O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 56
Prova de amor


Notas iniciais do capítulo

Músicas que acompanham o capítulo:

Mexe que é bom - Zezé di Camargo e Luciano
http://www.youtube.com/watch?v=9bvzOMLyCWE

Nosso amor é ouro - Zezé di Camargo e Luciano
http://www.youtube.com/watch?v=V_fLPif-prM



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Mônica, que fora pega de surpresa, não conseguiu uma reação imediata e, por isso, apenas aceitou o beijo urgente do moreno, entrelaçando seus lábios no dele. Caleb mantinha seus braços ao redor da cintura da dentuça, puxando-a para mais perto de seu corpo. Mônica tentava cessar o beijo, mas o moreno insistia em seus lábios e permanecia segurando o corpo da dentuça, não deixando escapatória para a mesma.

Cebola, por outro lado, permanecia onde estava, praticamente imóvel. A interrupção de Caleb aniquilou sem piedade sua chance de conquistar sua amada e tê-la em seus braços nesse exato momento. Literalmente “no vácuo”, ele fitava para o palco onde a dupla Zezé di Camargo e Luciano se apresentaria em poucos instantes.

- ESTÃO PREPARADOS PARA ZEZE DI CAMARGO E LUCIANO? – dizia o locutor com alegria, para o delírio da platéia.

A dupla entrava naquele instante, imponente e alegre. Com o aceno de mãos, pediam para a platéia bater palmas de acordo com o ritmo da música. Os instrumentos soavam a todo vapor, fazendo todos se animarem cada vez mais. Porém, um dos espectadores permanecia cabisbaixo, derrotado. E esse era Cebola.

Fim de semana de novo
Eu tô no meio do povo
Na maior curtição

- SAI DA FRENTE, SAI DA FRENTE...OOU SAI DA FRENTE – gritava uma mulher loira, ao ver Cebola em seu caminho, empurrando.

Aqui só tem alegria
eu entro nessa folia
essa é a minha paixão

- ÔÔÔÔ... Espera aí, não vai pedir com educação não? – Cebola a segurava pelo braço, impedindo-a de prosseguir seu caminho.

- Da licença, por favor, cowboy? – pediu a moça, virando seu rosto para fitá-lo. – Espera aí, eu te conheço! Cebola?

- Irene, é você? – perguntou o troca letras, incrédulo – Nossa, que coincidência a gente se ver, não é? – disse, cumprimentando sua amiga.

- É, muita coincidência mesmo. Bom, não querendo ser chata nem nada, você poderia deixar eu ir... É que eu preciso resolver uns problemas?

- Não quer ajuda?

Eu danço e tomo cerveja
eu grito e subo na mesa
eu agito a galera

- Bom, se você quiser... – disse Irene monotonamente – Eu estou procurando meu namorado, que me deixou completamente as moscas hoje! Falou que ia me buscar, não me buscou, ele me encontrou na festa, falou um oi e já saiu de cena. Ai dele se estiver fazendo alguma besteira...

- Irene, como o seu namorado é fisicamente? Sabe, tamanho, tipo de corpo, a tonalidade da pele, o rosto... sabe, pra eu poder te ajudar a procurar.

Tô louco pela loirinha
de olho na mulatinha
mas a morena me espera

- Bom, ele é alto, tem cabelos negros, uma pele morena... O corpo é atlético. E o seu rosto, hã, como eu posso te explicar... O sorriso dele é cativante: é praticamente impossível não sorrir quando ele mostra o sorriso. Ah, e seus olhos são verdes.

Tal descrição fez com que o troca letras tivesse a sensação de déjà vu. Ele poderia estar completamente enganado, mas parecia muito com uma pessoa que ele conhecia, que começava a ter um ódio enorme pela mesma. Mas será ele ou é muita coincidência.?

- E qual o nome dele Irene? Talvez isso pode ajudar...

- Você não vai rir do nome dele?

E o povo todo pulando
E o povo todo gritando
Mexe mexe que é bom

- Não, por que eu iria rir?

- É muito estranho... Sério.

- Estou acostumado com nomes estranhos – assinalou Cebola.

Tá todo mundo colado
Todo mundo apertado
mas mexe mexe que é bom
Eu danço e tomo...

- Ok! Bom, o nome dele é... Caleb.

- Ah não, você ta me zuando, não ta Irene? – Cebola fitou os olhos da amiga, sério.

- Não to Cê... O que você está querendo dizer com isso?

- É melhor você sentar para escutar. – sugeriu – Eu não quero precipitações, ok?

Irene, mesmo não entendendo nada do que estava acontecendo, procurou um lugar para poder se sentar, conforme seu amigo havia lhe sugerido.

- Primeiro: Eu sei onde seu namorado está!

- Sério? Onde?

- Segundo: A culpa por tudo que está acontecendo agora é exclusivamente dele, ok? Então não quero que culpe ninguém a não ser ele.

- Mas o que o Caleb fez?

Eu danço e tomo cerveja
eu grito e subo na mesa
eu agito a galera

- Não o que ele fez, o que ele está fazendo agora – disse o troca letras, com uma voz triste.

- Ah!! Não.. Ela está beijando alguma piriguete, não é isso? FALA PRA MIM CEBOLINHA!! – ordenou Irene, alterando seu tom de voz .

- Calma Irene!! E não, não é uma piriguete! E você conhece a menina! Mas não é culpa dela...


- Como você tem tanta certeza disso?

- Porque eu estava com essa menina antes de o Caleb aparecer e estragar tudo...

- Mas como foi, me explica – falou a loira, bufando, fechando suas mãos em punho.

- Bom, a menina que estava comigo é a Mônica, aquela que eu te falei que estava gostando... A gente tava aproveitando a noite e dançando... Aí eu pedi ela em namoro! Mas antes que ela pudesse ter uma reação e uma resposta, ele apareceu e puxou ela pra um canto.

- AAAAH! MAS ESSE CALEB ME PAAGAA! – gritou a loira, levantando-se. – VAMOS CEBOLA, ME MOSTRA ONDE O INFELIZ ESTÁ!! AGOOORA!!

Tô louco pela loirinha
de olho na mulatinha
mas a morena me espera


- Ca-calma Irene...

- CALMA VÍRGULA... Ou você quer ver eu xingar a Mônica também?

- Não, tudo menos isso... Ela realmente não tem culpa! – implorou Cebola, segurando Irene pelo braço. – Por aqui!

E o povo todo pulando
E o povo todo gritando

Mexe mexe que é bom
Tá todo mundo colado
Todo mundo apertado

Não demorou muito para que os dois encontrassem Caleb e Mônica. Apesar de terem caminhado bastante, não foi difícil encontrá-los. O moreno abraçava a dentuça, estampando um sorriso de orelha a orelha. Sussurrava algo nos ouvidos dela, fazendo-a arrepiar. Irene acompanhou a cena atentamente, deixando o momento para flagrá-los para mais tarde. Cebola olhava a cena chocado, sem reação. O mundo para ele estava desabando e desmoronando.

- Mônica, você é demais – disse o moreno – Nossa, eu amei te conhecer. O seu guarda-costas sabe cuidar de você, não é?

- É, sabe tão bem que até esquece a namorada, não é, senhor Caleb?

- Como é? – disse Mônica, soltando-se do moreno.

- Acontece Mônica que esse rapaz ao seu lado é o meu namorado e é um CACHORRO DESGRAÇADO que só quer saber te pegar mulher. – disse a loira, aproximando-se de Mônica e Caleb.

- AH, É? Mas se você quiser, Irene, eu ajudo a você acabar com a raça dela...

- Gente, o que ta acontecendo? Quem é essa? – disse Caleb, incrédulo.

- CALEB, PARA DE FINGIR, SEU IDIOTA! – gritou a dentuça, dando-lhe um tapa na cara. – COMO VOCÊ TEVE CORAGEM DE FAZER ISSO COMIGO, SEU , SEUU...

- OLHA AQUI, MÔNICA, SUA OFERECIDA – gritou o moreno, apontando seu indicador no rosto da dentuça – FOI IDEIA SUA TUDO ISSO AQUI!

- NÃO, VOCÊ SABE MUITO BEM QUE EU NÃO PEDI ISSO, FOI VOCÊ QUE...

- VOCÊ SABIA QUE CORRIA RISCOS... E VOCÊ, SUA OFERECIDA..

- Olha quem fala – ironizou a loira – Você tinha namorada CALEB!! NAMORADA!! TUDO BEM QUE CADA UM TEM UM POUCO DE CULPA... MAS A MAIOR PARTE DA CULPA É SUA...NÃO DIGA O CONTRÁRIO... Eu estou com tanta raiva de você Caleb...

- Mas a culpa é dela – disse o moreno, tentando se esquivar.

- CALA BOCA, SEU IMBECIL... ESTÁ TUDO TERMINADO ENTRE NÓS E EU NÃO VOU VOLTAR ATRÁS! – Irene jogava sua aliança no chão, saindo do local chorando.

Metros dali, um casal observava atento a toda cena. Estavam abismados, não acreditando nos que seus olhos denunciavam acontecer. Apesar da surpresa, tal acontecimento os faziam rir e se divertir.

- Você viu isso, gata? O morenão ali acabou com a raça da dentuça! Isso é sensacional, não é?

- Ah, claro que é, fofo. Mas pode ficar melhor ainda quando toda a escola souber desse babado – afirmou a ruiva, sorrindo.

- Você filmou tudo?

- É claro, seu bobo. Ai meu Senhor, vocês homens são tão lerdos. Agora é só distribuir os vídeos e as fotos... Ai como isso me fascina!

- É, eu percebi isso. Agora, minha doçura, deixa isso de lado e vamos aproveita a festa – disse o loiro, beijando-a com urgência.

Mônica não conseguia acreditar em tudo que estava lhe acontecendo. Minutos atrás, uma grande e terrível surpresa lhe fora apresentada: Caleb não era nada do que ela esperava. O beijo havia a assustado também. Todos esses acontecimentos enlouqueciam sua mente. Como pode ser tão estúpida e deixar que uma paixão dominasse sua mente e seu corpo? Só por causa de uma teimosia, esta responsável pela dúvida do amor de Cebola. Uma nova música tocava no local.

Este, aliás, estava mais arrasado que Mônica. Já era difícil para ele lutar inúmeras vezes para conquistar o amor de sua dentuça, agora vê-la nos braços de outro , mesmo que tudo aquilo não fosse o real desejo dela (ele sabia muito bem disso), seu coração chorava e sangrava, lutando para sobreviver e continuar batendo em seu peito estraçalhado.

Sentados, ambos se olhavam, um com o olhar de culpa e o outro de derrota.

Nosso amor é ouro, jóia rara de se ver
É chuva de sonhos coloridos com prazer
Somos o desejo e a paixão, nós somos um querer

- CE – disse a dentuça, olhando para o troca letras – Juro que eu não queria isso, ele me forçou e.. –a as lágrimas começaram a saltar de seu rosto.

- Eu sei Mônica, eu sei – disse, aninhando o rosto dela em seu pescoço – Não foi culpa sua. Só me responda uma coisa: do que o Caleb tava falando sobre o que você queria e que você corria riscos?

Coração na boca e um sorriso no olhar
O suor na pele e a musica no ar
Nós dois em nosso ninho
Entregues ao sabor de amar

- É meio...complicado de eu explicar para você. Lembra que eu te falei que duvidava do seu amor? Eu, hã, usei o Caleb pra você ficar com ciúmes, para você acordar e perceber que precisa lutar por mim. E vou falar uma verdade. Até que o plano estava dando certo. Você até tentou ganhar um bichinho de pelúcia para mim, eu preciso de uma prova de amor maior do que essa?

- Poxa Mô... Você não precisava fazer isso... Ta, eu sou um pouco lerdo, mas eu percebi que precisava correr atrás para ter você e... O que você quer dizer com a prova de amor?

- Acho que está na hora de ser franca com você... Eu estou cansada de fingir que não me importo com o meu melhor amigo. Eu nunca te disse isso Ce.. Mas nunca é tarde para dizer: Eu te amo!! Você é tudo pra mim!

- Mas por que você ta dizendo tudo isso agora. Eu já sabia disso – falou o troca letras, sorrindo.

- Ta bom, agora chega de se achar o espertão, ok? Deixa eu terminar de falar...

Nosso amor é sangue e coração
Sonho que eu jamais quero acordar
Apaixonadamente apaixonados
Como o peixe e o mar

- Tudo bem, eu ficarei em silêncio, aguardando sua declaração!

- Te amei: era de longe que te olhava
e de longe me olhavas vagamente...
Ah, quanta coisa nesse tempo a gente sente,
que a alma da gente faz escrava.

Te amava: como inquieto adolescente,
tremendo ao te enlaçar, e te enlaçava
adivinhando esse mistério ardente
do mundo, em cada beijo que te dava.

Te amo: e ao te amar assim vou conjugando
os tempos todos desse amor, enquanto
segue a vida, vivendo, e eu, vou te amando...

Te amar: é mais que em verbo é a minha lei,
e é por ti que o repito no meu canto:
te amei, te amava, te amo e te amarei! – dizia Mônica, recitando um poema

Cebola permanecia em silêncio, escutando atentamente a dentuça.

- Cebola, faça um favor para mim?

- O que você quiser, Mô...

- Diga aquela sua última frase... Aquela que o Caleb fez questão de interromper, por favor?

- Você está falando sério?

- Somente diga... – pediu a dentuça, roçando sua mão no rosto de Cebola.

Somos a semente e o chão
Somos como a arca e o tesouro
Nosso amor é forte, é diamante
Nosso amor é ouro.

- Você me daria a honra de amar e ter um namorado que nunca deixará de ser seu melhor amigo? – repetiu Cebola, fitando os olhos de Mônica, beijando sua mão em seguida.

- Se eu quero... Esse é o meu maior desejo, Cebolinha, meu amor, meu... Namorado. – a última palavra soava como música em seus ouvidos.

- Mas PE-pe-pe-pe-pela aí, você não ta bli-blincando comigo? – gaguejava o troca letras, abrindo o sorriso – Você aceita.. caham.. namorar comigo?

- Não tenho mais dúvidas de que você realmente me ama. Sua prova de amor foi essa sua insistência, suas provocações e o seu cavalheirismo. Não há mais muros que impeçam nossa relação. E, aliás, você fica fofo quando começa a gaguejar e trocar as letras ao mesmo tempo. – Mônica sorria, entrelaçando sua mão na de Cebolinha.

- Calamba... Você plecisa lemblar que eu tloco as letlas quando eu fico nelvoso? Eu sei dos meus defeitos. Não sou que nem você que não quer admitir que é gorducha e que seus ancestrais eram mamutes, porque além de pesados, tinham dentões.

- HAHAHA...Poxa Cebolinha, não precisava falar pra todo mundo. Era um segredo meu, poxa...

Coração na boca e um sorriso no olhar
O suor na pele e a musica no ar
Nós dois em nosso ninho
Entregues ao sabor de amar

- Bom, mas o segredo é beem visível... Não é difícil notar suas gorduras... hehehe – brincou Cebola, dando um beijo na testa de sua nova namorada - Quer saber, tudo isso faz eu amar ainda mais você. Mas, eu estou estranhando uma coisa: por que você não gritou e não me bateu?

- Ah, então você gosta de levar tapas de mim, é isso – disse Mônica, socando levemente o ombro do troca letras – Achei que você queria um beijo de mim...

- Mas quem disse que eu não quero? Você não acha que eu estou morrendo de saudade do seu beijo? Além de sua beleza, foi o seu beijo que me fez ficar mais fascinado e apaixonado por você, meu amor.

O rosto de Mônica iluminou-se, abrindo um sorriso. Um arrepio em sua espinha começou-se a desenvolver, a adrenalina sendo jogada em sua corrente sanguínea a mil quilômetros por hora, viajando de maneira alucinante pelo seu corpo. As borboletas em seu estômago dançavam, alegres. Pousando a cabeça no ombro de Cebola, ela sorria e movia a mão entrelaçada para perto de seus lábios, beijando-a em seguida.

Nosso amor é sangue e coração
Sonho que eu jamais quero acordar
Apaixonadamente apaixonados
Como o peixe e o mar

- Eu te amo, Cebolinha!

- E se eu falar que eu te amo, você acredita? Ou vai querer mais uma prova? Se você quiser, eu vou lá no palco e grito que... – sua frase é interrompida com o dedo indicador da dentuça.

- Não precisa me provar mais nada. Já estamos juntos, e isso basta pra mim agora. – quando ela terminou de dizer a frase, Cebola roçava seus lábios no seu pescoço, fazendo-a arrepiar.

- Mas uma coisa está me intrigando: Onde que o Cascão e a Magali se meteram, afinal?

Somos a semente e o chão
Somos como a arca e o tesouro
Nosso amor é forte, é diamante
Nosso amor é ouro.

- HAHAH...Ah CE, deixe os dois... Quem sabe eles não se acertam com esse sumiço. Afinal, temos mais coisas para se preocupar.

- Sim, eu concordo – disse Cebola, roçando seus lábios no de Mônica, fazendo com que o beijo torna-se intenso e envolvente. Sentir aqueles sabor deixava Cebola alucinado, mesmo já acostumado.

Fim do 56º capítulo

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