O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr


Capítulo 23
Quebra-cabeça




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Cebola teve uma noite difícil: Enquanto dormia, sonhava com momentos da festa, os quais viam de relance, deixavam-no agitado e suando frio, até que subitamente ele soltou um grito. Tal grito assustou usa mãe, fazendo-a ir até o quarto do filho, que pede para que ela saísse, pois ainda estava muito triste e confuso. Não muito longe dali, Mônica já estava acordada e não foi almoçar. Estranhando o comportamento da mesma, Dona Luísa vai até o quarto da filha e lá tiveram uma longa conversa, na qual a dentuça contava todos os acontecimentos, tanto os bons quanto os ruins. Como toda boa mãe, Luísa dava conselhos e caminhos a seguir, os quais fizeram Mônica tentar lutar pelo amor de Cebola, custe o que custar.

 

Enquanto isso, naquela mesma tarde, Magali estava no banho, tentava tirar todo o cansaço causado no dia anterior. Enquanto ensaboava suas morenas e longas madeixas, ela se lembrava de algo que ainda lhe intrigava.

 

[Flashback]

Fazendo mais um giro, ele sem querer se desequilibrava, fazendo com que caísse no corpo de Magali, a qual, por reflexo, segurava-o firmemente, deixando-a bastante vermelha.

Arerê, Um lobby, um hobby, um love com você

- Desculpa! Não foi minha intenção, eu pisei em falso no meu pé e cai!

- Tudo bem! Eu desculpo! Viu como você não agüenta me acompanhar? – falava Magali, dando uma risadinha abafada.

Cai, cai, cai, cai, cai pra cá Hey, hey, hey

- Ah, como não! Você não viu quantos giros eu dei? Eu sou O CARA!!

Tu-do,tu-do, vai rolar

- Se achou agora, hein? Besta!

Tudo o que eu quero nessa vida, Toda vida, é

- Ah, me lembrei. Ainda tenho o meu prêmio, pois eu ganhei a aposta! HEHE!

É amar você

- O que você quer, então, dançarino profissional?

Amar você

- Eu...bem...é...

O seu amor é como uma chama acesa

- Fala logo!!

Queima de prazer De prazer

- Ah, já sei!

Pra qualquer lugar

O garoto pegava levemente a mão de Magali.

Vou te levar pra onde

- Ei, o que você ta fazendo?

Eu já falei com Deus que não vou te deixar

- Estou ganhando meu prêmio.

Arerê,                       Um lobby, um hobby, um love com você

Ele segurava a mão dela e a aproximava de seu rosto.

Arerê, Um lobby, um hobby, um love com você

Ele beijava lentamente a mão da menina comilona, deixando-a vermelha.

Cai, cai, cai, cai, cai pra cá Hey, hey, hey Tu-do,tu-do, vai rolar

- Foi um prazer dançar com você!

Não resistindo ao momento, o rapaz puxou-a para perto de seu corpo. Magali podia sentir o delicioso cheiro do perfume amadeirado que o garoto usava. Ele lhe roubara um selinho, o coração de Magali disparava! Ele havia saído de cena logo em seguida.

[Fim do Flashback]

 

O cheiro daquele perfume ainda podia ser fragado pelas suas narinas, o calor de seu corpo ainda lhe arrepiava, mas havia uma barreira: a da dúvida. Quem seria esse garoto pelo qual Magali tanto se lembrava? A menina mulher relava em sua boca, a qual estava molhada pela água do chuveiro e pelo sabor daquele “beijo” que lhe arrancava suspiros.

Ela tentava desvendar aquele quebra-cabeça que lhe parecia impossível de se montar. Juntava as peças, mas faltavam algumas e as que tinham não se encaixavam, não anexavam. Quando começava a suspeitar de alguém, não havia provas ou algo que pudesse concluir de uma vez por todas esse alvoroço que se fazia em sua cabeça. Suspeitos? Ela tinha vários: Fabinho, Ronaldinho, Xaveco, Cascão, Jeremias, Titi. Qualquer menino do Limoeiro era suspeito, com exceção de Franja, pois havia visto ele a Marina juntos o tempo todo, Reinaldinho, pois nem tinha o visto na festa, e Cebola, pois sabia que este estava com Mônica, e ainda por cima Quim o viu indo embora da festa.

(Mas por que não chego a uma resposta?).

 

Haviam dois motivos que barravam o desvendar do mistério: O primeiro era o próprio tempo, pois tudo aconteceu entre às duas horas e três horas da madrugada, horário para Magali, pelo menos na época de aulas, que sua visão começava a falhar, ficando um pouco embaçada. O segundo motivo era a iluminação da festa. Como estava tocando músicas animadas e divertidas, o salão ficava escuro e as luzes não eram muitas e apareciam periodicamente.

 

Quando ela havia saído do banho, notara essas barreiras. Isso a fez ficar muito nervosa e alterada: arremessava suas almofadas contra a parede, colocava uma delas no rosto e gritava, batia as mãos na cabeça.

(Maldita hora que eu fui me envolver nessa bagunça! Jesus, aquela hora que eu pedi pra você apagar a luz, não precisava atender. Agora que você atendeu, complicou muito a minha vida! Você também é uma mula, né Magali? Pedir pra Jesus apagar a luz!).

Como por instinto, a garota comilona pegava o celular e ligava para sua amiga dentuça:

 

- Alô?

- Mô, é a Magali! Tudo bom?

- Tudo ótimo – respondia com uma voz triste.

- Tudo ótimo tudo ótimo ou...

- Tudo ótimo péssimo! – Mônica soluçava no telefone.

- O que acontecer, amiga?

- Não dá pra explicar tudo pelo telefone.

- E que tal a gente ir ao shopping pra se distrair, hein?

- Ah, não! Não estou nem um pouco afim...

- Ah! Chega dessa preguiça, mulher. Levanta dessa cama, mexa essas pernas e vamos.

- Ai, ta bom! Eu vou, mas só porque é você que está me convidando!

- Certo, então nos vemos três horas. – respondia desligando o celular.

(Viixi...a coisa ta feia. Pra Mô ficar recusando um passeio comigo, deve ter acontecido uma tragédia...).

 

Depois de se trocar e passar o perfume, Magali foi ao local combinado com sua amiga e lá começaram a andar e conversar:

 

- Mô, me fala, o que aconteceu? Eu tinha visto você sair correndo da festa com o rosto todo vermelho.

- Ah, Magali! A festa tinha tudo para ser perfeita, mas a Denise fez um plano junto com o Reinaldinho pra fazer o Cebola acreditar que eu tava “traindo” ele. E agora ele não me quer ver nem lapidada de diamantes!

Mônica contava detalhadamente tudo o que havia ocorrido.

- Ai amiga, que péssimo, logo depois de ele te roubar um beijo super-mega-master-blaster demais, como você disse, acontece o desastre. E o pior que ele nem tem noção de que tudo isso não passa de um plano da Denise. Isso é revoltante, até mais do que aconteceu comigo...

- Huummm, o que será que aconteceu, hein senhorita Magali?

- Nada, só pensei alto...

- Sei...

- Olha que linda essa blusa! – Magali corria em direção a vitrine, tentando encerrar o assunto.

- Ela é linda mesmo! Mas não tente mudar o assunto, queridinha! Mas antes de você me dizer, tenho uma pergunta: você terminou com o Quim?

- Não, não terminei com ele...

- Por que não?

- Não tive coragem. Eu olhei aqueles olhinhos meigos e senti dó dele.

- Mas Magá, você não deve ter dó! É a sua felicidade que está em jogo. Você deve escutar seu coração e deixa-lo te guiar, doa a quem doer. Mas, voltando o assunto, antes que você tente escapar, me conta agora o que houve na festa que você disse que é revoltante, hum?

 

Depois que Mônica acabou de fazer a pergunta, Magali sentia mais uma vez o calor daquele corpo estranho, lembrava-se de tudo e se distraiu, esbarrando numa mulher.

PLOF

- Ai, desculpa moça, foi sem querer, eu não te vi. Deixa eu te ajudar a levantar – Magali estendia sua mão para a mulher, a qual estendeu a sua e se levantou.

- Tudo bem, mocinha. Só tome mais cuidado da próxima vez – respondia a mulher se afastando das duas.

- Magali, Magali – sua amiga olhava-a maliciosamente – eu te conheço. Pelo jeito, o que aconteceu você gostou e muito...

Silêncio. Magali não respondia, parecia não estar ali.

- Protocolo 090109, câmbio! Chamada urgente para o Planeta Terra, limoeiro’s shopping, chamando Magali! Câmbio!

- Ih Mônica, parou hein...

- Só se você contar...

 

Por não ter escolha, Magali havia contado sobre o garoto-mistério e tudo que rolou entre eles e a confusão que sua cabeça se encontrava no momento.

- Jesus, acende essa luz! Ilumina essa menina, porque a coisa ta feia!

- Menos Mô, menos...

 

Súbito. Magali se calava e seus olhos brilhavam. Algo fez com que ela tivesse esperança em relação ao mistério do garoto. A garota comilona puxava Mônica, a qual não estava entendendo nada

 

- Aonde você ta me levando?

- Calma que você vai entender

 

Fim do 23º capítulo

 


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