Novos Tempos Em Hogwarts 2 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 43
Labirinto


Notas iniciais do capítulo

Demorou um pocuo né? Mas eu tenho explicações, começou minha faculdade de Gestão Empresarial e retornou o meu curso de Informatica, então tive que me ligar na primeira semana de aulas.
Alias, sou calouro da faculdade, comecei esse ano.
Esse capitulo era para ter sido postado no inicio da semana, mas não tive tempo então ai vai...
Espero que gostem.
Capitulo não betado, qualquer erro ignorem pois será acertado depois.



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Os meses que se seguiram ao natal passaram a uma velocidade impressionante, logo a estação mais fria deu lugar aos ares mais quentes mais amenos enquanto os campos e arvores voltavam a ganhar sua cor verdejante e as flores voltaram a desabrochar novamente, afinal era primavera. O dia dos namorados foi bastante reconfortante para os novos casais que surgiram no ultimo semestre antes das festas de final do ano, pois em fevereiro os alunos das outras escolas assim como os da própria Beauxbatons puderam visitar no feriado a cidade que ficava próxima da academia francesa.

As garotas se encantaram com aquilo e foram às compras numa feirinha de rua, escondida em alguma viela mágica aonde se encontrava vários bruxos com suas bancas cobertas que vendiam artigos mágicos e outras bugigangas. Os rapazes eram obrigados a gastarem seus galeões com aquelas coisas, pois precisavam fazer os gostos das garotas.

Lysander e Lily iam bem, o mais novo casal mesmo que as escondidas conseguia aproveitar o tempo livre um com o outro e isso se devia a muitas vezes seus amigos sendo os responsáveis por ajudá-los a driblar Tiago. O grifinorio por sua vez, já parecia suspeitar de algo, talvez a troca dos olhares entre os dois ou algo do tipo tenha chamado sua atenção, mas seja o que for ainda não disse nada a respeito, pelo menos diretamente.

Em março foi finalmente confirmado a presença dos ministros da magia dos três países na ultima prova do Torneio Tribruxo, ao que parecia a ministra da magia da Bulgária finalmente conseguira um tempo em sua agenda tumultuada por afazeres e tarefas por conta de que no próximo ano, durante os meses de Julho e inicio de Agosto estariam ocorrendo na capital de seu país a copa Mundial de Quadribol.  Ainda naquele mesmo mês, no entanto mais para o meio, os preparativos para o encerramento dos eventos referentes ao torneio estavam sendo feitos, incluindo a construção da nova arena para a terceira prova.

Com o feriado de Páscoa os alunos foram mandados para suas casas nas carruagens tradicionais da academia francesa dando a oportunidade para os membros das outras escolas verem finalmente os cavalos alados em ação assim como sua tamanha força para arrastar aquele transporte que chegava a ser tão grande quanto uma casa.

Louis foi passar a páscoa com sua nova namorada, ao que parecia Charlotte estava animada com a idéia de apresentar para a família o rapaz e era com toda a certeza a oportunidade perfeita para pedir a benção dos pais da francesa pelo namoro deles (aquilo podia parecer ridículo, mas se tratava de uma tradição comum ainda entre a comunidade bruxa francesa). O loiro se mostrava nervoso com aquilo não por se tratar do ministro da magia da França ser o seu sogro, mas pelos irmãos da garota que eram ao todo sete rapazes que certamente possuíam bastante ciúmes da caçula.

E na manhã de páscoa as corujas os surpreenderam com os ovos de chocolate da vovó Weasley que eles comeram no salão comunal, ninguém com algo na cabeça podia discordar de que com toda a certeza a matriarca mais velha da família dos ruivos ainda conseguia se virar muito bem na cozinha apesar da idade. Fora bastante divertido a cena de Alvo quebrando seu ovo ao meio e no lugar de encontrar bombons ou outra guloseima saírem voando quatro passarinhos de chocolate que foram difíceis de pegar no ar, enquanto Tiago ria de boca cheia do irmão enquanto devorava um coelhinho de chocolate (também animado) pelas orelhas. Teddy foi surpreendido por McGonagall quando devorava o seu ovo de páscoa, e foi advertido pela diretora para que limpasse o rosto, pois não era muito respeitoso um professor ser visto pelos alunos daquele jeito, com o rosto lambuzado de chocolate.

Os exames estavam se aproximando, e Rose passou a estudar durante todas as férias de páscoa passando mais tempo na biblioteca do que com os outros amigos, fora Lysander que lhe fazia companhia a maior parte do tempo enquanto ambos estudavam para alguma matéria. Aqueles dois simplesmente se entendiam, talvez por terem pensamentos parecidos e se dedicarem tanto aos estudos que chegava a causar um pouco de ciúmes, pelo menos foi o que Alvo sentiu ao ver a irmã varias vezes ali ao lado do namorado secreto e da prima.

Alvo riu um pouco com a imagem de Lily querendo chamar um pouco a atenção de Lysander, realmente o Potter não conseguia compreender a insegurança das garotas frente a Rose, a garota era sim bonita, mas isso não significava que tinha que atrair olhares de todos os rapazes próximos dela muito menos o ciúme que Alice e agora Lily demonstravam. Alvo pode notar que a irmã deve ter percebido o quanto estava sendo tola em sentir ciúmes da própria prima e os deixara em paz, mas muitas vezes acabava que Lily passava por lá para ver como a prima e o namorado estava e lhes levava algo para comer já que muitas vezes perdiam as refeições.

Alvo também ia e ficava ao lado dos dois para estudar algo com o qual estava com dificuldade ou não conseguia entender sozinho, acabou por surpreender Scorpius escondido por trás de uma pilha de livros numa mesa um pouco afastada daquela em que Rose e os outros costumavam estudar. E mesmo que sentisse vontade de perguntar sabia que o melhor amigo mentira e não queria isso, então fingiu não ver que a verdadeira razão para o Malfoy estar ali era espionar a Weasley.

Alvo e Tiago se aproximaram um pouco mais num daqueles dias em que o moreno precisava de ajuda para algo referente à Defesa Contra a Arte das Trevas que estava com dificuldade, como estava sem se preocupar com as provas já que era um campeão do torneio e havia sido dispensado delas o ruivo decidiu dar uma ajuda para o irmão.  E a partir daquele momento acabou por se tornar o novo professor particular do sonserino que aprendeu muita coisa com o mais velho instruindo-o, algumas até que já teria aprendido com Salvatore se não se sentisse um pouco intimidado nas aulas dele e outras novas que só veria a ver nos próximos anos, como algumas azarações e feitiços defensivos.  Tiago também aprendeu algumas coisas durante seu período como instrutor, coisas que certamente seriam úteis durante a ultima prova do torneio.

Abril foi bem rápido devido aos exames que se adiantaram, pelo menos os teóricos para não interferir nas comemorações que ocorreriam nas finais do Torneio. Também foi um mês com festas, sendo já na primeira semana que ocorrera o aniversario de Tiago. Segundo Fred os planos para a comemoração era algo que não havia como dar errado, por ser algo bem simples, com uma ida dos rapazes a praia de Beauxbatons e uma fogueira numa fuga no meio da semana, mas acabaram por ser surpreendidos o que lhes causou alguns problemas por parte de McGonagall.

 O teste de Transfiguração fora fácil, Teddy pedira para que os alunos do terceiro ano transfigurassem um despertador em um coelho branco, os rapazes conseguiram com esplendor a realização do feitiço.

Alvo certamente foi destaque nas provas de Defesa Contra a Arte das Trevas, não que se possa considerar isso pelo lado bom, mesmo que tenha sido muito melhor do que esperava que fosse há algum tempo antes de começar a estudar com Tiago. O teste consistia em enfrentar uma serie de tarefas referentes a todo o conteúdo ensinado nos últimos meses, sendo o desafio de encerramento enfrentar o bicho-papão que estava trancado num velho armário. 

Colin Creevey conseguira enfrentar o balaço finalmente, fazendo com que ele se transformasse em uma bola de praia colorida que acertou a cara de Salvatore que rosnou enquanto fuzilava o grifinorio.

Após Alvo ver Lorcan transformar seu palhaço em uma estatua de gelatina de morango, Rose detonar a aranha gigante com um grande exemplar de “Hogwarts, uma historia” que ela fizera surgir do nada e esmagar o pobre aracnídeo, tudo parecia mais fácil foi então que se lembrou de que não sabia qual era seu pior medo afinal de contas.

Quando Scorpius deixara a versão de Draco Malfoy (mesmo antes de ele lhe dizer todas aquelas besteiras) só de cueca de bolinhas na frente dos alunos enquanto ele corria novamente para dentro do armário, logo após Alice fazer uma versão de Alvo que aparecera para terminar com ela ser devorado por uma planta carnívora gigante, fora a vez do moreno enfrentar o ultimo desafio.

Alvo estava parado em frente ao armário, toda aquela confiança que possuía anteriormente parecia ter sumido quando se viu em frente ao desconhecido, podia sentir o nervosismo dentro de si quando Salvatore com um aceno de varinha soltara o cadeado e o velho guarda-roupas se abriu. Do interior saira uma grande nuvem de fumaça negra que o atingiu o atirando no chão enquanto se levantava podia ver que o que quer que fosse aquilo havia se espalhado por toda a sala que agora se encontrava coberto pela escuridão.

O moreno franziu a testa, ele não possuía medo do escuro então como podia aquilo estar acontecendo afinal? Uma sala coberta por aquele denso véu negro da escuridão, e mesmo que se sentisse arrepiado tinha certeza de que era por conta da corrente fria que corria por seu corpo. Ele então se viu sozinho, não havia ninguém próximo a ele e isso o preocupava, onde estavam as outras pessoas, onde estava o ruído e os gritos, parecia que não havia ninguém ali.

_ você está sozinho – disse uma voz que ele não sabia de onde vinha – esta sozinho, não há para onde correr, não há como fugir... Não grite, pois ninguém ouvira seu chamado...

_ quem está ai? – disse Alvo olhando ao redor.

_ seu pior medo – disse a voz desdenhosa enquanto começava a tomar forma.

A escuridão então começou a se dissipar, mas ainda não havia ninguém visível na sala e o dono da voz foi finalmente tomando forma, até se revelar a imagem de um ser humano (pelo menos ele cogitou que fosse uma pessoa) coberto por uma longa capa negra fantasmagórica que parecia ainda ser feita de fumaça, a estranha criatura caminhou até ele em suas mãos se girava uma varinha donde da ponta saia à mesma estranha neblina negra.

_ o que diabos é você? – disse Alvo não conseguindo entender o que podia ser aquilo, a varinha estava muito bem presa a sua mão quando ele a segurou firmemente e apontou para a criatura feita de sombras.

_ você não consegue me reconhecer não é? – disse a criatura – eu sou tudo aquilo que existe dentro de você... Todo o seu temor – o capuz caiu revelando um rosto sem forma, sem expressões nem nada.

Alvo estava tão assombrado com aquilo a sua frente que ficou paralisado, a criatura desapareceu novamente e ele se viu sozinho mais uma vez. O rapaz gritou, e o som de sua voz ecoou pelo nada, ele em seguida buscou chamar pelo professor e por todos seus amigos para saber se estavam ali. O moreno sentiu seu peito apertar, uma estranha sensação de vazio e insegurança tomou conta de si, não sabia o que fazer, seus pés simplesmente não queriam sair daquele lugar.

Ele tentara novamente, gritara os nomes das pessoas próximas a ele, mas não obtivera resposta, o que será que aquela criatura fizera com os outros alunos, com seus amigos. Eles tinham de estar ali, precisava deles, não podiam ter ido e o deixado só naquele lugar para enfrentar aquela coisa que ele realmente não sabia o que era. Foi então que se ajoelhou sentindo seu coração bater rapidamente enquanto começava a chorar, as lagrimas já corriam pelos contornos de sua face quando sentiu alguém gritando e a escuridão foi mudando de forma no momento em que o moreno se sentiu sendo abraçado por Alice.

O bicho-papão mudou novamente de forma, dessa vez tomando a forma de uma garota flutuante, os olhos do rapaz se chocaram com os da menina cujos cabelos longos e a pele queimavam de um jeito horrível. Os braços esticados como se estivessem presos e ela se debatia como se quisesse escapar de correntes invisíveis ou o que quer que fosse que a mantivesse no ar. O fogo verde tomava conta das vestes do uniforme dela que o rapaz se surpreendeu ao constatar serem de Hogwarts, enquanto seu grito de dor ecoava por todo o lugar. Um grito de sofrimento, um grito de dor, e Alvo pode sentir pena da pobre garota sendo devorada lentamente pelas estranhas chamas esverdeadas.

Fora então que Alvo vira, de frente para a garota em chamas se encontrava o professor Salvatore com os braços erguidos. Ele estava de costas para os alunos que soltavam exclamações de horror e gritos assustados. Fora então que o professor apontara a varinha para a criatura e ela se apagou, como se faz com a chama de uma vela e a fumaça fraca voara novamente para o interior do armário.

Os olhos de Salvatore se voltaram para os alunos, um olhar que dizia que se contassem algo sobre aquilo iriam sofrer as piores conseqüências de todas que podiam sonhar. Ele caminhara até Alvo, e Alice se distanciou no momento em que o professor colocava o aluno de pé.

_ vocês estão dispensados por hoje, vão – disse Salvatore e todos os alunos começaram a andar apressadamente para a saída, pareciam não fazer a mínima questão de ficarem mais ali – em ordem seus inúteis, não é como se vocês fossem almas miseráveis e estivessem fugindo do inferno – ele viu um grupo do lado de fora da sala,  os amigos de Alvo ainda esperavam por ele – o que esperam afinal? Vamos, saiam daqui – e fechou a porta sem cerimônia.

_ professor... – disse Alvo caminhando até Salazar que se voltou tão rapidamente que fizera o rapaz dar um passo para trás tropeçando no próprio cadarço desamarrado. 

_ devia manter os tênis amarrados moleque – disse Salvatore que maneara a varinha fazendo os cadarços sozinhos darem um laço bem feito, pode ser que o professor tenha esperado algum agradecimento da parte do rapaz já que fez uma pequena pausa, ou talvez fosse à esperança de que o rapaz se levantasse sozinho do chão de onde o encarava ainda - espero que nada tenha acontecido de mal com você – o homem se agachou próximo dele, o seu tom de voz não condizia com as suas palavras que soaram um pouco falsas ou sem sentido talvez, mas de toda a forma ele levou a mão e direção de Alvo erguendo o rapaz pelas vestes e o arrastando até uma cadeira e o empurrando ali com uma brutalidade digna de um trasgo - não é mesmo Potter?

_ claro, é só que... Eu não entendi meu medo – disse Alvo sem saber ao certo o que falava afinal ainda estava nervoso e não sentia as palavras saindo – eu não consegui compreender o que era aquilo afinal de contas... Estava tudo escuro, mas eu não temo a escuridão desde os meus cinco anos quando entendi que bastava ligar uma luz para acabar com ela – ele buscou no rosto de Salvatore alguma expressão de que o compreendia, mas ele parecia distraído em seus próprios pensamentos enquanto sentado sobre um antigo móvel encarava o armário – professor?

_ estou ouvindo Potter, não é porque não estou lhe encarando nos olhos – disse Salvatore virando a face em direção de Alvo para então volta-la novamente para o armário – não é por conta disso que não iria lhe escutar, afinal de contas são meus ouvidos que servem para ouvir não é mesmo?

_ sim senhor – disse Alvo que sentiu sua face corar um pouco pela vergonha.

_ era uma pergunta retórica Potter – disse Salvatore suspirando encarnado o aluno com a sobrancelha arqueada – não consegue identificar?

_ desculpe, mas é que... – disse Alvo tentando se justificar mas foi interrompido.

_ eu ouvi, esta nervoso, não conseguiu compreender não é? – disse Salvatore – seu pior medo.

_ poderia me explicar, talvez eu compreendesse – disse Alvo.

_ a solidão é seu pior medo Potter, é o medo dos fracos em minha opinião – disse Salvatore e o moreno lhe encarou serio enquanto o professor lhe sorria em deboche – você sente necessidade da presença de outras pessoas, de seus amigos, da sua família para lhe ajudar em momentos difíceis ou simplesmente para não se ver sozinho nesse maldito mundo... E isso lhe torna fraco, pois você precisa das outras pessoas para lhe servir de muletas, de encosto.

A raiva dentro de Alvo estava a ponto de explodir. Os nós de seus dedos se fecharam ao redor da sua varinha que se encontrava dentro de seu bolso, ele realmente odiava o professor a sua frente, mas agora parecia que todo aquele sentimento se segurava para não explodir em um milhão de pedaços junto com o feitiço que ele lançaria em direção aquele sorriso arrogante e debochado de Salvatore.

Salazar Salvatore lhe chamara de fraco, dizia que ele era fraco com todas as letras. O rapaz, no entanto, sentia a dor das palavras dele, afinal de contas era seu pior medo, agora ele sabia. Ficar sozinho, sem ninguém, parecia assustador, se imaginar sem nenhuma das pessoas que ama próximo de si era algo que ele nunca tinha pensado antes, mas que naquele momento parecia realmente ser a pior coisa para ele. Acordar uma manhã sem ver ou falar com aquelas pessoas que desde que conheceu não havia se separado, ou então ir dormir sem ter certeza se os veria novamente.

_ ainda está ai? – disse Salvatore parecendo ter reparado que o rapaz ainda o encarava – o que foi? Quer tentar novamente enfrentar seu medo? – ele riu como se tivesse acabado de dizer uma piada – saia dessa sala moleque você deve ter coisas mais interessantes para se fazer do que ficar me olhando - ele esperou que Alvo falasse algo, mas como permaneceu em silencio aquilo fez o homem rir – você esta em choque? Ah, é natural acontecer afinal... Não é todo o dia que você se descobre ser fraco, um covarde, é a sua triste realidade Potter, agora aceite-a e seja feliz – e saiu da sala deixando Alvo sozinho.

As semanas que se seguiram ao final de Abril e chegada de Maio foram sobre aquela aula de Defesa Contra a Arte das Trevas, a maioria dos alunos de Hogwarts comentava não sobre o medo de Alvo, mas sobre a forma inusitada que o bicho-papão tomara quando esteve frente a frente com o professor Salvatore. Boatos logo surgiam sobre a garota em chamas ser uma das vitimas da época em que Salazar fora auror, pouco importava ao irmão do meio dos Potters o que as pessoas diziam, ele estava era preocupado com seu próprio medo que tivera que enfrentar.

  

O final de maio finalmente chegara, e junto com ele a ultima prova se iniciava. Era uma bela noite quando a multidão de pessoas já se encaminhava em direção da arena e começava aos poucos tomar conta do lugar. Tiago podia escutar o som que vinha do estádio a alguns metros de distancia enquanto se encaminhava ao lado de seus amigos em direção a tenda onde os campeões aguardariam antes da grande prova. Ele se despediu de seus irmãos e deu um grande e apertado abraço em Rose, murmurando um obrigado por tudo no ouvido da ruiva que fora uma das pessoas que mais lhe ajudara durante todo o torneio e pode ver o sorriso da prima e recebeu em resposta uma única frase.

  

_ fique vivo – disse Rose se separando do primo.

_ não vai se livrar tão rápido de mim assim ruiva – disse Tiago.

_ Boa sorte – disse Fred estendendo a mão para o primo.

_ ah, qual é Weasley – disse Tiago rindo enquanto puxa o melhor amigo para um abraço surpresa – obrigado por todo seu apoio até aqui Fred, eu realmente valorizo tudo o que você tem feito... você é sem duvida brilhante .

_ obrigado – disse Fred um pouco sem jeito, parecia até envergonhado talvez, pensou Tiago -  ouviram isso – ele se voltou para os outros já com o mesmo tom brincalhão de sempre -  o Potter admitiu que sou melhor que ele.

_ não foi isso não, eu disse que você era brilhante, não melhor do que eu – disse Tiago com um falso tom de raiva o que fez o moreno simplesmente dar de ombros e após um toque de mãos ir se juntar com os outros.

_ vai sonhando Potter, só não esqueça de manter bem aberto os olhos quando estiver no labirinto – disse Fred enquanto dava um ultimo abraço e beijo em Dominique antes que ela entrasse na tenda. 

_ obrigado pelo conselho – disse Tiago dando um ultimo adeus para os que ficavam do lado de fora enquanto caminhava para dentro da lona.

A tensão da ultima prova viera à tona para o ruivo no momento em que se viu dentro daquela tenda aguardando pelo comunicado de que poderiam entrar. Ele correu os olhos pela extensão do interior da lona verde, ele pode encontrar uma mesa com frutas da época alem de sucos e outras bebidas variadas. Ele se aproximou da mesa observando atentamente o pequeno lanche preparado pelos organizadores do Torneio, o ruivo buscou alguma coisa para comer sentia seu estomago roncar por conta de não ter conseguido comer nada no ultimo jantar no salão principal, então pegou uma maçã e deu uma mordida enquanto voltava a observar a lona.

Tiago começou a caminhar pelo espaço interno da tenda, ele pode notar que não estava só ali dentro também se encontravam num local mais afastado os outros campeões. Nickollaus estava sentado em um canto do chão sobre algumas almofadas de seda, ele se mostrava um pouco tenso podia se notar isso na sua face concentrada e mente distante mesmo que ele tentasse manter a calma dedilhando as cordas de seu violão. Então o ruivo foi percebido pelo rapaz que observava, e cumprimentado com um simples aceno de cabeça, que Tiago retribuiu. As roupas usadas pelo campeão de Durmstrang era composto por uma calça negra e uma blusa de gola larga com o símbolo da escola búlgara em seu centro em vermelho sangue, ele ainda usava uma espécie de sobretudo preto que lhe dava um aspecto sombrio e o toque certamente pessoal do campeão,  talvez fossem as botas feitas de couro de dragão.

Fora então que chegaram alguns amigos dele pela porta que apareceram para dar boa sorte, e com animo o campeão de Durmstrang se encaminhou na direção dos colegas deixando seu instrumento de lado enquanto saia pela abertura da tenda.

_ achava que não ia conseguir falar com você antes da prova – disse uma voz e rapidamente o ruivo se voltou para trás, encarando sobre o ombro a pessoa que caminhava até ele naquele momento e a expressão de surpresa foi substituído por um sorriso conforme se voltou para ficar de frente para quem falara.

Teddy sorrira para o rapaz, sorriso que ele herdara do pai pelo que sempre Harry o lembrava quando eram mais novos. O metamorfomago vestia-se casualmente para uma ocasião tão importante, ele usava uma calça jeans escura e uma camiseta preta do The Beatles (com a tradicional cena dos quatro membros da banda atravessando a faixa de pedestres) por sob o blaiser cinza. O Lupin demonstrava os cabelos ruivos como os do Potter, talvez fosse sua maneira de expressar o quanto estava torcendo por sua vitória, ou simplesmente uma casualidade afinal nunca poderia se entender verdadeiramente o que o jovem professor tinha na cabeça.   

_ achei que ninguém poderia entrar na tenda alem dos campeões e do pessoal autorizado – disse Tiago e o outro sorrira em resposta, fazendo gesto para que o acompanhasse e juntos andaram até um lado oposto.

_ temos nossas vantagens quando somos professores, mas enfim vim me certificar de como esta antes da prova – disse Teddy – ouvi os outros dizerem que estava um pouco tenso como tudo isso.

_ por que as pessoas conseguem perceber essas coisas, por mais que eu diga que esta tudo bem? – disse Tiago sem entender e Teddy riu.

_ é um dos problemas quando se convive muito com uma pessoa, ela acaba por entender sua alma e descifrar a verdade por mais que seja ocultada – disse Teddy – então, você esta preocupado com o que?

_ não sei Teddy, é só uma sensação ruim de que algo vai acontecer – disse Tiago passando uma das mãos pelo cabelo enquanto buscava se sentar na beirada de uma mesa ali perto – já teve isso antes.

_ algumas vezes, mais acredite isso não passa de uma espécie de ansiedade pelo que está por vir – disse Teddy – mas se acalme e mantenha a cabeça no lugar durante a prova.

_ vou tentar – disse Tiago sorrindo – obrigado.

_ e acho que essa é a hora de eu lhe dar seu presente de aniversario atrasado – disse Teddy enquanto retirava um envelope do bolso do blaiser – ia esperar para depois da prova, mas estou querendo ver sua reação.

Tiago pegou o envelope vermelho sem destinatário ou qualquer palavra escrita, mais que rapidamente rasgou o lacre puxando do interior um papel branco com letras curvilíneas que foram sendo escritas automaticamente conforme ele lia.

“Caro Sr. Tiago Sirius Potter

Estamos felizes em informar que frente a seus extraordinários talentos na pratica do quadribol, e mediante o fato de que nosso estimado e tradicional time os Chuddley Cannons necessitamos mais do que imediatamente um novo apanhador por conta de fatos que infelizmente vieram a causar a incapacitação permanente do nosso antigo. Então, por meio disso viemos convocá-lo para a bateria de testes que se iniciara na manhã do dia 7 de junho deste mesmo ano, o escolhido será o novo detentor do titulo. Aguardamos seu comparecimento.

Atenciosamente, Jimmy Pearkes.

Técnico Chuddley Cannons.

Os olhos de Tiago mal puderam acreditar naquelas palavras ali escritas, ele voltou uma expressão de assombro para Teddy que mantinha um sorriso que aumentara quando percebeu a surpresa na face do ruivo.

_ isso é serio? – disse Tiago sem acreditar e tendo que ler novamente o pequeno texto.

_ é, realmente meu padrinho tinha razão ao dizer que você não ia acreditar quando lesse – disse Teddy suspirando – mas é sim, eu conversei com uns antigos amigos que trabalham na diretoria e no setor burocrático do time que me apresentaram ao Técnico então... Meio que me lembrei de você durante a conversa.

_ você fez isso por mim? – disse Tiago mais para si mesmo encarando o papel novamente.

_ particularmente seria mais fácil ter conseguido com As Vespas de Wimbourne – disse Teddy – tenho um amigo que é capitão do time e adoraria apoiar o surgimento de um talento novo, mas acredito que você prefira jogar pelo seu time de coração não é mesmo? – e o grifinorio concordou – é uma pena realmente, acho que as cores amarelo e preto ficariam bem em você.

_ diz isso porque é seu time – disse Tiago rindo enquanto o professor dava de ombros.

_ talvez – disse Teddy indiferente.

_ Teddy eu... – disse Tiago - eu nem sei o que dizer, por Merlin, eu nunca que poderia agradecer por uma oportunidade dessas que você esta me ajudando a ter.

_ só mantenha a calma e não pire antes do tempo rapaz – disse Teddy – e não precisa agradecer, a gente costuma fazer coisas legais para membros da família não é? – e sorrira ato que o ruivo imitou – é uma boa oportunidade de algo para fazer depois de Hogwarts, se você for realmente bom acredito que passara, mas claro sempre temos a segunda opção que seria um cargo no ministério da magia.

Tiago fez uma face de repulsa pela idéia, não gostava da idéia de trabalhar no ministério da magia, passar varias horas durante um dia em um trabalho fazendo sempre a mesma coisa num emprego atrás de uma mesa num desses escritórios sem graça. Seria um tédio para ele passar o resto de sua vida adulta sem a emoção que possuía na escola, ele queria uma profissão que não o fizesse cair na mesmice de todo o dia.  Certo que havia cargos realmente interessantes como Aurores e Inomináveis dentro do ministério, mas ele não queria algo arriscado como era a rotina de seu pai e do tio Ron que desapareciam por dias por conta de suas missões e deixavam suas famílias desesperadas muitas vezes pela falta de noticias.

Ele particularmente não se interessava pelo cargo do setor de mistérios, pois francamente estudar coisas misteriosas e buscar entender-las fora outras funções ocultas que ninguém se preocupava em saber parecia algo que mesmo que tentador poderia fazer ele se tornar tão propenso a uma morte quanto servindo aos Aurores.  Então, a ele restava buscar uma profissão que lhe trouxesse emoções fortes e tivesse glamour dentro do mundo mágico, não era de hoje que ele tinha se decidido a ser um jogador de quadribol, isso não era segredo, pelo menos para seus amigos mais próximos como Fred, Frank e Teddy, sendo esse ultimo a primeira pessoa que o havia dito que essa carreira certamente lhe servia.

Isso fora quando mais jovem e Teddy ainda estava na época de prestar seus NOMs e o ruivo tinha entrado para o time da grifinoria sendo bastante elogiado na época pelo seu talento equivalente ao do antigo Harry quando jogava.  Aquilo havia feito com que o rapaz de cabelos azuis lançasse um comentário sobre a futura carreira do primogênito dos Potters, e quando indagado por esse sobre o que faria quando terminasse os estudos o metamorfomago lhe dissera seu sonho de seguir a carreira do pai e lecionar, o que certamente surpreendeu bastante a primeira vista e fez o ruivo rir do amigo. A atitude que tivera agora era motivo de vergonha, parecia ter sido um erro já que o garoto Lupin era um dos professores mais populares de Hogwarts atualmente e o estava ajudando a seguir seu sonho, mas certamente Teddy o perdoaria afinal um zoar o outro é a mais pura atitude entre irmãos que pode haver.

_ obrigado – disse Tiago entregando o envelope com o papel a Teddy – se importa de guardar, acredito que se ficar com isso acabarei por encontrar uma forma de destruir durante a prova.

_ oh, claro – disse Teddy guardando – isso me lembra, mantenha o foco na prova de hoje, tudo bem? Não importa o que tenha naquela droga de labirinto eu sei que você é muito capaz de derrotar e passar por tudo.

_ você me supervaloriza – disse Tiago um pouco sem jeito – não é porque meu pai ganhou o Torneio Tribruxo que eu tenho que fazer o mesmo, quer dizer e se eu fracassar?

_ e em que momento eu disse que deve ganhar, apenas disse manter o foco e permanecer vivo – disse Teddy – até porque, eu sei como você se sente sobre viver a sombra de seu pai – ele fez uma pequena pausa – seja você mesmo, não faça algo simplesmente porque você acha que Harry fez você tem a obrigação de fazer.

_ eu entendo o que você diz – disse Tiago acenando com a cabeça pesadamente, e ele pode ver nos olhos de Teddy um pouco de tristeza talvez a memória de seus pais tivesse vindo em sua mente.

Tiago não mentia sobre compreender as palavras que o professor dissera, ele realmente  entendeu muito bem que ele se referia, afinal teve uma fase em sua adolescência que Lupin passou por maus momentos durante seus acessos de rebeldia, simplesmente por muitas vezes tentar ser diferente de seus pais já falecidos ou mesmo de Harry que era como um pai para ele. O ruivo sabia que com o tempo Teddy aprendera com os erros e acabou por entender que não precisava ser como Remus ou Tonks e era esse conselho que estava passando para o ruivo que não tinha que seguir os caminhos de Harry e ser tão grandioso quanto ele, deveria ser somente ele mesmo e fazer as coisas de seu jeito. E claro, que mesmo que não intencional ele não poderia deixar de ser um pouco como seus pais, da mesma forma que Tiago não poderia de agir como Harry as vezes por conta de ambos terem herdado qualidades fortes de seus progenitores que faziam parte deles.

_ lógico que torcerei pela sua vitória, mas isso não significa que você se sinta obrigado a vencer – disse Teddy – consegue entender? Você não precisa se sentir obrigado a vencer, pelos outros, vença por si mesmo – o professor olhou para os lados como para se certificar de algo – acho que tenho que ir, logo alguém irá sentir minha falta ou então perceberão que estou aqui.

E o metamorfomago se retirou por uma das passagens acabando por esbarrar em Dominique que entrava que antes de a ruiva deferir seus insultos o reconheceu e pulou no pescoço do cunhado lhe dando um forte abraço enquanto Teddy desejava boa sorte em meio a risos. A ruiva se despediu com um forte beijo na bochecha do rapaz cuja face ficou tão vermelha quando os cabelos da Weasley e enquanto saia de mansinho para evitar mais constrangimento, a garota então caminhou até o primo que a olhava confuso.

_ que cara é essa? – disse Dominique se aproximando.

Dominique estava com os cabelos presos, vestia uma blusa com a estampa de Beauxbatons branca por debaixo de uma jaqueta azul com botões com detalhes de estrelas e alguns detalhes em listra bastante imperceptíveis, a calça seguia esse mesmo modelo e o tênis era branco.  

_ apenas estou tentando entender que espécie de criatura se apossou de seu corpo – disse Tiago e a ruiva revirou os olhos enquanto ele exibia um sorriso maroto – francamente, você tem andado bastante feliz esses últimos tempos, isso é fato mas como consegue ficar tão calma quando temos que entrar na droga de uma grande armadilha que é essa prova?

_ vocês homens, sempre preocupados com coisas desse tipo francamente – disse Dominique – espere a prova começar ai sim você me verá tensa, mas por enquanto estou muito bem obrigada por perguntar – ela então percebera a travessa do lanche – olha só, comida de graça – e puxara o primo para próximo da mesa.

Eles caminharam até a mesa, e a ruiva começou a buscar pelas cestas de frutas algo que chamasse sua atenção enquanto murmurava qualquer canção em francês o que fazia realmente o rapaz olhar torto para a prima. Tiago não conseguia compreender como ela podia estar tão calma, chegando a pensar que deveria ter bebido alguma poção calmante o que podia ser bem provável. Do outro lado da mesa estava o campeão da escola búlgara que cumprimentou os dois primos cordialmente enquanto se servia de uma bebida que o ruivo não pode reconhecer, mas certamente tinha um cheiro bastante agradável e tentador.

_ aceita uma bebida Tiago? – disse Nickollaus erguendo uma caneca com algo espumante, certamente chocolate quente pelo cheiro que vinha até as narinas do grifinorio.

_ não obrigado, faça bom proveito – disse Tiago e o rapaz começou a beber grandes goladas de sua bebida.

_ o que é? – disse Dominique interessada logo em seguida dando uma mordida numa pêra.

_ é chocolate quente – disse Nickollaus e o grifinorio percebeu que acertara – mas possui um toque típico de ervas romenas, elas têm um efeito surpreendente como calmante e para diminuir a dor – ele dera uma nova golada – extraordinário encontrar alguma coisa assim por aqui. 

_ dor? – disse Dominique se engasgando com um pedaço da sua fruta.

_ a minha perna, ainda sinto um pouco de dor por conta da esfinge da prova passada – disse Nickollaus desgostoso – cicatrizou perfeitamente, eu não sinto mais dificuldade para andar, mas não consigo correr sem sentir uma fisgada na panturrilha é como ter conseguido uma câimbra permanente.

_ e se não puder correr, você não tem muitas chances de chegar a tempo a taça do torneio no centro do labirinto – disse Tiago sem intensão e se arrependeu novamente ao ver o suspiro desapontado que o moreno soltou.

_ é isso ai, mas não pensem que Durmstrang esta fora de combate só por causa disso – disse Nickollaus tentando soar confiante.

_ você tem tantas chances quanto todos nos, e acredite isso é verdade – disse Dominique.

_ é, você tem razão – disse Nickollaus caminhando até seu lugar e se sentando sobre as almofadas e pegando seu violão o colocando em seu colo novamente – então bastante nervosa?

_ não muito, talvez eu fique na hora quando estiver naquele labirinto – disse Dominique sentando em uma poltrona ali perto e degustando a sua pêra.

Enquanto uma conversa surgia entre os campeões de Beauxbatons e Durmstrang, Tiago caminhou até o lado oposto deles. Seus olhos haviam acabado de encontrar o quarto campeão do torneio que até então passara um tanto que despercebido pelo olhar dos outros dentro da tenda.

Ele encarara então Eduard que parecia inquieto, era notável o seu desconforto sobre aquele lugar já que sentado no local onde estava podia se ver a expressão seria e como seus olhos encaravam o vazio a sua frente enquanto os pés batucavam num som completamente diferente do ritmo das cordas do violão de Karkaroff. Tiago se aproximara da cadeira onde o companheiro de escola se encontrava, o sonserino se sentava encurvado e com os cotovelos apoiados nos joelhos, sua expressão era clara sobre o quanto estava apreensivo.

_ Zabini – disse Tiago chamando a atenção não apenas do moreno.

Ele pode ver então suas vestes, não tão diferente das dele. Sua jaqueta era negra com detalhes em verde escuro e o brasão de Hogwarts do lado esquerdo, a camiseta era no mesmo tom de verde e possuía a silhueta da serpente de Slytherin, a calça era preta assim como o tênis. A única coisa que diferenciava as vestes de Tiago era que os tons de verde foram substituídos por vermelho e que havia os contornos de um leão na camiseta.

_ diga – disse Eduard voltando o olhar para o ruivo que levara as mãos ao bolso.

_ eu gostaria de agradecer mais uma vez pelo que você fez na segunda prova – disse Tiago – foi um ato corajoso de sua parte pular no pescoço daquela esfinge para tentar segura-la.

_ não somos covardes como vocês grifinorios pensam Potter – disse Eduard se esticando para poder encarar melhor o outro campeão de Hogwarts – só pensamos bem antes de agir...

_ e você pensou sobre aquela ação? – disse Tiago – não foi um pensamento muito inteligente.

_ confesso que não foi, mas se não agisse você estaria morto não é? – disse Eduard – e mesmo que você me deteste saiba que eu não sinto ódio por você ao ponto de desejar sua morte.

_ é, achei que não – disse Tiago e houve uma pausa de silencio – eu não acho que sonserinos sejam covardes, eu aprendi a ter menos preconceito por vocês desde que meu irmão entrou para a sua casa e mostrou que nem todos são más pessoas.

_ é, nem todos somos más pessoas – disse Eduard e o ruivo teve impressão de que era para o próprio do que para ele – muitos tomam muitas vezes as escolhas erradas e isso acaba por ser um caminho sem volta, muitas vezes pelos motivos certos.

_ o que quer dizer? – disse Tiago e Eduard o encarou novamente com seus pesados olhos verdes folha.

_ nada, apenas que... não quero que pense que sou uma má pessoa está bem? – disse Eduard e Tiago maneou a cabeça positivamente ainda confuso – ótimo, era apenas isso que quis dizer.

_ tem certeza, você parece um pouco preocupado e algo me diz que não é com a prova? – disse Tiago e ele pode perceber o sonserino massageando quase que imperceptivelmente o braço esquerdo – está ferido? – e indicara com a cabeça o local e ao perceber ao que ele se referia Eduard apertou fortemente os dedos sobre a manga comprida de sua veste.

_ estou bem, não se preocupe – disse Eduard sorrindo levemente – é apenas loucura minha, ou você esta tentando fazer amizade comigo?

_ não, você que esta ficando louco – disse Tiago rindo sendo acompanhado pelo outro – olha, eu queria deixar as diferenças de lado, pelo menos durante a prova...

_ como assim? – disse Eduard.

_ nos estamos aqui pela mesma escola, independente de ser um grifinorio e um sonserino aqui não passamos de estudantes de Hogwarts – disse Tiago enquanto o rapaz fazia sinal para que continuasse a falar – acho que poderíamos, não sei agir como uma equipe e juntos dentro do labirinto darmos apoio um ao outro.

_ quer fazer uma dupla comigo? – disse Eduard rindo secamente – você me odeia, tentou me matar o que acha que me levaria a fazer uma parceria com alguem assim.

_ você me tirou Narcisa, a garota que eu amava – disse Tiago para então suspirar desviando o olhar de Eduard que lhe olhava tristemente, talvez estivesse com pena ou algo do tipo.

_ amava? Não ama mais? – disse Eduard e Tiago o encarou novamente com um olhar duro – olha, eu sinto muito pelo que fiz até porque foi errado com você e percebi o quanto isso te afetou mas...

 _ a questão não é ela – disse Tiago abruptamente – e sim outro, me diz se está disposto a se unir comigo para que possamos tentar conseguir vencer.

_ talvez – disse Eduard e Tiago preferiu parar de insistir, não queria parecer desesperado por vencer, ele nem sequer se importava com isso à verdade era que ele se sentia mal por ter que competir contra alguém da própria escola.

Os campeões então receberam o comunicado de que dali a poucos minutos a concha soaria anunciando que a prova estava prestes começar. Tiago sentira novamente aquela pontada no estomago que denunciava o quanto tenso estava com tudo, talvez o medo pelas surpresas que aguardava a todos eles, quando finalmente receberam o sinal foram chamados por um dos organizadores do Torneio que os guiou até a entrada do estádio.

Antes da entrada eles puderam avistar um pequeno grupo de pessoas que os aguardavam ali, e conforme se aproximavam os campeões puderam notar quem eram as pessoas e Tiago acompanhado de Dominique correram em direção aos seus pais não se preocupando com o organizador que os chamava e mandava que mantessem a ordem, era inútil falar pelo menos naquele momento.

Tiago foi recebido por um forte abraço quebra costelas de Ginny enquanto ele pode ver por sobre o ombro da mãe que Dominique havia se jogado no pescoço do pai e que agora era rodopiada por Bill fora do chão. Quando finalmente a ruiva foi colocada no chão foi atacada por Fleur que lhe dera um abraço e começara a encher seu rosto de beijos que começaram a fazer a garota ficar com o rosto coberto de marcas de batom.

_ ah, mãe está todo mundo olhando – disse Dominique sem jeito.

_ e desde quando você se importa com isso? – disse Bill rindo, a ruiva pensou para finalmente começar a beijar os dois também.

_ oh, mon ange... tu ne sais pas comment nous étions inquiets (oh, meu anjo ... você não sabe como nós estávamos preocupados) – disse Fleur tornando a abraçar a filha - si quelque chose s'est passé...( se algo acontecesse...).

_ é, eu sei...mas mãe não se preocupe tanto certo ? Eu sei me virar – disse Dominique – e se acalme, você esta falando em francês como sempre faz quando esta nervosa com algo.

_ oh, enton a garrotinha dissé que sabés se virrarr ? – disse Fleur colocando as mãos não cintura – pors je fue unê campiear na su idad, et cherry...je sabé o quê é parra un mademoiselle ast provaçõress  que son cada una dests tarrefs.

_ você esquece maman ( mamãe) que eu sou capaz, já houve provas mais dificeis – disse Dominique levantando a camiseta para os pais poderem ver as cicatrizes deixadas pela esfinge, e a loira soltou uma exclamação muda enquanto deslizava os dedos pelas marcas enquanto o ruivo ficara serio  – então, que a droga do labirinto venha que estou preparada para ele.

_ nos sabemos, mas isso não quer dizer que não devemos nos preocupar filha – disse Bill sorrindo fracamente fazendo algumas cicatrizes em seu rosto se contorcerem.

_ eu sei – disse Dominique sorrindo tambem.

_  você é muito importante para nos dois – disse Bill abraçando a filha pelos ombros.

 Harry se aproximou do filho e bagunçou os cabelos, enquanto a esposa ainda estava com um dos braços envolto na cintura do filho e este acolhia os ombros da mãe por debaixo de um dos seus.

_ deixe o garoto respirar querida – disse Harry sorrindo levemente para a esposa que dava espaço para que os dois se abraçassem, o que foi feito de forma mais leve que o de Ginny mais certamente o deixou meio encabulado, como sempre ficava quando o pai fazia isso.

_ o que fazem aqui? – disse Tiago e o casal se encarou por alguns segundos, quando o ruivo estava prestes a repetir a pergunta já tivera a resposta.

_ os organizadores chamaram os pais de todos os campeões, eles pensaram que talvez fosse mais estimulante se vocês tivessem uma pequena demonstração de carinho familiar antes de serem jogados para os leões – disse Ginny sarcástica enquanto recebia um olhar do marido que parecia querer censura-la – ah, me poupe Harry você sabe que odeio essas coisas e que estou pouco me importando com o torneio e toda essa palhaçada e que se estou aqui é pelo meu bebê.

­_ mãe, não me chame assim – disse Tiago meio constrangido enquanto se certificava que o Zabini ou qualquer outro dos campeões tivesse ouvido aquilo, mas todos pareciam estar distraídos com seus pais e o sonserino conversava com a mãe um pouco mais afastado dali.

_ de toda a forma, é tradição na terceira prova você ser acompanhado até a arena por alguém que represente seu responsável – disse Harry – então, aqui estamos.

_ vocês dois vão me acompanhar até o labirinto, é isso mesmo que entendi? – disse Tiago olhando para os dois – bem, que bom que estão aqui então para isso – ele mentira essa ultima parte, a idéia de ter os pais ali para assisti-lo de perto só havia aumentado a sua tensão pelo que ocorreria.

_ não vamos os dois, apenas eu – disse Harry – mesmo que Ginny quisesse, apenas um pode acompanhá-lo e já que estarei na arena para patrulhar o parâmetro do labirinto achamos melhor que fosse eu até porque sua mãe está muito ansiosa para ver os seus irmãos.

_ ah, com toda a certeza vai ser uma surpresa para os dois terem vocês aqui – disse Tiago e Harry pode perceber uma pontada de sarcasmo em sua voz.

_ se refere ao fato de Alvo estar namorando? É, estamos sabendo disso – disse Ginny – fomos alertados pela Lily sobre o que aconteceu no baile, na verdade eu adorei saber disso, pois sempre gostei muito da Alice e sei que ela vai fazê-lo feliz.

  _ acredite mãe, ela já faz isso – disse Tiago com um ar malicioso.

_ você não muda nunca, será que não consegue ficar serio nem mesmo quando esta prestes a enfrentar o maior perigo de sua vida até agora? – disse Ginny olhando seria para o filho mais velho.


_ desculpe, é que... É dessa forma que eu consigo manter a calma mãe, do contrario acho que ia ter um ataque de tanta tensão que tem em mim aqui dentro, estou assustado e com medo do que pode haver dentro daquele labirinto mas sei que devo enfrentar o que quer que seja   – disse Tiago e Harry olhou para o ruivo com uma face preocupada – pai, se for falar mais uma vez que eu não deveria passar por isso...

_ eu não ia dizer nada disso, apenas ia falar que sinto muito orgulho de você – disse Harry e o rapaz encarou o pai enquanto esse colocava a mão em seu ombro - Tiago Sirius Potter, nunca senti tamanho orgulho de ter lhe dado os nomes de meu pai e meu padrinho, não há maior honra para a memória deles do que eu ver o modo como você se tornou de um simples garoto que vivia aprontando em Hogwarts nesse homem que esta aqui na minha frente.

O grifinorio sentiu um sentimento de culpa dentro de si, não sabia se podia olhar para os pais e dizer algo, eles não sabiam o que ele havia feito nos últimos meses e o como se afundara nas malditas decisões que tomou para sua vida. Ele havia se tornado um alcoólatra ( sim, após aqueles últimos meses percebera a droga que era aquele vicio em sua vida e aceitara seu problema com as bebidas) por conta de uma depressão que sofreu por conta de Narcisa e tentara suicídio, não era algo que fosse trazer orgulho muito menos honrar os nomes dos marotos que ele possuía, e pela primeira vez ele se sentiu sujo e envergonhado de suas atitudes.  Tiago não poderia decepcionar os pais, eles não deveriam saber de nada muito menos naquele momento, ele apenas queria ser merecedor daquelas palavras.

_ pai... – disse Tiago não conseguindo encarar Harry nos olhos.

Antes que Tiago pudesse falar qualquer coisa o som novamente da grande concha soou e um dos organizadores que estavam ali perto veio falando e gritando coisas em francês para que se apressassem e tomassem as posições. Ginny se despediu dos dois e desejou boa sorte para o filho enquanto Harry e Tiago se colocavam em seus respectivos lugares entrando logo atrás de Eduard e sua mãe. O túnel para a arena continuava mal iluminado e era possível ouvir os ruídos das pessoas nas arquibancadas sobre suas cabeças que quase relavam em algumas barras de madeira que cruzavam entre si fazendo a sustentação.

As portas do outro lado se abriram iluminando a saída enquanto cada um dos campeões e seus responsáveis seguiam para o lado de fora, Tiago sentiu os holofotes sobre sua face quando saira e os gritos da platéia enquanto ele caminhava por um tapete vermelho até próximo do labirinto. O ruivo pode ver a escudaria de Durmstrang rugindo nas arquibancadas num mar vermelho-sangue que eram suas vestes enquanto tocavam os tambores de guerra.

A multidão dos alunos de Beauxbatons que ocupavam todo o lado oposto da arena vestia suas vestes azuis, nos degraus mais baixos podia se ver algumas a execução de uma coreografia de algumas meninas bastante atraentes com alguns rapazes, sendo que nove deles possuíam as letras do nome de Dominique pintados nos peitorais musculosos (aquilo deveria estar fazendo Fred ter um ataque de ciúmes, disso o ruivo podia ter certeza) assim como algumas placas com frases em francês que talvez fossem de incentivo ou simplesmente declarações de amor.

Os estudantes de Hogwarts tentavam se realçar entre as duas outras torcidas das escolas adversárias, ele podia ver faixas com dizeres como “Potter é nosso herói” que alguns alunos da Grifinoria agitavam próximo das grades e havia ainda bandeiras com seu rosto sendo sacudidas onde o seu eu retratado sorria e piscava para ele mostrando toda uma confiança que ele queria ter naquele momento.

Havia tambem outras faixas e cartazes onde se lia coisas como “Zabini, o campeão verdadeiro” que era empunhada por alguns amigos sonserinos de Eduard e podia se perceber os gritos de ofensa que eles diriam a Tiago em meio todos aquele barulho da arena, fotos do moreno havia tambem em bandeiras que balançavam em meio ao olhar e sorriso do rapaz, havia ainda uma grande cobra feita de papel que serpenteava sobre as cabeças de alguns como uma espécie de dragão do ano novo chinês que soltava confetes nas cores verde e prata.

_ espero que ainda esteja de pé o lance da parceria – disse Eduard quando Tiago parara ao seu lado – e foi mal pelos cartazes e por tudo, às vezes ela exagera e acaba levando algumas pessoas a fazerem essas coisas – o ruivo sabia que ele se referia a Narcisa, mas aquilo simplesmente não parecia coisa que a loira estivesse acostumado a fazer, mas tambem ele esteve enganado por tanto tempo – não me considero o verdadeiro campeão de Hogwarts se quer saber.

_ tudo bem – disse Tiago dando um pequeno aceno de cabeça para o moreno que retribuiu, o grifinorio pode ver a face da senhora Zabini que parecia extremamente tensa ao lado do filho, segurando o braço dele com toda a força.

_ acho que deveria olhar aquilo ali – disse Harry ao ouvido de Tiago que se vira para o local que o pai indicara discretamente com a cabeça.

 Tudo parecia simplesmente desaparecer com a grande faixa que alguns alunos seguravam onde se lia “esqueça as diferenças e apóie nossos campeões” em que havia as fotos dos dois competidores e o brasão de Hogwarts, Tiago sorriu para aqueles que eram responsáveis por aquilo, seu irmão Alvo e os seus amigos. O ruivo sorriu, ele sabia que o irmão do meio nunca iria contra alguém da sua própria casa assim como entendia que aquela disputa por quem era o verdadeiro campeão era ridícula.

_ aposto como foi de Rose a idéia, isso é a cara dela – disse Tiago e Harry sorrira simplesmente concordando com a cabeça.

_ ela herdou mesmo a inteligência da mãe, sabia que não se deixaria levar por disputas bobas – disse Harry e o filho concordou.

Fora então que algumas pessoas começaram a se posicionar em frente ao labirinto, sendo essas pessoas os diretores das escolas competidoras ao lado de outras pessoas que Tiago julgou serem os membros da equipe de apoio.

_ mui ben, arrcho que devemês começarr com a prrova – disse Madame Máxime – parra começarr, deve informarr que ros competiderres deveron entrrar cadê un di arcord com a orden que possuên na classificaçon.

_ dessa forma, os primeiros a entrar no labirinto serão os senhores Tiago Potter e Eduard Zabini que estão empatados no primeiro lugar da classificação apurada desde a segunda prova – disse McGonagall – em seguida da senhorita Dominique Weasley e por ultimo o senhor Nickollaus Karkaroff.  

_ haverrá nass interrmediarrçõess do labirrinto, patrrulhaando perrass parredess noss quatrro pontoss carrdeaiss nosstrra equipa de apoio forrmarrda perross Aurrores sorricitados perros organizadorres – disse Viktor Krum – quarrquer que forr o probrrema que faça com que focess penssem que nan porrdem continuarr basstar que lancem dass varrinhass luces verrmelhass que serrão resgatarrdos imediantarrmente.

Tiago olhou para a equipe, alguns aurores ele não conhecia então julgou que deveriam ser franceses já que tinham algumas caracteriscas que remetia a isso, seu tio Ron zombando de Krum imitando com uma das mãos os movimentos que o diretor búlgaro fazia com a boca enquanto fazia uma cara realmente cômica de quem estava passando mal e quisesse vomitar. O ruivo quis rir com aquilo, mas a vontade passara imediatamente assim que viu Salazar Salvatore posicionado um pouco mais atrás do grupo encostado em uma das paredes do labirinto.

_ ele vai fazer parte, o Salvatore vai estar no grupo de patrulha do labirinto? – disse Tiago num tom baixo apenas para que o pai ouvisse.

_ mesmo sendo seu professor ele continua tendo o titulo de auror, e como um dos nossos faltou Kingsley o convocou – disse Harry com um tom serio – mas não se preocupe com ele...

Tiago assentira, e resolveu encarar os outros competidores, ele pode ver seu tio Bill abraçando Dominique fortemente ao seu lado de uma forma protetora e o Potter pode ver nos olhos da prima um pouco de medo e ao mesmo tempo nervosismo pelo que haveria ali dentro. Nickollaus e sua mãe, Alexia Karkaroff, estavam um pouco mais afastados, mas ele pode ver um pouco de tensão no rapaz e a mulher falando o quanto estava orgulhosa e coisas do tipo que não melhoravam nem um pouco o estado do campeão de Durmstrang que simplesmente encarava calado o vazio.

No entanto, seus olhos se prenderam mais em Eduard e em sua mãe, a Sra. Zabini chorava muito enquanto o filho enxugava suas lagrimas com uma das mãos e dizia que ia ficar tudo bem que não era para que ela se preocupasse. A mulher lhe dera um ultimo beijo na testa do rapaz e Tiago pode sentir triste no olhar de ambos quando o sonserino se curvara para dizer algo em um dos ouvidos dela, algo que ele pode ler nos lábios ser eu te amo.

Tiago então se voltou para frente se posicionando para correr enquanto seu pai dizia algumas ultimas palavras de incentivo que ele não prestou muita atenção. Fora então que uma das rochas que cobria a passagem do labirinto se abrira e se ouviu o sinal de Madame Máxime para que eles entrassem e mais do que rapidamente tanto o grifinorio quanto o sonserino correram para a passagem tentando chegar um primeiro que o outro mas acabaram por atravessar ao mesmo tempo e atrás deles o portal se fechou novamente.

Eles correram lado a lado pelo corredor longo, Tiago podia ouvir a respiração ofegante de Eduard a seu lado enquanto corriam e sentiu seu corpo forçar uma parada brusca quando a passagem do labirinto se fechou na frente de ambos criando um corredor sem saída, ou quase, já que surgiram passagens nas paredes dos dois lados.

_ parece que o jogo começou cedo, não é? – disse Eduard acendendo a ponta da sua varinha e iluminando o lugar ao seu redor – devia fazer o mesmo do contrario, não verá um palmo a sua frente.

_ Lumus – disse Tiago e sua varinha se acendeu, enquanto ele rodiava iluminando o lugar de onde haviam vindo que já não mais existia – não podemos voltar de onde viemos, eu  acho que o labirinto se altera magicamente conforme avançamos.

_ ou simplesmente se diferenciou para o próximo campeão entrar não dar de frente com a gente – disse Eduard – bem criativo, mas desconcertante, como vamos chegar ao centro se as paredes mudam, isso é mal, muito mal.

_ eu entendo o que diz, mas devemos seguir – disse Tiago – então, para que lado vamos? Temos dois caminhos para escolher.

_ realmente vai seguir a opinião minha? – disse Eduard com um tom de voz sarcástico.

_ ah, já que insiste, vamos pela direita – disse Tiago indicando o túnel com a ponta acesa da varinha e caminhando naquela direção só que antes que o sonserino entrasse a passagem se fechou novamente.

_ merda – disse Eduard – acho que devo seguir pela esquerda – ele andou para trás até encontrar novamente a passagem do outro lado – não se preocupe, acho que vamos acabar nos encontrando novamente – e correu para dentro da passagem que diferente da de Tiago não se fechara.

_ eles querem que nos separemos – disse Tiago começando a caminhar pelo túnel, sua varinha iluminava a escuridão a sua frente – ótimo, é realmente emocionante estar sozinho nesse lugar sombrio.  

O labirinto em si era grande o bastante num tamanho que facilmente equivalia a um campo de quadribol profissional. Suas paredes eram de pedra maciça e cinza como as de um castelo medieval o que deixou o ruivo confuso no inicio já que nas historias de seu pai sobre o Torneio Tribruxo a terceira proba o labirinto possuía um aspecto diferente daquele.

O silencio foi cortado pelo som de um apito que soara pela segunda vez, agora sua prima também estava no labirinto o que significava que não fazia tanto tempo assim que estava caminhando o que de longe não parecia ser o que sentia.

_ o tempo passa diferente aqui – disse Tiago para si mesmo – ótimo, eles realmente pensaram em tudo.

Poderia passar horas ali andando em círculos, pensou Tiago enquanto caminhava por uma parte do labirinto descoberta que permitia ele ver o céu que começava a escurecer e as estrelas que surgiam aos poucos. Ele continuava a olhar algumas vezes para trás, para se certificar se não havia nada ou ninguém o seguindo, o até se o caminho não havia se fechado como havia acontecido antes.

Ele fizera a curva em uma trilha seguindo por um túnel escuro novamente e andando por ali tendo apenas a luz de sua varinha como iluminação. Mais alguns minutos seguindo por ali, ele escutou pela terceira vez o alarme e agora era oficial, o jogo tinha se iniciado realmente, pois todos os campeões estavam no labirinto. Ele começou a caminhar novamente.

O ruivo sentia sua nuca formigar, sentia uma péssima sensação de algo estava bastante errado ali, pois parecia ser tão fácil até aquele momento que só aumentava sua ansiedade das armadilhas que poderia haver ali. 

Ele olhava ao redor, mas sua varinha não conseguia iluminar muito mais do que seu ponto de visão permitia, o resto se mostrava apenas o breu da escuridão e isso começava lhe incomodar. Foi então que se ouviu um ruído, parecia o som de alguém abafando uma risada ou algo assim e isso fez o rapaz olhar por sobre o ombro.

Então os seus ouvidos identificaram o ruído de asas batendo e o som de risadinhas e gargalhadas estridentes e agudas e o que se seguiu foi algo se chocando com uma velocidade de balaços, gemendo o rapaz se encurvou para frente quando sentiu algo lhe bater nas costelas e foi então que uma daquelas coisas o arranhara na mão sua varinha caiu no chão.  Ele então escutou novas risadinhas e pode ver a silhueta das pequenas criaturas com suas asas batendo freneticamente iluminadas pela fraca luz, foi com espanto que sentiu sua pele sendo mordida por pequenos e afiados dentes. Tiago gritou quando se sentiu sendo mordido na orelha e levou a mão até seu lado direito puxando com força à criatura que se debatia em seu punho fechado.

Cerca de seis criaturas avançaram na direção de sua mão para tentar ajudar seu companheiro capturado e começaram morder e arranhar toda a extensão de pele visível e por mais que tenha sido dolorido ele ficou tentando segura-lo foi então que deu um soco na parede ao seu lado e as criaturas voaram e ele sentiu um estalo forte como se houvesse acabado de quebrar alguns dedos o que certamente ocorrera.

_ Tiago? – disse uma voz um pouco distante e o ruivo pode reconhece-la como sendo de sua prima dominique, a luz de sua varinha era visível da saída do túnel.

_ estou aqui – disse Tiago num grito que saira quase como um gemido enquanto ele apertava a mão ferida contra o corpo e caia de joelhos no chão de folhas secas do túnel.

_ você esta bem? Parece que precisa de ajuda, não se preocupe  – disse Dominique – eu vou entrar para te ajudar.

_ não, fique ai mesmo – disse Tiago sentindo um deles preso a seus cabelos e tentando levanta-lo do chão por eles, isso o fizera gritar de dor.

_ Tiago, eu vou entrar – disse Dominique e ele pode sentir um tom de desespero em sua voz enquanto o rapaz sentia outra das criaturas entrar por debaixo de sua camisa e começar a mordê-lo.

_ NÃO, FIQUE FORA – disse Tiago gritando a plenos pulmões enquanto metia as mãos no interior das vestes e puxava o bicho alado sentindo uma grande dor, ele supostamente estava agarrado a algum pedaço de pele que fora arrancada nesse ato e o ruivo gritara enquanto arremessava para longe o animal que estava em suas mãos.

Antes que sentisse novamente pequenas mãozinhas subindo pelas suas costas ele saiu correndo em direção a saída já próxima, sendo guiado pela luz da varinha de Dominique e trombando de frente com a prima acabando por cair sobre ela no chão.

_ ai – disse Dominique olhando zonza para o ruivo que sentia seu coração fosse saltar da boca de tão tensa que estava sua respiração – Potter... Será que poderia sair de cima, ou pelo menos tirar suas mãos dos meus seios?

_ me desculpe... – disse Tiago sem jeito retirando as mãos de onde elas não deveriam estar, e pode ver a ruiva rir enquanto o primo se apoiava nas mãos para se levantar.

_ sei, mas porque estava gritando feito uma garota sensível? – disse Dominique enquanto aceitava a ajuda de Tiago para se levantar – resolveu assumir sua opção logo no meio do torneio? – o tom brincalhão da garota desapareceu, e sua face tomou uma expressão de surpresa para não dizer medo – abaixe agora.

_ o que, nos precisamos sair daqui é perigoso... – disse Tiago mas fora interrompido no momento em que foi arremessado contra o chão por um forte empurrão de Dominique e ele logo entendera o porque.

Saindo do túnel estava dezenas para não dizer centenas das criaturas que no inicio pareceram ser um bando de morcegos todos agrupados em uma grande nuvem que passara num rasante na área em que antes estava a cabeça do grifinorio. Mas, depois ele pode reconhecer as criaturas que o atacara e agora ele sentira que era obvio demais e que deveria ter reconhecido às atitudes delas.

_ Diabretes da Cordoalha – disse Dominique, após isso ela soltara um grito estridente no momento em que Tiago se voltou para ela assustado viu as pequenas criaturas rochas a puxando pelos cabelos enquanto outros desciam pelo seu rosto para atacar seu nariz e bochechas.

_ agüenta firme ai – disse Tiago tentando se livrar de um bando de quatro ou seis que decidira avançar em direção a seus pés, agora o mordendo por sobre as calças na altura das panturrilhas ou simplesmente tentando levanta-lo no alto – estou indo – ele começara a rastejar em direção a prima, mas o som das risadas fizeram sua voz se perder, ele também não possuía tanta força pois apenas do tamanho aquelas coisas pareciam ter uma capacidade de levanta-lo de verdade.

Sua expressão foi de incredulidade e pavor quando se viu flutuando de cabeça para baixo, tinha sido tirado do chão pelos diabretes que soltavam risadinhas perversas enquanto ele se sentia ir alguns centímetros cada vez mais alto. Ele pode ver duas das criaturinhas brigando a sua frente por algo que ele reconhecia bem, sua varinha estava ali sobre o efeito ainda do feitiço lumus e sendo disputada por dois diabretes. Tiago deu um tapa em ambos tomando a varinha para si e apontando-a para os tênis que usava.

_ desatar – disse Tiago e os cadarços se desamarraram e o rapaz despencou contra o chão enquanto os diabretes ficaram apenas com os tênis sem entender muito bem o que acontecera.

Tiago se levantara com dificuldade, enquanto sentia cada parte de seu corpo doer. Seus olhos olharam ao redor, não havia mais sinal dos diabretes em lugar algum e para sua preocupação Dominique também havia desaparecido. Após saltar alguns palavrões internos, se amaldiçoando por não ter sido capaz de ajudar a prima e preocupado por o que podia ter acontecido com ela acabou que se viu novamente seguindo sozinho pelo labirinto, dessa vez nem mais sapatos possuía.

Ele chegara novamente ao final da trilha que lhe oferecia três opções para seguir, continuar em frente ou então optar pela da direita ou esquerda. Respirando fundo, o grifinorio puxou pela mente um feitiço de localização que aprendera com Hagrid numa de suas detenções na floresta proibida, o meio gigante dissera que conseguiria se localizar caso se perdesse e naquele momento realmente se sentia perdido.

_ me oriente – disse para a varinha que começara a flutuar poucos centímetros acima da palma de sua mão com a ponta brilhante apontando para a direita – então, se eu pegar esse caminho vou para o norte – ele olhara para a direção que a sua bússola mágica improvisada apontava - mas não é para esse lado que quero ir.

Ele levara mais alguns minutos andando pelo labirinto, ele acabara chegando a mais duas bifurcações e terminara indo acabar em três caminhos sem saída tendo que retornar para trás e aquilo o estava fazendo se sentir um bobo andando em círculos.

Tiago sentia dores pelo corpo desde o ataque dos diabretes, ele evitava encarar a própria mão que parecia estar um pouco inchada e cheia de hematomas decorrentes das mordidas e arranhões que sofrera e ele por uma estranha razão achou que seu rosto não estivesse muito melhor pelo menos à metade direita de seu rosto formigava e ao mesmo tempo parecia dormente.

O grifinorio caminhava há algum tempo por um caminho reto, pela sua mente passava a preocupação que ele estava tendo com Dominique desde que ela desaparecera no labirinto e aquilo estava deixando sua mente inquieta. Quando escutara o som de explosões, elas vinham do lado oposto da parede, talvez de uma reta paralela a sua ele se aproximara das rochas para escutar melhor e pode perceber uma voz soar irritada do outro lado.

_ para trás, me deixe em paz – disse uma voz de Nickollaus antes de uma nova explosão – o que vocês querem de mim? Vão embora, eu não quero vocês aqui comigo... – e o ruivo sentiu um forte baque na parede que vibrou e começou a soltar alguns pedaços de rocha sobre ele – sai daqui, por favor, saiam... Eu quero ficar só, não entendem isso?

Tiago se distanciou da parede, enquanto caminhava para trás ainda pode ouvir ruídos talvez fossem o rapaz falando em sua língua nativa ou fosse a coisa que estava atrás dele resmungando e rosnando, novas explosões chegaram no momento exato em que a rocha se partiu ao meio.

O grifinorio erguera a varinha, e com um movimento desconcertado por conta da mão ferida lançou um feitiço que terminou de vez com a parede a esfarelando em pó de uma vez. Quando a poeira ainda estava alta, o rapaz correu para de onde os ruídos e as explosões vinham acabando por encontrar Nickollaus que o olhou de modo estranho como se estivesse com muito medo, bastante medo de algo e ao mesmo tempo havia ódio e raiva como se a simples presença de Tiago o incomodasse.

_ Nick, se acalme cara – disse Tiago falando com a voz bem mansa, ele não queria ser vitima de algum feitiço – fica frio, eu estou aqui para ajudar... Agora abaixe a varinha e mantenha a calma.

_ você é amigo deles não é? – disse Nickollaus ofegante enquanto erguia a varinha na altura dos olhos do Potter – o porta-voz dessas coisas? Diga a eles para se afastarem agora.

_ não há nada aqui, você está sozinho – disse Tiago – seja o que for que você estava enfrentava se foi, não há mais perigo.

_ eles estão por toda a parte, ao meu redor – disse Nickollaus – eu consigo os ver – ele começou a olhar para os lados e para frente, num ponto atrás de Tiago – eles me odeiam, eles me querem... Eu não vou morrer, não na mão deles, não na suas – ele agitara a varinha e um feitiço disparou, antes que o atingisse o ruivo mergulhou no chão e o jato de luz saiu voando indo em direção ao buraco e atingido duas seções de paredes que fez voar rochas e mais poeira para todo o lado.

_ pare com isso, você vai nos matar – disse Tiago rastejando para a parede oposta as costas de Nickollaus – você vai destruir o labirinto inteiro dessa maneira.

_ você já está morto monstro – disse Nickollaus com uma voz amarga virando seus olhos em direção de Tiago – não vão me pegar, não importa quantos sejam... Não vou morrer sem uma luta.

_ Karkaroff, o que está havendo? – disse uma voz em meio a uma tosse enquanto Tiago pode ver uma silhueta aparecendo em meio à cortina de pó – você perdeu a cabeça por acaso?

_ saia daqui Zabini, você pode se machucar – disse Tiago para a pessoa que entrou em seu campo de visão dando para identificar os traços distintos de Eduard.

Nickollaus percebeu a presença do sonserino e lançou um feitiço contra ele que saltou para o chão quando o jato explodiu o que restava de uma parede fazendo com que um grande pedaço de rocha voasse em direção de Tiago que se defendera com a varinha. Eduard rastejara até o grifinorio, Tiago pode ver que o rapaz parecia confuso com tudo aquilo que estava acontecendo.

_ ele enlouqueceu – disse Tiago e o moreno o encarou com uma face que expressava o quanto aquilo era obvio – devemos detê-lo agora.

_ jura, sabe eu nem ia desconfiar de que esse era seu plano – disse Eduard retirando a varinha das vestes – estou pronto, ao seu sinal atacamos.

Nickollaus estava virando de costas para os dois, parecia mais interessado em lançar feitiços explosivos em direção ao nada enquanto resmungava em outra língua. Os dois se levantaram e o ruivo contou até três em silencio quando fizera um sinal ambos ataram ao mesmo tempo.

_ Estupefaça – disseram em uníssono e dois jatos vermelhos saíram das varinhas e atingiram o campeão de Durmstrang na base da coluna, fazendo Nickollaus arquejar para traz caindo de joelhos e logo em seguida tombar para frente e seu rosto mergulhou no chão poeirento com um grande baque.

Menos um, pensou Tiago e se amaldiçoou pelo pensamento enquanto via Eduard caminhar até o rapaz e vira-lo de barriga para cima com um dos pés. O ruivo se aproximou e pode ver a cabeça ensangüentada do rapaz caído sentido a garganta apertada com aquilo, na queda Karkaroff batera fortemente a cabeça contra uma rocha.

_ ele esta... – disse Tiago enquanto via o sonserino se ajoelhar ao seu lado e tomar sua pulsação e se curvava ao mesmo tempo para escutar sua respiração, logo Eduard o encarou.

_ esta bem sim, ele é vai ficar bem – disse Eduard enquanto olhava para a testa ferida do desmaiado – com toda a certeza isso vai doer muito quando ele acordar – e soltara uma risada leve como se aquilo fosse alguma piada, Tiago não riu ainda encarava Nickollaus inconsciente.

_ devemos tirá-lo desse lugar, não acha? – disse Tiago e Eduard pegou algo ao seu lado em seguida se levantando – seria melhor para ele...

_ o que devemos fazer, é lançar fagulhas vermelhas – disse Eduard erguendo a varinha de Nickollaus e a oferecendo para o ruivo – você deveria fazer isso.

 Tiago aceitara a varinha, e com um movimento lançara alguns jatos vermelhos que explodiram vermelhos no céu noturno como fogos de artifício e permaneceram ali no local sobre suas cabeças, foi então que o ruivo notou o sonserino virando as costas e caminhando para longe dali a longas passadas.

_ aonde vai? – disse Tiago o seguindo e Eduard o encarou como se fosse obvia a resposta, ele odiava aquele olhar o fazia se sentir um idiota toda a vez que o sonserino lhe lançava.

_ onde pensa que vou gênio, perdemos tempo aqui – disse Eduard azedo – sua prima deve estar bem próxima do centro nesse momento.

 _ vamos seguir juntos, acho que não seria bom se continuarmos separados nesse labirinto – disse Tiago e o moreno assentiu num movimento de cabeça, concordando com a idéia.

_ tudo bem, eu vou te proteger Potter – disse Eduard sarcástico – não precisa ter medo, agora vamos – e começara a correr pelo caminho sendo seguido de perto pelo ruivo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham curtido muito esse capitulo como eu gostei de escreve-lo , o inicio foi mais uma ponte e para não deixa-los no escuro do que aconteceu nos meses entre o natal e a ultima prova. Sobre o medo de Alvo, não ia ser esse e só apareceria na proxima temporada , mas senti necessidade de que o papão dele aparecesse ainda assim como o do Salvatore.
Não preciso dizer muito sobre o fato de sempre imaginar o James(Tiago) Sirius sendo um jogador de quadribol profissional, essa é sem duvida uma carreira que consigo imaginar ele seguindo.
E a terceira prova teve inicio, o que acharam? Eu adorei escrever, achei bem tenso.
Deixe seu review, se eu gastei horas escrevendo e você gastou dez minutos lendo não saia sem dizer o que pensou...valorizem meu trabalho, isso me deixa feliz.