O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 24
Pistas e vingança




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Magali continuava confusa, porém algo lhe trazia esperança, ela finalmente teria uma pista concreta, que a ajudaria e muito para desvendar o mistério. Ela corria, juntamente com Mônica, para a perfumaria Gota de Mel. Adentrando na loja, pedia para sua amiga ajuda-la:

 

- Por favor amiga, procura aí pra mim todos os perfumes amadeirados que tiver.

- Mas para que isso?

- Preciso comprar um presente para o meu namorado!

Mônica sabia que esse não era o motivo, havia compreendido o que a comilona queria dizer. Mais do que depressa, ela procurava os perfumes e trazia para Magali:

- Não, esse é muito fraco!

- Esse também não...muito suave.

Ela havia cheirado em média vinte fragrâncias diferentes, umas fortes, outras fracas, algumas mais doces, entretanto, nenhuma não chegava nem perto da que ela desejava.

 

- Vai demorar para decidir?

- Ah, Mô, dá um tempo!

De repente, Magali avistava uma caixa para amostra que ainda não havia sido experimentado. O perfume chamava-se Mogbec. Quando colocava a amostra no canto da sua mão e aproximou do nariz. Eureca! Aquele cheiro penetrava pelo seu corpo, arrepiava-se por inteiro.

- É esse! É esse que eu vou levar!

- O Quinzo vai adorar, hein? – falava Mônica, de uma maneira irônica.

Após saírem da loja, Magali dizia a amiga:

- Impressão minha ou essa carinha melhorou?

- Digamos que é um meio termo: o shopping é uma terapia, só que ainda estou dolorida por dentro.

- Entendo. Bom vamos para casa!

- Vamos! Mas eu preciso te perguntar uma coisa: você me faria um favor?

- Se ele não for impossível de fazer, tudo bem então!

- É que eu preciso de sua ajuda para tentar reconquistar o Cebola e mostrar para ele o quão baixa a Denise foi.

- Pode contar comigo! Mas qual é o plano?

- Prefiro falar em casa, pois as paredes do shopping tem ouvidos!

- Entendi.

As duas caminhavam de volta para a casa da Mônica, aonde elas iriam resolver todos os detalhes do plano.

 

Enquanto isso, na casa do Cebola:

Após o banho, ele tentava discar para Cascão, precisa desabafar com ele, pois era o único que o entendia. Mais uma vez, seu amigo encontrava-se indisponível. E agora? O que faria? Ligar para seu pai? Não, ele estava em uma reunião importante e não podia ser atrapalhado. Falar com sua mãe? Não, além de ser careta, ela não entenderia por completo.

Ele saía de seu quarto, ia em direção ao freezer. Lá se encontravam algumas cervejas, as quais seu pai tomava no fim de semana. Não eram muitas, e Cebola pegava todas e olhava fixamente para uma das latas.

(Já que não tem ninguém para desabafar, vai você mesmo...).

 

Cebola não costumava beber. Não que ele nunca bebeu na vida, nas festas ele bebia algumas batidas e ficava levemente embriagado, pois ele sabia que ele fica bêbado fácil e não gosta de dar vexame para seus amigos. Somente raras vezes, quando passava dos limites junto com Cascão.

Por esse motivo, logo depois de ter tomado todas as latinhas de uma só vez, Cebola já não era o mesmo, estava alterado, trocava as letras como na infância, como se as sessões de fono não adiantassem nada. Ele saía de casa, entre tampos e barrancos, e sentava no banco da praça. Embora a bebida tenha excitado-o, ele ainda estava ferido por dentro.

 

Denise passeava sozinha pela praça, Carmem não a acompanhava como de costume, pois havia marcado uma massagem e não podia faltar. Quando a garota ruiva avistou Cebola sentado, notando seu estado de embriagues, ela pensava:

(Essa a minha chance...)

Ela se aproximava dele e sentava ao se lado:

- Oi Cê! Tudo bom, gato?

- Sai de “pelto” de mim, Denise. RIC! Eu “quelo” ficar sozinho, me deixa sozinho1 RIC!

- Ah, não vou mesmo, ainda mais nesse estado que você está, fofo.

- Eu to bem, ple-pleciso ficar sozinho, sem ninguém por pelto! – ele se virava para Denise – UAU, não dá “pla” ‘acleditar”, você ta muito gata Denise, “malavilhosa”!

Realmente, ela estava muito bonita. Usava um vestido azul curtinho tomara-que-caia e estava cheia de brincos, pulseiras e anéis.

- Ah, brigada, Ce! E você ta muito lindo também, não só hoje, como sempre!

 

Denise tinha fama de menina atirada. Não ao acaso, ela se aproximou dele e lhe roubara um beijo bem demorado. Apesar de ser longo, não passava de um simples entrelace de duas pessoas. O beijo não tinha sabor, não havia calor e nem sentimentos envolvidos. Era, literalmente, um beijo tosco, sem sal.

 

- Ai Ce, o seu beijo é MAARAAA!!

- Hheheh! Eu sei que sou...sem gás! Digo, digo, sagaz!

- Bobinho! Eu queria saber, posso lhe fazer uma pergunta?

- “Clalo” que pode.

- E se a gente ficasse mais vezes, hum?

- O quê? Se a gente pode dançar mais vezes? Mais a gente sequer dançou junto...

- AI, O LOUCO! Gato, é assim: eu te beijei, ou seja, a gente ficou. Queria saber se isso pode rolar outras vezes, ah, ver no que vai dar! Além do mais, você é um fofo! E garotos como você não podem ficar sozinhos ou com más companhias!

- Você ta insinuando que a Mônica “ela” má companhia? Pois eu digo que ela “semple” foi uma ótima pessoa, apesar de ela ser um pouco “blava”!

- Ela? Boa companhia? HAHA, faça-me rir. Depois de tudo que ela fez você ainda acha ela boa pessoa?

Ela havia acertado em cheio no calcanhar de Aquiles. Cebola chorava muito e soluçava, dando alguns goles na última latinha de cerveja.

- Você não “compleende”...snif, EU AMO A MÔNICA! Amo tanto que...snif...Nem isso me “impoltalia” e tudo se “lesolvelia” numa “convelsa”.

- Mesmo assim, Cebola! Ela não deveria ter feito isso se sabia que você a amava. Agora, você quer ficar comigo e ver no que vai dar? – insistia Denise.

 

Sem pensar e por estar completamente ferido, com o sentimento de vingança invadindo o seu peito, ele respondia que sim e Denise lhe roubara mais um beijo tosco.

 

A garota ruiva havia conquistado todos os seus objetivos: além de ferir a sangue frio os sentimentos da Mônica, pela qual sentia inveja desde a infância, ela conseguia conquistar, mesmo de uma forma baixa, a pessoa pela qual julgava amar, porque por Cebola e qualquer outro garoto ela apenas sentia atração. Ela e Cebola começaram a ficar.

Mesmo ele não gostando do beijo dela e nem dela mesmo, ele aceitava, pois estava bêbado, magoado e com sentimento de vingança tão forte que não conseguiria colocar a cabeça no lugar e tentar agir da forma adequada.

 

Fim do 24º capítulo

 

 


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