O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 57
Indiferença


Notas iniciais do capítulo

Música que acompanha o capítulo:
Indiferença - Zezé di Camargo e Luciano
http://www.youtube.com/watch?v=I3n1NwP8WRo



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/19752/chapter/57

A festa continuava a todo o vapor, onde muitas pessoas pulavam, dançavam, namoravam, se conheciam, se beijavam. Mônica e Cebola, agora mais unidos do que nunca, continuavam abraçados, aproveitando os primeiros momentos de namoro. Enquanto isso, do lado oposto da pista, Cascão e Magali fitavam-se, o silêncio mortal reinava naquele instante.

 

- ÔÔÔ cabeção... O que você queria tanto falar pra mim, hein? – quebrou o silêncio, cruzando os braços.

 

- Mas você é muito ingênua, hein Magali? Você não percebeu que nós dois estávamos sobrando ou eu vou precisar desenhar para você entender?

 

- Ah, então era só isso?

 

-O que você esperava que fosse? O sumido que está lá? – disse o sujinho, apontando o dedo para oeste?

 

- Sumido? Aonde? – perguntou Magali, girando os olhos ao redor da multidão prucurando o local onde Cascão havia apontado.

 

- HÁ, ele sumiu de novo!! HAHAHAHAHA

 

- HAHAHA! Engraçadinho! – disse a comilona, fazendo biquinho -  Mas será que deu tudo certo, eles se acertaram ou não?

 

- Magali, acorda... Eu não sou Gênio da Lâmpada!!

 

- Você precisa ser tão grosso, Cascão? Pensei que você fosse mais educado – disse, se afastando de seu amigo.

 

- ÔÔÔ – disse Cascão, segurando o braço de Magali – Eu só estou brincando Magali... Não precisa ser tão precipitada. Aliás, não compensa você sair por aí e procurar a Mônica. – assinalou.

 

Fala pra mim, diz a verdade
O que mudou assim tão de repente
Quero saber de onde vem
Esse medo que machuca a gente

 

- Ué, por que não? Eu sei me virar muito bem, Cascão. E além do mais, o celular serve muito bem para encontrar as amigas!!

 

- HÁ, e você acha que vai encontrar a Mônica? Se ela não tiver com o Caleb, vai estar com o Cebola, eu não tenho dúvidas...

 

- É, é verdade... – concordou a comilona, fitando o chão.

 

- Ei – o sujinho cutucava o ombro de sua amiga – não desanima não, Magali. Borá dança?

 

- Você ta maluco?

 

- Não, eu estou te desafiando... Duvido que você consiga dançar melhor do que eu... – ele disse em um tom de malícia.

 

- Humm... Desafio aceito. E então, o que iremos dançar? – perguntou a comilona, oferecendo seu braço.

 

- Um forró...E é melhor você ficar esperta, não vou facilitar! – mesmo que a música fosse nesse ritmo, Cascão estava disposto a tudo.

 

- Pode vir quente... Que eu estou fervendo! – provocou a comilona, piscando para o sujinho.

 

- Não faz assim se não eu gamo! – com os braços, encaixava seu corpo no de Magali, movimentando suas pernas.

 

Tá tudo errado, fogo cruzado
E a gente não consegue se entender
Porque não me telefona
Dê notícias de você

 

Cascão e Magali não pronunciavam uma palavra sequer, estavam decididos em se concentrar em cada movimento de seus corpos. As pernas se moviam em sincronia. Os quadris da comilona balançavam conforme o ritmo da música. O sujinho a conduzia de maneira animada, não parando em nenhum instante. Movimentou seu rosto delicadamente para perto do de Magali, roçando seu nariz no dela, respirando irregularmente.

 

- Ca-ca-cabeção, o que você ta fazendo? Onde já se viu! – protestou Magali, tentando esquivar-se de Cascão.

 

- Lembra que eu te falei que a noite é uma criança? Eu estava falando sério, hoje a senhorita não irá escapar de mim. – disse o sujinho, com convicção na voz.

 

Liga ao menos pra dizer
Que o melhor é te esquecer

 

- Hahaha, o senhor que pensa que vai fazer qualquer coisa. Em primeiro lugar, eu tenho namorado e não sou aquelas que vão beijando qualquer um... – antes que Magali continuasse seu “monólogo”, Cascão roçava seus lábios nos dela com urgência.

 

O beijo foi se formando aos poucos, com muita delicadeza e urgência. Os corações disparavam a milhares de quilômetros por hora e, naquele instante, se encontravam nos lábios do sujinho e da comilona, movimentando-se de forma acelerada, vibrante e intensa. O estômago de Magali revirava inúmeras vezes e sentia seus pés fora do chão, flutuando nas nuvens. Mesmo negando a si mesma que não desejava nada com outra pessoa além de Quinzinho, seu garoto-mistério a alucinava como ninguém.

 

- Eu avisei que você não iria escapar de mim hoje – sussurrou o sujinho, mordiscando o lóbulo da orelha da comilona.

 

- O que deu em você hoje Cascão? Você ta querendo arranjar brigas, é? – afastando-se do rosto do amigo, fitando-o nos olhos.

 

É a sua indiferença que me mata
É uma invasão, um nó dentro de mim
Coração divide em dois na sua falta
Uma parte é o começo a outra o fim

 

- Se for pra ter você comigo... Eu luto com quem precisar, não vou deixar você amar ilusoriamente!

 

- E quem te disse que meu amor pelo Quim é só uma ilusão, uma máscara, hein?

 

- Você mesma... O seu beijo disse isso...

 

- Por acaso você fala “beijonês”? – perguntou Magali com sarcasmo.

 

- O silêncio de um olhar pode valer mais do que simples reações ou milhões de palavras... – filosofou o sujinho, com um tom sério e delicado na voz.

 

- IIH, não venha bancar o Aristóteles... Conheço essa história para boi tirar uma soneca...

 

- É pra dormir, ÔÔ inteligência rara...

 

- Cadê o cobertor e o travesseiro então?

 

É a sua indiferença que me mata
Que me mata, que me mata
Coração divide em dois na sua falta
Na sua falta, na sua falta

 

- Quer parar com isso, cabeçuda? – pediu Cascão, com impaciência.

 

- Isso o quê? Você que começou, esperteza...

 

- Essa troca de elogios está supimpa, você não acha? – os braços másculos do sujinho seguravam a delicada mão de Magali.

 

Fala pra mim, diz a verdade
O que mudou assim tão de repente
Quero saber de onde vem
Esse medo que machuca a gente

 

- ME SOLTA, CASCÃO!! – gritou a comilona, rebatendo-se.

 

- Não até você me dizer!!

 

- Dizer o que? – ela perguntou, arregalando os olhos.

 

- Que você me ama e fica fugindo de mim porque tem medo das conseqüências!! ANDA, ME DIZ SE NÃO É ISSO!!

 

- Pára, você pensa que é quem pra falar desse jeito comigo, hein?

 

- SOU AQUELE QUE TE AMA, ENTENDEU OU EU VOU TER QUE DESENHAR? Caramba, porque você é tão indiferente a isso! Parece até que eu sou nada para você!! Isso me magoa muito sabia...

 

- Não é bem... – a comilona hesitou – Assim... – as lágrimas teimosas começavam a saltar de seus olhos.

 

Tá tudo errado, fogo cruzado
E a gente não consegue se entender
Porque não me telefona
Dê notícias de você

 

Magali lutava consigo mesma, sendo a batalha tão sangrenta que chegou a tremer suas pernas, desabando no chão, aos prantos. Como poderia explicar para seu meu amigo que o amava, mas sem alimentar esperanças de um romance impossível. Mas como impossível, pensava ela com os seus botões. Era simplesmente por uma razão: Joaquim não media conseqüências para obter em suas mãos o que deseja ou pensa desejar. Isto é, se Magali decidisse terminar o longo namoro e ele descobrisse a verdadeira razão dessa ruptura (que no caso seria, Cascão)... Bom, ela não queria ver o seu amado sujinho repousando sobre o manto que tanto idolatrou: a terra e a sujeira.

 

Como explicar para Cascão que o amava muito, mas não podia ficar a seu lado por questões de segurança e até emocionais. Era melhor para ela viver uma ilusão, do que saber que alguém morreu por causa de um amor. NÃO! Amar, nem que seja platonicamente, é melhor do que ele... Ela não tentou mentalizar a palavra..

 

Liga ao menos pra dizer
Que o melhor é te esquecer

 

- Então como é, Magali?

 

- Não posso... Contar! Vai achar que sou maluca!

 

- Nunca acharia isso de você, cabeçuda! Agora me diga, o que é que te aflige tanto?

 

- Cascão, eu não vou te negar, eu amo você e muito... Mas não posso ter esse sentimento por... Preucação!

 

- AH, ENTÃO É AQUELE MALDITO PADEIRO DE ARAQUE QUE TE IMPEDE, NÃO É? MUITO BEM, CHAMA ELE AQUI QUE EU RESOLVO NUMA RODADA SÓ!

 

É a sua indiferença que me mata
É uma invasão, um nó dentro de mim
Coração divide em dois na sua falta
Uma parte é o começo a outra o fim

 

- NÃO!! NÃO FAÇA ISSO!! O QUIM NÂO MEDE CONSEQUENCIAS!!

 

- E NÃO MEÇO MESMO, SENHORITA MAGALI! – Quinzo aparecia no meio da multidão, com os nervos à flor da pele.

 

- Espera aí, de onde você surgiu? Como assim?

 

- E isso importa agora, minha linda? HEIN? O QUE ESSE CANALHA FEZ COM VOCÊ – Joaquim puxava, com os braços, a roupa de Magali para se aproximar de seu corpo, com o olhar matador – ANDA, ME FALA!!

 

É a sua indiferença que me mata
Que me mata, que me mata
Coração divide em dois na sua falta
Na sua falta, na sua falta

 

- RAPA, - o sujinho retirava bruscamente as mãos de Quim, empurrando-o com brutalidade -  NÃO DESCONTA EM QUEM NÃO MERECE, NÃO! TENHA CORAGEM PELO MENOS UMA VEZ NA VIDA, SEU BICHA!!

 

- COMO VOCÊ ME CHAMOU, SEU IMUNDO? – ao fundo, as pessoas se viravam para ver a briga, horrorizadas.

 

- BICHA, E É ISSO QUE VOCÊ É!! COVARDE! – com o punho esquerdo cerrado, o sujinho deu um soco no meio do nariz do padeiro, fazendo seu nariz sangrar, além de tonteá-lo.

 

- PAREM OS DOIS! POR FAVOR!!

 

- OLHA AQUI, SEU PORCO! NÃO TENTE PROTEGER A MAGALI NÃO! PRIMEIRO QUE QUEM A PROTEGE SOU EU E SEGUNDO QUE EU JÁ SEI DO CASO DE VOCÊS!

 

- Como assim você sabe? Sabe o que, Joaquim? – perguntou Magali incrédula, com muitas lágrimas em seus olhos.

 

- Digamos que um passarinho me falou que você dois estavam de beijinhos e carinhos um com o outro... que tava tão meloso que dava nojo..Eu vim esclarecer essa história...

 

- Por acaso esse passarinho tem penas ruivas? – ironizou a comilona.

- NÃO INTERESSA AGORA! E QUER SABER DE UMA COISA? VAI PREPARANDO OS DIZERES DO CAIXÃO DO SEU “AMADO”... PORQUE VIVO DAQUI ELE NÃO SAI!!

 

- MEU QUERIDO, COISA FOFA, EU ESTAREI COM UMA VELA NA SUA MISSA DE SÉTIMO DIA, TÁ LIGADO? – gritou Cascão, empurrando Quinzinho com uma força sobre humana, fazendo-o tropeçar e bater forte sua cabeça.

 

- AH MEU DEUS, CASCÂO! OLHA O QUE VOCÊ FEZ! – gritou a comilona, apontando para o namorado.

 

- ELE MERECE – de repente Cascão voltou para a realidade – MEU DEUS DO CÉU, O QUE EU FIZ! EU NÃO SOU ASSIM!!

 

- Você ainda vai sofrer as conseqüências, Cascão! – Joaquim disse um último suspiro, antes de desmaiar e perder a consciência. Enquanto isso, algumas pessoas aproximavam-se de Quinzo, tentando ajudá-lo.

 

- É POR ISSO QUE EU FALO QUE VIOLÊNCIA NÃO RESOLVE!!

 

- Desde quando você fala isso?

 

- AGORA, TÁ BOM!!

 

- Ok! Não ta mais aqui quem perguntou...

 

- Pessoal, o que ta acontecendo aqui? Que clima tenso – disse Mônica, aproximando-se dos amigos, de mãos dadas com Cebola – ESPERA AÍ, PORQUE O QUIM TA DESMAIADO?

 

- Primeiro de tudo: Da onde você surgiu? Incrível como todo mundo aprece no meio da multidão de uma hora pra outra. (“Essa mania de gibis ainda me irrita”)? – disse Magali, observando atentamente as mãos de sua amiga.

 

- Nós estávamos por pelto, vimos o alvoloço e agola estamos aqui... – disse o troca-letras, engolindo em seco – Pelo jeito o Joaquim levo um soco bem feito, né Cascão?

 

- E foi muito merecido, se quer saber... – afirmou o sujinho, sem apresentar ressentimentos. – Mas, mudando o assunto. O que significa isso, hein Careca? – perguntou Cascão apontando para as mãos entrelaçadas.

 

- Ah é, nós não contamos... Bom, você conta ou eu conto, Mônica? – perguntou o troca letras, beijando o cabelo channel de sua namorada.

 

- Bom, nós estamos... – começou a dentuça.

 

- Namorando. – Terminou Cebola,, abraçando Mônica apaixonadamente.

 

- ATÉ QUE ENFIM! – gritou Magali de alegria. – Parabéns pra vocês dois!!

- Tarda, mas não falha! Ê Cebola garanhão! Ta podendo agora, hein! Ou melhor: não está, porque é uma zoação que você leva... – brincou Cascão.

 

- IIH, nem vem! – riu-se Cebola, mas de repente ficou sério – Gente, o papo ta bom mas.. E agora? – perguntou, olhando para o corpo que ainda permanecia no chão, mas agora ao lado de dois bombeiros.

 

- Algum de vocês poderiam explicar o que houve aqui? – perguntou um médico de cabelos morenos, que, aliás, era conhecido de Mônica – Ora, mas esse mundo e muito pequeno. A que devo o prazer, Mônica e Cebola?

 

- Olá Felipe – cumprimentou Cebola com as mãos, agachando-se para conversar com o médico – Olha, isso daí foi briga amorosa, ou seja, o mesmo caso que o meu. Mas esse é um tanto sério.

 

- Entendo... Mas me diga uma coisa, você já está namorando a Mônica?

 

- Sim, graças a tudo que conquistei com ela!! – vangloriou-se, sorrindo.

 

- Que bom! Meus parabéns, meu caro!!

 

O médico fez perguntas diversas, desde as mais simples até as comprometedoras. Os quatro amigos foram a delegacia, prestar depoimento sobre tudo o que houve; além de irem ao hospital para ficar ao lado de um “amigo”. Nenhum deles proferia uma só palavra sobre o assunto, preferiam esquecer o triste acontecimento. Afinal, de acordo com os diagnósticos médicos, Joaquim havia batido muito forte a cabeça e perdido completamente todas suas lembranças.

 

**

 

O fim-de-semana havia sido drasticamente terminado em pleno sábado. Cebola, Mônica, Magali e Cascão voltaram para suas respectivas casas, apenas esperando a segunda-feira chegar, para mais um dia de aula. Não demorou muito, e dois dias depois estavam caminhando para a escola. Cebola e Mônica andavam de mão dadas, Cascão e Magali em cada lado do casal, encarando-se. O clima era tenso. Isso porque Magali ainda estava abalada com tudo e Cascão queria tirar satisfações com Magali.

 

Ao entrarem no portão, os quatro amigos notaram que todos da escola os encaravam, como se todos eles estivessem fantasiados de monstros horripilantes que fugiram do Dia-das Bruxas.Alguns rostos até pareciam dar risada, zombando de cada um deles, principalmente do mais novo casal. Tudo estava muito estranho para Cascão, Magali, Mônica e Cebola. Tudo bem que houve um grande alvoroço por causa do desmaio de Quinzo, mas era algo além disso, eles podiam sentir.

 

Foi dito e feito. Ao se aproximarem do quadro de avisos da escola, eis a revelação. Grandes cartazes haviam deixado os quatro completamente indignados:

 

- PINDALOLAS!! – berrou Cebola, apertando fortemente a mão que segurava a de sua namorada.

 

- AH, MAS NÃO É POSSÍVEL! DEVE SER CONSPIRAÇÃO!! SÓ PODE – gritou Mônica.

 

- NOSSA, ESTA DEVE TER SARNA NA LINGUA! PORQUE É IMPRESSIONANTE!!

 

- Bom, isso não me surpreende... – disse o sujinho, dando de ombros.

 

- E aí meus fofos, gostaram da novas notícias do Jornal da Escola? O maior babado né... Ah, e fui eu que fiz toda essa notícia! Fazer o que, quem pode pode, quem não pode se sacode! – disse Denise, jogando seus cabelos no ar e dando uma risadinha.

 

Fim do 57º capítulo

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É gente, o clima esquentou pra caramba (eu que o diga (6)) HASUHAUDHFAUSDHFUDS (xiu Ana Laura :X)
Eu voltei pro Brasil, gente (ai que emoção ¬¬). Queria dizer que AMEI e MUITO a viagem dos meus sonhos: O WALT DISNEY WORLD é inesquecível... me emociono toda vez que lembro que estive por lá!! ;D

Bom, um aviso para meus queridos leitores: bom, estou no meu ultimo semestre de escola... E, pra piorar, estoutendo aulas "a tarde e tenho que estudar a noite, ou seja, a Fanfica ficará abandonada por bastante tempo... Por questões do vestibular, que já está aí (medo ;S)

Bom, espero que tenham gostado do capítulo (só não me matem se eu desaparecer, x_X)

BEIJOOS!! (e se der, mande um review, não doi, tá?)



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Tempo Irá Dizer" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.