Novos Tempos Em Hogwarts 2 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 44
Como destruir banheiros


Notas iniciais do capítulo

E ai pessoal, como estão? Como viram, não demorei tanto para postar dessa vez...Agradeçam ao carnaval e a minha inspiração que esta explodindo nesse final de temporada.
Senti a ausencia de alguns nos reviews, e isso me entristeceu um pouco...mas ok, nada de reclamações e choro. Hoje estou animado, mas é porque eu simplesmente adorei escrever esse cap. que sem duvidas é um dos mais movimentados e cheios de ação que já fiz.
Perdão pelo titulo, saiu meio Riordan, mas é que eu não encontrei outro melhor... ( falando em Riordan, eu fiz uma fic de PJO...se alguem gostar dá uma passada lá rapidinho e comenta, parece que ninguem a lê)
Sem mais enrolação, afinal ninguem lê as notas inicias mesmo ( a não ser eu e outras exceções)vamos ao cap.



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As pessoas aguardavam do lado de fora, havia alegria e gritos de todos, muitos deles por conta da interferência nos grandes telões que deveriam transmitir as cenas que se passava com os campeões enquanto eles enfrentavam a ultima prova, os alunos de Hogwarts murmuravam coisas tentando entender o que podia estar acontecendo ou apostando em qual dos campeões venceria causando varias discussões entre aqueles que torciam por Tiago e os que acreditavam em Eduard. Um pouco acima de tudo isso, na ultima sessão das arquibancadas, olhando o grande labirinto com um olhar serio como se pudesse ver através das paredes, era isso que Alvo queria, poder ver o irmão e saber o que estava acontecendo.

Ao seu lado estava Alice que apertava fortemente sua mão, tentando apóia-lo e dizer que tudo ficaria bem, mas estranhamente tudo parecia não estar naqueles últimos minutos em que o telão simplesmente se apagara exatamente no momento em que o campeão de Durmstrang entrara tudo na droga daqueles suportes se apagara, os projetores haviam começado a pifar e a fazer estalos enquanto uma equipe tentava consertar inutilmente, tudo que se via era a escuridão refletida nas lonas brancas.

_ se acalme, não adianta ficar preocupado – disse Alice e o moreno nada respondera – você deve se lembrar que ele é um bruxo talentoso, não há qualquer coisa naquele labirinto que ele não possa superar – ele ainda permanecia mudo – eu gostaria que você me respondesse, odeio quando fica em silencio.

Alvo pode ver Ginny subindo a pequena escada da arquibancada acompanhada de Fleur e Bill que a seguiam logo atrás, ao vê-los o Sonserino automaticamente se levantou e esperou que se aproximassem. Alice continuou sentada, observando atentamente o rosto do namorado de um modo preocupado.

_ eles vão conseguir consertar o projetor? – disse Alvo e a sua mãe maneou a cabeça negativamente – nos não sabemos o que está acontecendo com eles lá naquele labirinto, e se o Tiago ou a Dommy estiverem em perigo.

_ não podemos ajudá-los Alvo, mesmo que o telão funcionasse – disse Rose no lugar atrás do primo – mesmo que víssemos o que acontece, de nada adiantaria... Seriamos apenas telespectadores.

_ mas pelo menos isso diminuiria a ansiedade – disse Lily num sussurro que só Lysander ouvira ao seu lado apertando sua mão de um modo imperceptível aos outros.

_ mantenham a calma, sim? Os organizadores já estão tentando reverter os danos nos equipamentos até agora – disse Bill se encaminhando para seu lugar ao lado de Teddy e sentando ali acompanhado da esposa, mesmo com as palavras do tio, Alvo sentia um pouco de preocupação nos olhos do homem.

Mais alguns minutos se seguiram, Rose retirara de um dos bolsos um pequeno livro e começou a ler e quando sentiu o olhar da mãe sobre ela simplesmente dera de ombros e murmurara algo como estar tentando se distrair. A verdade era que por mais que tentasse se manter calma e buscar a distração em algo, a grifinoria estava se sentindo desconfortável por dentro como se previsse que algo horrível fosse acontecer. Scorpius se manteve em silencio apenas observando, enquanto Lorcan conversava algo com Chloe em tons baixos apenas entre os dois de modo que com toda aquela barulheira do restante dos torcedores era impossível de se ouvir qualquer coisa. Lily repousara a cabeça sobre o ombro de Lysander observando com uma face cansada o labirinto como se a qualquer momento algo fosse acontecer e o gêmeo pode ver um olhar desconfiado de Ginny e Hermione logo desviando o olhar e corando um pouco.

Alvo pode observar algumas pessoas vaiando a falta de sucesso da equipe de manutenção em restaurar os projetores, mas a fumaça ainda saia das engrenagens e alcançava os ares da arena rapidamente numa fina linha cinza. Foi então que sentiu alguém se metendo entre seu ombro e o de Alice, ao encarar pelo canto dos olhos pode identificar uma cabeleira loira e a parte de um rosto branco levemente vermelho.

_ Alice, você poderia me acompanhar até o banheiro – disse Chloe em um tom baixo que com dificuldade o sonserino pode escutar – eu até chamaria alguma das outras garotas, mas... – indicou Rose que fazia de conta que lia seu livro e Lily que estava envolvida em uma conversa com Lysander – entende?

_ claro Chloe – disse Alice sorrindo para a loira que retribuira timidamente – já volto Al, até mais – e se levantara puxando a amiga pela a mão e desceram à escada lateral.

As duas garotas desapareceram por uma passagem que se localizava no final da parte direita das arquibancadas, dali não podiam escutar qualquer ruído vindo da platéia ou da arena, somente o som de seus pés pisando sobre o piso de madeira ecoava pelo caminho mal iluminado. Era um corredor imenso e tortuoso, meio inclinado para o lado dando a impressão de qualquer momento cairiam pelas estreitas janelas pelo qual se podia ver pequenos filetes do céu noturno.

Ao chegarem ao final do corredor, dobraram em direção a uma porta e a abriram encarando o banheiro feminino enquanto entravam, Chloe foi direção a um dos boxes enquanto a morena caminhava pelo lugar, ela não precisava estar ali, mas fora apenas para acompanhar a amiga grifinoria e também porque não conseguia mais suportar ver Alvo daquele jeito, e ela se sentia impotente sem poder fazer nada para ajudá-lo.

O banheiro era bem iluminado e até bonito com um verde escuro tomando o tom dos azulejos de modo perolado, boxes azuis claros nos fundos, e pias de mármore branco que começavam na parede direita e iam até a esquerda acompanhada de um grande espelho. A morena caminhara até um dos boxes, mas antes de fechá-lo completamente pode sentir a porta do banheiro se abrir de forma brusca fazendo um ruído forte contra a parede, o que fez que ficasse parada encarando a garota que entrava no lugar.

A garota caminhara apressada até a pia, ela segurava fortemente o braço como se estivesse sentindo muita dor. Alice pode ver sua cabeleira loira caindo pelas costas de sua camiseta social preta e colete, ela estava com ambos os braços apoiados contra a pia, suas costas flexionadas para frente e a cabeça abaixada de modo que não pudesse se ver o seu rosto.  Ela erguera a cabeça, no reflexo do espelho pode ver o rosto cansado e ofegante de Narcisa que respirava rapidamente tentando manter a calma com os olhos profundos pela maquiagem desfeita pelo suor.

Alice ficou confusa, algo lhe dizia para que não saísse até a garota já ter partido e talvez tenha sido isso que a fez ficar ali continuando por encarar a atitude estranha da outra garota. O som de água caindo denunciou que uma das torneiras fora aberta, a loira começou a passar água pelo rosto e limpar a maquiagem borrada com uma das mangas de sua camisa enquanto suspirava forte.

Então, algo começou a mudar o rosto de Narcisa começou a tremer como se algo em sua pele estivesse vibrando fazendo com que os traços e curvas dos traços de suas características se alterassem tomando outras um tanto diferentes como se ela estivesse se transformando em outra pessoa. Os cabelos começaram a encurtar e a mudar de cor, ficando um pouco mais claros.

Alice tentou controlar qualquer expressão de espanto que pudesse sair de sua boca, a verdade é que estava sem acreditar no que acontecia a sua frente. Aquela garota que surgira no lugar onde antes estava Narcisa era uma outra que ela sentia já ter a visto antes mesmo sem saber aonde, por alguma estranha razão aquele rosto não era estranho e algo lhe dizia para que ficasse calada e não se movesse.

_ Lice – disse uma voz ao lado da morena.

Ela pode escutar a voz de Chloe a chamando e ao virar o lado pode ver a garota falando por uma das frestas do boxe e um de seus olhos azuis demonstrava o quanto estava sem entender nada que acontecia e queria respostas que infelizmente a lufana não podia lhe dar.

_ estou aqui – disse Alice num sussurro. 

A morena fez um sinal com a cabeça de que a ouvia enquanto pode ver o olho azul encarando o lado da pia e indicando a garota loira como se perguntasse o que estava havendo.

_ não sei – disse Alice -  não saia está bem? – a grifinoria assentira.

A garota loira buscou a varinha nas vestes e lançou um feitiço contra a porta que fez um ruído como se estivesse sendo trancada por sete chaves ao mesmo tempo, com um suspiro ela se voltara para a pia enquanto desdobrava a manga da camisa e colocava um dos antebraços debaixo da água gelada que pareceu amenizar suas feições e a fez respirar mais calmamente.

_ milorde... Ele... Esta... Reunindo as tropas – disse a garota loira pausadamente enquanto um sorriso maníaco envolvia seus lábios – o grande momento se aproxima, devo me unir a ele já que minha missão acabou por aqui – ela encarara o próprio reflexo e sorrira para si mesma enquanto sua mão ainda massageava o antebraço embaixo da torneira – espero que o Zabini faça a parte dele e consiga enganar o idiota do Potter.

Alice pode então ver, o momento em que a face da garota se contorceu novamente em dor enquanto ela erguia o antebraço na altura do peito e o pressionava fortemente com a outra mão. A respiração forte da lufana, era a única coisa que se pode ouvir a seguir alem do som da água corrente, foram segundos talvez em que o silencio dominou e a morena teve uma inexplicável sensação de medo dominar aos poucos.

A loira se curvara para trás novamente demonstrando estar sofrendo, mas ela parecia agüentar firmemente qualquer expressão, como se fosse errado ou indigno demonstrar algum sentimento que a fizesse parecer fraca, e o mais estranho fora o inicio de um sorriso brotando em seus lábios que deixou a morena que observava ainda mais confusa.

Apesar da dor ela sorria, podia se ver sua face um pouco avermelhada e seus olhos pareciam se segurar para não lacrimejar, mas seu sorriso se ampliava bizarramente enquanto o inicio de uma gargalhada se iniciava enquanto removia os dedos fazendo ser possível a lufana mesmo aquela distancia a encarar marca que queimava em brasa na pele branca e alva da jovem.

Os olhos de Alice se arregalaram ao encarar o crânio e sua língua de cobra que enfeitavam sombriamente e piscavam como se consumidos por chamas, ela já havia visto aquela marca antes no beco diagonal em paredes pichadas e ouvira historias de seus pais sobre os tempos sombrios que eles haviam vivido muito antes de seu nascimento.

_ Marca Negra – disse Alice se afastando da porta alguns passos se sentindo temerosa que a simples menção daquelas duas palavras pudesse atrair sua atenção.

Aquele era o símbolo que transmitia toda a era que Voldemort dominou a magia negra e amedrontou as pessoas de tal forma que seu nome se tornou impronunciável durante seu primeiro império e desaparecimento. Marca Negra, ela já havia visto aquilo representado em seu livro de Defesa Contra a Arte das Trevas que as descrevia como o elo dos comensais com o seu Lord das trevas, a questão era que todos os bruxos que a possuíram ou estavam mortos ou eram já bastante velhos, o que contrastava imensamente com a garota loira.

Ela então pode ver então o sorriso desaparecer da face da loira enquanto começava a mover lentamente seu pescoço por sobre o ombro e seus olhos correram pelos boxes até se fixarem no que Alice estava escondida. A lufana deu alguns passos para trás até bater contra o sanitário, ela começou a buscar nas vestes pela sua varinha, mas ela parecia ter desaparecido estranhamente.

_ parece, que há alguém aqui – disse a garota num falso tom amistoso, seus passos podiam ser ouvidos ecoando pelo banheiro conforme se aproximava.

O coração batia fortemente, parecia que ia lhe saltar pela garganta da lufana. Sua respiração estava lenta tentando não chamar muita a atenção, os passos das botas da comensal podiam se ouvidos se aproximando e a morena pode ter a imagem certa dela puxando a varinha de algum dos bolsos e escondendo atrás do corpo como uma grande surpresa.

_ não tenha medo, seja quem for... – a voz novamente soou desta vez mais perto, a sombra da loira pode ser vista passando por debaixo da porta no momento exato em que Alice de mansinho se erguia sobre o sanitário, se ajoelhando e aguardando o momento de agir.

Mantenha a calma, pensou a garota enquanto passava uma das mechas de seus cabelos atrás da orelha e repousava os olhos na parte inferior da porta do boxe enquanto a sombra desaparecia indo para o lado esquerdo. Aquilo de nada de fez se acalmar, somente ficou mais apreensiva.

_ Alice – disse um sussurro e a garota voltou sua face lentamente para o lado, enquanto pode ver parte dos lábios rosados de Chloe Skeeter ultrapassando um pequeno espaço que separava os boxes.

_ mantenha a calma – disse Alice no mesmo sussurro.

Sabia que aquilo não seria de muita ajuda afinal não acreditava naquelas palavras somente ia fazê-la ficar ainda ficou preocupada. A morena olhava por uma das frestas da parede azul de madeira e dava para ver parte do cabelo loiro com cachos nas pontas da amiga que provavelmente mantinha os olhos atentos na sua própria porta.

_ você quer brincar não é garota? – disse a comensal e um som foi ouvido como de uma porta sendo arrombada com um grande chute que certamente arrancara-a das dobradiças de um dos boxes – ah, vai descobrir que eu posso ser uma ótima companhia para isso.

A morena apertou fortemente seus dedos ao redor da varinha, estava apreensiva para não dizer preocupada. Ela chegaria a Chloe primeiro, ela a veria ali e atacaria sem pestanejar um momento sequer, a lufana não podia deixar que isso acontecesse, não sem fazer algo para impedir, pois sabia que a garota mais nova estava muito assustada para reagir se atacada.

_ A-Ali...- disse novamente Chloe num sussurro mas foi interrompida pelo som de uma pequena explosão e madeira se chocando contra os azulejos.

_ ah, mais sorte da próxima vez não é isso que dizem? – disse a comensal falsamente decepcionada – nunca gostei muito de esconde-esconde, acho que era porque não tive muitas amigas que gostassem de brincar – um novo estalo pequeno e o som da madeira sendo arrancada e jogada contra a parede – podemos ser amigas não podemos? – ela pode ver a sombra da garota se dobrando, certamente estava olhando debaixo de uma das divisórias.

Alguns passos e ela novamente chutou a porta, após arromba-la se encaminhou novamente para a outra. Não sabia quantas já haviam sido destruídas até ali, aquilo só a preocupava cada vez mais quando podia ouvir um cantarolar de uma musica qualquer num sussurro.

_ Lice...- disse novamente Chloe e antes que a morena mandasse se calar, falou rapidamente – p-precisamos sair daqui.

_ é, eu sei – disse Alice, não era hora para que zoasse a amiga por conta de seu comentário obvio – se tiver alguma idéia... – houve uma nova explosão e mais outra e ela pode sentir a colega reprimindo um grito – Chloe? – silencio, tanto da parte da comensal quanto da grifinoria, e aquilo fez com que a morena sentisse que seu coração fosse parar pelo choque.

A explosão deve ter atingido parte do encanamento, já que o som de água pode se ouvir e logo o liquido começou a expelir rapidamente e avançar pelo piso chegando ao boxe da morena em poucos segundos. Ela estava perto, foi o pensamento de Alice, enquanto prendia seus dedos contra o cabo de sua varinha tão firmemente que começaram a ficar vermelhos.

_ Chloe? – disse Alice novamente e obteve silencio, ela teria desmaiado, sido ferida ou até pior e isso não estava ajudando em nada a garota manter a calma – Skeeter? Chloe?

_ o teto – disse Chloe sussurrando – olhe o teto, ela não poderá continuar se não ver...

Alice ficou confusa, mas encarou de seu ponto de vista o teto e tentou buscar o que a amiga se referia até encontrar ali a cerca de três ou quatro metros de altura uma espécie de lustre que parecia bastante refinado. Certamente era o que iluminava todo o lugar, era a isso que a grifinoria se referia, mas certamente seria bastante arriscado e revelaria sua localização alem de dar apenas alguns segundos de distração que poderiam não ser os suficientes para uma fuga das duas.

_ estou chegando perto não? – disse a comensal e uma batida pode ser ouvida, ela ressoava da madeira da porta do boxe – há alguem aqui, ora vamos... Saia... Você deve querer brincar, não é? Vamos ser grandes amigas... – e ela rira enquanto continuava a praticamente socar a porta.

 Novas batidas, Alice pode perceber uma pressão contra a divisória, certamente era Chloe se espremendo afinal era na sua porta que a comensal estava tocando. A lufana ergueu a varinha enquanto apontava para o lustre, um feitiço, era isso que precisava agora naquele momento algo que os livrasse daquilo e por sorte caísse sobre a comensal. Então tudo foi muito rápido no exato momento em que a porta foi aberta de solavanco, o grito amedrontado de Chloe que se encolheu contra o boxe enquanto a morena tomava coragem e berrava a plenos pulmões o encantamento.

_ Bombarda – disse Alice e um jato voou em direção ao lustre e estou sua lateral o cruzando ao meio e atingindo as cordas de sustentação o fazendo despencar e espatifar contra o piso enquanto tudo escurecia.

Alice se lançou contra a porta a chutando com força no momento exato em que viu a loira misteriosa confusa com o que acontecera, um jato de luz vermelha a atingiu arremessando alguns metros de distancia até que batesse de frente com a pia e caísse desacordada. A lufana encarou a pequena grifinoria saindo com a varinha erguida bastante assustada com a própria reação que tivera frente à comensal.

_ vamos – disse Alice e as duas correram em direção da porta trancada, elas tentaram inutilmente abri-la, mas isso se mostrou perda de tempo.

_ o que faremos Lice – disse Chloe com uma voz levemente amedrontada.

Os olhos correram pela escuridão, os espelhos pouco iluminados e pela água que ainda escorria do sanitário devastado pela comensal passando pelo lustre destruído e pela garota desacordada. A loira tornava a sussurrar o nome da morena, a lufana estava começando a perceber o quanto elas haviam feito em poucos minutos, suas mãos começaram a pegar fortemente na maçaneta e puxar com força tentando abri-la mesmo que inutilmente.

Alice suspirara enquanto dava alguns passos para trás e fazia sinal para que a loira fizesse o mesmo, sua varinha foi erguida no momento em que ela tentou explodir a porta e nada aconteceu. A varinha simplesmente voou antes que ela começasse a pronunciar o feitiço, e uma gargalhada começou a se formar pelas paredes no momento em que o som da madeira se chocou com o piso.

_ que adorável surpresa – disse a voz enquanto uma pequena luz aparecia iluminando a face da comensal com um tom azul néon - então, devemos nos apresentar?

_ Chloe, para trás de mim agora – disse Alice e a loira obedeceu, os braços da mais velha se esticaram como modo de impedir qualquer investida bancando o estudo humano.

_ a garota que acabou de ser desarmada quer bancar a durona, gostei apesar de dizer que é uma surpresa sem tamanho enfrentar uma Lufana – disse a comensal batucando levemente a varinha contra o rosto num ar pensativo, a morena desviou o olhar para sua gravata que desajeitada saia pelo colete expondo as cores amarelo e preto – vocês não tem a fama de serem corajosos, na verdade é engraçado pensar que uma grifinoria idiota esta sendo protegida por alguém da casa dos perdedores, da sobra de Hogwarts.

A morena sentiu seu sangue ferver, mas teve que se manter em seu lugar antes que pensasse em saltar contra aquela garota e destruir seu sorriso imundo da face. Ela odiava que desafiassem, que zoassem e desfizesse da sua casa. A Lufa-lufa era em sua modesta opinião uma das melhores da escola e que merecia mais respeito das pessoas que ousavam em difamá-la e a seus integrantes, afinal de contas não houvera um bruxo na casa do texugo que não tenha tido estado lá por merecer, suas qualidades como a lealdade, trabalho duro e bondade eram as mais importantes mesmo que muitos duvidassem disso.

_ o que você quer? – disse Alice – nos não diremos nada sobre o que vimos, se nos deixar ir – e a pode ver uma nova gargalhada surgir enquanto a loira mancava em sua direção – nos damos a nossa palavra.

_ palavra? Desde quando eu acredito na palavra de vadiazinhas choronas – disse a comensal de um jeito inquisidor – eu não confio nas minhas próprias atitudes algumas vezes, devo confiar em vocês?  - ela inclinara a cabeça para o lado e erguera a sobrancelha.

_ deixe-nos ir – disse Alice novamente com mais firmeza na voz.

_ não – disse a comensal com casualidade – vocês não vão sair daqui.

_ abra a porta e nos deixe sair – disse Alice dura enquanto a garota soltava uma risada.

_ ah, não conseguiram abrir não é? Então por que acredita que eu faria isso – disse a comensal cruzando os braços – não vão sair por aquela porta se depender de mim.

_ já que é assim – disse Alice e olhou por sobre o ombro discretamente para Chloe que entendeu de imediato o que acontecia, a morena estava ganhando tempo que eles não tinham – devemos encontrar outra maneira, suponho? – a lufana então sentiu as mãos da garota mais nova tocando em seu bolso traseiro da calça, por alguns momentos sentiu seu corpo se arrepiar pelo ato, mas soube disfarçar.

_ o que quer dizer? – disse a comensal se aproximando no momento exato em que Alice removeu a varinha de Chloe do bolso e apontou – ora, surpresas... Interessante – ela sorrira enquanto tomava posição de duelo e a morena voava na direção dela – Expelliarmus.

_ Protego – disse Alice se defendendo do feitiço que teria atingido a atacante se essa não tivesse saltado para o lado – Petrificus Totalus.

_ impedimenta – disse a comensal e o feitiço se chocou contra uma parede de ar. 

_ minha varinha Chloe, rápido – disse Alice gritando para a amiga que assentiu enquanto corria na direção de onde o objeto de madeira caira e deslizara pelo piso –Riddikulus – o feitiço disparou em um jato arroxeado e a comensal saltou para o lado fazendo que o feitiço estourasse contra o espelho que se espatifou em vários pedaços.

Chloe começou a correr, a escuridão não ajudava em sua procura pela varinha da amiga ainda mais quando vários feitiços voavam pelos ares num festival de cores e tons diferentes. A comensal percebeu sua atitude e se voltou a sua direção, ela puxou a varinha enquanto gritava o feitiço.

_ Levicorpus – disse a comensal e a loira se sentiu sendo erguida no ar em meio a gargalhadas da outra – onde pensa que estava indo, querida?

_ limpar – berrou Alice e o feitiço atingiu a comensal que começou a engasgar enquanto sua boca começou a espumar e babar bolhas – seu duelo é comigo, não com ela – a grifinoria caiu novamente contra o piso molhado se erguendo rapidamente enquanto rastejava ainda mais para longe da disputa.

Um jato de luz voou na direção da morena e atingiu de raspão o rosto dando a ela um corte que começou a sangrar. A comensal sorriu espumante enquanto disparava um novo feitiço mudo que fez a garota tornar a se proteger, e mais uma vez um outra defesa para um novo ataque.

Chloe pode ouvir os gritos das outras duas garotas que brandiam feitiços e bloqueios, fora por poucos centímetros que uma azaração não a atingira na altura da cabeça se naquele momento não tivesse sido mais rápida e se agachado para procurar a varinha entre os destroços do lustre.

_ Estupefaça – disse a comensal cuspindo o que sobrara de sabão em sua boca, e o jato vermelho voou na direção de Alice que saltou para longe do feitiço –  Incarcerous – uma corda voou da ponta da varinha contra a lufana.

_ Repellium – disse Alice a corda se evaporou contra a barreira – Cara de lesma – o feitiço foi repelido com um movimento de varinha enquanto a comensal gargalhava.

_ você está sendo uma grande diversão – disse a comensal rindo – mas é tão infantil em seus ataques, me faz rir como uma boa piada.

_ cala a boca, e duele – disse Alice bufando – Reducto – a comensal desviou e o jato atingiu uma das pias que começou a expelir água forte contra o piso e paredes.

_ ah, acho que você ficou um pouco zangada – disse a comensal num tom observador - Electra – um grande raio saiu da ponta de madeira voando na direção da garota numa corrente de vários volts que atingiu a lufana no peito no momento em que começou a se contorcer e a gritar.

Chloe achara a varinha bem a tempo, ao ver a amiga gritar em meio a descarga elétrica que recebia decidiu que deveria fazer alguma coisa. Mesmo sem saber ao certo, a garota puxara a varinha e apontara para a mão da comensal que ainda gargalhava muito para perceber o que a loira estava fazendo.

_ Expelliarmus – disse Chloe e a varinha da comensal voou de sua mão no momento exato o feitiço foi encerrado e a lufana se recuperava soltando gemidos no chão parecendo muito paralisada para fazer algo.

_ Wingardium Leviosa  – disse Alice fraca e a comensal começou a flutuar, com um movimento rápido da varinha jogou a mulher contra uma das paredes com força – Chloe, a porta agora.

A grifinoria correu até a porta, não sabia ao certo o que fazer foi então que se lembrou do feitiço que Alice usara para estourar a porta e dera alguns espaços para trás ainda mirando a maçaneta. Podia se ouvir o som de água corrente e os resmungos da comensal que tentava se erguer de algum dos boxes destruídos, Alice tentava se erguer se apoiando no que restara da pia, mas tudo se silenciou com o som da explosão que a Skeeter caçula causou fazendo voar pedaços de madeira para todo o lado enquanto ela tombava para trás. 

_ r-rapido, temos que ir – disse Chloe se erguendo e olhando para a morena que caminhava em sua direção, mas foi impedida por uma grande bola de fumaça negra que a agiu de repente.

A fumaça envolveu a lufana que tentou gritar, mas foi inútil, a loira tentou disparar feitiços contra aquela densa nuvem, mas parecia que nada fazia efeito. Chloe pode ver o jato negro se debater contra a parede, arrancando azulejos das paredes e destruindo o que restava dos espelhos e das pias era como uma espécie de força destrutiva. A grifinoria começou a gritar pela amiga, mas de nada adiantava, pois parecia que o que quer que fosse aquela coisa negra tinha tirado a morena de circulação e faria o mesmo com a outra garota se ela não tomasse uma decisão rápida.

Chloe sentira suas pernas tremerem poucos segundos antes de voltar as costas para o banheiro e sair correndo pelo corredor estreito. A fumaça negra se dissolvera, revelando a comensal com um olhar mortífero encarando o local onde antes ficava a porta do banheiro feminino, ela prendia fortemente Alice numa chave de braço tão apertada que fazia o rosto da lufana tomar uma coloração avermelhada, e quando a soltou o corpo caiu para frente, enquanto a loira caminhava até o buraco imenso na parede deixando uma garota de cabelos negros caída no chão inconsciente.

Luciana andou até a passagem e olhou para o corredor estreito e a silhueta distante da primarista que estava longe o bastante do banheiro e a poucos metros da porta que levava para as arquibancadas. Ela então apontou sua varinha prestes a lançar um feitiço que aniquilasse de vez aquele obstáculo.

Chloe estava quase alcançando a porta quando ela se abriu, e por ela passara a figura de um garoto de cabelos loiros e vestes da sonserina mas que mais parecia ser sua maior esperança.

_ Nos viemos procurar vocês, achamos que estavam... – disse Lorcan que foi interrompido pelo momento em que a loira pulara em seu pescoço e o abraçara com força.

_ ui, esse amor todo me causa arrepios – disse uma voz feminina logo atrás do gêmeo, e ao olhar a grifinoria reconheceu Lily Luna que sorria alegremente para a amiga que pareceu confusa segundos depois de ver sua face de desespero – o que aconteceu?

_ fomos atacadas – disse Chloe num fôlego só.

_ no banheiro? – disse Lorcan erguendo a sobrancelha.

_ não temos tempo, venham – disse Chloe puxando o gêmeo pelo pulso que se soltou.

_ você esta falando serio? – disse Lily descrente.

_ vocês não acreditam? – disse Chloe olhando para ambos sem entender.

Luciana pode ver com desanimo seu alvo fora de alcance, ela podia muito bem atacar os outros dois também, mas seriam muitas mortes e a porta para as arquibancadas estava aberta o que chamaria a atenção caso simplesmente alguns corpos caíssem para o lado de fora dela. Ela odiava falhar, deixar pontas soltas daquela forma era algo imperdoável para os comensais da morte e especial para ela que se sentia ainda mais rígida em sempre ter sucesso já que seria um dia a rainha deles. Ela saira da passagem de onde pudesse ser vista e resolveu retornar a garota que deixara inconsciente, se agachou ao seu lado e começou a deslizar os dedos pela face da jovem.

_ ele ficara decepcionado comigo – disse Luciana desanimada – a menos que leve um premio de recordação que possa aplacar um pouco a raiva dele – e um sorriso de deboche surgiu em seus lábios enquanto fazia força para erguer a garota inconsciente do chão.

Os sons dos passos dos três jovens se aproximavam assim como as suas vozes ainda incompreensíveis pela distancia, aquilo dava apenas alguns segundos a comensal antes que eles chegassem o que fez com que ela respirasse fundo antes de aparatar com a lufana.

_ não pode ser, isto é... – disse Lily ao encarar a destruição assim que chegaram ao grande buraco na parede onde antes ficava a porta do banheiro feminino.

_ e-eu f-falei que tínhamos sido atacados – disse Chloe ainda apertando fortemente o braço de Lorcan que encarava tudo com sua melhor cara de descrença e incompreensão.

O trio chegou ao banheiro devastado poucos segundos depois da bruxa das trevas aparatar dessa forma não a vendo escapar com Alice. Lorcan ficou parado do lado de fora enquanto as garotas exploravam o local cuja única luz provinha do corredor e da varinha da pequena ruiva. Lily franzia o cenho enquanto caminhava cuidadosamente pelo lugar, ela fizera um sinal para a loira que assentiu e entrou para acompanhá-la puxando o gêmeo pelo braço que pareceu um pouco sem jeito em ser forçado a entrar no banheiro feminino.

_ pensei que a Alice estaria por aqui – disse Lorcan num sussurro para a grifinoria que assentira – e a bruxa que as atacou também não há qualquer sinal dela.

_ é, eu percebi isso Lork – disse Lily enquanto analisava o lustre quebrado – foi uma grande festa que vocês tiveram.

_ ela foi incrível, me protegeu... Eu fui uma covarde como sempre – disse Chloe encarando a própria face num pedaço de espelho trincado no chão – se tivesse feito mais... – o sonserino apertou a sua mão e os dois se encararam rapidamente.

_ esta tudo bem, não precisa se martirizar – disse Lorcan enquanto pegava uma varinha no chão e a estendia para a loira – é a sua, não? – ela concordou aceitando o objeto com as mãos um pouco tremulas.

_ devemos avisar alguém, precisamos que nos ajudem a encontra-la – disse Chloe olhando a própria varinha ao lado da de Alice que estavam na mesma mão.

_ isso esta ficando cada vez pior – disse Lily caminhando até eles, ambos se mantiveram em silencio – e isso é mal... - a ruiva se levantou e iluminou os boxes destruídos e a privada que havia sido explodida – acho que não vou usar esse banheiro – os outros dois não sabiam se era alguma espécie de piada não intencional, portanto decidiram não rir até porque não havia graça num momento como aquele.

Dominique acordara, sua cabeça doía enquanto encarava o céu estrelado. Ela se levantou sentindo algumas áreas de seu corpo arderem e queimarem, quando encarara os braços se espantou pelo tamanho em que estavam. Estava inchada e vermelha como se tivesse levado ferroada de abelhas, sua mente então se lembrou do encontro com os diabretes desejando profundamente esmagar cada uma daquelas criaturazinhas.

A ultima coisa que se lembrara fora de encontrar o primo no túnel, a nuvem de diabretes os atacando e ela entrando em pânico pelo desespero de ter seu rosto atacado em mordidas. Ela correra e acabara por bater numa parede ativando um sistema fazendo com que as rochas se movessem e ela desabasse no outro corredor inconsciente. A pancada havia a apagado, e agora ali estava ela na droga de uma das trilhas do labirinto, sua cabeça girando e nem sinal de Tiago ou de qualquer outro diabrete para que ela pudesse esmagar.

No céu brilhavam centelhas vermelhas não muito longe dali, alguém havia saído do jogo e pouco tempo e ela também sairia se ficasse ali sentada esperando alguma coisa encontra-la. Ela tateou pelo chão até encontrar sua varinha, parecia inteira, pelo menos a primeira vista.

Com esforço, ela se levantou e se apoiando na parede começou a tentar caminhar por aquela trilha, ela sentia a visão um pouco embaralhada como se não conseguisse manter a visão focalizada em um só lugar e tudo girasse ao seu redor. Mas ela tentou ignorar aquilo e seguir em frente, pela sua mente passava a imagem de Tiago e como ele estaria quando viu caídos um pouco a frente numa parte do chão gramado do labirinto, um par de tênis, ela os reconheceu como sendo de seu primo.

_ Tigarô ( Tiago) – disse Dominique gritando e sentiu uma coisa na garganta, era como se estivesse amolecida ou anestesiada sua língua de forma que nem conseguia falar direito – mãns quêan drorgrâ ( mas que droga) – ela levara a mão ao pescoço, aquelas coisas deviam ter dificultado a sua fala.

 Dominique se agachou e pegou o par de tênis, amarrou o cadarço de um com o do outro e jogou sobre o ombro direito, entregaria para o primo caso o encontrasse novamente. Ela começou a caminhar mais um pouco, seguiu até o final da trilha e acabou num beco sem saída, revirando os olhos ela retornou mais alguns metros até encontrar uma passagem do lado direito e seguiu por aquele caminho. A ruiva então escutou algo, e pode ver a alguns metros dali em outra trilha as criaturazinhas que haviam deformado seu rosto se divertindo lançando pedaços de pedras uma nas outras.

Com um sorriso maroto a ruiva mudou seu caminho para aquela direção e com cuidado se escondeu em uma das dobras da parede enquanto esperava que todos estivessem distraídos para não nota-la. Ao saltar para fora de seu esconderijo ergueu a varinha para todos eles que parecerão assustados com a atitude e isso pareceu aumentar ainda mais sua expressão perversa.

_ Vrõcês vãon vrêr quêan nahaão drevreriãham merrer cromirgon (vocês vão ver que não deveriam mexer comigo) - disse Dominique e a cara de espanto dos diabretes se dissouveu em gargalhadinhas irritantes – indirotans ( idiotas) – ela revirou os olhos enquanto as criaturas se calavam e sorriram maldosas para a ruiva – irrô  nahaão  dãnvrêr srêr broan ( isso não deve ser bom).

Os diabretes se levantaram no ar batendo suas asas freneticamente enquanto outros se mantiveram no chão brincando com os pedaços de pedra destruídas as jogando para cima como artilheiros de um time de quadribol e contendo risadas histéricas. A ruiva ficou surpresa, e quando todos os que se mantinham no ar voaram contra ela mais do que rapidamente foi sua reação.

Ela deu um passo para trás, e movimentou a varinha executando um feitiço mudo que fez uma parede invisível surgir a sua frente, as criaturas rochas não tiveram tempo de parar e bateram contra o obstáculo feito insetos no pára-brisa. Os diabretes que ainda estavam no chão, ao ver seus companheiros inconscientes, começaram a tacar as pedras na ruiva que se protegia com sua barreira fazendo poeira cinza voar para toda a direção.

Quando as pedras acabaram, as criaturinhas olharam novamente para a ruiva e ela pode compreender o quanto estavam realmente amedrontados desta vez. Ela sorriu enquanto apontava novamente apontava a varinha para os diabretes e com um mover de varinha fez surgir um grande turbilhão de vento que engoliu os pequeninos roxos os fazendo girar e soltar gritinhos de medo enquanto desaparecia numa parede destruída.

_ nurncahã merrãn crõn umahã ruivrã (nunca mexam com uma ruiva) – disse Dominique jogando o cabelo para trás do ombro esquerdo – prrincipãmente srêr o sobrrênomêen fâor Werehaey ( principalmente se o sobrenome for Weasley).

Dominique então encarou uma das paredes destruídas e a atravessou, encarando mais pedras do que antes fora parte do labirinto espalhadas pelo chão e ao ver aquilo suas sobrancelhas se franziram de um modo que não conseguia entender ou pensar o que poderia ter feito aquilo. Ao ver uma rocha suja por um pequeno filete de algo vermelho, e ao se agachar e constatar que aquilo era sangue soube que alguém havia se ferido ali, talvez fosse dali que vieram as faíscas vermelhas o que não se podia saber já que tinham desaparecido do céu.

Os dois competidores de Hogwarts estavam em silencio desde que deixaram o campeão de Durmstrang desacordado em outra parte do labirinto. A passos largos Eduard seguia a frente, enquanto Tiago tinha que tentar acompanha-lo, ambos estavam com as varinhas erguidas sobre o feitiço lumus mesmo que a escuridão do inicio da prova se mostrasse menor naquele momento. Devemos estar perto do centro, pensou o Potter, ele olhou para o sonserino que o encarou pelo canto dos olhos também ao notar o modo como seu companheiro de escola o observava.

O rosto do rapaz estava suado, ele possuía os cabelos úmidos colados contra a testa e pode notar que uma de suas bochechas estavam esfoladas talvez fosse de seu mergulho no chão para se proteger do feitiço de Karkaroff. Tiago desceu os olhos para o braço esquerdo do Zabini, uma das mangas de seu agasalho pareciam chamuscadas  como se tivesse tido um encontro com algo que realmente quisesse tostá-lo vivo.

_ parece que o Nick não foi sua primeira batalha no labirinto – disse Tiago indicando com a cabeça o braço do rapaz que desviou o olhar para si mesmo e depois soltou um sorriso amarelo – vai me dizer o que te atacou?

_ eu ia perguntar o mesmo, você parece ter recebido um feitiço feiorante – disse Eduard – ou quem sabe um feitiço inflatus que deu errado? Não me admira que você tenha sido confundido com um monstro pelo Karkaroff.

_ ah, mas pelo menos não tentaram fazer de mim uma torrada como tentaram com você – disse Tiago e Eduard rira levemente – então, o que aconteceu?

_ se lembra quando nos separamos? Pois bem, eu segui por aquela trilha por mais um tempo e acabei dando de frente com um ninho de dragões – disse Eduard deslizando os dedos pelo braço chamuscado – escapei por pouco, aquelas coisas deveriam ser filhotes, mas mesmo assim sabiam como lançar chamas.

_ que tamanho tinham? – disse Tiago tentando imaginar um dragão no labirinto, era como se sentisse que pudessem ser seguidos ou dar de frente com eles logo na próxima trilha – e tem uma idéia de que espécie era? 

_ um metro, talvez um metro e cinqüenta – disse Eduard – não reparei bem, estava mais interessado em escapar deles e me concentrando em me desviar dos jatos de fogo e quanto à espécie, você acha mesmo que eu sou o tipo de pessoa que consegue reconhecer os diferentes tipos de dragão.

_ é, eu acho que não – disse Tiago – então, como escapou?

_ sai correndo, o que mais deveria fazer? E ele não me seguiu, pois selei  a passagem do beco sem saída dele com gelo – disse Eduard – sabe, o feitiço glacius.

_ eu sei, o mesmo que você usou contra o Trasgo da primeira prova – disse Tiago – mas gelo e fogo não combinam muito bem.

_ é obrigado por me dar essa noticia, sabe que eu nunca ia descobrir sozinho – disse Eduard irônico – mas enfim, foi a melhor solução para escapar daquela coisa.

_ entendo – disse Tiago desviando novamente o olhar para frente.

_ e você? Qual é o lance que te deixou mais feio do que é? – disse Eduard e o ruivo o olhou com um olhar mortal que fez o sonserino rir – sabe, é bem cômico essa sua cara desfigurada quando esta zangado, parece que esta sentindo um cheiro ruim.

_ talvez seja seu cheiro de queimado, é o único cheiro ruim aqui – disse Tiago balançando a mão em frente o nariz enquanto exibia um sorriso maroto – churrasco de serpente, bem exótico.

_ vai a merda – disse Eduard desviando o olhar e novamente estavam em silencio.

_ eu fui atacado por diabretes da Cordoalha – disse Tiago e sentiu Eduard prender o riso – não é tão “divertido” quanto dragões – ele fez aspas com as mãos na palavra divertido – mas esta de longe de ser engraçado e fácil, aquelas coisas são traiçoeiras e sempre andam em bando.

_ parece que esta falando de alunos da Sonserina, é assim que os grifinorios nos vêem não é? – disse Eduard olhando para Tiago que dera de ombros.

_ eu não sou preconceituoso, não mais, quer dizer ainda tenho uma rivalidade sadia com a sua casa – disse Tiago – já te expliquei, tento agir melhor desde que Alvo foi para sua casa.

_ é, eu sei não estava me referindo a você, dá um tempo Potter – disse Eduard revirando os olhos – nem tudo que digo é indireta.

_ ah, certo – disse Tiago – qual é o lance dos sonserinos nos odiarem?

_ francamente? Sua estupidez e extrema idiotice em querer sempre bancar o herói, nos irrita o fato de tentarem sempre se provar os melhores como se não houvesse qualquer outro que pudesse fazer algo perigoso – disse Eduard – vocês sempre querem ser lembrados por coisas idiotas como bravura, nem que percam a droga da vida miserável que possuem por isso.

_ nossa, isso foi profundo – disse Tiago se fazendo de tocado – você usa bem as palavras – ele começa a rir e depois que para continua – quer dizer que somos idiotas por querer bancar os heróis, melhor sermos estúpidos corajosos do que covardes que fogem do perigo.

_ nos não somos covardes, Potter – disse Eduard – só vivemos pela regra de salvarmos nossas peles em muitas ocasiões, mas lutamos quando é por algo importante para a gente... quando é por nossas famílias, ou amigos...se esquece do que o chapéu fala durante sua canção? Ele sempre saúda nossa astúcia e ambição e também fala sobre a nossa casa ser a onde vamos encontrar pessoas como nossos iguais que serão grandes amigos de verdade, e isso é verdade... Somos astutos para pensar antes de entrar em uma batalha, ambiciosos, pois muitas vezes queremos poder ou simplesmente alcançar algo que sonhamos, e quanto a nossos amigos, a Sonserina é de longe a casa mais unida entre as quatro de Hogwarts já que por sermos mal visto acabamos por nos unir e mesmo que muitos possamos estar longe de sermos amigos há pelo menos certo respeito entre nos.

_ oh, claro como seu irmão e o meu não é? São grandes amigos não? – disse Tiago sendo irônico desta vez.

_ eles não se dão bem por conta de que ainda são muito novos para entender o espírito sonserino, mas também pode ser pelo meu irmão achar o seu um intruso dentro da nossa casa – disse Eduard – ou simplesmente... Ah, que se dane... Já remoemos muito essa conversa sobre casas não acha?

_ que seja – disse Tiago se lembrando de repente de algo – você viu Dominique?

_ não, os únicos competidores que vi foram você e o Nick – disse Eduard – preocupado com ela? – e o ruivo o encarou, não entendia o que ele queria dizer com aquilo se estava preocupado pelo fato dela ainda estar no jogo ou por ela ser sua prima e poder estar em perigo.

_ sim, a ultima vez que a vi estávamos sendo atacados por um exame de diabretes – disse Tiago e pode ver o sonserino erguer a sobrancelha – eu não a abandonei, se é isso que pensa, ela simplesmente desapareceu, não estava lá quando eu me livrei dos que me atacavam.

_ entendo, bem eu não vi luzes vermelhas no céu ainda – disse Eduard olhando para cima como se esperasse por elas ao serem mencionadas – o que quer dizer que ou ela esta bem e continua na tarefa, ou simplesmente esta inconsciente ou em uma situação que a impossibilita de pedir ajuda.

Foi então que escutou um barulho, e grunhidos vieram da escuridão de uma trilha próxima que passava paralela à deles numa espécie de cruzamento que estava logo a frente. Tiago e Eduard pararam no momento exato em que vira uma cabeça retilínea surgir na dobra de outra curva que ficava logo seguinte a trilha da direita.

_ é o dragão – disse Tiago num sussurro, ele sentira suas pernas fincarem no chão de pedra como se estivessem colados ali.

_ eu sabia que estava calmo demais, fique parado até eu te mandar correr e mantenha silencio parece que ele não nos percebeu ainda – disse Eduard no mesmo tom baixo enquanto encarava a fera que farejava o ar como se estivesse buscando algo, aos poucos sua cabeça movia para os lados até que se voltou para os rapazes e seus olhos amarelos focalizaram nos dois e o dragão rugiu – droga, esta chamando os outros corra.

Eduard disparou em linha reta pelo caminho a sua frente enquanto Tiago continuou paralisado encarando a criatura a sua frente que se arrastava pela trilha revelando todo seu corpo.

O dragão possuía o corpo coberto de escamas verdes que naquela escuridão pareciam ter um brilho acinzentado, seu pescoço era comprido como o de uma cobra, havia chifres em sua cabeça que se retorciam em uma quase espiral como chifres de bode.

O focinho era chato e quadrado, sua mandíbula possuía dentes protuberantes que se projetavam da lateral da boca e quando rugira ele pode notar duas fileiras de dentes menores e afiados como navalha em cima e embaixo, o corpo era grosso e coberto de placas salientes, cauda comprida de aparência letal chicoteava de um lado para o outro fazendo as paredes vibrarem e suas patas eram pequenas e curvadas enquanto havia asas se projetando de seus braços, mas que pareciam inúteis para se voar.

Tiago parecia paralisado, ele sentia seus músculos rígidos e mesmo que sua cabeça gritasse para que ele corresse parecia que suas pernas não obedeciam. Eduard corria o mais rápido que podia pela trilha, quando já estava muito longe por sobre o ombro para se certificar de que o monstro não o seguia se deparou com a imagem do Potter paralisado a alguns metros de distancia. Ele levara apenas alguns segundos para ficar espantado e em seguida começou a refazer seu caminho, correndo na direção de Tiago enquanto gritava para ele se mexer.

A criatura rugia e grandes labaredas saiam de suas narinas enquanto movia seu pescoço serpentino em varias direções. O ruivo podia ouvir os gritos de Eduard, mas ele não conseguia obedecer a suas ordens para correr mesmo que quisesse muito aquilo. Quando pode ver a criatura a sua frente, cerca apenas de quarenta centímetros de distancia já podia sentir o ar quente contra seu rosto e com um rugido o hálito com cheiro de enxofre voou contra ele agitando seus cabelos ruivos.

Naquele momento o grifinorio sentiu que era seu fim, ele pode ver o dragão fechando a boca novamente num sinal de que estava se preparando para lançar novamente suas chamas. Foi quando fechara os olhos no momento seguinte se sentiu sendo puxado por alguém e o fogo passar próximo de seus cabelos, chamuscando alguns fios.

Ele sentiu o baque contra o chão enquanto tossia e abria os olhos, pode reconhecer o rosto deformado de alguém que o encarou preocupada momentos antes de se desviar para frente. Se não fosse pelas vestes e pelas madeixas rubras ele não teria reconhecido à prima, parece que assim como seu próprio roso o de Dominique havia tido uma reação insatisfatória sobre o ataque dos diabretes, mas de uma maneira mais grave.

Novos rugidos, e o seu olhar se desviou para a área de onde vinham. Eduard havia atraído a atenção do dragão disparando feitiços contra ele que parecia ter as escamas tão duras que não fazia nenhum efeito a não ser irritá-lo. Ele encarou a garota a sua frente que parecia atenta a toda a disputa do sonserino que tentava sobreviver as investidas do dragão, Eduard lançara um feitiço que fizera uma brande corda de luz azul se envolver em sua mandíbula e focinho impossibilitando que tornasse a usar seu lança chamas novamente.

_ elhê é brohom ( ele é bom)  – disse Dominique sorrindo levemente enquanto o primo a encarava de um modo estranho – queré foié? ( que foi?).

_ o que houve com sua voz? Você esta falando de um jeito estranho – disse Tiago e pode ver a prima bufando enquanto ele sentia vontade de rir, mas se segurou ao perceber a cauda do dragão vindo na direção da cabeça da ruiva – cuidado – ele a empurrou no momento certo e o rabo escamoso bateu na parede – aquilo teria te deixado fora de jogo.

_ é ehu pehêcebi ( é, eu percebi) – disse Dominique enquanto pulava para longe de Eduard que lutava com o dragão que estava sobre ele tentando arranha-lo – devrémoros fáher argumãhs corsá ( devemos fazer alguma coisa).

_ não entendi o que falou, mas devemos ajudar o Zabini – disse Tiago correndo até Eduard disparando feitiços contra o dragão, que eram desviados pela pele do réptil.

_ errê nahãn pordan srêr artherindo ( ele não pode ser atingido) – disse Dominique para o primo que mesmo sem entende-la soube o que ela havia dito.

Tiago tentou se lembrar das férias que passara na Romênia ajudando o seu tio Charlie a cerca de seis anos atrás, eles haviam cuidado de vários dragões juntos mesmo não sendo da mesma espécie que aquele, todos os dragões possuíam apenas três pontos frágeis. Seu tio tinha lhe falado destes pontos, ele sabia muito bem o que fazer. Voltou-se para a ruiva que o encarou com uma cara de ponto de interrogação no momento em que ele começou a correr na direção do dragão.

_ hei feioso – disse Tiago lançando um feitiço na nuca do dragão o fazendo urrar e se voltar para ele com os olhos queimando em fogo amarelo.

_ Potter, o que esta fazendo? – disse Eduard e o dragão se voltou para ele novamente com um olhar que não tinham terminado de brincar, mas parecia bem tentado com o novo brinquedo que era o grifinorio.

_ ah, qual é esta com medo? Olhe para mim sua serpente com pernas – disse Tiago lançando um outro feitiço que passou raspando num dos chifres do dragão que foi o suficiente para irritá-lo ainda – ah, foi mal da próxima vez eu não erro – e sorriu marotamente olhando para o sonserino caído que devia pensar que ele era louco, o ruivo fez um sinal de que tinha tudo sobre o controle e o moreno assentiu com um leve aceno - você não passa de uma lagartixa crescida idiota, aposto que quando seu ovo quebrou sua mamãe tentou comer você de tão feio que era... Ah, é me esqueci ela devia ser tão horrível quanto o filho, devia ser uma grande monstrenga – a criatura saiu de cima de Eduard que começou a se arrastar para longe, enquanto o Potter recuou alguns passos e se preparava para lançar o feitiço novamente.

_ Tigarô (Tiago) – disse Dominique para o primo que estava de costas para ela, mas não tivera resposta apenas um sinal para que se afastasse.

_ ah, qual é o problema, eu insultei sua família é? Devia estar acostumado, afinal deve ser hereditário – disse Tiago – o que deve ser horrível, nascer tão feio que as pessoas sentem nojo de olhar para a sua cara – ele pode ver a criatura tentar rugir, mas estava ainda amordaçada com o feitiço de Zabini – você queria dizer algo? – ele olhou sobre o ombro para Dominique indicando com a cabeça a direção em que Eduard estava tentando se escorar na parede e entendendo a ruiva caminhou com cuidado até o moreno, acabando por atrair a atenção do dragão que pareceu notar ela – hei, chifrudo, é comigo que você esta conversando – e lançara um feitiço novo que acertou o pescoço de cobra  mas que não fizera nada a não se tornar a chamar a atenção da criatura – ah, assim mesmo...

Dominique caminhara até Eduard, o rapaz possuía grandes marcas no rosto de arranhados profundos e sangravam e sua camiseta estava fatiada em retalhos, seu tórax estava com cortes novos que sangravam também, mas fora isso parecia inteiro. As pernas do moreno pareciam frágeis ou fracas talvez já que ele tentava se manter de pé com a ajuda da parede, as mãos seguravam a varinha mirando a lateral do corpo do dragão numa falha tentativa de tentar ajudar o companheiro de escola, mas ainda não usara nenhum feitiço. Quando o sonserino a vira, pode ver a cara de surpresa e confusão nos primeiros momentos, mas depois ele a reconheceu e acabou aceitando a ajuda da garota para se escorar passando os braços pelos ombros dela.

O dragão mantinha o pescoço encolhido e a cabeça rente ao solo, era como se fosse uma cobra tentando armar o bote e era exatamente isso que estava fazendo, estava prestes a atacar o grifinorio que flexionou as pernas esperando por isso ainda mantendo os olhos sobre os da criatura. Então tudo ocorreu muito rápido, o ataque no local onde estava o campeão que saltara para trás mesmo que estivesse amordaçado, o dragão possuía chifres que teriam lhe causado um grande ferimento.

_ Conjunctivitus – disse Tiago apontando para os olhos do dragão, e uma grande quantidade de poeira surgiu da ponta da varinha cobrindo a face do réptil e após aquilo correu na direção dos outros campeões – corram agora – e os outros atenderam o chamado e correram para a trilha em frente.

Eles correram, Eduard tentava ir o mais rápido que podia com a ajuda de Dominique enquanto Tiago disparava na frente a poucos metros de distancia deles. Olhando por sobre o ombro o sonserino pode ver o dragão parecendo confuso e ao se voltar para trás, seus olhos estavam inchados como grandes colméias de abelhas que nem dava para ver os globos oculares.

A criatura então começou a fungar, ela estava farejando os campeões, isso não era nada bom para o trio que continuava a avançar pela trilha no mesmo momento em que o dragão tornou a seguir-los desengonçado, chocando contra as paredes do labirinto fazendo tudo vibrar parecendo que ia ruir logo. O vulto vermelho que era o Potter correndo a frente parecia que ia se perder do ponto de vista da ruiva que seguia logo atrás carregando Eduard, ela sentia a dor que era servir de apoio para alguém ligeiramente maior que si.

Tiago parou numa bifurcação e ao olhar para trás pode ver que os seus companheiros se aproximavam com dificuldade sendo seguidos de perto pelo dragão cego. Ele esperara pelos dois chegarem perto suficiente, mas os poucos segundos de corrida pareciam horas, como se eles nunca fossem alcançá-lo então tudo pareceu piorar quando o casal despencou contra o chão.

O ruivo lançou xingamentos em murmúrios enquanto corria até os dois para ajudá-los parando abruptamente alguns minutos após perceber que o dragão conseguira se livrar da focinheira mágica e agora rugia e soltava chamas incandescentes para todos os lados. Ainda cego, ele simplesmente balançava seu longo pescoço para todas as direções de um modo desembestado. O grifinorio então trocou um olhar para os dois outros campeões que rastejavam para longe da criatura, mas não a uma velocidade suficiente para se distanciar da besta escamosa que caminhava em sua direção.

_ Accio – berrou Tiago apontando para os dois no momento exato em que as chamas iam atingir o casal fazendo com que eles simplesmente voassem dali a uma grande velocidade como se tivessem acabado de ser arremessados de uma catapulta e com um outro movimento de varinha os mandou para a passagem direita da bifurcação.

A passagem se fechou no momento exato em que Eduard e Dominique desapareceram por ela, agora em seu lugar havia uma grande parede de pedras como se nunca tivesse passado por ali alguém antes. Tiago ao ver aquilo se desviou para o caminho da direita esperando não ser seguido pelo dragão, ele correu a grandes passos sempre seguindo reto pela trilha até que sentiu no peito o cansaço e resolver caminhar.

Dominique sentiu alguém ajuda-la a se levantar, pode ver o moreno lhe puxando por um dos braços e a fazendo ficar de pé ainda que ele não estive em melhor situação que ela. Foi estranho para a ruiva estar sendo ajudada por um quase desconhecido que era o sonserino ainda por cima quando ela não sentia que devesse confiar nele.  A garota de Beauxbatons começou a mancar acompanhada de Eduard ao seu lado enquanto seguiam pela trilha em silencio, apenas o som dos passos de ambos podia ser ouvido enquanto se projetavam para mais uma curva daquele caminho. Os olhos claros da garota então perceberam que o rapaz a olhava de modo discreto, certamente estava encarando seu rosto inchado pelo ataque aos diabretes, mas ela procurou disfarçar e manter o foco que era sempre seguir em frente.

Eduard então envolveu a garota pela cintura a puxando para trás, a ruiva pensou em reclamar e logo se soltou dele e o socou fazendo com que cambaleasse para trás até se apoiar em uma das paredes. A ruiva tentou continuar caminhando até que sentiu algo lhe enlaçar a cintura no mesmo instante que pensava em dar o primeiro passo e foi jogada contra o piso antes de pensar em gritar.

Ela pode ver o sonserino com a varinha erguida e a corda se projetar de sua ponta, o moreno deu um novo puxão que a arrastou mais alguns centímetros até que fez com que o nó se soltasse da cintura da garota que tentou novamente se erguer.

Novamente de pé a garota ergueu sua varinha e estava prestes a atacar o rapaz se esse não tivesse erguido as mãos num sinal de rendição e indicado com a cabeça o chão. Ao encarar de perto, um pequeno fio fino de náilon se projetava de uma parede a outra quase imperceptível à visão de alguém que não estivesse preparado para armadilhas.

_ você quase pisou nisso – disse Eduard enquanto viu a garota abaixando a guarda – sei que fui meio rude, mas você é teimosa e quando eu tentei avisa-la da primeira vez... Recebi um soco em resposta – o moreno passara o dedo limpando o sangue que escorria do nariz supostamente quebrado – desculpe se abusei um pouco, mas essa coisa deve ser uma espécie de acionador de alguma armadilha.

A ruiva se sentiu culpada por aquilo, queria pelo menos usar um feitiço para reparar aquilo, mas do jeito que estava naquele momento, se pronunciasse as palavras certamente explodiria o que sobrara do rosto dele ou faria seu nariz desaparecer de vez. Ele fez um sinal para que pulassem a armadilha e ambos fizeram isso, seguindo novamente pelo caminho livre apesar de tomar mais atenção a cada passo.

Tiago seguia pela trilha vazia, estava estranhando não possuir qualquer criatura naquele trecho do labirinto, o que fez com que o rapaz prestasse atenção em cada detalhe como se uma nova ameaça fosse surgir a qualquer instante das sombras das paredes. E seguira assim, parecia tão fácil aquilo como se estiver só fosse a coisa certa a se fazer para conseguir vencer, ou será que a simples sensação de segurança fosse novamente uma idéia falsa. É mais provavelmente a segunda opção.

E estava certa por esperar pelo perigo, pois ele simplesmente veio à tona quando toda a estrutura do labirinto começou a vibrar, as paredes começaram a tremer e a soltar poeira como se estivesse tendo seu próprio terremoto particular. Então ele sentiu o chão afundar sobre um de seus pés, ao remover pode ver que a pedra em que pisara havia afundado no piso como se fosse um grande botão que tivesse sido pressionado.

Naquele momento soube o que havia feito, simplesmente ativara uma estúpida armadilha o que era surpreendente visto que todo o labirinto com suas criaturas já não fosse um desafio adequado para quatro adolescentes ainda tinha mais isso. Tiago começou a tentar firmar os pés sobre o chão que vibrara enquanto começava a correr em direção a outro túnel, mas parecia que aquilo não ia fazer parar os tremores que simplesmente continuaram à medida que grandes fissuras começaram a se estender por todo o chão. Pela sua mente não passava qualquer sentimento que não fosse de achar logo a droga da taça para que tudo acabasse de uma vez, e pela sua mente passou a lembrança de que ainda não vira qualquer sinal nos céus que indicasse que os dois outros campeões haviam desistido.

Dominique sentiu o chão tremer, ela se encostou contra uma das paredes e com seu auxilio começou a avançar lentamente pelo labirinto sendo que nem sequer via para onde estava indo. Ela buscava com o olhar assustado por Eduard que na outra parede fazia o mesmo de tentar se manter em pé sendo que para ele parecia tão difícil quanto para ruiva. Foi uma surpresa sem tamanho quando sentiu o lugar inteiro dar uma inclinada ficando em uma posição diagonal para o lado direito fazendo a ruiva voar em direção a parede oposta a que estava a fazendo bater de frente e gemer de dor enquanto era puxada pelo moreno que gritou algo para ela que foi abafado.

Ela se deixou guiar pelo sonserino que a puxava pela dimensão do lugar, era difícil se manter em pé daquela forma dando uma sensação horrível de que qualquer momento fosse cair em direção ao céu. A ruiva se sentia desajeitada em seus passos que simplesmente eram obrigados a seguir a mesma velocidade que os de Eduard, o rapaz ainda tentava dizer coisas que se perdiam pelo som dos tremores, mas que a garota não duvidasse que fossem avisos inúteis para que corresse mais ou que tudo ficaria bem.

Tiago continuava correndo se apoiando no que antes era o piso e caminhando pela antiga parede, dessa vez estava mais lento já que sentira uma grande dor quando houve a inclinação e dera de costas com a parede. Ainda sentia a coluna doer, mas não o impedia de se manter firme em sua caminhada foi então que dobrara uma curva (na verdade saltara nela como se fosse um grande escorrega) passando pela trilha em que estava e surgindo em outra que simplesmente estava normal sem qualquer inclinação e sem tremores. Ao que parecia a armadilha havia dado um tempo.

Então tudo voltou ao normal, o labirinto voltou a sua posição correta fazendo tanto Dominique quanto Eduard ir novamente contra o piso, ficando de joelhos encarando tudo ao redor como se pudesse acontecer novamente. O que não aconteceu. Naquele momento estavam respirando fundo e sorrindo um para o outro se sentindo extremamente aliviados. Foi então que um som foi escutado, como de algo se quebrando e ao olhar para o chão sobre o moreno a garota o viu começar a se partir em varias rachaduras gigantescas.

A ruiva o puxou no mesmo instante em que um grande poço se formou a onde antes estava naquele momento, fazendo com que o sonserino olhasse para aquilo com uma feição de surpresa. Dominique estava orgulhosa de seu feito enquanto o garoto lhe parecia agradecido estampando um sorriso tímido no rosto que se desfez no momento em que contorceu a face em dor desviando os olhos para o antebraço que a garota segurava com firmeza. Ele a empurrou com força, enquanto a Weasley o olhou confusa até reparar no grande sinal em seu braço que ela reconheceu rapidamente por se tratar da marca negra, o símbolo antigamente usado por comensais.

Eduard pode ver a face de surpresa da campeã de Beauxbatons e se apressou em esconder o braço inutilmente já que ela havia visto, ele então resolveu que já era hora da garota sair da prova. Não soube dizer naquele tempo o que estava passando por sua mente, mas ele simplesmente avançou para a ruiva a puxando pelas vestes, o que foi bastante difícil já que ela se mexia e tentava alcançar a varinha que ele havia lhe tomado. Ela conseguira se livrar dando-lhe uma cotovelada na garganta que o atordoou e lhe deu tempo para pegar a varinha novamente. Dominique já de volta da posse da própria varinha se voltou para o recém-descoberto comensal prestes a atacá-lo, mas o que viu foi simplesmente um grande feixe de luz vermelha lhe atingindo a face e depois tudo ficou escuro.

Eduard viu a garota apagada a sua frente e cambaleou até ela ainda pronto para qualquer ataque ou truque já que não tinha certeza se estava realmente inconsciente ou fingindo. Ao se agachar e ver que ela estava realmente inconsciente, ele começou a puxá-la pelos braços na direção do poço e ao se aproximar pode ver que ele não era muito fundo devendo ter cerca de três ou quatro metros de profundidade. Por alguns segundos ficou meio balançado, mas prosseguiu envolvendo o corpo da garota por um feitiço e a fazendo flutuar com cuidado até o fundo do poço.

Ele então caminhou até a varinha da bruxa e a pegou do chão com cuidado, encarou por alguns instantes antes de lançar fagulhas vermelhas no céu que explodiram como fogos de artifício e se mantiveram no ar como uma grande trilha pontilhada. Em seguida descartou jogando a varinha no mesmo poço em que sua dona atualmente estava.

Tiago viu o sinal vermelho que indicava que um outro campeão deixara a prova, ele começou a se perguntar quem seria essa pessoa, mas não conseguia decidir qual de seus companheiros havia caído. Ele sentiu suas pernas bambas antes de seguir em frente novamente, parecia que estava próximo do centro já que tudo parecia estar ficando cada vez pior e mais arriscado. O grifinorio retirou a varinha e a segurou sobre a palma da mão novamente após tomar ar e solta-lo num suspiro encarou-a e ditou sua ordem.

_ me oriente – disse Tiago e a varinha flutuou poucos milímetros sobre sua palma, girou para os lados alguns segundos quando finalmente a ponta luminosa apontou para o norte que naquele momento ficava num pouco diagonal – estou na direção correta – ele guardou a varinha e continuou seguindo pela trilha.

Alvo seguira pelo corredor estreito e meio inclinado de madeira que levava até os banheiros fazendo com que ele tivesse que se escorar nas paredes. Atrás do moreno ele pode escutar os resmungos de Rose e Scorpius que tratavam uma discussão em sussurros sobre o quanto odiavam um ao outro ou algo do gênero que não fazia a menor importância naquele momento.

_ você não vai mesmo nos contar o que aconteceu? – disse Alvo para o gêmeo que seguira a sua frente que simplesmente fizera um aceno de cabeça negativo – por quê?

_ vocês precisam ver primeiro, saberão o que aconteceu – disse Lorcan olhando por sobre o ombro e o moreno franziu a testa para o ar misterioso do amigo – e não pergunte de novo.

_ deve ser serio para você agir assim – disse Lysander algum ponto atrás de Scorpius – aconteceu alguma coisa com as garotas? – o rapaz não soube se o irmão se voltara para trás para responder, já que não via muito com os ombros do sonserino e os cabelos de Rose lhe tampando o campo de visão quase eu completo.

_ ah, vamos dizer que esta pelo caminho certo – disse Lorcan passando a mão na nuca enquanto apressava o passo para evitar novas perguntas e chegar de uma vez no banheiro feminino.

Lorcan seguia na frente, não havia tentado explicar qualquer coisa sobre o que havia ocorrido, pois sabia que teria arranjado mais atenção do que deveria e assim como Lily lhe ordenara ele havia conseguido trazer os outros até ali onde seria do encargo das garotas explicar o que aconteceu.

Logo chegaram ao banheiro e expressões de surpresa puderam ser audíveis e vistas em seus rostos que encaravam todo o cômodo devastado a sua frente pelo grande buraco de entrada. Lorcan entrou e fez sinal para que os outros os seguissem, com cuidado os quatro seguiram cautelosos os passos do amigo a medida que murmuravam o feitiço para iluminar a ponta da sua varinha.

Alvo pode então ver a irmã de pé próximo de uma das pias ainda remanescentes, sentado no chão de um jeito cansado uma garota loira descabelada com as vestes molhadas e o rosto inchado de chorar que ele reconheceu como sendo Chloe Skeeter. Ao ver os amigos a garota se levantou e ao lado de Lily caminhou para encontra-los no centro do lugar podendo ver com mais clareza seus rostos confusos, antes mesmo que algum deles dissesse alguma coisa já haviam dado a drástica noticia.

_ Alice foi seqüestrada – disse Lily e Alvo encarou a caçula como se pensasse que ela fosse louca, o que se seguiu foi o moreno buscando a namorada pelo banheiro destruído como se ela fosse surgir dizendo que era uma brincadeira sem graça.

_ esta falando serio? – disse Rose cruzando os braços num melhor tom desconfiado.

_ espera, quem seqüestraria a Alice? – disse Alvo num tom nervoso e preocupado – ela nunca fez nada que pudesse atrair algo desse tipo a ela...

_ espera você esta comprando isso? – disse Scorpius olhando para o melhor amigo sem acreditar em suas palavras – fala serio... – recebeu uma cotovelada da ruiva ao seu lado que o mandou se calar.

_ quem a levou? – disse Lysander para Lily que se voltou a ele como se tivesse acabado de vê-lo e se encaminhou para seu lado com Chloe a acompanhando de perto.

_ eu não sei quem foi – disse Chloe insegura.

_ mas ela sabe que foi uma comensal da morte a levou – disse Lily e Scorpius encarou Lysander como se fizesse uma pergunta silenciosa para ele do que havia acontecido com a ruiva, mas ele parecia bastante serio que nem se deu ao trabalho de notar.

_ comensais da morte foram presos, a maioria deles esta em Azkaban ou mortos – disse Scorpius com cuidado, talvez medo da reação de Lily por estar sendo colocada como mentirosa.

_ ou ainda estão desaparecidos, certamente buscando refugio em outros países – disse Rose - ou então foram inocentados de seus atos – e dera um olhar de esguelha para o Malfoy que lhe dera a língua num jeito provocador que ela simplesmente ignorou virando o rosto.

_ não acredita em nos? – disse Lily e ao obter silencio concordou com sendo uma resposta positiva – Ótimo... Como explica que o banheiro esta destruído dessa maneira? A menos que pensem que a Longbottom e a Skeeter tiveram capacidade tamanha de destruição para fazer algo assim...

_ Lily, por favor... Não estamos duvidando de você – disse Lysander – eu acredito, algo aconteceu aqui só não há como afirmar que era uma comensal – ele se voltou para Chloe – você estava com a Alice quando ocorreu, sabe como era a pessoa que a levou.

_ sim, eu a vi... – disse Chloe.

_ como era, devia estar com o rosto coberto do contrario... Vocês não o teriam confundido com um comensal da morte – disse Rose se aproximando.

 _ não, eu pensei que era uma comensal pelo símbolo em seu braço, parecia com a que vi num dos livros de Defesa Contra a Arte das Trevas – disse Chloe – estava escrito que era a marca negra, um crânio com língua de cobra.

_ você esta falando a verdade? – disse Scorpius e todos o encararam.

_ esta duvidando dela? Por Merlin, olhe o estado dela – disse Lorcan e depois de muito tempo eles haviam visto mais uma vez o gêmeo perder a paciência, o que era raro – ela esta assustada droga, acha mesmo que ela mentiria dessa forma sobre algo tão serio?

_ eu sei que ela não esta mentindo – disse Scorpius – desculpe se eu dei essa impressão, é só que... - ele bufou – certo, eu vou ouvir até o final sem qualquer outro comentário esta bem? – ficaram em silencio sem responde-lo - Ótimo, agora pega leve Scamander e abaixa um pouco o tom de voz, eu não estava discordando da sua garota.

_ continue agora Chloe, diga tudo que houve desde que chegaram ao banheiro – disse Lysander repousando ambas as mãos sobre os ombros da garota e a loira concordou assentindo com a cabeça.

Chloe gaguejou um pouco em algumas partes e se engasgou no inicio por se sentir intimidada, mas contou tudo que houve desde que entraram no banheiro. Todos estranharam o inicio sobre a garota que entrou ser Narcisa e em seguida se transformar em outra pessoa o que foi rapidamente explicado pela Weasley que deveria se tratar de alguma poção polissuco ou talvez matamorfomagia. A loira continuou contando como ela começara a destruir os boxes atrás da pessoa que a observava e de como falou para a lufana destruir o lustre como um modo de distração para que saíssem dali, Lorcan a elogiou naquele momento a abraçando pelos ombros orgulhoso, a fazendo corar um pouco e se perder no discurso.

A grifinoria contara sobre o duelo e como Alice enfrentou de frente a comensal da morte, aquilo surpreendeu Alvo, mas ele não fez nenhum comentário nem expressou qualquer demonstração facial que pudesse interromper a narração já que queria que aquilo fosse até o fim o que não demorou muito já que ela logo encerrou com a fumaça negra envolvendo a morena e com a fuga desesperada da loira pelo corredor para buscar ajuda. Ao final daquilo todos permaneceram em silencio, quase era possível ouvir o som dos pensamentos de cada um processando todas as informações em seus cérebros.

_ apenas isso? – disse Lysander e a garota maneou a cabeça.

_ ela estava falando sozinha... A comensal da morte... - disse Chloe – mas ela estava dizendo coisas, sobre reunião de tropas, que o Lord estava chamando... A marca devia estar queimando por conta disso.

_ Lord? Não, ela não pode ter falado isso – disse Rose incrédula – certo, podemos supor então que há outro comensal que assumiu o titulo e que agora age como o grande chefe dos outros.

_ Rodolfo Lestrange – disse Scorpius – papai falou uma vez que era um comensal da elite, uma espécie de sargento ou general... Algo bem poderoso como se o cara fosse parte da grande cúpula – ele olhou para os outros como se esperasse apoio – se há algum líder para os outros, não duvidaria nada dele ser essa pessoa.

_ continue, ela apenas falou isso ou teve mais? – disse Lysander e a garota parou para pensar por alguns instantes até voltar seu olhar para Alvo que se viu despertar de seus pensamentos sobre o verdadeiro lord das trevas para encará-la também.

_ ela falou algo sobre o Potter... – disse Chloe.

_ sobre mim? – disse Alvo e a garota negou.

_ n-não, não você... Pelo menos eu acho que não era – disse Chloe – era sobre seu irmão, ela disse algo sobre o Zabini enganar – ela olhou para todos como se esperasse respostas – isso faz algum sentindo?

Alvo então se lembrou da conversa que tivera com Scorpius na primeira noite ainda em Hogwarts, como o loiro revelara ao rapaz sobre o segredo da família de Zack de como o pai de seu melhor amigo guardara para si a informação de que Blaise um dia havia servido ao lord das trevas. Tudo para que ele não fosse um homem marcado e seus filhos pudessem crescer em paz. Eduard agora estava envolvido com as pessoas erradas, podia ser loucura pensar isso já que o rapaz sempre pareceu ser de boa índole, mas era o que explicava agora a melhor idéia que tivera.

A questão era que o Zabini mais velho virara um comensal e fora o responsável por Tiago estar no torneio, já que o ruivo nunca colocara seu nome no cálice de fogo para que fosse inscrito. Agora Eduard de alguma forma enganaria o grifinorio, e isso não podia terminar bem no final das contas.

_ Tiago esta em problemas não é? – disse Scorpius despertando o moreno de seus devaneios – é, parece que era maior do que eu pensava.

_ devemos fazer alguma coisa para ajudá-lo – disse Alvo pensativo – precisamos encontrar uma forma de parar tudo isso, salvar o Tiago e a Alice.

_ devemos contar aos aurores – disse Rose olhando para Alvo – papai e tio Harry saberão o que fazer, pode acabar com toda a prova do torneio e entrar lá dentro para ajudar o Tiago.

_ você realmente espera que sejamos ouvidos por alguém? Acorda Weasley – disse Scorpius – as pessoas não nos levam a serio o que falamos, podem pensar que seja apenas brincadeira.

_ e o que pensa em fazer? – disse Rose colocando as mãos na cintura – entrar na droga do labirinto para salvar-lo e depois tentar descobrir para onde a levaram? – o loiro desviou o olhar respirando fundo, ele realmente não queria discutir com a garota.

_ parem os dois – disse Lysander os separando – não vamos fazer nada se continuarmos com esse estúpido pensamento de querer discutir por qualquer coisa um com o outro – ele olhou para ambos – por merlin, vocês não percebem que só irão nos prejudicar com essa droga de mentalidade infantil de alfinetar um ao outro por qualquer motivo?

Aquilo deve ter sido como um banho de água fria nos dois, já que no mesmo instante ambos se distanciaram e desviaram o olhar um do outro dando oportunidade para que continuasse a discussão seria sem mais conflitos de qualquer tipo. Alvo pensou que seria engraçado ver alguém jogar na cara daqueles dois o quão tolos estava sendo, mas naquele momento serio achou que toda a graça havia sido removida.

_ mesmo se mostrarmos o banheiro destruído, só iria servir para alertar os comensais e poderia acabar causando mais problemas – disse Alvo – eles estão com a Alice, e o Eduard está lá dentro do labirinto com meu irmão e minha prima – ele apontou para seu lado esquerdo – seria por a vida deles em risco...

_ espera um pouco, é isso mesmo que estou entendendo – disse Rose sem acreditar – Alvo, você vai entrar nessa de invadir o labirinto para salvar o Tiago? É loucura, você se preocupa tanto com eles, mas e nos? O que diabos, aconteceria com nos caso tentássemos isso?

_ Rose – disse Alvo pegando a prima pelos braços – entenda, eu sei que você é sempre racional, mas eu não sou, não quando se trata da minha família e das pessoas que amo estarem em perigo – ele suspirara – somos os únicos capazes de fazer algo, precisamos entrar naquela droga de labirinto é a melhor idéia que tenho e mesmo que precise que esteja ao meu lado não vou obriga-la a fazer isso – ambos ficaram se encarando por um tempo até que a ruiva soltou uma risada leve fazendo com que o sonserino o encarasse confuso.

_ você é um idiota – disse Rose – mas que se dane, devo ser tão idiota quanto você a ponto de seguir você nesse plano maluco – o moreno sorriu – mas se algo der errado eu não vou pegar leve e vou jogar nessa sua cara estúpida que eu avisei.

Alvo se voltou para os outros que pareciam estar em um conflito silencioso sobre o que haveria de fazer sobre isso, mas antes que perguntasse algo pode ver sinais de aceitação e confirmação de todos.  

_ estamos nessa – disse Scorpius e os gêmeos também assentiram com movimentos de cabeça, o moreno estendeu a mão que foi aceita pelo melhor amigo que a apertou de um modo como se tivessem acabado de fechar um acordo de negócios.

_ também vamos – disse Lily e a loira ao seu lado assentiu.

_ não mesmo – disse Lysander e a corvina o encarou questionadora – não adianta Lily, você não ira com a gente.

_ por quê? – disse Lily se aproximando seria do rapaz – e não ouse dizer “porque não”, pois isso não é resposta certa para droga de pergunta alguma. 

_ por que você é uma garota? – disse Scorpius recebendo um olhar serio das três meninas presentes – certo, isso foi um comentário machista, entendi...

_ você é muito nova, inexperiente frente ao que podemos enfrentar – disse Lysander como se Scorpius não tivesse se metido - e também eu não quero que se machuque – a ruiva sorrira com a ultima parte se colocando na ponta dos pés para dar um selinho nele.

_ você não vai insistir para ir não é? – disse Lorcan para a loira ao seu lado que sorrira timidamente enquanto fazia um sinal negativo.

_ é perigoso deixar Lily sozinha – disse Chloe num sussurro apenas para o gêmeo ouvir – tenho que ficar e cuidar dela – e Lorcan assentira.

_ mas eu ainda vou fazer alguma coisa – disse Lily ajeitando a gravata do rapaz que revirou os olhos – como, por exemplo, acobertar vocês ou quem sabe causar uma distração afinal como espera chegar ao labirinto sendo que ele esta sendo vigiado?

_ você tem razão – disse Alvo – e acredito que sei a pessoa certa a nos ajudar com isso – ele se voltou para todos e fez sinal para que o seguissem enquanto começava a correr em direção ao buraco na parede e saindo dali em direção ao corredor.

Os outros sem alternativa começaram a correr para acompanhar o moreno que já estava muito distante no corredor estreito e longo. Alvo chegara à porta e a abrira encontrando a grande multidão de pessoas que ainda vibrava e lançava gritos de desgosto pelos telões ainda não terem sido consertados, mas o que realmente lhe importava era encontrar uma pessoa ali que sabia ser capaz de lhe ajudar.


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Notas finais do capítulo

SE VOCÊ NÃO LEU O CAP. NÃO LEIA AS NOTAS FINAIS...
vamos a algumas observações que vocês podem não ter entendido muito bem, comecemos por Alice e Luciana não se conhecerem ( tanto que em todo o momento do duelo eu me dirigi a Luciana como comensal) o motivo é bem simples: as duas nunca se encontraram, mesmo quando a loira ainda estudava em Hogwarts , elas nunca tiveram um encontro ou se esbarraram...e mesmo que a Alice possa ter a visto antes pelos corredores ( o mesmo valendo para a Malfoy) levemos em conta que são dois quase três anos que a sonserina se formou e que a lufana cresceu tambem né? Bem, é isso que realmente me incomodou e acho que poderia ser com vocês tambem...
Agora, faça um autor feliz e deixe seu comentario, ou quem sabe uma recomendação? Estamos na reta final pessoal...