Brilliant Mind escrita por Lady Holmes


Capítulo 5
Holmes x Mars


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap p vocês!! Boa leitura e desculpe qualquer erro.



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Jen ainda estava deitada quando escutou os passos, quase, silenciosos dos dois amigos.

- A que devo a honra de ser perseguida por Sherlock Holmes e Jonh Watson? - Jennifer se sentou encarando os dois homens. Ela havia imaginado bastante como os dois se pareciam, mas Holmes era muito bonito. Até de mais, para o detetive particular.

- Acredito que, na realidade, foi a senhorita que nos chamou. - Disse Holmes.

- Jen. - A pequena Mars disse.

- Como? - Sherlock não compreendeu.

- Me chame de Jen, nada de senhorita ou qualquer coisa parecida Mr. Holmes. - Ele sorriu. - Aliás, espero que sua falta de sono não seja atribuída a mim, ou acabarei me sentindo muito culpada. E você deveria reduzir os adesivos de nicotina. Eu recomendo cafeína, é um ótimo estimulante. - Watson segurou o riso. Alguém havia pego Holmes no próprio jogo. Sherlock arqueou as sobrancelha e abriu um sorriso.

- Bem, espero que aquelas garotas não sejam culpadas dos cortes em seu pulso. - Jennifer arregalou os olhos, desaparecendo com o sorriso que havia aberto.

- Ok, provamos que podemos fazer isso Mr. Holmes, mas acredite, isso não é algo que eu goste de falar em voz alta. Voltando a pergunta inicial, o que querem comigo?

- A mensagem. - Disse Watson, mostrando o celular.

- Ah, isso. Bem, eu queria dar uma ajudinha. - Jennifer sorriu amarelo.

- Você apenas mostrou sobre um crime passional. - Sherlock disse, parecendo entediado. Nesse momento Jen arregalou os olhos, ficando vermelha de fúria e gritando:

- NÃO FOI! - Isso realmente chamou a atenção dos dois; - Quero dizer, - começou Jen, mais calma depois de perceber o grito, mas lutando contra as lágrimas. - não foi um crime passional Mr. Holmes.

- Bem, é claro, uma garotinha de cinco anos viu alguém matando os pais. Quem sabe o Peter Pan? - Disse Holmes. Watson não sabia o porque de Sherlock estar sendo tão desagradável com a jovem garota. Até mesmo Holmes se sentiu culpado quando as lágrimas no rosto de Jen, finalmente cederam.

- Sherlock Holmes... Eu venho sonhando com aquela noite, todos os dias, durante doze anos. Eu SEI que havia outra pessoa lá, e sei que não estou enganada. Nada pode apagar da mente de uma garotinha a morte de seus pais. Nem mesmo o tempo.

- Você tem certeza que esses três crimes estão interligados? - Perguntou Dr. Watson.

- Eu daria minha vida se estivesse errada. Não que ela vá valer alguma coisa, mas vocês compreenderam, sim?

- Bom, então vamos investigar. - Disse Sherlock, dando uma de suas usuais piscadas para Jen, que abriu um sorriso.

Os três retornavam em silêncio entre as lápides. Jennifer já havia superado o surto. Aquilo, aquele berro e as lágrimas, malditas lágrimas que caíram sem o seu consentimento haviam sido parte do surto, coisa que ela tinha toda vez que alguém falava que seu pai havia matado sua mãe.

Ela começou a olhar Dr. Watson, o analisando.

- Afeganistão ou Iraque? - Ela disse. Jonh sorriu, mas Holmes fechou uma carranca, bravo com o fato de uma mera adolescente se igualar a ele.

- Afeganistão. - Ele disse. - Quando conheci Sherlock ele me fez exatamente essa pergunta. - Jennifer sorriu.

- Bem, é algo fácil de reparar, Doutor.

- Me chame de Jonh.

- Tudo bem, Jonh. - Jen sorriu, e Sherlock sentiu uma certa inveja da garota.

- Então, - ele começou, - lhe chamam de aberração. Porque? - Ela percebeu que aquilo era um pouco de maldade, mas compreendia. Se sentia intimida com a presença do detetive. Mas ao menos ela não agia como uma criança.

- Me diga você, nunca acharam estranho ou desconfortável as coisas que você faz? - Jennifer abriu um sorriso diabólico. Ele se limitou a sorrir e por fim, o trio continuou em silêncio até a saída do cemitério. 

- O que faremos agora? - Mars perguntou. A dupla de amigos se olhou, cúmplice e Sherlock disse a loira:

- A senhorita tem au...

- Jen. - Ela disse, um pouco irritada.

- Muito bem, Jen, você tem aula e acho que já lhe roubamos conhecimento de mais.

- Conhecimento desnecessário, você deve querer dizer Mr. Holmes. Acredito que aprendo mais com os senhores do que com meus velhos professores. - Jonh sorriu, havia gostado da garota, mas também a via como uma solitária. Provavelmente como Sherlock Holmes era antes de se conhecerem. 

- Jennifer. - Começou o doutor. - Não podemos levá-la conosco, seriamos presos.

- Se o problema é a escola me procurar, eu posso resolver isso. - Jen sorriu. - Qual de vocês pode me emprestar o celular? - Jonh lhe estendeu o seu. Jennifer o pegou e digitou um número rapidamente. Ele foi atendido rápido, na segunda chamada.

- Aqui é o orfanato Great Ormond Street. A senhorita Mars está muito abatida hoje e não poderá comparecer a escola. - Jennifer fazia uma voz desagradável de se ouvir, mas que era parecida com a de uma das madres.

- Bem, é claro que compreendemos já que ontem fez 12 anos que o casal Mars morreu... - A velha secretária disse, Jennifer sorriu.

- Oh, sim, muito obrigada. - Jennifer esperou a secretária responder um: não há de quer e disse:

- Fique com Deus, querida. - Holmes e Watson riram, já que ao mesmo tempo que Jen falava isso, fazia uma cara de descrente.

- Problema resolvido. - Ela respondeu. Mas os dois voltaram a se olhar. - Qual é agora?

- Você não pode ir conosco, não ainda... - Disse Holmes.

- Mas...

- Jennifer, queremos descobrir isso tanto quanto você, mas você precisa compreender que...

- COMPREENDER O QUE? Vocês ao menos entendem? - Ela disse, furiosa.- Ao menos sabem do que é crescer sem pais, e escutar que seu pai era uma maluco? Ou pior, ser chamada de aberração todos os dias e desejar morrer ao invés de ter que levantar quando o sol nasce? - Jennifer chorava descontrolada. Ela pegou o skate, secando as lágrimas com a manga da camiseta disse:

- Vocês não fazem idéia, não é? - Nenhum dos dois respondeu. - Eu busco respostas a doze anos, estou investigando a três, e não há nada. Eu achei que pedindo ajuda eu conseguiria, mas ao que tudo indica esse foi o meu maior erro. - Ela saiu, andando de skate, quase sendo atropelada. Mal via, estava chorando como uma maluca. Nunca devia ter pedido ajudar para isso, é o meu fardo.

Jennifer chegou a casa em meia hora. Não havia para onde ir, e era aqui que ela vinha quando não havia outro lugar disponível.

Sua antiga casa.

Era dela. Tudo que um dia foi de seus pais, pertencia a ela, mas ela não poderia usar até completar 18 anos.

Isso incluía a casa onde ela viveu seus cinco anos.

Destrancou a porta, e entrou na sala. Haviam limpado tudo, nenhum sinal de sangue, nenhum vestígio da morte.

A não ser as lembranças da jovem.

Ela correu para o quarto dos pais, onde encontrou o enorme quadro que ficava sobre a cama. Uma foto dos três no aniversário de quatro anos de Jennifer. O ultimo que passara com os pais. Ela se jogou na cama, chorando desesperada. Imaginando em como tudo isso poderia ser apenas um pesadelo e como ela poderia tirar a imagem de Sherlock Holmes da cabeça.

Ele acha que sabe de mais, acha que sabe de tudo... Mas por algum motivo, Jennifer não conseguia tirar Sherlock da cabeça.

Inveja, provavelmente. Mas ela sabia que não era um sentimento ruim. O sentimento que acometia seu corpo, toda vez que pensava em Sherlock Holmes fazia a dor desaparecer e um torpor de felicidade surgir.

Ela adormeceu com a imagem do belo detetive em mente, em como ele era sua ultima esperança e em como ela adoraria poder confiar nele.

- Bem, ela é sensível. - Disse Holmes.

- Não deveríamos ir atrás dela Sherlock? - Watson disse, preocupado com a loira. Temia que ela fizesse alguma besteira e logo houvesse uma manchete no jornal: Filha de um casal que morreu em um crime passional em 2000, Jennifer Mars se suicida. Jonh estremeceu com a idéia. 

- Porque? Ela deixou claro que não quer, e nem precisa de nós, Jonh.

- Sinceramente Sherlock, achei que você não fosse de sentir inveja.

- Inveja? Eu? - Ele disse, surpreso.

- Sim, inveja! Ela é apenas uma garota que sofreu com a morte dos pais e sofre, todos os dias, com a indelicadeza dos colegas. Pelo amor de Deus Sherlock, você fez a garota chorar duas vezes, e eu me recordo do guarda dizendo em como ela odiava ser vista chorando. - Holmes revirou os olhos, mas compreendeu. Aquele sentimento era inveja? Não, não  era.  Era algo bom, algo que ele nunca sentira. Se parecia um pouco com o sentimento que ele nutria por Irene Adler, só que muito mais forte.

- Bem, você deve ter razão. Eu exagerei. - Ele disse, com uma certa dificuldade. Watson sabia como era difícil para Sherlock admitir um erro. - Vamos... Resolver o caso. - Ele disse.

Mas que maldito sentimento de culpa era esse que estava dentro dele?



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