O Tempo Irá Dizer escrita por analauragnr
Cebola teve uma noite difícil: Enquanto dormia, sonhava com momentos da festa, os quais viam de relance, deixavam-no agitado e suando frio, até que subitamente ele soltou um grito. Tal grito assustou usa mãe, fazendo-a ir até o quarto do filho, que pede para que ela saísse, pois ainda estava muito triste e confuso. Não muito longe dali, Mônica já estava acordada e não foi almoçar. Estranhando o comportamento da mesma, Dona Luísa vai até o quarto da filha e lá tiveram uma longa conversa, na qual a dentuça contava todos os acontecimentos, tanto os bons quanto os ruins. Como toda boa mãe, Luísa dava conselhos e caminhos a seguir, os quais fizeram Mônica tentar lutar pelo amor de Cebola, custe o que custar.
Enquanto isso, naquela mesma tarde, Magali estava no banho, tentava tirar todo o cansaço causado no dia anterior. Enquanto ensaboava suas morenas e longas madeixas, ela se lembrava de algo que ainda lhe intrigava.
[Flashback]
Fazendo mais um giro, ele sem querer se desequilibrava, fazendo com que caísse no corpo de Magali, a qual, por reflexo, segurava-o firmemente, deixando-a bastante vermelha.
Arerê, Um lobby, um hobby, um love com você- Desculpa! Não foi minha intenção, eu pisei em falso no meu pé e cai!
- Tudo bem! Eu desculpo! Viu como você não agüenta me acompanhar? – falava Magali, dando uma risadinha abafada.
Cai, cai, cai, cai, cai pra cá Hey, hey, hey- Ah, como não! Você não viu quantos giros eu dei? Eu sou O CARA!!
Tu-do,tu-do, vai rolar- Se achou agora, hein? Besta!
Tudo o que eu quero nessa vida, Toda vida, é- Ah, me lembrei. Ainda tenho o meu prêmio, pois eu ganhei a aposta! HEHE!
É amar você- O que você quer, então, dançarino profissional?
Amar você- Eu...bem...é...
O seu amor é como uma chama acesa- Fala logo!!
Queima de prazer De prazer- Ah, já sei!
Pra qualquer lugarO garoto pegava levemente a mão de Magali.
Vou te levar pra onde- Ei, o que você ta fazendo?
Eu já falei com Deus que não vou te deixar- Estou ganhando meu prêmio.
Arerê, Um lobby, um hobby, um love com vocêEle segurava a mão dela e a aproximava de seu rosto.
Arerê, Um lobby, um hobby, um love com vocêEle beijava lentamente a mão da menina comilona, deixando-a vermelha.
Cai, cai, cai, cai, cai pra cá Hey, hey, hey Tu-do,tu-do, vai rolar- Foi um prazer dançar com você!
Não resistindo ao momento, o rapaz puxou-a para perto de seu corpo. Magali podia sentir o delicioso cheiro do perfume amadeirado que o garoto usava. Ele lhe roubara um selinho, o coração de Magali disparava! Ele havia saído de cena logo em seguida.
[Fim do Flashback]
O cheiro daquele perfume ainda podia ser fragado pelas suas narinas, o calor de seu corpo ainda lhe arrepiava, mas havia uma barreira: a da dúvida. Quem seria esse garoto pelo qual Magali tanto se lembrava? A menina mulher relava em sua boca, a qual estava molhada pela água do chuveiro e pelo sabor daquele “beijo” que lhe arrancava suspiros.
Ela tentava desvendar aquele quebra-cabeça que lhe parecia impossível de se montar. Juntava as peças, mas faltavam algumas e as que tinham não se encaixavam, não anexavam. Quando começava a suspeitar de alguém, não havia provas ou algo que pudesse concluir de uma vez por todas esse alvoroço que se fazia em sua cabeça. Suspeitos? Ela tinha vários: Fabinho, Ronaldinho, Xaveco, Cascão, Jeremias, Titi. Qualquer menino do Limoeiro era suspeito, com exceção de Franja, pois havia visto ele a Marina juntos o tempo todo, Reinaldinho, pois nem tinha o visto na festa, e Cebola, pois sabia que este estava com Mônica, e ainda por cima Quim o viu indo embora da festa.
(Mas por que não chego a uma resposta?).
Haviam dois motivos que barravam o desvendar do mistério: O primeiro era o próprio tempo, pois tudo aconteceu entre às duas horas e três horas da madrugada, horário para Magali, pelo menos na época de aulas, que sua visão começava a falhar, ficando um pouco embaçada. O segundo motivo era a iluminação da festa. Como estava tocando músicas animadas e divertidas, o salão ficava escuro e as luzes não eram muitas e apareciam periodicamente.
Quando ela havia saído do banho, notara essas barreiras. Isso a fez ficar muito nervosa e alterada: arremessava suas almofadas contra a parede, colocava uma delas no rosto e gritava, batia as mãos na cabeça.
(Maldita hora que eu fui me envolver nessa bagunça! Jesus, aquela hora que eu pedi pra você apagar a luz, não precisava atender. Agora que você atendeu, complicou muito a minha vida! Você também é uma mula, né Magali? Pedir pra Jesus apagar a luz!).
Como por instinto, a garota comilona pegava o celular e ligava para sua amiga dentuça:
- Alô?
- Mô, é a Magali! Tudo bom?
- Tudo ótimo – respondia com uma voz triste.
- Tudo ótimo tudo ótimo ou...
- Tudo ótimo péssimo! – Mônica soluçava no telefone.
- O que acontecer, amiga?
- Não dá pra explicar tudo pelo telefone.
- E que tal a gente ir ao shopping pra se distrair, hein?
- Ah, não! Não estou nem um pouco afim...
- Ah! Chega dessa preguiça, mulher. Levanta dessa cama, mexa essas pernas e vamos.
- Ai, ta bom! Eu vou, mas só porque é você que está me convidando!
- Certo, então nos vemos três horas. – respondia desligando o celular.
(Viixi...a coisa ta feia. Pra Mô ficar recusando um passeio comigo, deve ter acontecido uma tragédia...).
Depois de se trocar e passar o perfume, Magali foi ao local combinado com sua amiga e lá começaram a andar e conversar:
- Mô, me fala, o que aconteceu? Eu tinha visto você sair correndo da festa com o rosto todo vermelho.
- Ah, Magali! A festa tinha tudo para ser perfeita, mas a Denise fez um plano junto com o Reinaldinho pra fazer o Cebola acreditar que eu tava “traindo” ele. E agora ele não me quer ver nem lapidada de diamantes!
Mônica contava detalhadamente tudo o que havia ocorrido.
- Ai amiga, que péssimo, logo depois de ele te roubar um beijo super-mega-master-blaster demais, como você disse, acontece o desastre. E o pior que ele nem tem noção de que tudo isso não passa de um plano da Denise. Isso é revoltante, até mais do que aconteceu comigo...
- Huummm, o que será que aconteceu, hein senhorita Magali?
- Nada, só pensei alto...
- Sei...
- Olha que linda essa blusa! – Magali corria em direção a vitrine, tentando encerrar o assunto.
- Ela é linda mesmo! Mas não tente mudar o assunto, queridinha! Mas antes de você me dizer, tenho uma pergunta: você terminou com o Quim?
- Não, não terminei com ele...
- Por que não?
- Não tive coragem. Eu olhei aqueles olhinhos meigos e senti dó dele.
- Mas Magá, você não deve ter dó! É a sua felicidade que está em jogo. Você deve escutar seu coração e deixa-lo te guiar, doa a quem doer. Mas, voltando o assunto, antes que você tente escapar, me conta agora o que houve na festa que você disse que é revoltante, hum?
Depois que Mônica acabou de fazer a pergunta, Magali sentia mais uma vez o calor daquele corpo estranho, lembrava-se de tudo e se distraiu, esbarrando numa mulher.
PLOF
- Ai, desculpa moça, foi sem querer, eu não te vi. Deixa eu te ajudar a levantar – Magali estendia sua mão para a mulher, a qual estendeu a sua e se levantou.
- Tudo bem, mocinha. Só tome mais cuidado da próxima vez – respondia a mulher se afastando das duas.
- Magali, Magali – sua amiga olhava-a maliciosamente – eu te conheço. Pelo jeito, o que aconteceu você gostou e muito...
Silêncio. Magali não respondia, parecia não estar ali.
- Protocolo 090109, câmbio! Chamada urgente para o Planeta Terra, limoeiro’s shopping, chamando Magali! Câmbio!
- Ih Mônica, parou hein...
- Só se você contar...
Por não ter escolha, Magali havia contado sobre o garoto-mistério e tudo que rolou entre eles e a confusão que sua cabeça se encontrava no momento.
- Jesus, acende essa luz! Ilumina essa menina, porque a coisa ta feia!
- Menos Mô, menos...
Súbito. Magali se calava e seus olhos brilhavam. Algo fez com que ela tivesse esperança em relação ao mistério do garoto. A garota comilona puxava Mônica, a qual não estava entendendo nada
- Aonde você ta me levando?
- Calma que você vai entender
Fim do 23º capítulo
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!