Novos Tempos Em Hogwarts 2 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 45
O Peso da Verdade


Notas iniciais do capítulo

Sei que ninguem lê as notas inicias mesmo, mas mesmo assim... vou dizer algumas coisas como : esse capitulo foi de longe o mais legal de escrever, acredito que vão adora-lo , eu acho que o ritmo esta tão bom que nem vão se dar conta do tamanho. Pelo menos foi o que senti quando dei uma lida apos escreve-lo. Mas eu sou escritor, então é meio suspeito falar isso. Tirem suas proprias conclusões.



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As arquibancadas rugiam em meio aos gritos de protesto dos estudantes das três escolas, Alvo seguia com os olhos atentos a multidão em busca da pessoa que poderia ajudá-los naquele momento. Atrás dele seguiam o seu grupo de amigos que se mantinham em silencio de modo que a única forma de o moreno saber que estavam ali eram as varias vezes que se voltara para trás nas tentativas de se certificar disso.

Então rapidamente o rapaz pode ver mais adiante, sentados numa das pontas da arquibancada central da escola britânica alguém que ele sabia que poderia ajudar caso pedisse por isso. O sonserino fizera um sinal indicando com a cabeça a pessoa e os outros rapidamente assentiram e começaram a seguir o moreno por entre o mar de estudantes que cobria os assentos.

Alvo começou a andar por entre as pesssoas, era algo complicado devido a agitação e o estreito caminho de locomoção entre uma arquibancada e outra ainda mais quando ele sem querer acabava esbarrando ou pisando em pés tendo como resposta empurrões e resmungos que se repetiam quando seus amigos faziam o mesmo atrás de si.

Após alguns minutos fazendo isso, o grupo finalmente estava de frente para o rapaz de cabelos negros de vestes grifinorias sentado apreensivo encarando o labirinto como se tentasse ver o que estava acontecendo por de trás daquelas paredes, ao ver aquelas sete pessoas, sorriu, mas aquele sorriso logo desapareceu quando viu as expressões preocupadas dos primos e dos outros a sua frente.

_ você precisa nos ajudar Fred – disse Alvo fazendo o rapaz ficar confuso sobre aquilo.

_ seja mais claro, no que exatamente devo ajuda-lo – disse Fred se endireitando no lugar endireitando as costas contra o encosto – se for para mentir para livrar a cara de algum de vocês, já vou avisando que não sou o tipo de pessoa que as pessoas possam confiar na palavra... O que é meio injusto, mas é o que se ganha quando se apronta tanto quanto eu.

_ não queremos que livre nossa cara – disse Alvo suspirando enquanto apoiava uma das mãos num dos ombros do grifinorio – queremos que nos ajude a salvar o meu irmão.

Fred franziu o cenho no mesmo momento em que o primo pronunciou as ultimas palavras, ao que seguiu foi o mais velho se erguendo de seu lugar e fazendo sinal para que saíssem dali para terem mais privacidade. Enquanto seguiam em direção aos níveis mais baixos da arquibancada, uma narrativa dos fatos se iniciou com o silencio continuando por rondar o grifinorio que apenas expressava através de suas mudanças de fisionomia o que achava da historia sendo que ao maior parte do tempo sua expressão era seria evitando encarar o rapaz ao seu lado.

Alvo terminou de contar tudo, desde o seqüestro de Alice até sua suspeita de que o campeão da sonserina poderia ser um comensal da morte sendo que a loira que levara a sua namorada havia sido clara quando falou sobre Eduard não poder falhar em enganar o ruivo. Quando questionado por Fred de o que eles fariam, o sonserino começou a sua explicação do plano que ele havia formulado rapidamente e de como eles iriam precisar da ajuda dele para que a realização dele se concretizasse.  

_ espere, Al... esta me dizendo que você e os outros vão invadir o labirinto encontrar o seu irmão e salva-lo sendo que ainda terá que passar pelas criaturas e desafios da prova – disse Fred – ainda espera que eu me envolva nisso e me encarregue de distrair cerca de mil pessoas para que você possa fazer isso?

_ eu te avisei, devemos avisar o papai e o tio Harry – disse Rose e os dois rapazes desviaram seu olhar para a ruiva que cruzara os braços de um modo superior.

_ olha eu sei que falando assim pode parecer difícil, mas apenas acredite em mim e me ajude Fred – disse Alvo ao rapaz abrira um sorriso maroto.

_ dá uma maneirada no drama Potter, toda essa sua tensão não é algo que ajude muito numa situação dessas – disse Fred – e realmente você acreditou que eu ia me negar a ajudar minha família e principalmente meu melhor amigo? – ele erguera a mão que fora aceita por Alvo num aperto firme - Estou nessa...

_ sabia que você não ia nos negar ajuda – disse Alvo – o que planeja fazer?

_ ah, deixem isso comigo e com as garotas – disse Fred olhando para Lily e Chloe – alias, acho que nos três não seremos suficientes para realizar... Teremos que convocar mais pessoas.

_ eu vi Roxanne com o namorado próximo de onde estão os alunos de Durmstrang – disse Lily se pronunciando pela primeira vez – e Louis esta no meio dos alunos de Beauxbatons com a filha do ministro.

_ ótimo, iremos atrás deles – disse Fred para a prima então se voltando para Alvo – vocês terão apenas alguns minutos sejam rápidos – o rapaz mechara nos bolsos de onde acabou por tirar algo e colocar na mão do primo – é o espelho de dois sentidos do seu irmão, ele deixou comigo antes da prova, o usaremos para nos comunicar... – o garoto assentira e o grifinorio começou a andar apressadamente, ele deu uma olhada por cima do ombro – vamos – fez um sinal para que as garotas o seguissem.

_ Al, eu vi uma passagem para a arena por onde os aurores entraram – disse Scorpius indicando um ponto à diante – acho que poderemos usá-la se tivermos sorte dela não estar sendo vigiada.

O grupo dos sete estudantes então se separaria, mas antes as garotas desejaram sorte aos amigos na sua missão e o mesmo os outros fizeram, Lorcan dera um beijo na testa de Chloe em seguida sussurrou algo em seu ouvido que logo em seguida ela assentira. Alvo se despediu da irmã prometendo trazer o irmão deles de volta.

Na hora de se despedir do namorado, Lily tirara algo de dentro das vestes e puxara a mão de Lysander para que aceitasse. O rapaz a olhou com uma cara de ponto de interrogação no inicio ao encarar o pequeno frasco de poção transparente em suas mãos até que a garota se apressou em explicar.

_ essa é a Felix Felicis – disse Lily não apenas para o rapaz, mas para que os outros ouvissem também – eu a ganhei de aniversario em outubro, dividam entre vocês... Usem quando precisarem de mais sorte.

_ vocês vão precisar... – disse Chloe simplesmente enquanto pegava a amiga pela a mão e a puxava ali – temos que correr, se não perdemos o seu primo de vista.

_ cuidem-se – disse Lily se despedindo novamente dos amigos antes de desaparecer na multidão de pessoas.

Alvo viu o momento em que o rapaz guardou o frasco com a poção da sorte num dos bolsos das vestes e logo em seguida o que restara do grupo seguiu por uma das passagens das arquibancadas.  Sendo guiados por Scorpius, eles caminhavam por uma área um tanto deserta onde supostamente eram os bastidores da arena em que os organizadores deveriam estar e por onde segundo o loiro ele vira os aurores entrarem na área do labirinto.

Eles ficaram observando por um tempo a movimentação do lugar, havia algumas pessoas ali que certamente seria difícil para que não notassem cinco adolescentes entrando numa área proibida para estudantes.

Muitos dos organizadores trabalhavam numa espécie de aparelhagem, pareciam concentrados naquela atividade que estava sendo realizada, o que fez com que Alvo cogitasse a hipótese de que  aquelas maquinas eram as responsáveis pela transmissão das imagens dos telões e ao olhar para os amigos acreditou que tivessem tido a mesma linha de pensamento dele.

_ devemos esperar pela distração de Fred para que possamos passar por eles? – disse Lorcan e o moreno negara com um aceno de cabeça.

_ na verdade, eu tive outra idéia – disse Alvo puxando do bolso um manto longo que os amigos identificaram como a capa da invisibilidade – não sei se vai dar para todos nos, mas se formos em grupos talvez quem sabe seja mais fácil para que...

_ não, isso seria arriscado, alem do mais não sabemos quando Fred vai agir afinal – disse Lysander encarando a capa – segundo as historias do seu pai, a capa só agüenta esconder três pessoas... Mesmo assim se forem muito altas acaba por meio que revelar a base dos pés.

_ então, você quer dizer que três de nos devem ir enquanto outros dois ficam para trás? – disse Scorpius erguendo a sobrancelha.

_ ah, não exatamente – disse Lysander num ar pensativo – deve haver um jeito, só precisamos encontrá-lo.

_ só que não temos tempo Lysander – disse Alvo ríspido – se há algum jeito de caberem cinco seria apenas se nos diminuíssemos de tamanho.

_ você tem razão, infelizmente em tudo que falou – disse Lysander com pesar ao surgiu a idéia em sua mente – nos podemos diminuir de tamanho não é? Pelo menos alguns de nos – e os amigos pareceram não entender com exceção de Lorcan que concordara com a cabeça – observem – o gêmeo se afastara um pouco deles e fechara os olhos num modo que indicava concentração, após alguns segundos a imagem do rapaz foi se alterando até que na frente deles se encontrava agora uma ave.

A coruja que era agora Lysander começara caminhar com suas patinhas na direção dos amigos de um jeito tão engraçado que poderia ter arrancado risadas afinal à ave dava pequenos saltinhos e a imagem do gêmeo fazendo os mesmos saltos era inevitável. Rose recolheu o amigo do chão o que fez a coruja bater as asas um pouco assustada, mas se controlou no momento em que a ruiva já tinha colocado-o sobre o ombro.

_ bem, isso resolve um pouco os problemas – disse Scorpius e a coruja o olhou virando a cabeça em um gesto de 270 graus fazendo o loiro ter arrepios ao encarar os olhos questionadores do amigo – nos não temos uma forma animaga tão pequena quanto a sua... Principalmente o Alvo com aquelas pernas longas e chifres enormes.

_ obrigado pela parte dos chifres – disse Alvo e o loiro fez um aceno de cabeça como uma saudação – acho que podemos carregar o Lorcan caso ele se transforme.

Lorcan sorriu para o moreno e em seguida começou a diminuir de tamanho. Sua face começou a mudar, nariz começou a se alongar até se tornar um focinho e as orelhas ficavam pontudas à medida que a pelagem crescia ruiva pelo rosto alem dos cabelos irem tomando a mesma cor dos de Rose até que logo a frente deles estivesse uma raposa. Alvo tinha razão no que falara, mas infelizmente a forma animaga do loiro era um pouco maior do que se esperava; quarenta centímetros ou até mais e certamente não era tão leve quanto uma coruja.

Scorpius se agachou para pegar a raposa no colo, logo mais Alvo mandou que ficassem próximos um do outro e assim cobriu-os com a capa da invisibilidade. Não havia muito mais espaço do que para três pessoas, confirmando o que havia sido dito por Lysander tanto que o moreno ainda podia sentir a respiração da ruiva do seu lado esquerda assim como a pelagem da raposa roçando em suas costas. A passos curtos eles seguiram pelo cômodo rumo a passagem lateral onde não havia qualquer obstáculo entre eles, fora as vezes em que tiveram que desviar de uma mesa que foi um momento bastante tenso pois fazer curvas sem poder se mexer muito rápido acaba por ser um tanto demorado sem falar que a capa poderia escapar. Algumas pessoas andavam pela sala e o grupo teve que se distanciar para evitar alguns choques que teriam ocorrido, quando finalmente alcançaram à passagem o moreno se sentiu tão aliviado que pode respirar novamente.   

Fred puxava a irmã por uma das mãos, ele teve um enorme prazer no momento em que interrompera o beijo dela com o namorado e sem muitas explicações nem pedidos de desculpas praticamente a arrastara dali mesmo com os insultos que o rapaz recebia dela que segundo sua opinião não eram nada dignos de se ouvir sair de uma boca feminina então decidiu ignorar apenas seguindo com a garota até a parte mais alta da arquibancada. Ao chegar ao local pode ver as garotas conversando com Louis que parecia atento as palavras, certamente já estavam explicando ao rapaz o plano que iria se seguir.

_ mas, por que eles vão fazer isso afinal? Deveriam tentar conversar com os aurores, seria o certo a se fazer sobre isso – disse Louis.

_ já te falamos que seria arriscado, alem do mais... Eles simplesmente vão tentar tirar o Tiago da prova – disse Lily – alerta-lo sobre o que aconteceu com a Alice e dizer o que descobriram.

_ alguém poderia me explicar o que esta acontecendo? – disse Roxanne se desvencilhando da mão do irmão.

_ um breve resumo que tal? A Alice foi seqüestrada pelo que parece ser uma comensal da morte e Alvo acredita que Tiago esteja em apuros, pois suspeita que o Zabini seja um também – disse Fred – agora eles querem invadir o labirinto e para isso temos que causar um pouco de estrago para dar tempo a eles.

_ um pouco de estrago? A ultima parte parece interessante – disse Roxanne e Louis o olhou incrédulo – então, o que faremos? 

_ você já acreditou nele? Tipo, nenhuma pergunta questionando esse lance absurdo? – disse Louis sem acreditar – eles estão falando de comensais da morte, e isso é meio que inacreditável afinal não existem mais...

_ olha querido Loulou, por mais que a idéia de comensais da morte seja mentira – disse Roxanne – por mais que não aja perigo para se preocupar, e mesmo que seja uma besteira tremenda que se invada o labirinto... Você se esquece que é meu irmão que esta pedindo para eu ajudar e eu nunca o deixaria de lado assim como uma boa brincadeira.  

_ ah, isso é tão tocante – disse Fred numa falsa voz de emoção.

_ cala a boca, eu ainda estou com raiva de você por ter me tirado de perto do meu namorado – disse Roxanne e o moreno simplesmente sorriu amarelo.

_ certo, vamos lá então – disse Louis dando de ombros – se fomos pegos, ainda poderei jogar a culpa para cima de Fred e dizer que ele me forçou a fazer isso.

_ é, faça isso as pessoas geralmente já me apontam como culpado mesmo – disse Fred então deu uma breve olhada para os quatro a sua frente, era estranha a idéia de aprontar algo sem ter seu melhor amigo por perto para rir com ele depois.

_ qual é o plano Fred? – disse Lily e o moreno sorrira maroto.

 O grifinorio tirava do bolso uma pequena caixa que em sua mão com um toque de varinha se expandira no tamanho de uma maleta onde se lia em letras grandes e vermelhas “Propriedade de Frederick G. Weasley” e em palavras um pouco menores estavam “Altamente perigoso, não se aproxime, toque ou abra a menos que queria sofrer as conseqüências”.

Ele abrira a maleta marrom soltando as tiras de couro que a prendiam, revelando seu interior que nada mais era que um grande buraco negro girando de um modo em espiral, mas que com o aproximar da mão do dono foi diminuindo até desaparecer se tornando uma normal onde no interior havia compartimentos em que se via vários logros das Gemialidades assim como também havia algumas invenções próprias do rapaz.    

Fred tirara alguns sacos pretos de couro e lançara aos outros, no instante seguinte ele havia encolhido novamente a maleta e guardado no bolso novamente. Os outros quatro olharam para o interior de seus sacos e foram expressões de surpresa e confusão ao ver do que se tratava, em especial de Roxanne que encarou o irmão de um modo desconfiado.

_ não é muito seu estilo, pelo que me lembro – disse Roxanne enquanto amarrava o saco em seu cinto e o rapaz piscara para a irmã.

_ eu quero causar uma distração inofensiva sem machucar ninguém – disse Fred enquanto colocava as mãos sobre os ombros de Roxanne e Louis e chamava o grupo para fechar um circulo enquanto explicava como agiriam.

No momento seguinte haviam se dividido e seguido cada um para uma parte das arquibancadas, a velocidade que corriam era impressionante sendo que muitas vezes trombavam com alguém ou simplesmente saltavam sobre algo que estava bloqueando seu caminho.

Fred vira os amigos desaparecerem de vista a medida que ele buscava algum lugar onde pudesse por seu plano em pratica, já que não se movera ficando naquela mesma arquibancada pertencente a Durmstrang.  Acabara por se esconder por de trás de uma proteção que se encontrava em um ponto mais alto.

O moreno começou a retirar alguns pedaços de uma rocha negra de aparência arenosa e começou a lançar na direção da platéia que em parte permanecia calada pela eliminação de seu campeão e outra que ainda estava agitada e lançava xingamentos por não poder ver o desenrolar da prova. A primeira pedra atingira a nuca de um dos estudantes maiores e brutamontes, mas logo em seguida explodira numa intensa camada negra que cobriu uma grande área da arquibancada mais da metade.

A grande camada negra e densa cobriu tudo na maior parte da área que podia, as pessoas começaram a gritar e o grifinorio pode escutar algumas tentando escapar e esbarrões e tropeços de pessoas que tentavam escalar os degraus estando com a visão barrada pelo breu. O moreno sorriu, enquanto pegava uma nova pedra negra na sacola.

_ Pó Escurecedor Instantâneo do Peru – disse Fred encarando a pedra de areia negra de perto – clássica, mas não perde a graça e estilo – ele se ergueu novamente e lançou o que lhe havia na mão, dessa vez atingindo o tambor de um dos membros da percussão e o que veio em seguida foi à pequena porção de esfarelando e espalhando uma grande massa negra pelo que restara da arquibancada – tenho que me lembrar dessa frase, seria bom slogan futuramente.

 Fred olhou para as outras partes da arena esperando pela ação de seus companheiros, ele seria o estopim que seria o sinal para que os outros agissem com uma pequena diferença de alguns segundos e foi o que aconteceu, pois viu logo em seguida a parte de Hogwarts sofrer algumas explosões negras se espalharem rapidamente o que indicava que sua irmã havia conseguido. Logo em seguida Beauxbatons sofreu um ataque também, pelo menos sua metade enorme da torcida que havia ficado ao encargo de Lily o que fez o moreno murmurar alguns insultos por conta da demora do primo mas que se resolveu quando a ala direita da parte reservada a multidão da escola francesa já sofria sua amostra do Pó Escurecedor Instantâneo do Peru.

Agora só faltava Chloe agir para que o plano de distração estivesse concluído. A garota loira se encontrava próxima da porta dos camarotes de honra, local em que se encontravam os ministros da magia dos três países assim como os professores e diretores das escolas que pareciam bastante impressionados com o que ocorria no restante da arena que nem notaram a loira abrindo a porta. A grifinoria pode ouvir alguns murmúrios das pessoas e o ataque que o ministro francês estava tendo enquanto sua esposa tentava acalma-lo mesmo que o homem já estivesse bastante vermelho e com uma voz lamuriada pelo seu torneio estar sofrendo tamanho terrorismo.

Kingsley Shacklebolt numa tentativa ajudar o amigo manter a calma se voltou na direção de um pequeno bar para pegar alguma bebida para o francês, o ministro britânico enquanto enchia o copo olhou na direção da porta e por alguns instantes viu parte de um rosto pálido de uma garota com um olho azul e cabelos loiros ondulados.  No momento em que quer que fosse percebeu a atenção do bruxo, o rosto da garota ficou ainda mais pálido e demonstrou uma pequena expressão que ele não soube direito o que era mesmo que acreditasse ser pânico e em seguida soltou um gritinho de surpresa e o que veio a seguir não foi nada alem de uma escuridão enorme que varreu a sala e o som da porta batendo.   

Ao perceber que havia sido descoberta a garota se apressou em lançar a pedra para dentro da sala e no mesmo instante fechou a porta rapidamente mantendo-a fechada à medida que ouviu gritos de pânico e som de algo se chocando contra as paredes em desespero. Ela pegou então uma das cadeiras que se encontrava em um dos lados da porta, onde deveria estar pelo menos dois aurores para fazer a segurança dos ministros, e a usou para bloquear a porta ao prender a maçaneta com o encosto.

Mais que rapidamente a loira saiu correndo dali, dando de frente com a melhor amiga que a esperava para que as duas pudessem correr juntas na direção de onde haviam partido para encontrar com Fred.

Alvo pode ver os gritos e sons de pessoas correndo acima nas arquibancadas no mesmo instante em que viu os organizadores que tentavam consertar as maquinas dos telões abandonando a tarefa e correndo pela passagem sendo que um deles por pouco não esbarrou no local onde ele e os outros estavam sob a capa da invisibilidade. O moreno removeu o espelho do bolso onde pode encarar no reflexo depois de alguns segundos a face do primo que possuía um sorriso brincalhão no rosto.

_ Distração feita Al, agora é com você e com os outros... – disse Fred e sua imagem desaparecera em seguida.

O grupo começou a caminhar o mais rápido que podiam sem que corressem o risco de deixar o manto cair, eles já estavam na arena quando olharam para a platéia e tudo que viram foram uma grande escuridão e os gritos de pânico e naquele momento as expressões dos rapazes foram de espanto e surpresa enquanto Rose simplesmente murmurava alguma represália sobre aquela atitude dizendo que aquele tipo de distração podia acabar machucando alguém.

Foi então que Scorpius sentiu a raposa que era Lorcan se debater em seus braços e escapar rapidamente caindo no chão e saindo correndo por debaixo da capa. O loiro soltara um palavrão baixo, mas acabou por receber um olhar duro de Rose que foi completamente ignorado pelo rapaz, logo o que restara do grupo invisível seguiu na direção do labirinto mais precisamente para a mesma direção que o animal felpudo corria.

Harry e Ron se encontravam numa das pontas do labirinto encarando surpresos ainda toda aquela confusão que ocorria na platéia, no mesmo instante eles puderam ver os outros aurores correndo na direção do publico numa tentativa de prestar socorro. O ruivo encarara o melhor amigo como se pensasse que o chefe dos aurores tivesse alguma resposta para aquilo, mas simplesmente obteve nenhuma resposta que quisesse ouvir.

_ eu não sei o que pode ser isso Ron, mas seja o que for acredito que devemos ir ajudar as pessoas – disse Harry dando alguns passos para longe do labirinto sendo acompanhado do cunhado.

_ isso parece ser Pó Instantâneo Escurecedor do Peru, você sabe um dos logros da loja do George é bem inofensivo, mas as pessoas estão em pânico achando que possa ser outra coisa pior – disse Ron tentando acompanhar os passos do amigo.

_ eu sei disso, mesmo que não devêssemos abandonar nossos postos temos que ajudar aquelas pessoas antes que elas se machuquem gravemente – disse Harry começando a correr em direção a uma das barreiras que separava as arquibancadas do centro da arena – espero que não tenha dedo de nenhum de nossos filhos nessa confusão.

_ está brincando? Acho que é o pessoal de Durmstrang que está meio que revoltado com esse lance de serem os primeiros eliminados da ultima prova – disse Ron rindo – imagino o quanto Krum ficou irritado para não dizer decepcionado com a derrota.

O ruivo rira solitário já que o melhor amigo parecia não compartilhar da graça que ele sentia em imaginar a cena do diretor búlgaro lidando mal com a perda. Quando já haviam alcançado uma pequena passagem que levaria a platéia por uma estranha razão acabou por desviar o olhar e viu por alguns instantes a imagem do que parecia ser um animal correndo pela arena até desaparecer atrás de uma das paredes do labirinto.

_ Eu não sabia que existiam raposas na França – disse Ron para si mesmo já que Harry desaparecera pela passagem que levava as arquibancadas.

Rose vira quando seu pai e tio desapareceram pela passagem e se voltou no mesmo instante para o primo que removia a capa de sobre eles naquele mesmo instante em que já estavam frente a frente com uma das paredes do labirinto. Eles começaram a encarar as firmes paredes de rochas cinza se perguntando mentalmente como fariam para passar por aquilo. Lysander voltou ao normal e retirou sua varinha apontando para a parede no mesmo instante.

_ reducto – disse Lysander e o feitiço quicou na parede e atingiria seu lançador se não fosse por Rose puxa-lo para o lado fazendo o jato de luz atingir o chão criando um pequeno buraco ali.

_ feitiço protetor, era previsível afinal tem que manter as criaturas ai dentro – disse Rose para o amigo que teve as bochechas um pouco coradas de vergonha por ter agido de uma forma tão estúpida.

_ pessoal, venham – disse uma voz e ao se virarem puderam ver Lorcan, sua cabeça se expunha de uma das laterais do muro, ele estava novamente em forma humana, mas não por muito tempo já que tornara novamente em raposa.

Eles seguiram até onde o gêmeo estava, mas não havia mais ninguém. Foi então que escutaram um ruído e puderam ver mais adiante a cena de Lorcan cavando por debaixo do labirinto, mas parecia em vão como suas patas pareciam ser muito pequenas para criar uma passagem grande o suficiente para algum deles passar.

_ pare Lork, isso é inútil – disse Rose numa voz gentil – foi uma boa intenção, mas não há como você sozinho cavar uma passagem que de para nos todos passarmos na forma humana.

_ Sozinho ele não vai conseguir, você tem razão – disse Scorpius e no momento seguinte o sonserino tinha se transformado em um belíssimo lobo e se pôs a cavar ao lado do amigo sendo que ele parecia mais rápido e arrancar mais terra por conta do tamanho das patas.

Ficaram assim por alguns minutos, e quando pararam estavam exaustos e ofegantes. Scorpius limpava o suor da testa enquanto estava encostado na parede enquanto Lorcan estava atirado na grama suspirando decepcionado enquanto encarava as próprias mãos sujas de terra. Alvo ajudara o gêmeo a se levantar enquanto ainda mantinha os olhos no buraco cavado sob a parede, parecia ainda pequeno demais para uma pessoa não havia meio para que passassem por ali e corria o risco de o primeiro que tentasse acabasse entalado.

_ essa passagem parece o suficiente para animais, mas não para humanos – disse Lysander se agachando para olhar melhor – mas acho que podemos passar por cima – ele se voltou para a ruiva próximo dele – você sabe que feitiço usar não é?

_ sei – disse Rose sem hesitar, ela também havia pensado a mesma coisa que o gêmeo.

_ nos vemos do outro lado – disse Lysander tornando a tomar sua forma animaga e voando por sobre o muro desaparecendo para o outro lado.

_ para alguém que não estava curtindo a idéia de estudar animagia, parece que esta curtindo a experiência de ser uma coruja – disse Scorpius sorrindo levemente ainda cansado - nunca mais vou cavar na minha vida, isso cansa muito.

_ hei Malfoy – disse Rose chamando atenção do loiro que ao se voltar para ela com um olhar cansado viu a ponta da varinha de frente para seu rosto – Wingardium Leviosa.

O feitiço atingiu o rapaz que começou a flutuar à medida que a garota erguia a varinha para o alto, até que estava no nível do muro e ela o moveu para alem de seu ponto de visão até que desaparecesse por detrás da parede e em seguida se ouviu um barulho de algo caindo e som de resmungos. A ruiva então se voltou para os outros dois rapazes que a estavam encarando assustados por tamanho cuidado que ela havia feito o amigo pousar do outro lado.

_ prometo que serei mais delicada para vocês dois – disse Rose e os rapazes se encararam para então Lorcan tomar a frente e a garota repetir o feitiço e ser levitado até do outro lado, realmente dessa vez não houve barulho de queda ou gemidos.

_ espere, quem vai ajudar você a atravessar? – disse Alvo notando que a prima ficaria só, seria um pouco arriscado ela usar aquele feitiço em si mesma.

_ eu dou meu jeito, agora se prepare – disse Rose e repetira pela terceira vez o feitiço fazendo o primo se erguer no ar, o rapaz se sentiu leve enquanto alcançava altura até chegar próximo da borda do muro onde com maestria a garota o atravessara e fizera um gesto para que pousasse do outro lado.

Alvo viu o momento em que iria cair de pé contra o chão, no momento seguinte sentiu dois pares de mãos segurando pelos ombros e braços de uma forma protetora no mesmo instante em que o feitiço se desfez. Ele finalmente sentiu estar novamente em terra firme. Logo ele viu os rostos de seus amigos, Scorpius e Lorcan que retiraram suas mãos do aperto contra o rapaz que olhou cada um deles e em seguida olhou para o labirinto em que estavam, mas que em seu ponto de vista não passava de um corredor mal iluminado.

Lysander se aproximou dos amigos, seu rosto estava envolto pela luz de um modo que levou alguns segundos para Alvo pudesse se acostumar com a claridade repentina afinal o rapaz trazia em mãos a varinha com a ponta acesa. O gêmeo olhou para os amigos, antes que se pronunciasse, todos escutaram o som de algo e de repente uma corda foi lançada por sobre o muro.

Os rapazes se aproximaram dela e agarraram rapidamente enquanto começavam a puxar. O moreno havia fixado bem os pés e envolto as mãos na ponta enquanto movia-se com toda a força para traz para erguer o peso que havia na outra extremidade que sabia exatamente o que era. Foi então que no alto do muro surgiu um par de mãos, seguidos e uma vasta cabeleira ruiva, logo depois veio uma perna e a grifinoria já havia saltado para o outro lado caindo de frente contra o gramado.

Rose resmungou algo antes de olhar para cima e encontrar os olhos de Scorpius que estava parado a sua frente, o sonserino exibia um sorriso arrogante e estendera a mão para a garota numa atitude que a surpreendeu bastante. No final acabou por aceitar ajuda, e com o auxilio do loiro conseguiu se levantar em seguida soltando a mão para que pudesse limpar a poeira e soltar a corda que estava amarrada em sua cintura, a jogando no chão para que no instante seguinte retirasse a varinha das vestes, a apontando para a corda fizesse ser sugada pela sua ponta para então desaparecer.

_ Guia de Feitiços Práticos para Acampamentos e Trilhas, nunca pensei que fosse usar esse tão cedo – disse Rose olhando para os outros, os rapazes simplesmente ignoraram o que havia dito e se voltaram para o caminho seguindo em frente.

_ há uma passagem para outro caminho se seguirmos por essa direção – disse Lysander que ia a frente tendo Alvo logo ao seu lado, o moreno mantinha a varinha iluminada como dos amigos, mas com a simples diferença de que a apontava para todos os lados como se esperasse ver algo ali o que realmente estava aguardando.

 Seguiram por mais algum tempo no mesmo caminho até que deram com uma bifurcação onde a ruiva novamente usou um dos feitiços que havia aprendido no seu guia para acampamentos em que fez da varinha uma bússola que apontou que tinham que seguir pela esquerda para que fossem a nordeste. Todos permaneciam em silencio enquanto caminhavam, apenas o som de seus pés era escutado contra o piso de rocha que surgira desde que haviam pegado aquela trilha, alem disso podia se escutar também o som de Lorcan assobiando uma canção alegre supostamente Do The Hippogriff da antiga banda de rock bruxo As Esquisitonas. Logo atrás do grupo vinha à ruiva que estranhamente possuía como companhia alguém que sempre achou que não conseguisse ficar perto sem que estivessem discutindo, o que na verdade parecia estar por vir já que sentia os olhos azuis acinzentados sobre si enquanto caminhavam talvez ele estivesse próximo de repreendê-la por sua forçada entrada no labirinto.

_ acho que ele deveria parar antes que atraia a atenção de algo nesse lugar – disse Scorpius de repente e quanto à ruiva o olhou confusa, ele indicou com a cabeça Lorcan assobiando enquanto mudava uma varinha de uma mão para outra.

_ pelo menos isso não o deixa tão tenso, talvez seja o modo de se acalmar afinal olha para nos, o que estamos fazendo é algo realmente perigoso e se aparento estar calma acho que é porque tento manter a cabeça no lugar – disse Rose sem olhar para o lado.

_ eu ainda estou calmo, pois ainda tenho esperança que o Al esteja errado sobre o que nos falou sobre Tiago e Eduard – disse Scorpius suspirando – sei que viemos longe demais para que eu queira que seja mentira, mas não posso evitar em pensar que estamos nos metendo em algo muito serio e bem... O que nos garante que tenhamos sucesso? Até encontrarmos eles pode ser tarde demais assim como foi para Alice.

_ você... acha que vamos encontrá-lo... morto? – disse Rose após alguns segundos pensativos sobre as palavras do loiro e soltando as suas num engasgo.

_ não, mas devemos esperar não acha? – disse Scorpius desviando o olhar da ruiva num suspiro longo – se for verdade, você sabe que o seu primo vai sofrer pela perda do irmão – o loiro então encarara o moreno pelas costas – você pode criticar minha amizade com o Al, posso ter meus defeitos, mas sou fiel aos meus amigos e estarei ao lado dele até o fim, pois não quero vê-lo sofrer.

_ eu nunca critiquei sua lealdade ao Alvo, sei o quanto você e ele são amigos na verdade são melhores amigos – disse Rose – nunca duvidei disso, por mais que odiasse você.

_ surpreendente, pensei que para você eu fosse apenas mais uma cria de comensais da morte – disse Scorpius irônico – mas ao que parece não sou tão ruim, quem diria agora sim isso me surpreendeu.

_ idiota – disse Rose murmurando para então aumentar o tom de voz para que o rapaz escutasse – não posso falar algo positivo com você que já vem com suas gracinhas.

_ ah, não exatamente, na verdade foi meu jeito de agradecer – disse Scorpius e a ruiva o encarou pelo canto dos olhos seria – certo, se não acredita, para mim tudo bem... – ele erguera as mãos num gesto de redenção o que fez a garota erguer uma das sobrancelhas questionadora.

_ você esta sendo legal comigo ou estou ficando doida? – disse Rose enquanto o loiro sorria amarelo – qual é o lance, nunca foi um cara legal comigo antes.

_ não fui porque desde o primeiro segundo que nos conhecemos você foi grossa comigo por conta das coisas que seu pai havia dito – disse Scorpius como se fosse obvio – ou queria que eu te tratasse bem mesmo você vindo com as suas grosserias para cima de mim, ah é lógico que eu tinha que rebater varias vezes até hoje...

_ então se sou assim tão grossa, porque esta falando comigo afinal? – disse Rose numa voz irritada que teria sido um grito se ela não tivesse se controlado.

_ também não sei o motivo – disse Scorpius confuso – vai ver seja porque o Lysander falou aquelas coisas, sei lá, meio que percebi que as nossas brigas não têm fundamento quando estamos numa situação difícil como essa.

_ ele tem razão – disse Rose enquanto colocava uma mexa de seu cabelo para trás da orelha – o que houve? – ela então para assim como os outros rapazes que iam a frente, ao se aproximar pode ver o motivo da parada brusca de todos eles.

A frente deles estava próximo de onde estavam uma passagem havia para espanto de cada um que naquele momento expunham faces de surpresa misturada com um pouco de medo a grande fera que impedia a passagem. Antes que a ruiva exclamasse com espanto foi silenciada por Scorpius que tampou sua boca com uma das mãos enquanto murmurava sem som um cale à boca para a garota que ainda estava de olhos arregalados encarando o dragão adormecido que impedia que prosseguissem por aquele caminho.

_ é um Dragão Anão Finlandês – disse Lorcan num sussurro admirado – é incrível de perto, papai me contou que só são criados na reserva da Oceania – ele ergueu a mão tentado a fazer um carinho no focinho da criatura, mas foi impedido pelo irmão que deu um tapa nos dedos do gêmeo antes que alcançassem o objetivo.

_ calado Lorcan – disse Lysander entre dentes no mesmo sussurro, enquanto o dragão se remexia o que fez todos prenderem a respiração. 

Alvo se voltou lentamente para trás, e fez um sinal para que saíssem dali rápido foi então que começaram a andar novamente com passos largos porem silenciosos enquanto deixavam à fera cada vez mais distante, foi então que ao dobrarem com um corredor pela direita se viram em outra parte da trilha. Todos se encararam ofegantes enquanto escutavam o rugido de algo que denunciava que ou o dragão havia acordado ou ele não estava sozinho ali. Eles ficaram encostados contra a parede, ofegantes enquanto encaravam uns aos outros com olhares apavorados, foi então que a ruiva quebrou o silencio.

_ o que vamos fazer? – disse Rose e a maioria dos olhares se voltou para ela.

_ achei que você fosse a garota das idéias – disse Scorpius rindo sem graça – que tal essa minha quem sabe seja de bom proveito, vamos ficar longe daqueles dragões.

_ é um bom começo – disse Alvo – mas isso não quer dizer que não vamos nos encontrar com outra coisa nesse labirinto.

_ poderíamos tentar nos orientar – disse Rose – seria uma boa.

_ usar o seu feitiço de orientação você quer dizer? – disse Alvo.

_ não, quer dizer, talvez...quando eu li sobre Teseu e o Minotauro – disse Rose mais foi interrompida por seu primo.

_ o que isso tem haver? – disse Alvo.

_ simplesmente, porque o cara simplesmente soube navegar num labirinto maior que esse para não dizer que matou um monstro devorador de homens – disse Lysander – vamos lá Rosie, diz o que você ia falar...

_ bem, no livro em que li, dizia que Teseu usou um novelo de lã para se guiar pelo labirinto o prendendo do lado de fora para que dessa forma pudesse retornar sem se perder – disse Rose – não estou dizendo para fazer a mesma coisa que ele...

_ ainda bem, já estava ficando preocupado onde encontraríamos um novelo de lã – disse Scorpius sarcástico e a ruiva lhe deu um olhar serio.

_ mas bem que poderíamos tentar não nos perder, quer dizer encontrar algo que nos guie por esse labirinto que não nos faça ficar confundidos por tantas paredes e passagens – disse Rose.

Alguns segundos de silencio dos cinco estudantes em que permaneceram cada um encarando o vazio em busca de respostas para aquela questão até que o clima se quebrou quando alguém se pronunciou primeiro.

_ poderíamos ser guiados do alto – disse Lorcan encarando o céu estrelado e o mesmo fizeram os amigos – do alto deve ser mais fácil para encontrar o caminho, daí não correríamos tanto risco não acham?

Tiago caminhava pelos corredores com calma, tentava recompor as forças e a energia além de que queria estar preparado caso tivesse que escapar novamente de alguma criatura. Fora então que viu a poucos metros de distancia saindo de um outro caminho transversal aquele que seguia a silhueta de uma pessoa e começou a se apressar para alcança-la. A pessoa deve tê-lo visto já que acenou e esperou onde estava até que estivesse num distancia considerável.

Quando se aproximou da pessoa pode ver claramente que se tratava de seu companheiro de escola, que sorriu para ele o que não foi retribuído já que o ruivo permaneceu serio fosse por estar cansado ou talvez porque tivesse acabado de perceber que fora a prima que saira do jogo a minutos atrás. Ambos ficaram em silencio por algum tempo até que o sonserino o quebrou se pronunciando.

_ eu tentei ajuda-la – disse Eduard e o grifinorio soube que se referia a garota de Beauxbatons, simplesmente assentindo com a cabeça.

_ o que houve? – disse Tiago fazendo sinal para que os dois caminhassem e foi o que fizeram, seguindo em frente pela trilha.

_ todo o labirinto começou a tremer, as paredes inclinaram – disse Eduard olhando para frente tentando ignorar os olhos do companheiro que estavam sobre si – nos corremos, eu a ajudei, mas então ela caiu e ficou inconsciente.

_ caiu? Como é, ela simplesmente estava correndo e tropeçou? Isso não é coisa que tiraria minha prima de uma prova assim – disse Tiago e o sonserino ficou em silencio por alguns segundos até tornar a falar.

_ ela caiu num poço, eu pensei em tirá-la, mas não adiantaria – disse Eduard e o grifinorio entendeu, pois nada falou – foi cerca de cinco metros de profundidade, sendo também bastante estreito...

_ tudo bem, eu entendi – disse Tiago fazendo sinal para que parasse de falar – e sobre os tremores, eu também senti assim como a inclinação acho que aquilo foi uma espécie de armadilha que ativei – o sonserino o encarou parecendo mais curioso do que acusador.

_ eles pegaram pesado, parece até que não querem que saiamos vivos dessa droga – disse Eduard e o ruivo soltou um risinho pelo nariz, voltou seus olhos para o moreno lhe lançando um olhar de que já havia descoberto aquilo sozinho.

_ o que houve com seu nariz? – disse Tiago erguendo a mão para tocar o nariz sangrento de seu colega de escola, mas o garoto o impediu.

_ foi no meio da confusão, acabei dando de frente para uma parede – disse Eduard tornando a limpar o nariz novamente – esta tão ruim assim?

_ é, esta – disse Tiago ainda achando estranho aquilo – vou dar um jeito nisso – ele apontara a varinha para o rosto do rapaz – Episkey – o rapaz se curva rapidamente sentimento um leve formigamento, mas ao erguer o rosto, seu nariz estava consertado. 

Eles caminharam por mais um tempo até que deram de frente com um grande corredor, muito longe pode perceber algo brilhando de um jeito espectral numa luz azulada. Ao forçar os olhos o ruivo pode perceber se tratar da Taça Tribruxo a pouco mais de dez metros aguardando por aquele que chegasse primeiro.

Quando se preparava para correr foi bloqueado pelo braço do moreno, ele o encarou confuso enquanto o rapaz apontara para sobre a cabeça dele. Nas paredes do labirinto havia grandes plantas, uma espécie de trepadeira com grandes folhas de vinhas e flores com pétalas do tamanho de mãos fechadas com uma coloração branca com algumas manchas azuis escuras e vermelhas espalhadas por ela, seria algo bonito de se ver se ela não se mexesse. As flores se abriam e fechavam levemente, num momento quase imperceptível como se estivessem respirando.

_ que coisas são essas? – disse Tiago num sussurro.

_ Espiñosas Mediterrâneas – disse Eduard num sussurro – essa planta é bastante sensível ao som, isso as irrita... Ativando um mecanismo de defesa que é o lançamento de espinhos presentes nas pétalas – ele esperou que uma das flores se abrisse para mostrar, realmente o interior estava coberto de pequenos fios muito parecido com agulhas de cinco ou oito centímetros – aquelas coisas são perigosas, pois causam paralisia – ele olha ao redor e o mesmo foi feito pelo ruivo – varias próximas umas das outras, isso não é bom – e o grifinorio entendeu afinal ele nem conseguia contar quantas daquelas plantas havia – temos que encontrar outro caminho... – ele fez uma bola de energia com a ponta da varinha e a jogou no chão do labirinto fazendo que bater algumas vezes contra as pedras até explodir, a pequena explosão ativou as plantas que começaram a disparar os espinhos e ficaram assim por mais de um minuto até pararem – venha vamos encontrar outra maneira.

Eduard começou a caminhar pela trilha da direita quando percebeu que não estava sendo seguido pelo ruivo que continuava a observar as plantas como se estivesse pensando sobre algo a fazer a respeito delas. Ao chegar novamente perto do grifinorio pode perceber que ele observava não só as plantas como tambem a taça, ele logo deduziu que Tiago não iria procurar um novo caminho.

_ venha, já falei temos que ir por outro caminho – disse Eduard pegando seu pulso mas o rapaz se soltara rapidamente – não esta pensando em ir por ai não é? Você viu o que essas coisas podem fazer.

_ e se não existir outro caminho – disse Tiago se voltando para o moreno – e se tivermos que nos por uma ultima vez a prova passando por esse corredor estúpido, eu estou cansado Eduard, quero apenas que tudo acabe.

_ você não pode estar falando serio, bateu a cabeça quando o labirinto inclinou? – disse Eduard bufando – nos temos que continuar, pelo menos tentar encontrar outro modo...

_ não – disse Tiago gritando e as plantas tornaram a lançar seus espinhos e ambos os rapazes ficaram se encarando seriamente até que elas parassem – só iremos perder mais tempo.

_ deixe de ser tolo Potter, nos podemos conseguir juntos se seguirmos por outro caminho – disse Eduard e o ruivo voltou a encarar o corredor e suas sinistras trepadeiras.

_ Já enfrentamos muita coisa e agora que estamos de frente para a taça você quer dar uma de covarde e encontrar um caminho mais fácil apenas por conta de algumas plantinhas – disse Tiago e o sonserino o encarou serio enquanto cruzava os braços, ambos permaneceram calados.

_ ótimo, diga como passaremos – disse Eduard e o ruivo ficou em silencio por algum tempo, certamente pensando uma forma de atravessarem aquela trilha até que ele sorriu discretamente.

_ preste atenção – disse Tiago começando a correr, as plantas começaram se sentir irritadas com o som dos seus passos começando por atirar os espinhos finos, foi difícil se desviar.

Alguns espinhos passavam muito próximos, mas eles batiam em feitiços escudos que batiam e despencavam no chão, ele percebeu que havia uma seqüência em que durava apenas alguns poucos segundos até a próxima lançar também fazendo que fosse um tempo bastante especifico para se proteger, mas tinha que ser rápido. Eduard ficou impressionado com a precisão que ele se defendia, ele se guiava pelo som das plantas antes de atacarem e isso lhe dava uma possibilidade de defesa impressionante. Mas aquilo não estava adiantando, simplesmente o grifinorio ficara estacado no meio do corredor nem mesmo conseguindo seguir em frente, foi então que Eduard decidira que era hora de entrar em ação.

Fora então que ocorreu o deslize e um dos espinhos burlou a defesa e o atingiu de raspão no ombro o fazendo se curvar de dor, ele estava próximo de deixar a varinha despencar bem no momento que uma das plantas iria disparar contra ele novamente. Quando o ruivo fechara os olhos para não ver a planta atingi-lo ouviu os espinhos baterem contra uma barreira quando abrira os olhos vira o sonserino o protegendo com um protego. Uma nova leva de ataques veio pelas costas do sonserino que se protegeu com um feitiço e em seguida lançou um jato vermelho que explodiu a planta, ele em seguida lançou novamente sobre outras duas.

Tiago lançara uma proteção contra o rapaz impedindo que fosse atingido, em seguida seguindo os passos do moreno começou a destruir as plantas ao mesmo tempo em que tentava evitar ser atingido. Quando as flores já estavam todas destruídas, o ruivo começou a correr em direção à taça tribruxo, se sentindo mais aliviado a cada passo que dava.

E ele continuou seguindo em linha reta dessa vez com passos mais largos e apressados. Tiago não queria admitir, mas a adrenalina do perigo em que estava a momentos atrás o impulsionava, ele podia sentir o seu coração bater fortemente e a respiração aguçada como se tivesse corrido uma maratona. Podia ver claramente ele se recuperando e sendo tratado de suas feridas que lhe incomodavam. Ele não mais sentiria dor, nada mais de torneio ou da França, pois depois daquilo voltaria para casa. 

O grupo de estudantes corria pelo labirinto, Alvo ia a frente de todos já que ele de longe era o que mais queria chegar ao centro daquele lugar para que pudesse aguardar pelo irmão e alerta-lo de todos os riscos que corria tendo em sua companhia um comensal da morte. Não sabia se estavam juntos, mas mesmo se não estivessem o sonserino sabia para onde eles se dirigiriam e cabia a ele chegar em tempo de impedir o que quer que fosse acontecer.

_ esses sons, parecem feitiços alguém lançando contra alguma coisa – disse Lorcan de algum ponto do lado esquerdo do moreno – são vozes, conseguem ouvir?

_ estamos chegando perto – disse Rose ofegante, mas nem por isso parava de correr  - são eles, é o seu irmão Alvo...nos vamos conseguir, não acredito nisso.

_ mais rápido, vamos – disse Alvo sem olhar para trás em seu rosto já podia se notar um pouco de esperança refletida nos olhos.

Alvo corria muito rápido que até não sentia o chão contra seus pés, ele mantinha os olhos erguidos para o céu assim como os outros que buscavam no ar o seu guia que nada mais era que uma coruja segurando uma varinha sobre o feitiço lumus. A ave era Lysander que mais uma vez usara seu dom para auxiliar-los naquela missão, ali do alto podia ver os caminhos e ter uma vista plana de todo o labirinto sabendo muito bem como guia-los em segurança. Aquilo tinha sido uma idéia de Lorcan, e o outro gêmeo simplesmente aceitara apesar de ter podido se ver em seu rosto um pouco de nervosismo por conta do fato de que teria que voar muito alto.

O moreno estava começando a sentir os efeitos do cansaço, mas ele não pararia não podia fazer isso e esforçava-se ao máximo para manter o ritmo e ainda possuir os olhos na ave com medo de que ela desaparecesse nos céus. Foi então que sem perceber o garoto começou a se transformar, ele diminuir o passo por alguns segundos que fez a sua prima ultrapassar a sua frente até que ele tornou a correr sentindo seu corpo mudar rapidamente para outra completamente diferente.

O rapaz não parou nem quando se sentiu curvar para frente apenas seguiu correndo sobre suas agora quatro patas. Apesar da surpresa inicial de ver o garoto se tornar um cervo na frente deles, os rapazes apenas se entre olharam antes de se transformarem também de forma que logo os três animais estavam em disparada pelo chão do labirinto.

Alvo em sua forma animaga conseguiu alcançar Rose e soltou algo parecido como um bramido e fez um pequeno sinal com um dos chifres indicando as costas, que a ruiva compreendeu como sendo um sinal para que montasse e foi o que fez ao dar um pequeno salto sobre o animal e agarrar seu pescoço sendo tudo isso com ele em movimento.  

Tiago conseguia se sentir o gosto da vitória em sua boca, ele podia ver nos olhos do pai o orgulho por ver o filho um grande campeão enquanto os outros vibravam e gritavam seu nome pelo estádio todo. Ele sorrira sem perceber enquanto sentira seus olhos iluminaram com a claridade do centro da arena que se aproximava cada vez mais.

Ele parara em frente ao objeto que se encontrava no centro de um pedestal de luz, era belíssima e com detalhes inestimáveis em seu metal de prata com alças de dragão e inscrições e desenhos de runas nas bordas de um modo quase real.

Ele suspirava fundo enquanto sentia os olhos lacrimejarem e sua respiração tomar um ritmo mais normal, sua mente vagava com a cena dele erguendo a taça enquanto era impulsionado nos ombros de Fred e Wood numa comemoração pela vitória do torneio, ele não conseguia entender de onde vinha aquilo talvez fosse dele próprio ou estivesse sendo manipulado pelo labirinto. Ele não sabia o que pensar, a segunda idéia era de longe péssima demais para se pensar, mas não impossível.

Pouco importava naquele instante, ele apenas queria por um fim naquele pesadelo. Queria sair vitorioso e poder contar aquilo que lhe aconteceu para os seus filhos quando fosse mais velho e tivesse sua própria família. Nada mais importava a não ser o fim de tudo aquilo afinal.

_ Potter – disse uma voz vinda de um ponto atrás dele.

 Antes que tocasse na taça se virou e pode encarar a face cansada de Zabini. Pelo primeiro momento pode perceber o quanto o rapaz parecia horrível e a imagem de como o vira antes do inicio da prova viera a sua mente, nada parecido com o que era agora. 

Ele estava horrível, não havia outra palavra para usar para defini-lo, estava com a pele coberta por uma fina camada de poeira, os cabelos molhados pelo suor, com suas vestes chamuscadas e retalhadas, rosto marcado por linhas leves e vermelhas causadas pelas garras do dragão. Mas o que certamente o estava causando dor naquele momento era o grande espinho que se projetava de sua coxa, o ruivo não soube o que falar enquanto via o moreno mancando em sua direção ainda se apoiando na parede.

O moreno o encarava como se esperasse alguma reação dele que não veio. O ruivo o viu desviar o olhar para a própria perna e levar as mãos ao espinho o puxando de uma vez. A dor foi maior já que ele urrou, enquanto mais sangue lhe escapava, ele respirava agudamente e se deixou cair no chão aos poucos ao deslizar pela parede.

Tiago então percebeu que não deveria estar tão melhor quanto o sonserino, mas o que realmente o fazia melhor a ponto de ser o único vencedor da droga do Torneio? Afinal de contas o rapaz o ajudara até ali, ambos se apoiaram sempre e acabaram mesmo que não se gostando, formando uma parceria um com o outro que foi o que permitiu que chegassem ali naquele momento. Eduard merecia a gloria, merecia ser lembrado tanto quanto ele afinal fora isso que sugerira na tenda, uma parceria para trazer a vitória a Hogwarts.

O ruivo deu uma ultima olhada para a taça aquilo não parecia ser tão magnífico naquele momento, fazendo com que voltasse as costas e começasse a caminhar na direção de Eduard que o encarou sem entender direito o que estava fazendo. Ele estendeu a mão que demorou alguns segundos para ser aceita, o moreno ficou encarando o companheiro buscando qualquer resposta antes de agarrá-la.

_ o que esta... – disse Eduard enquanto ele ajudava-o caminhar até a taça.

_ uma vitória para Hogwarts – disse Tiago enquanto ambos pararam frente ao pedestal – juntos, nos dois seremos os vencedores – o moreno suspirou antes de concordar - quando eu chegar no três.

_ um – disse Eduard aproximando a mão do pé da taça.

_ dois – disse Tiago estendendo a mão para a alça esquerda.

_ três – gritaram em uníssono antes de agarrarem ao mesmo tempo.

_ pare – disse um grito vindo da parte de trás deles, ao se virarem foi uma grande surpresa para o rapaz ver o irmão e sua prima Rose correndo na direção deles.

_ é uma armadilha – disse Rose ofegante mas não houve mais tempo.

O que veio a seguir foi um sentimento de algo puxando o grifinorio pelo umbigo, uma sensação de estar sendo engolido por alguma espécie de redemoinho enquanto tudo ao redor girava a uma velocidade surpreendente fazendo tudo se tornar um borrão à medida que ele sentia algo lhe tirando do chão.

Tiago gritara, mas o som não saira da sua boca bem no momento em que sentiu que queria largar a taça, no entanto não conseguiu por mais força que fizesse não adiantava, parecia que estava conectado.

Foi então que sentiu o baque contra um chão frio e úmido. Sentindo o cabelo e as roupas molhadas e ao se erguer pode perceber que estava em uma grande poça que cobria o piso. Ele soltara a taça a deixando cair e produzir um som agudo ecoar pelo lugar, apoiando as mãos se ergueu podendo encarar o que havia ao seu redor.

 Ao se levantar pode ver a escuridão ao seu redor, não havia muito que ver alem disso fora algumas paredes que eram escuras e cobertas por musgo verde, rochas de uma parte do teto que havia desmoronado se encontravam amontoadas na passagem e de algum lugar se escutava o som de gotas respigando no vazio. Havia um cheiro estranho no ar como se não houvesse sido respirado desde sempre que talvez tenha sido o motivo de ele tossir para se acostumar com aquele gosto de umidade e o fedor que lhe invadia as narinas.

Ele olhou ao redor procurando por seu colega de escola, não conseguia ver nenhum sinal que indicasse a presença de Eduard ali. Ouviu então passos e ao se voltar para trás pode ver o rapaz caminhando para seu lado, o ruivo instintivamente sorriu de alivio por não estar sozinho naquele lugar estranho até que o sonserino estava a sua frente.

_ a taça era uma chave de portal – disse Tiago olhando para o objeto no chão entre os dois, para então tornar a encarar o moreno que simplesmente concordou com a cabeça – elas nos trouxe até esse lugar.

_ é eu sei... – disse Eduard sem expressar qualquer emoção.

_ e o que o Alvo e a Rose faziam lá, aquilo era alguma parte da prova? Eles estavam fazendo outra participação especial ou quem sabe um ultimo truque do labirinto? – disse Tiago passando a mão pelos cabelos nervosamente.

_ isso não importa agora – disse Eduard rispidamente.

_ não importa? Eles entraram gritando que era uma armadilha e você diz que isso não é importante – disse Tiago num quase grito – mas claro que é, por Merlin...

_ cala a boca e me escute enquanto ainda temos tempo... Tem algo que você precisa saber Tiago – disse Eduard - por isso preste atenção no que vou dizer – o tom de seriedade fez o ruivo soltar uma fraca risada que morreu em seguida ao ver que não se tratava de uma piada.

_ certo, mas depois de sairmos daqui – disse Tiago olhando ao redor – alguma idéia de que lugar é esse? – ele pensara em caminhar, mas foi puxado pelo moreno novamente para que permanecesse no lugar – qual é o seu problema Zabini?

_ não torne as coisas mais difíceis – disse Eduard suspirando – eu quero me desculpar, pelo que vai acontecer com você e quero que saiba que se tivesse escolha nunca teria participado de algo desse tipo.

_ do que esta falando? – disse Tiago se soltando da mão do rapaz que ainda o segurava.

Foi então que se escutaram passos da escuridão e antes que o rapaz se virasse pode ver algumas nuvens negras se aproximando em rápidos e densos jatos de fumaça enquanto tomavam formas novamente de pessoas encapuzadas e com mascaras metálicas. O ruivo dera um passo para trás enquanto erguia a varinha para os primeiros que se aproximava, ele estava surpreso, mas não se deixou abalar com aquilo mesmo que qualquer um ficasse desnorteado com a aparição de comensais da morte a sua frente.

Tiago tentou ataca-los, mas o feitiço ricocheteou num escudo e em seguida o mesmo comensal que se defendera com outro movimento de varinha desarmou o rapaz com muita facilidade. O comensal da morte fez um aceno e outros dois correram em direção ao grifinorio e com muita facilidade o capturaram, logo conjurando cordas que ataram seus pulsos enquanto outra lhe enlaçava no pescoço de um jeito muito parecido com uma coleira. O rapaz tentou se soltar, mas as cordas simplesmente apertavam mais a cada movimento dele.

_ Eduard, o que pensa que esta fazendo parado? Corra, fuja e busque ajuda – disse Tiago ainda se movimentando, lutando contra as cordas – se mexa... rápido... – os comensais da morte gargalharam enquanto o moreno abaixava a cabeça, desviando o olhar do grifinorio.

_ por que ele iria a algum lugar? – disse uma voz feminina por debaixo de um dos capuzes de comensal, quando a removera pode se reconhecer o rosto rechonchudo e envelhecido de Dolores Umbridge  – ele não corre perigo, não com pessoas iguais a ele – a mulher caminhara por de trás de Zabini e puxara seu braço levantando a manga e revelando a marca negra ali gravada.

Eduard desviara o olhar para evitar ter que encarar a face de decepção do ruivo, mas pode ouvir as gargalhadas dos comensais que foi pior já que ele sentira como se uma grande faca tivesse sido fincada em seu coração. Ao retornar a encarar o grifinorio pode ainda vê-lo a olhar para a marca, seus olhos demonstravam toda a descrença que poderiam naquele momento.

_ n-não p-pode ser... - disse Tiago com um tom de decepção, ele tentou enxergar os olhos do moreno, mas esse simplesmente evitou o contato fazendo com que a raiva viesse à tona no peito – eu confiei em você – ele foi duro em suas palavras falando cada uma como se fossem carregadas de chumbo – você se fez passar por meu amigo – aquelas palavras fizeram o moreno o encara-lo enquanto os comensais se acabavam de vez em suas gargalhadas.

_ amigo? – disse Eduard num sussurro, não esperava aquela palavra ser dita num momento como aquele, afinal nunca esperava que pudesse ser considerada amizade o que os dois possuíam um com o outro.

_ traidor miserável – disse Tiago raivoso enquanto avançava na direção do moreno, mas foi detido pela corda que o conteve como um animal em fúria, o que era bastante semelhante à feição raivosa do rapaz – eu confiei em você... – ele foi puxado com força a ponto de cair de joelhos no chão, o moreno tentou ajuda-lo a se levantar, mas foi chutado para longe com força – não se aproxime a menos que queira que eu o mate – ele cuspiu as palavras enquanto o sonserino retornava para trás e os comensais se acabavam de rir ainda mais.

_ ah, se sentiu traído foi? – disse uma voz rouca que soava num tom cínico e vinha de um dos comensais que segurava a corda de Tiago enquanto os outros gozavam de mais gargalhadas – não se preocupe, isso é pouco comparado ao que ira sofrer garoto.

_ sem mais papo mestiço, vamos logo que o nosso mestre não vai gostar de atrasos – disse Dolores Umbrige e o comensal da morte rosnou enquanto arrancava ferozmente a mascara do rosto e a atirava no chão, revelando um rosto horrivelmente queimado que fez o ruivo contorcer a cara com nojo.

_ calada sapa, você não tem direito de me dar ordens – disse Greyback que o ruivo reconheceu ao ver seus dentes afiados e amarelados ao vê-lo rosnar para Umbridge.

_ cachorro pulguento – disse Umbridge antes de desaparecer entre o mar dos comensais da morte.

Os comensais começaram a dar caminho então enquanto os outros dois escoltavam o rapaz para a escuridão a frente que logo não existia mais quando os encapuzados conjuraram tochas de chama verde iluminando o caminho. O grifinorio tentou se livrar, escapar de seus carcereiros que o puxavam todas as vezes que tentavam parar e em momentos praticamente o arrastaram ou simplesmente o empurram para frente para que continuasse.

Ele olhou para trás numa tentativa falha de ver novamente o sonserino que simplesmente desaparecera no mar de comensais que caminhava atrás dele. Levou alguns minutos de caminhada até que eles haviam chegado a uma porta circular de bronze onde havia algumas serpentes em relevo que estava meio aberta e com um movimento de varinha de um dos comensais se abrira diante deles.

Tiago pode sentir alguém se aproximando dele ao seu lado e ao olhar pelo canto dos olhos pode ver a face pálida e cansada de Eduard que mantinha um porte superior como se transpirasse seu orgulho pelo que estava prestes a fazer.

 O comensal da morte passou as mãos do moreno a corda que prendia o prisioneiro, Eduard ao encará-lo lhe lançou um olhar sofrido de quem não queria fazer aquilo, mas em seguida tornou a tomar uma feição sem emoções e entrou pela passagem puxando-o com força para que seguisse-o.

O lugar do outro alem da porta circular era pelo menos duas vezes maior que o salão principal, o chão era de pedra bruta e ao longo do lugar havia imensas cabeças de víboras feitas de pedra em espécie de colunas enfileiradas, ao fundo havia um busto de pedra que representava um homem de longas barbas e ares nobres.

O som das velhas dobradiças se movendo, à medida que a porta era encostada fez ecoar pelo lugar, foi então que o lugar se iluminou melhor com chamas verdes que surgiram em grandes tochas. Foi então que uma estranha figura saiu de trás de uma das faces de cobra e Tiago pode encarar quatro pessoas se aproximando naquele momento.

Três eram claramente comensais com suas capas negras, sendo que o primeiro era grande sendo obviamente um homem enquanto o segundo e terceiro tinham uma altura mediana baixa e com apenas alguns poucos centímetros de diferença entre uma e a outra, eram menores em físico, com curvas destacando traços femininos.

Agora a quarta pessoa vestia um terno negro bastante fino com botões de prata e uma pesada capa negra sobre seus ombros descendo de modo uniforme e displicente com um capuz cobrindo lhe a cabeça, e em seu rosto havia uma mascara de metal que ocultava parcialmente as feições.

Aquele estranho homem lhe fez sentir uma estranha sensação pelo simples fato de estar próximo dele, era como se o medo tivesse sido despertado dentro dele e se sentisse querendo fugir, mas ao mesmo tempo suas pernas estavam fincadas no chão. Pelo canto dos olhos pode ver Eduard se curvar numa reverencia respeitosa, enquanto o homem fez um sinal para que levantasse.

Alaric encarava a face do ruivo, ele podia ver fogo queimando no fundo daqueles olhos azuis como se a qualquer momento fosse incendiar a todos eles em chamas. O líder dos comensais da morte achou curioso toda àquela raiva, pode ler facilmente suas emoções que esbanjavam não apenas ódio e raiva, mas também sentimentos de decepção e traição lhe eram característicos. Interessante era vê-lo daquele modo, a ultima vez em que o vira aparentava ser frágil e manso por conta da bebida, enquanto desta, ele simplesmente parecia que ia explodir aquele lugar e matar a todos com as próprias mãos se pudesse.

_ sinceramente, teve momentos em que pensei que falharia Eduard, mas no final você se mostrou bastante talentoso e serviu aos propósitos do lord das trevas – disse uma voz de um dos primeiros comensais que removeu a mascara revelando o rosto de Rodolfo Lestrange – é bom vê-lo novamente Potter.

_ Lestrange – disse Tiago entre dentes, ele tentou mover mais uma vez seus punhos, mas o simples ato fez as cordas apertarem ainda mais de modo que ele sentisse dor, mas não gritasse – o que vocês querem comigo? – uma das comensais rira levemente daquelas palavras.

_ você deve estar se perguntando varias coisas, afinal não teve ainda as devidas explicações sobre o porquê de tudo isso – disse Alaric – e vocês as terá, se colaborar... – ele fez alguns segundos de silencio até retornar – um bom estrategista, traça seu plano sem nenhuma imprevisto que não possa prever e meu plano se iniciou curiosamente visando uma grande falha sua.

_ sem rodeios, seja breve – disse Tiago e pode ver o homem a sua frente sorrir de sua ousadia em interrompê-lo, mas nem por isso desviara o olhar.

_ arredio, agressivo... Entendo que possa estar sem paciência, mas creio que deva se manter calado e me ouvir durante todo o tempo em que estiver falando – disse Alaric - sem mais interrupções de preferência – o ruivo somente o devolveu um olhar serio que lhe fez sorrir pela ausência de qualquer fala da parte do grifinorio – uma das suas maiores falhas... Creio eu, você saiba exatamente qual é mesmo que se negue em confessá-la a mim abertamente neste momento... Sua maior falha Tiago é não ter pleno controle sobre suas emoções que sempre falaram mais alto que você de um modo tão avassalador e intenso que faz com que aja com impulsividade muitas vezes... E foi me baseando nessas observações que pensei nos passos que tomaria até aqui.

Alaric removera a varinha das vestes e com um aceno desfizera as cordas que amarravam o grifinorio, o ruivo massageava os punhos enquanto encarava o homem a sua frente. Eduard já não estava mais do lado do colega, havia se dirigido ao lado de Rodolfo e ficado ali observando o rapaz de frente e com a varinha erguida assim como os outros comensais.

_ deve estar confuso, pois bem sejamos mais claros – disse Alaric se voltando para a comensal a seu lado e fazendo um sinal para que removesse a mascara.

 A garota aceitou fazendo um sinal com a varinha e o objeto de metal se evaporou mostrando um rosto bastante conhecido do grifinorio que a encarara confuso assim como o homem a seu lado. Tiago reconheceu aquela garota que há tempos não havia, na verdade desde a sua partida na Plataforma 9 ¾ em que ela o beijara. Luciana Malfoy, a primogênita da família era uma comensal da morte e agora estava ali a sua frente lhe sorrindo marotamente como se estivesse adorando o que acontecia, o que certamente era verdade.

_ o fato é Tiago, que nos o manipulamos assim como algumas pessoas ao seu redor – disse Alaric chamando a atenção para si novamente – uma das maiores provas disso é como ela alterou a memória da irmã fazendo com que pensasse estar apaixonada por Eduard... Numa tentativa de atingi-lo diretamente, não da forma como eu esperava, devo acrescentar, mas obteve um resultado, digamos, interessante.

_ vocês alteraram a memória dela... Da Narcisa – disse Tiago sem conseguir compreender o que ouvira, era demais receber uma noticia daquelas - eu não... - ele voltara seu olhar para Eduard – então foi isso que você fez para conquistá-la não é? Manipulou a cabeça dela para conseguir ficar com ela, grande forma de declarar seu amor... – o sonserino encarava o chão como se o estivesse achando incrivelmente interessante.

_ Crucio – disse Luciana erguendo a sua varinha e atingindo Tiago diretamente o fazendo cair no chão, enquanto a garota abria um grande sorriso.

Tiago caira de joelhos e apoiara as mãos no chão tentando suportar a dor que o dilacerava como se estivesse tendo suas entranhas arranhadas por dentro por grandes laminas. Seus ossos pareciam queimar, e ele sentir todo o sangue de seu cérebro fervendo. Ele simplesmente desejou a morte, mas não iria dar o gosto àquela garota de que ele gritasse, não faria isso.

_ ah, é bastante durão não é Potter? – disse Luciana desviando a varinha, enquanto o garoto se erguia novamente – isso é para que aprenda, a ouvir e não interromper.

_ agora que tenho novamente sua atenção – disse Alaric sorrindo – vamos continuar com nossa conversa – ele fizera alguns segundos de pausa até falar novamente - nos queríamos que você ficasse com raiva, que sentisse ódio e criasse uma inimizade com ele... Fato que fomos bem sucedidos, esperávamos por um momento em que se confrontariam – tornou a fazer uma pausa – mas você não fez, alias sua reação foi inesperada, você simplesmente se afastou dando liberdade para Eduard ficar com ela sem uma disputa, uma luta ou qualquer coisa assim... Desistiu dela, no entanto, não devo culpá-lo, pois acredito que tenha sido um grande baque já que entrou numa depressão – ele sorriu – é, soubemos de seus deslizes, nos fizemos tudo isso para que ficasse fraco... Impotente... E ao mesmo tempo imprudente frente ao que teria que enfrentar mais adiante... Queria testar como você lidaria com essas emoções enquanto enfrentava o maior desafio de sua vida... Não falo da perda de sua amada mais do torneio.

_ ah, sim o torneio tribruxo, deve ter muitas duvidas sobre ele não é mesmo? Pois bem, irei contar como descobrimos sobre esse espantoso evento retornaria a ser realizado em Beauxbatons e nos preparamos para ele – disse Alaric e seus olhos se voltaram para Luciana que sorriu pelo canto dos lábios – tudo começa com uma visita de minha mais leal comensal da morte a Romênia, com o intuito de conseguir recrutar alguns ex-estudantes de Dursmtrang para nossa causa – a loira se encaminhou até seu mestre ficando ao seu lado enquanto o homem colocava uma das mãos em seu ombro – durante seu tempo naquele lugar, acabou trombando com uma professora de Hogwarts chamada Moonstar  que lecionava Defesa Contra a Arte das Trevas.

_ a vadia francesa tinha confundindo a mim com a minha irmã Narcisa pelo fato de sermos bastante parecidas e porque no restaurante onde havia marcado o encontro com os rapazes de Dursmtrang, ela ouviu um dos atendentes se dirigirem a mim como Srta. Malfoy – ela bufou com a lembrança – nem preciso dizer que quando ela me abordou na saída do lugar tentei fazer-me de desentendida e me livrar dela... Só que ela foi insistente e acabou me seguindo.

_ ela me seguiu, e viu o momento em que me encontrei com Rodolfo Lestrange, teria fugido se nos não a tivéssemos capturado e levado até o nosso esconderijo naquele país – disse Luciana girando a varinha nos dedos – quando a apresentamos ao nosso lord esperamos por seu julgamento de que deveríamos fazer com a mulher.

_ eu me senti bastante tentado em saber sobre mais sobre Hogwarts atualmente, e naquele momento tinha uma das professoras em minhas mãos – disse Alaric – mesmo novata na escola acreditei que houvesse alguma coisa naquela cabeça que pudesse ser aproveitado... Nos... Tentamos sessões de legismencia no inicio, mas Moonstar parecia bastante experiente naquela área já que nos bloqueava através da oclumencia, então tivemos que enfraquecer seu estado físico para que o psicológico se afetasse.

_ vocês a torturaram – disse Tiago sussurrando e pode perceber Luciana sorrindo, algo dizia que ela tinha sido a responsável pelo ato.

 _ depois as informações simplesmente jorraram de sua mente com uma facilidade incrível, como por exemplo, o torneio tribruxo que se realizaria em Beauxbatons na antiga escola de Moonstar para uma verdadeira união entre as três escolas – disse Alaric – ela era umas responsáveis pela a organização e se viva hoje teria sido uma das juradas assim como ainda seria noiva de um dos filhos do ministro da magia da França – ele sorriu – tantos planos desperdiçados, foi lamentável o fato de após as tortura ter lhe causado uma instabilidade psicológica – para por alguns segundos como se estivesse se lembrando do que ocorrera – ah, foi uma pena mesmo... Mas tivemos que nos livrar dela no intuito de não deixar rastros.

_ fomos os responsáveis por isso, não é mesmo Eddie? – disse Luciana rindo enquanto o garoto permanecia em silencio ao ser encarado pelo colega de escola – eu dei um veneno para ela, e a abandonamos numa parte da reserva dos dragões que fica naquele país – ela comentara aquilo como se achasse ser tão simples matar alguém – ela sofreu ainda mais, deve ter se arrastado pela floresta até cair numa das covas de um bando daquelas criaturas ou simplesmente morreu antes e foi carregada pelas criaturas até lá.

Tiago sentiu um grande peso no coração, uma imensa vontade de vomitar por conta de quão brutais eram aquelas confissões que a loira estava fazendo. Ele nunca gostara muito da professora Moonstar, mas tinha certo carinho por ela e apreendera muitas coisas em sua aula. Assim como também sabia que Narcisa a adorava, e ambas eram muito próximas uma da outra no ano em que ela começara a lecionar.

_ ela tinha uma mente brilhante, foi uma verdadeira guerreira tentando resistir a nos – disse Alaric com um tom de pesar – se tivesse colaborado não precisaríamos usar a força, simplesmente veríamos sua mente o que queríamos e depois a libertaríamos com memórias alteradas, infelizmente isso não ocorreu... Nos ganhamos informações muito interessantes, entre elas sobre o torneio que eu imaginei que seria uma boa oportunidade que não poderia ser desperdiçada.

_ eu ainda não consigo compreender, o que eu tenho haver com isso afinal – disse Tiago no momento seguinte sendo atingido novamente por um feitiço de Luciana que o jogou contra o piso.

Eduard se aproximou e Tiago e tentou levanta-lo, mas o ruivo simplesmente dispensou sua ajuda e tornou a encarar os comensais e seu mestre de pé novamente. Alaric encarou o moreno que tornara a tomar seu posto ao seu lado direito, ele lançava ao campeão um olhar de censura, mas ao mesmo tempo curiosidade.

_ em seu tempo como professor, Rodolfo me relatou que ele e seu irmão haviam identificado em você um grande potencial devido a sua instabilidade e sempre se deixar mover por impulsos – disse Alaric e os olhos do ruivo foram para o comensal mencionado que mantinha a face seria – alem de ter um grande gosto por desafios, era previsível que um grande evento como o torneio iria tentar você...

_ mas eu não me inscrevi – disse Tiago sorrindo arrogante.

_ sim, não se inscreveu – disse Alaric impassível – não esperava que uma pessoa como você fosse obedecer às ordens de seu pai e não colocar seu nome no cálice – ele fez uma pausa – mas isso não me impediria de ter você no torneio... De forma que tive que mudar minhas ordens, e dizer para Eduard inscrevê-lo e confundir o cálice para que pensasse que você era de uma quarta escola – o ruivo novamente olhou para o moreno que se ainda encarava o chão, e mesmo com toda a raiva que sentia o grifinorio sentiu que talvez devesse sentir pena do rapaz mesmo que isso não fosse o certo. 

_ o rapaz ainda lançou um feitiço para que também saísse como um campeão de forma que ficasse mais fácil dele poder cumprir minhas ordens... Durante a competição ele deveria ajudá-lo, caso precisasse de algum auxilio para executar a prova – disse Alaric – mas mais uma vez não prevemos o quanto nosso plano poderia desviar de sua estrutura no momento que Narcisa começou a ficar confusa sobre as lembranças que havíamos a dado, há quem diga que o sentimento dela por sua parte fora forte o suficiente para fazer vocês se reconciliarem e terem uma chance um com o outro – ele sorriu – só que não deixaria que isso interferisse, e ao receber a informação da parte de Eduard o que rolara aquela noite mandei Luciana ir visitar a irmã, nos então a seqüestramos e resolvemos a manter em um lugar bem distante de qualquer um enquanto havia alguém se passando por ela na escola – ele olhou mais uma vez para a loira a seu lado que sorrira enquanto a garota transfigurara metade de seu rosto igual ao da irmã mais nova fazendo o ruivo a encará-la com espanto.

Tiago começou a compreender naquele momento, a garota que ele mais amava não havia partido realmente seu coração como pensava. Tudo não passara de uma grande mentira, um plano orquestrado por aquele homem a sua frente cujo motivo ele ainda não fazia idéia do que poderia ser. Seus olhos tornaram a encarar o tal líder dos comensais da morte que continuava impassível e analisando seus movimentos. Aquele maldito, se não fosse por aquele homem a sua frente com toda a certeza ele e Narcisa estariam juntos afinal, não seria campeão do torneio tribruxo não tendo que sofrer com aquelas provas perigosas. Não teria que ter passado por a dor de perder-la duas vezes e não teria começado a beber na tentativa inútil de esquecê-la.

_ Ela foi um pouco cruel, devo admitir, nas atitudes que tomou, mas deve entender que tudo foi na intenção de que chegasse este o dia em que estaríamos frente a você – disse Alaric e o ruivo tentou se manter impassível mesmo que sua vontade fosse de voar para cima daquele idiota - onde lhe faríamos uma proposta realmente irrecusável.

_ que proposta irrecusável é essa? – disse Tiago sem acreditar nas ultimas palavras do homem – e onde esta Narcisa? Você falou que estavam com ela – o rapaz quase gritara e aquela pergunta deve ter sido esperada já que os comensais nem seu mestre expressaram qualquer atitude.

Alaric removeu das vestes um globo que no inicio parecia ser simplesmente feito de vidro turvo, mas ao prestar mais atenção o grifinorio pode notar que era na verdade feito de água. Ao saltar a bolha de água ela não fora na direção do chão na verdade começou a flutuar no ar e girar enquanto começava a se expandir aumentando de tamanho até tomar a dimensão de um metro e meio de circunferência. A água parou de girar dando uma visão melhor de seu interior, no centro da orbe se encontrava uma garota encolhida parecendo adormecida, seus cabelos loiros flutuavam fantasmagoricamente enquanto a sua pele pálida reluzia. Tiago sentiu suas pernas fraquejarem em frente daquilo, a garota enclausurada dentro da esfera de água não era outra se não a verdadeira Narcisa Malfoy.


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Notas finais do capítulo

Eu parei na parte mais tensa de proposito, e agora o que acontece? Eu adorei escrever esse cap. pois alem do fato de esta cheio de ação, este foi o cap. das respostas tambem.
NÃO LEIAM APARTIR DAQUI SE NÃO LEU O CAPITULO.
Para aqueles que não se elmbram da professora que foi citada, leiam novamente os capitulos Duende Irlandês e e o do hospital St. Mungus entre outros capitulos que tambem a citam assim como sua estranha morte ( mas basicamente, vocês já leram tudo o que precisavam saber dela aqui).
Bem, eu realmente fiquei bem animado com esse cap. então , não se acanhem em mandar reviews gigantescos , pois do jeito que estou vou adorar responde-los...alias, eu adoro comentarios grandes , não se sintam pressionado...sei que pode ser dificil para alguns de vocês.
Então, até logo...e leitores fantasmas, apareçam.



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