas se abraçaram, nesse meio tempo, Jennifer trocou os celulares, dando-lhe o dela e pagando o da amiga.

- Como você está? - Perguntou a morena.

- Bem... Na medida do possível, claro. - Trinity sorriu. O celular de Jen estremeceu. Enquanto a amiga pegava o celular, que acreditava ser o seu, e lia a mensagem, ficando cada vez mais pálida, Jennifer sorria, indo em direção aos dois homens. Quando a pequena Mars teve certeza que Trinity estava segura, ligando para Sher, Jennifer sorriu e disse:

- Então, vocês vão me matar aqui e agora ou irão esperar o almoço? Fiquei sabendo que hoje tem bolo de carne. - Os dois homens se surpreenderam, como o guarda que estava no portão, e as líderes de torcida que estavam perto o bastante dali. Eles sacaram as armas.

- Ok, aqui e agora. - Disse Jen, jogando a mochila longe, guardando o celular de Trinity e subindo no skate.

- Tudo bem, não sou fã de bolo de carne mesmo. - E dizendo isso Jennifer deu impulso na direção do portão. Na direção dos homens.

Ela jurava que eles iriam atirar, mas o que fizeram foi rir. Ela desviou deles facilmente, e eles mal se moveram. Jennifer estava prestes a sair da escola quando escutou um grito.

O irlandês havia pego Madeline. O grisalho apontava a arma para a cabeça da morena. E ela...

Chorava como um bebê.

Jennifer olhou para a rua, o caminho livre e para Madeline, a garota que infernizou sua vida, a qual ela poderia abandonar agora.

Porque eu tenho que ser tão altruísta?

Jen voltou,  chegando perto da dupla. O grisalho sorriu, sabia que ela não abandonaria a garota. Mesmo que ele não soubesse o quando ela queria.

Oh, sim, ela queria muito.

Mas achou que era egoísmo.

- Vocês vão soltar ela. - Ela disse, calmamente, perto o bastante para que eles a agarrassem e deixassem Madeline livre.

- E é você que vai nos obrigar? - Disse o ruivo. Jen sorriu.

- É a mim que vocês querem. Se a soltarem, vocês vão ter. E o chefe de vocês vai ficar feliz por terem feito algo certo. - Os dois se olharam, jogando Madeline longe. Mas ao contrario do que Jen achava, eles não queriam levá-la. Queriam matá-la. Ali mesmo. O irlandês saiu do caminho e o grisalho atirou.

Quando Jen sentiu a bala perfurar o peito arregalou os olhos. Estaria ela morta? Não, era do lado direto, teria chances de sobreviver. Como ela ainda estava de pé? Não durou muito, logo Jennifer sentiu o chão. Doeu, mas nada se comparava com a dor no peito direito. E a insistente lembrança de uma provável morte a assustava. Mas não por nunca mais ver o dia, nem por não resolver o mistério de sua vida. E sim por nunca mais ver Sherlock Holmes. Por não ter chance de provar de seus lábios e senti-los nos dela. Que pensamento era esse? A pequena Mars não sabia, ela nunca o havia sentido. Ela já beijara alguns garotos. Não era mais virgem, não que tivesse sido de sua escolha, e era madura o suficiente para saber que amor era igual a falha, a fraqueza. Então porque seu coração insistia nisso? Nesse maldito sentimento? Porque ele insistia em teclar a mesma tecla, a mesma melodia?

Jennifer Mars estava quase inconsciente, os dois homens ainda estavam ali. Um deles se aproximou do pescoço da garota. Ela se fingiu de morta. Não queria que eles terminasse, caso percebessem que ela ainda estava viva. Mas o grisalho queria alguma coisa que estava em seu pescoço. E não estava mais.

O colar que ganhara no dia da morte dos pais.

Logo que esse pensamento passou sobre sua mente brilhante, tudo pareceu requerer um esforço enorme. Ela apenas se deixou envolver pela curiosa e perigosa escuridão.

Sherlock Holmes e Dr. Watson estavam tendo uma agradável refeição quando o telefone tocou. Do outro lado da linha uma chorosa Trinity disse:

- Mr. Holmes? - Sher respirou fundo, vendo que a voz e o número não correspondiam.

- Sim?

- É a Jennifer... Atiraram nela. A ambulância está chegando, mas eu acho... Eu acho que... - Trinity não terminou. Sherlock desligou o telefone, e pegando o casaco saiu em direção a rua.

- O que aconteceu Sherlock?

- Jen foi baleada. - Jonh levantou e seguiu o amigo. Os dois foram direto a escola da loira.

E em toda a viagem, uma única coisa se passava na mente do grande detetive:

Ela não pode morrer.


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Notas finais do capítulo

Devo dizer que eu amei escrever esse cap, ou melhor, algumas partes dele :]