Novos Tempos Em Hogwarts 2 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 31
O Segredo do Medalhão


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. para vocês,espero que gostem.



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Tiago encarava o copo a sua frente, cujo conteúdo em seu interior borbulhava com lava quente, ele bebera o Firewhisky que queimara garganta abaixo, enquanto lágrimas corriam por seu rosto. Não eram de tristeza ou derrota, mas de ódio, como podia ele ter se enganado tanto tempo com uma pessoa dessa maneira? Narcisa lhe enganara, brincara com seus sentimentos e, quando parecia estar a respondê-los, nada mais era do que um erro, de acordo com ela, mas que para ele não parecia errado, estava claro com as águas do lago de Beauxbatons que a loira o amava e fora sincera e sentira algo naquela noite em que os dois se amaram, ela não podia ter fingido aquilo, podia? Só se fosse alguém sem coração ou que não estivesse nem aí para o quanto podia magoar uma pessoa, e era isso que a garota havia se revelado para ele aquela manhã ao exibir o anel de noivado para ele.

Alguém batera na porta, mas ele não atendera, não importava quem fosse naquele momento, ele queria ficar sozinho, não queria ver ninguém, mas as batidas continuaram e, apesar de estar sentado próximo a porta no chão, não se levantaria para abri-la. Logo ele acabara com a sua segunda garrafa, pegando uma nova abrindo nos dentes, bebendo direto do gargalo, agradecia pelos Elfos Domésticos das cozinhas da escola francesa terem acatado seu pedido, agora podia se embebedar a vontade, mas isso não importava para ele, não importava o que os outros pensariam. Ele apenas estava triste e queria estar ali onde estava, bebendo sozinho. Bateram novamente na sua porta e ele fora obrigado a atender, se levantando e cambaleando um pouco até a porta. Quem estava ali era Rose, que o olhara com uma cara de surpresa.

_ Eu vim apenas pegar o medalhão para que pudéssemos estudá-lo e descobrir qual será a próxima prova do Torneio - disse Rose, parecendo surpresa e magoada ao mesmo tempo em que tinha pena do primo, a sua feição e o fato dele ter voltado a beber indicavam que não estava nem um pouco bem.

Sem dizer nada ele jogara o medalhão, que até então se encontrava sobre seus livros na escrivaninha, para a ruiva, voltara as costas para a mesma sem lhe dirigir nem uma palavra, e tornara a fechar a porta. Ele tornara a sentar em sua cama, bebendo mais um pouco da bebida enquanto a porta era aberta com cuidado e alguém colocava a cabeça pela pequena abertura para espiar, a face da ruiva estava perplexa, fora então que decidira entrar no quarto, se colocando de frente para o primo.

_ Algum problema, ruiva? - disse Tiago enquanto bebia mais um pouco de seu Whisky.

_Você ainda pergunta? - disse Rose com seu tom de voz questionador - você está bebendo novamente, pensei que depois do trabalho que tivemos para fazer aquela poção e o Alvo ter tido que participar da primeira prova, por conta de você estar realmente bêbado naquela ocasião, tivesse lhe servido para abrir os olhos... Você não pode continuar assim...

_ Dá um tempo, ok? - disse Tiago, enquanto bebia mais um gole - você não sabe o dia que tive, se soubesse e fosse com você certamente que também estaria triste o suficiente para querer afogar sua magoa de alguma forma, eu creio que não usaria a bebida, mas sim outra coisa... Talvez, quem sabe chocolate ou sorvete? Não é isso que vocês mulheres comem quando tem alguma desilusão amorosa ou brigam com seu namorado.

_ Você está passando por uma desilusão amorosa? - disse Rose procurando entender melhor, quando após cerca de dez segundos tornara a falar - você está assim por conta da Narcisa, não é? Mas não sei porque, pensei que tivesse tentando superar isso, afinal você e ela nunca estiveram juntos e você está namorando a Dominique...

_ O que é um erro, eu nunca gostei da Dommy - disse Tiago rindo secamente - estou brincando com os sentimentos de uma garota que gosta de mim, talvez a Narcisa tenha razão de dizer que eu não a faria feliz, como se eu posso ser capaz de fazer algo desse tipo com minha própria prima? Minha amiga que sempre esteve do meu lado... - sua voz soara um pouco alterada pelo álcool e o fato de estar se culpando por algo daquele tipo indicava que a bebida já começara a fazer seu efeito.

_O que houve para você ficar assim? - disse Rose preocupada e ele a encarara.

_ Narcisa vai se casar com Zabini assim que se formar - disse Tiago ainda não acreditando nas próprias palavras, mesmo que a imagem do anel ainda fosse muito marcante na sua mente e sempre viesse à tona - Eles estão noivos, ela me deu a notícia ontem...

_ Não pode ser, Narcisa não estragaria a vida dela se casando com alguém que não gosta - disse Rose - Dá para perceber que ela não sente qualquer atração por ele que não seja uma grande amizade, talvez tenha sido obrigada a aceitar por conta do pai, Draco Malfoy deve ter prometido a filha em casamento ao filho de seu melhor amigo que é Blaise Zabini, não duvidaria nada que isso fosse possível...

_ Eu conheço Narcisa - disse Tiago bebendo mais um pouco - Você sabe que mesmo que isso fosse verdade, o que duvido muito pois o Malfoy não parece o tipo de pessoa que tentaria algo como um casamento arranjado para alguma de suas filhas, isso é o que a maioria das famílias tradicionais faziam para manter o puro sangue, mas não creio que ainda ocorra, até por que sei que ela não aceitaria isso, Narcisa preza muito a liberdade de escolha para ser obrigada a se envolver em algo assim.

_ O que pretende fazer agora? - disse Rose - Espero que não continue bebendo, isso não irá fazer nenhum bem a você e sei que sabe disso, isso causa um grave dano a seu fígado e você não está fazendo qualquer bem as outras pessoas também, nenhum de nós gosta de te ver assim, imagine o que ocorrera quando seus pais saberem disso.

_ Meus pais já tem problemas demais, não precisam se preocupar com o que acontece comigo - disse Tiago enquanto bebia mais um pouco, a bebida estava chegando a seu fim assim como ocorrera com a da outra garrafa - E ninguém precisa sofrer por minha causa, não gosto disso, são problemas meus e eu devo resolvê-los sozinho.

_ Não, não deve, não precisa fazer tudo sozinho Tiago, deixe-nos ajudá-lo a passar por tudo isso, sei que com nossa ajuda você vai conseguir esquecer essa bebida e logo voltara a ser o mesmo de antes - disse Rose se sentando mais próxima dele - O mesmo de antes...

_ Nunca serei o mesmo - disse Tiago – Há pessoas que nos mudam quando passam por nossas vidas Rose, e na minha vida a pessoa que mais causou mudanças foi Narcisa Malfoy, eu aprendi a ser maduro e a ser um melhor irmão para Alvo por conta dela, aprendi o que é sofrer e como alguém pode magoar, e aprendi que é possível se amar uma pessoa, mas odiá-la ao mesmo tempo.

_ Você a ama demais, isso eu sei, todos sabem - disse Rose - Mas se não era para ser assim, se não era para vocês dois ficarem juntos, nada impede que você siga em frente e encontre outra pessoa que possa te ajudar de alguma forma... Eu queria poder te ajudar, mas não sei o que poderia... - fora então que ocorrera Tiago pegara Rose e lhe puxara para mais perto dele e a beijara.

A ruiva estava surpresa demais com o que acontecia, nem sequer pudera pensar em aproveitar o beijo, o gosto de Whisky de fogo vinha dos lábios e do hálito do rapaz e mesmo que fosse um beijo rápido, não foi tão selvagem quanto parecera pois por nenhum segundo o ruivo avançara mais que aquilo para cima da prima, e logo ambos se separaram. O ruivo continuava a encará-la com os olhos semi-cerrados como de alguém que aparentava sonolência, o que indicava realmente que estava bêbado, mais ainda do que Rose pensara, já que ele fora capaz de beijá-la.

_ Por que fez isso? - disse Rose zangada e ao mesmo tempo surpresa.

_ Queria saber como era beijar uma garota como você, tão legal e inocente, você tem um bom coração Rose, espero que nunca alguém o machuque, e não magoe ninguém, o que parece quase impossível de já não ter ocorrido - disse Tiago, sorrindo levemente - Mas não se preocupe, não contarei a ninguém, até porque acho que estou bêbado demais para cogitar que me lembre disso, mas caso lembre será um segredo.

_ Eu acho que vou indo - disse Rose sua face estava muito corada, mas quando já se levantava para sair se lembrou do que Tiago havia lhe dito - você disse algo sobre eu não magoar ninguém, e que isso já devia ter acontecido, mas porque pensa assim?

_ Scorpio Malfoy - disse Tiago com um sorriso ao mesmo tempo bobo por conta do álcool, mas que não deixava de ser maldoso frente ao olhar de censura de Rose - Você e o Louis juntos, qual é, o Malfoy odeia isso, não é atoa que duelou com nosso primo por conta de você... Parece cega, ruiva, de não ver que aquele sonserino é afim de você desde que te conheceu.

_ Você tem razão em uma coisa - disse Rose, séria - Você esta bêbado demais, ao ponto de começar a falar bobagens como essa - E saiu levando o medalhão de pirâmide consigo, assim como no pensamento as palavras do primo sobre o que Scorpio sentia por ela.

Scorpio andava pelos corredores do trem, sem se preocupar com as pessoas que esbarrava e a cada uma delas lhe lançando um olhar mortal antes que dissessem algo, não acreditava no que seus olhos podiam ter visto a momentos atrás, quando passava em frente ao quarto do irmão de Alvo vira que a porta estava aberta, e presenciara o momento em que o ruivo puxara Rose para um beijo, sua garota havia acabado de beijar um outro rapaz que não era ele, como ela podia ter permitido aquilo, ele pensara que a ruiva não seria o tipo de garota que deixaria algo desse tipo acontecer. Alguém havia acabado de beijá-la e isso fazia seu sangue ferver por dentro de raiva do Grifinório e da garota, por Merlin, justo ela que sempre foi tão segura, agressiva em não deixar ninguém se aproximar fora pega de surpresa por alguém como Tiago Potter que tem a fama de ser um dos garotos que saiu com metade de Hogwarts, seus olhos ainda faiscavam frente à imagem que rondava sua cabeça dos dois primos de beijando. Ele então esbarrara em alguém e continuou caminhando, não se importando com quem havia derrubado no chão, mas a voz da garota soara a seus ouvidos antes que ele pudesse mudar de vagão.

_ É assim que você cumprimenta os amigos? – disse uma voz feminina - Sem nem ajuda-los a recolher as suas coisas?

Ele se voltara, e por cima dos ombros vira a imagem de Lily Potter caída de joelhos recolhendo suas coisas, que eram livros e pergaminhos, a garota lhe dirigia um olhar confuso como se estivesse surpreendida com sua cara, que o loiro suspeitava que não era das melhores. Ele caminhara até ela e recolhera tudo que havia derrubado entregando nas mãos da Corvinal que ainda parecia estar muito interessada em sua expressão.

_ Algum problema, Lily? – disse Scorpio, com o tom de voz grave, e no que ele julgou beirar a grosseria.

_ Algum problema digo eu, você está com uma cara péssima – disse Lily fitando o rosto do garoto com cautela.

_ É a unica que tenho, foi mal não sou metamorfomago para mudar – disse Scorpio se virando e voltando a caminhar, rezando para não ser seguido pela ruiva, mas se bem a conhecia sabia que isso iria acontecer de qualquer forma.
_ É, realmente você está de mau humor – disse Lily caminhando apressada para alcançá-lo antes que ele desaparecesse no corredor.

_ Qual foi sua primeira dica? – disse Scorpio, azedo.

_ Nenhuma, até porque você sabe muito bem como esconder suas emoções não? Olha só a aparência jovial e essa alegria contagiante que é liberada de cada um de seus poros, mesmo agora que você está mal – disse Lily sarcástica – Anda Malfoy, pode se abrir, sei que não sou sua irmã, mas sei ouvir as pessoas...

_ Você não entenderia – disse Scorpio, parando no corredor e se encostando à parede ,com as mãos nos bolsos da capa – E também, não é algo que talvez você vá gostar de saber... – Ele sabia que no passado a ruivinha a sua frente tivera uma paixão platônica por ele, só não sabia dizer se isso continuava, então não queria magoá-la de qualquer forma.

_ É uma garota, não? – disse Lily, com a voz pensativa – Talvez seja minha prima, Rose? Ela aprontou algo que possa ter te deixado com raiva, por acaso?

_ Raiva... Como se não houvesse algo que a Weasley fizesse que não me irritasse – disse Scorpio, tentando parecer que achava engraçado o que ela disse, mas na verdade se surpreendera com a precisão que fora aquele palpite, e após uma risada seca tornara a andar e a garota o seguiu – Não, não é isso...

_ Não estou falando de qualquer uma dessas suas brigas idiotas que vocês dois tem todas as vezes que ficam muito tempo em apenas um lugar – disse Lily – Estou falando de algo que realmente tenha te deixado com raiva dela.

_ Por que eu ficaria com raiva dela? Não me importo com ela, com o que ela faz, não é problema meu e não devo me meter na vida de Rose Weasley – disse Scorpio e Lily rira. Ele tomara um rosto confuso – O que foi?

_ Você a ama – disse Lily – Por Merlin, vocês homens conseguem ser bem cabeças duras para admitir que gostam de alguém, pelo menos no seu caso, pois em outros são lerdos demais para tomar uma atitude ou para pensar em algo para se declarar...

_ Eu não amo a Weasley, eu tenho bom gosto para as mulheres – disse Scorpio, apontando para si – e a sua prima não é o meu tipo.

_ Sei, e Dragões dão belos bichinhos de estimação – disse Lily revirando os olhos – Você está caído por ela, isso é tão obvio quanto a paixão de meu irmão pela Alice, aliás, não seja idiota como o Alvo de perder tanto tempo sem tomar uma atitude, parta para a conquista quanto ainda tem chance.

_ Quem vê nem nota a queda que você tinha por mim na infância – disse Scorpio rindo – Me empurrando desse jeito para cima da Weasley, está ai algo que nunca pensei em ver.

_ Eu devo admitir, você é bonito e me senti atraída pelo seu charme de inicio – disse Lily – Talvez tenha ouvido demais historias de minha mãe sobre como ela se apaixonou pelo melhor amigo do irmão dela e isso tenha me inspirado de inicio a gostar de você, mas nunca daria certo, vai por mim...

_ Daí desistiu? – disse Scorpio, arqueando a sobrancelha – Qual é, o que aconteceu eu perdi meus encantos e o que te chamava a atenção?

_ Não sei ao certo o que mudou – disse Lily – Mas não olho para você do mesmo modo de quando eu tinha nove anos, talvez, eu tenha percebido que você só me via como a irmã caçula de seu melhor amigo e nunca que isso mudaria.

_ É, tem razão, mas olha, eu conheço alguém que adoraria ter você do lado dele – disse Scorpio, rindo da cara confusa da garota.

_ Quem? – disse Lily, confusa.

_ Ah, isso acho que esperarei até que ele diga, ou que você descubra sozinha – disse Scorpio, rindo muito – O que você pode fazer, já que foi dotada de uma grande sabedoria, pois não é a toa que foi colocada na casa dos espertos.


_ É para me deixar curiosa, Malfoy? – disse Lily e o garoto sorriu arrogantemente.

_ É, pode ter certeza disso – disse Scorpio.

Ambos continuaram a rir, fora quando Scorpio fora empurrado de brincadeira por Lily contra uma porta que se abriu e ele caiu de costas no chão frio, mas no desespero para pegar algo no que se apoiar puxara a ruivinha que caiu sobre ele e ambos continuaram a soltar altas gargalhadas que podiam ter certeza de que eram ouvidas por várias pessoas, até porque era inevitável que a Corvinal não risse, pois o garoto lhe fazia cócegas, ele se levantou e a puxou para se levantar, mas isso não evitou que continuassem a rir, dessa vez a garota mantinha as mãos em seus ombros e ele na sua cintura, num quase abraço.


Fora então que houve o silencio e tudo parou, Scorpio se lembrara da imagem de Rose beijando Tiago, para então se lembrar dela com Louis, sentira raiva, porque de todos eles não havia outro garoto que mais gostasse dela que não fosse ele, fora então que olhara para a garota a sua frente e para seu espanto vira não Lily, mas Rose, a ruiva ria com ele, coisa que nunca havia acontecido ele sorrira enquanto puxava a garota para mais perto e lhe deu um beijo. Lily se surpreendera com o beijo do garoto, ele a puxara e selara seus lábios com tamanha rapidez que ela não pode evitar ficar confusa e nem sequer pode aproveitar o beijo suave que recebia, mas que logo foi se tornando intenso com o garoto querendo penetrar ainda mais a fundo, o que era quase impossível quando a garota estava assustada ainda com tudo que estava acontecendo, mas acabou por corresponder, e por alguns segundos fechou os olhos e aproveitou o beijo para então voltar a si e no que estava acontecendo e empurrou o loiro para longe. Scorpio abrira os olhos e vira de que não se tratava de Rose, e ao perceber o estado que a garota parecia estar algo entre magoa, surpresa e assustada e ele se sentira péssimo, aquela maldita Grifinória estava o deixando louco, endoidaria por aquela garota ao ponto de acabar de fazer uma das maiores idiotices de toda sua vida. Antes que abrisse a boca para falar algo, alguém se pronunciara, e não fora a ruiva a sua frente.

_ Desculpe, não esperávamos interromper vocês dois – disse uma voz conhecida, e ambos olharam para frente.

A frente deles estava parado outro casal, ambos eram loiros de olhos azuis, sendo que as vestes do garoto eram da Sonserina e pareciam já um pouco gastas e velhas, seus cabelos estavam bagunçados em vários ângulos de propósito e no seu rosto uma expressão de censura e seriedade nunca antes visto no semblante daquele terceirista, por alguns segundos ele pensara que fosse Lysander, o que lhe fez ficar nervoso e tentar murmurar uma desculpa, para então notar que não era ele e sim Lorcan Scamander. Do lado dele, estava uma garota de estatura baixa e de pele bastante branca, cujos olhos transmitiam um olhar triste e decepção que fez Lily se sentir culpada, mesmo que não tivesse partido dela o beijo, mas qualquer um ficaria dessa forma frente aquela expressão de Chloe Skeeter.

_ Não é nada disso que você está pensando – disse Scorpio. Mas parecera que Lorcan não queria ouvir, apenas olhou para o sonserino lhe fazendo um gesto para que não falasse mais nada.

_ Quero conversar com você – disse Lorcan e olhara para Lily – A sós... – ele se voltara para a loirinha a seu lado – Leve-a para outro lugar, sei que quer trocar umas palavras com ela tanto quanto eu preciso falar com ele...

A loira assentira e se retirara junto a Lily para longe daquele lugar, Lorcan fizera sinal para que entrasse na sala que ainda se mantinha com a porta aberta, era a sala de Transfiguração, que naquele momento possuía pouca iluminação por conta da escuridão que dominava aquele lugar, apenas a luz vinda do corredor quebrava um pouco o véu negro. Scorpio se sentara numa das mesas dos alunos enquanto Lorcan se se encostava à mesa do professor para encará-lo. Por alguns segundos se manteve em silencio apenas encarando o outro a sua frente, e aquilo incomodava Scorpio, se lembrara de o ver irritado apenas uma vez e fora há poucos dias quando houvera o duelo dele contra Louis e um dos alunos de Beauxbatons havia acertado Chloe, com um feitiço numa tentativa de atingí-lo, o garoto certamente explodiria feito um balão caso a loira não tivesse feito Lorcan voltar a si e cancelar o feitiço agora estavam ali, e o simples olhar do garoto já lhe causava um certo medo.

_ Você beijou a Lily – disse Lorcan, sério – Por quê?

_ Eu não sei – disse Scorpio encarando o chão.

_ Não se beija uma garota sem se saber o porquê – disse Lorcan – O que houve? Você não decidiu simplesmente que seria bom provar o beijo dela não foi? Deve ter tido um motivo...

_ Eu... eu não sei o porque que eu fiz isso, tem que acreditar em mim – disse Scorpio mas Lorcan fez um sinal para que se calasse.

_ Eu posso parecer bobo para a maioria das coisas, um sonhador, como queira pensar – disse Lorcan – Mas se tem algo que sei é que beijos não acontecem por acaso, e que de tantas garotas para você beijar você tinha que escolher logo a Lily para isso.

_ Eu sei, me arrependo do que fiz, ia pedir desculpas, mas aí vocês chegaram e eu nem tive essa chance – disse Scorpio se sentindo a cada minuto pior pelo que havia feito – entenda, eu estou confuso...

_ Sobre o que? – disse Lorcan, com o tom de voz que por alguns minutos se assemelhara ao de Lysander.

_ Pelo que eu sinto pela Rose – disse Scorpio – Eu gosto dela, mas eu tenho raiva e a maioria das coisas que ela faz me irrita como o fato de agora pouco ter permitido que Tiago a beijasse, digo, ela sempre foi uma garota difícil, por que foi permitir que um garoto lhe roubasse um beijo daquela forma?

_ Se o beijo foi roubado, ela não tinha como saber não acha? – disse Lorcan – E outra, se gosta tanto da Rose como diz, por que estava beijando a Lily?

_ Porque por alguns segundos eu vi a Rose na minha frente, não a Lily – disse Scorpio, passando a mão nos cabelos – Aquela garota me enlouquece Lorcan, e eu não sei mais o que fazer...

_ Fale com ela – disse Lorcan – Se gosta de verdade dela, fale, diga o que sente...

_ Ela não me suporta, iria rir de mim – disse Scorpio – Pensaria que é mais alguma das minhas brincadeiras idiotas com ela ou algo do tipo, não iria levar a serio.

_ Algo me diz que ela está apenas esperando por você – disse Lorcan – E outra, deve se desculpar com a Lily sobre o que fez.

_ É, eu farei isso – disse Scorpio.

_ Espero que não se aproxime mais dela – disse Lorcan – Teve sorte de ser eu, não meu irmão a ver isso, do contrario você teria sérios problemas, pois Andy realmente gosta daquela garota e ver um amigo a beijando, realmente seria algo difícil para ele digerir, além de que ia causar grandes problemas para você.

_ Eu sei – disse Scorpio.

_ Eu não contarei a ele – disse Lorcan – Sendo esse o primeiro segredo que tenho com ele, mas acho que algumas coisas não se devem contar para que não aja sofrimento, principalmente dele.

_ Obrigado Lorcan, você é um grande amigo – disse Scorpio se levantando – Não esperava que fosse ter essa atitude de vir falar comigo, quero dizer...

_ Eu sei o quer dizer – disse Lorcan – Mas há momentos em que precisamos ficar sérios, apesar de eu não gostar desses momentos... E também, quando te vi com a Lily isso me deixou com nervoso com a possibilidade de que vocês pudessem estar tendo algo um com o outro, eu amo muito meu irmão sei o quanto sofreria se isso acontecesse, ainda bem que tudo não passou de um mal entendido.

_ Sim – disse Scorpio – Eu gosto muito do Lysander, não faria nada para magoá-lo também, assim como não faria com você nem o Alvo, não se trai os amigos dessa forma.

_ Tem razão, não se trai – disse Lorcan – Essa conversa nunca aconteceu, tudo bem?

_ Que conversa? – disse Scorpio se fazendo de desentendido e ambos riram apertando as mãos e concordância.

Chloe puxara a amiga para fora, para que andassem pelos jardins e pudessem conversar sozinhas, ambas pararam próximas ao lago de Beauxbatons, onde alguns vaga-lumes brincavam entre si e quando se aproximaram puderam ver algumas sereias tornando a mergulhar nele e desaparecendo em seu fundo. Lily estava calada até então, mesmo seus olhos evitavam os da amiga, estava com vergonha do que havia acontecido, isso a perturbava, ela beijara Scorpio Malfoy, fora pega fazendo isso e agora temia no que isso ia levar. Se um dos dois, Chloe ou Lorcan, contasse a Rose as coisas só piorariam e talvez o loiro nunca conquistasse a ruiva que mesmo que ele negasse acima de tudo, sabia que amava. Ambas pararam sobre a ponte no lago, e ficaram encarando a lua refletida em suas águas, fora então que a loira começara a falar.

_ O que aconteceu lá? – disse Chloe – Pensei que não gostasse mais dele, por que estavam se beijando?

_ Eu não sei, não fui eu que o beijei – disse Lily – Foi ele, estávamos conversando sobre ele e Rose, depois ele disse sobre haver alguém que ficaria feliz em me ter do lado e então começamos a rir após ele ter caído no chão e eu caí sobre ele, quando nos levantamos...

_ Dá para dizer logo em que momento vocês se beijaram? – disse Chloe, cortando o discurso nervoso e apressado da ruiva.

_ Quando ele me puxou para perto dele – disse Lily – Eu nem sei por que retribuí, eu não gosto mais dele...

_ Não gosta realmente? – disse Chloe – Ou será que com esse beijo...

_ Nada mudou com esse beijo Chloe, apenas que agora eu tenho certeza de que não sinto nada por ele – disse Lily se levantando – Parece que agora realmente as coisas parecem diferentes, não era para ser, não é Scorpio Malfoy o garoto para mim...

_ Então quem seria? – disse Chloe e Lily pensara, seus pensamentos voaram para um garoto que há tempos havia chamado sua atenção pelo modo carinhoso que a tratava, nos momentos em que mais precisara ele estivera ali, fosse para cuidar de seus ferimentos ou para lhe dar apoio em um momento difícil, que foi naquele hospital após o ataque aos dementadores, mas não tinha certeza ainda, não sabia se o garoto poderia retribuir aquilo ou a considerava muito nova para ele – Eu não sei, quero dizer, não tenho certeza ainda...

_ Não tem? – disse Chloe, ela tinha esperanças de que a menina fosse dizer o nome de Lysander Scamander, mas ela não dissera, Lorcan havia comentado algo a respeito com ela sobre o irmão estar apaixonado por uma garota, e a loira pensava que poderia ser Lily essa garota – Olha, nós somos amigas, caso você precise de ajuda para descobrir o que sente por esse...

_ Obrigado Chloe, mesmo, mas tem coisas que temos que descobrir sozinhas – disse Lily – Você não vai contar para ninguém sobre o beijo, não é?

_ Não, não vou contar – disse Chloe, sorrindo levemente – Você é minha amiga, nunca trairia sua confiança dessa forma.

Rose chegara ao salão comunal onde Alvo e Lysander a aguardavam com uma pilha de livros para que começassem a estudar sobre a piramide do medalhão, e suas estranhas inscrições que pareciam com hieróglifos antigos. Ambos abriram os livros e começaram a procurar. Passaram cerca de horas procurando pelo conjuntos de palavras e frases que aquelas imagens formavam em seus manuais de egípcio antigo, que Rose havia ganhado de presente do Tio Bill Weasley quando este percebeu seu interesse por linguas antigas, e o de Lysander que, segundo ele, mesmo comprara em uma barraca no centro comercial bruxo do Cairo quando estivera lá há muito tempo atrás, agora o de Alvo nada era além de um dos antigos livros de Teddy sobre o assunto, que Fred havia surrupiado à noite quando soube que precisariam de ajuda para traduzir a pista para a segunda prova, mas não era apenas aquele livro que ele pegara, havia vários outros, como pergaminhos antigos e coisas do gênero, que fizeram o moreno a pensar que nunca mais gostaria de ver aquelas figuras estranhas na sua frente novamente.


Mas nada parecia fazer sentido, aquelas imagens estranhas nada mais eram do que um conjunto de letras, o alfabeto deles, mas o que significava aquilo ninguém poderia dizer. Lysander analisava com cuidado o medalhão com uma das mãos, era pesado por conta de ser feito de ouro puro, mas fora isso não parentava nada de especial, até que ele notara algo estranho em algumas partes da pirâmide.


_ Ela parece um pouco dividida não acham? - disse Lysander, apontando para vários pontos que pareciam lacunas - Isso é estranho, porque haveriam tantas aberturas assim?


_ Fendas, acho que seria a palavra certa não? - disse Rose enquanto tomava a piramide da mão do sonserino e passava a ponta da pena pela frestas, como se esperasse que houvesse algum mecanismo que fosse abrir o objeto - Não parece com nada que eu tivesse visto antes...


_ Talvez não seja isso que vá abri-lo, lembram-se da segunda prova do meu pai no torneio tribruxo que ele participou? - disse Alvo e os outros dois confirmaram com acenos de cabeça - pois bem, se lembram que na primeira prova eles tiveram que pegar um ovo dourado que era guardado por dragões, e que esse ovo se abriu quando foi...


_ Colocado sob a água - disse Rose.


_ O que permitiu que seu pai ouvisse a mensagem que estava nele - disse Lysander, que se lembrava da historia - e pudesse enfrentar os sereianos do Lago negro.


_ Exato - disse Alvo - talvez, tudo que precisemos fazer é molha-lo, apesar que isso não faz muito sentido, afinal é uma pirâmide, não entendo o que poderia fazer uma pirâmide debaixo da agua. Mas também os Franceses, pelo que sei, não iriam querer imitar uma das provas do antigo torneio, de forma que podemos ter certeza de que não existe sereias na próxima etapa.


_ Bela observação - disse Rose sorrindo para o primo, mas não deixando de estar impressionada.


_ Estamos falando com o senhor campeão da primeira prova - disse Lysander rindo levemente - Graças ao Alvo, o Tiago não apenas se livrou de uma tremenda encrenca por não poder comparecer como também está empatado com Nickollaus Karkaroff na liderança do torneio.


_ Está? - disse Alvo surpreso, não sabia que estava empatado com o Bulgaro.


_ Não te contaram? - disse Rose - Nick conseguiu 155 pontos, perdeu cinco por ter posto em risco as pessoas com aquele tornado que criou em plena arena para derrotar as Veelas, mas no geral foi bom.


_ Poderia ter sido pior, sua prima Dominique perdeu dez pelo mesmo problema, mas o dela envolvia o fogo, o que certamente pode ter sido o responsável pelos pontos perdidos - disse Lysander - Se ser atingido por um tornado já é algo realmente desagradável de imaginar, imagine se for um feito de chamas flamejantes?


_ Eduard Zabini está com um diferencial de quinze pontos para Tiago e Nickollaus - disse Rose - Eles julgaram seu ato para matar o trasgo, um tanto, digamos cruel...


_ Congelá-lo e explodi-lo não é cruel, é horrendo - disse Lysander - Foram muito bem retirados...


_ Eu perdi pontos por conta de que? - disse Alvo, procurando saber qual fora seu erro.


_ Pelo mesmo que Nick e Dommy - disse Rose - você colocou em risco muita gente quando amarrou o Grifo naquele holofote, e se ele fosse forte suficiente para tirá-lo do lugar? Metade dos alunos morreriam esmagados por aquela torre.


_ Eles são loucos, se não querem que ninguém se machuque, porque continuam fazendo esses torneios? Pessoas já morreram, e não fazem nada quanto a isso, não valorizam a memória de todos que perderam suas vidas por conta dessa droga de competição - disse Alvo zangado, ainda não tolerava aquela coisa estúpida que era o Torneio Tribruxo.


_ Por tradição Alvo - disse Lysander - há anos existe essa competição, e alem do mais é um modo de mostrar qual escola é a melhor, através de provas arriscadas que são delegadas a um dos alunos de cada, mas realmente é idiota, façam um teste escrito com os alunos das três e comparem as notas, melhor do que fazer adolescentes enfrentarem criaturas mortais.


_ É, mas não teria muita graça não acham? - disse Fred, que chegava naquele momento e se jogava em um dos sofás ao lado de Rose - Vim para ver como vão as coisas, e encontro meu querido primo Alvo dando mais um de seus discursos de como odeia esse torneio e como pessoas já morreram nele? E eu que esperava que você tivesse mudado de opinião quando veio para Beauxbatons...


_ E porque eu queria mudado de opinião? - disse Alvo.


_ Que outra oportunidade teriamos de vir para outro país de graça ficarmos nele um ano e ainda, vir para essa escola que segundo dizem tem as garotas mais belas de toda a Europa? - disse Fred sorrindo maldosamente enquanto o sonserino revirava os olhos assim como Rose ao seu lado - Fala sério Alvo, esse lugar estar recheado de garotas bonitas demais que tenho certeza de que serão modelos caso queiram.


_ Eu não ligo para as garotas de Beauxbatons - disse Alvo querendo por um fim naquela conversa do primo.


_ É, eu sei que você não liga para garotas - disse Fred e um novo sorriso malandro tomara seu rosto - Até porque você está interessado em apenas uma garota, e ela é de Hogwarts mesmo, mais precisamente de uma casa onde se usa amarelo e preto - Alvo ficara em silencio enquanto Lysander e Rose riam junto com Fred - Mas vamos ao que interessa... Como vão as pesquisas sobre o medalhão?


_ Não tivemos muito sucesso, até porque não tem muito onde pesquisar, mesmo com o material que você surrupiou do Teddy não há o que possa nos dizer sobre o que essa pirâmide significa - disse Rose - E eu espero que devolva isso quando terminar, alias por que você roubou no lugar de pedir emprestado?


_ Claro que vou devolver - disse Fred - E sobre roubar no lugar de pegar emprestado, bem, digamos que é mais divertido do que pedir para uma pessoa - a ruiva lhe lançara um olhar de censura - Calma aí Hermione Weasley em miniatura, eu vou devolver para ele quando vocês terminarem de usar, eu já disse isso.


_ Também descobrimos que a pirâmide está toda partida - disse Alvo jogando o medalhão para Fred, que o pegou no ato - Consegue enxergar as fendas?


_ Sim - disse Fred semi-cerrando os olhos para ver melhor - são bem pequenas, quase que imperceptíveis a olho nu...


_ Exatamente - disse Rose - Basta saber o que isso significa.


_ Pode ser importante, assim como também pode ser nada mais que o trabalho mal feito de algum artesão - disse Fred dando de ombros e jogando a peça para o primo novamente - Mas não sei porque tanto esforço, digo, o que se pensa quando lembramos do Egito? Além de calor, camelos e areia?


_ Múmias? - disse Alvo arqueando a sobrancelha.


_ Bingo - disse Fred, como se o garoto tivesse acertado exatamente seu pensamento, o que foi realmente verdade.


_ Isso é ridículo, múmias... - disse Lysander, rindo secamente - Nada mais são do que inferis egípcios, e duvido muito que o Franceses usassem criaturas criadas por magia negra em um torneio, até porque todos sabem como derrotar essas criaturas, isso é estudado no quinto ano de Defesa Contra a Arte das Trevas.


_ Então, o que mais seria, meu caro gêmeo nerd? - disse Fred e Lysander deu de ombros – Certo, múmias são nossa melhor possibilidade até agora.


_ Concordo com o Lysander - disse Rose - Isso é ridículo.


_ O que é ridículo? - disse Lorcan, que passara pela porta e ao seu lado vinha Chloe com Sir Todd nos braços - Vocês estão tentando resolver o lance do medalhão?


_ Sim - disse Alvo - E aí, por onde vocês andaram? - todos encararam o casal sendo que Fred de certa forma intimidou ambos com seu sorriso totalmente safado que lançara a ambos, e Chloe corara dando a sua pele um tom vermelho enquanto Lorcan desviara o olhar parecendo encabulado.


_ Aula de bateria - disse Lorcan e Chloe concordara com a cabeça, enquanto se sentava em um lugar ao lado de Alvo e o gêmeo se sentara no chão próximo aos seus pés e do lado de Lysander, mas o gêmeo ao ver o gato lhe encarando se movera alguns centímetros para evitar qualquer contato com o felino.


_ Qualquer dia desses vamos ver, podemos? - disse Fred sorrindo - Tenho curiosidade quanto a essas aulas, como elas são...


_ M-mas o que vocês tem até agora? - disse Chloe em um tom muito baixo e sem necessidade, e novamente tudo fora contado aos dois que haviam acabado de chegar, desde as fendas e até a suposição de Fred de que poderiam ser mumias a proxima prova - B-bom, parece um pouco curioso isso que disseram...


_ Curioso? - disse Lorcan, parecendo realmente interessado nas palavras da garota.


_ Sim, bem... não tenho certeza, mas talvez eu saiba do que se trata - disse Chloe, olhando para o chão evitando os olhos de todos que estavam presos nela e que lhe incomodavam imensamente, suas bochechas ainda permaneciam rosadas - C-como s-sabem meu pa...pai... - ela ainda não conseguia falar muito dele nem da mãe depois do que acontecera, e percebendo isso Lorcan apertara sua mão para que ela prosseguisse - Meu pai era um tradutor de línguas mortas e antigas, de forma que sei um pouco sobre as culturas de alguns países como o Egito...


_ Você acha que sabe o que pode ser então? - disse Alvo surpreso, não imaginava que a garota pudesse ajudar a descobrir o que aquilo podia indicar.


_ S-sim...- disse Chloe estendendo a mão livre que até então alisava Sir Todd, já que a outra ela ainda mantinha dada com Lorcan, que sorria levemente como um modo de passar confiança para a loirinha, que retribuíra o sorriso.


Alvo passara a suas mãos a pirâmide com cuidado, não confiava muito no gato que estava deitado no colo da loira, pois já o vira atacando uma vez Lysander e não parecera agradável para seu espanto o felino se levantara do colo da Grifinória, e passara para o seu se alinhando entre suas pernas esfregando a cabeça contra seu torax. Lorcan lançara um olhar ao irmão do tipo que dizia que o Sir Todd era um animalzinho inofensivo, mas o gêmeo revirara os olhos antes de encarar a pequena fera que eriçara todos os pelos e lhe fizera uma careta ameaçadora. Chloe pegara o medalhão e o analisara, quando fazia isso parecia extremamente concentrada, seus olhos fixos em cada detalhe enquanto seus dedos deslizavam por cada ponto e ela mordia o lábio inferior indicando que estava pensando, Lorcan sabia que ela fazia aquilo quando estava concentrada em algo, fora então que um sorriso tímido surgira e ela encarou Alvo pelo canto dos olhos.


_ Isso não é a resposta, e sim um quebra-cabeça - disse Chloe, e todos pareciam confusos - Acho que todos sabem o que é um cubo magico, não?


_ Não – responderam Lorcan e Fred.


_ V-v-vejamos c-c-como p-posso explicar o que é... Bem, é, vejamos... - disse Chloe com a voz começando a indicar que estava nervosa, porque todos a olhavam não sabiam que aquilo não ajudava muito, a deixando mais insegura frente aquela situação e um resultado disso era sua voz que ia se alterando, ela fizera uma pausa, respirara fundo e soltara tudo de uma vez - É um brinquedo trouxa, um tipo de quebra-cabeças que você tem que montar e mover as peças para que todas fiquem alinhadas na mesma cor, cada cor em seu devido lado do cubo...


_ Então, o que isso tem haver com a pirâmide? - disse Lysander.


_ É... O mesmo principio, isso é um brinquedo antigo da época dos faraós e sacerdotes bruxos - disse Chloe - A pirâmide é um quebra-cabeça, por isso as fendas, por isso os hieróglifos não fazem sentido, não são palavras que vocês precisam, e sim descobrir o segredo dele para poder abri-lo... Também serve como uma espécie de guarda-recados gravados...


_ Como uma secretária eletrônica? - disse Alvo.


_ Secretária o quê? - disse Lorcan, mais confuso ainda.


_ Exatamente Al - disse Chloe.


_ Certo, voltamos ao inicio, o segredo de como abrir a pirâmide - disse Fred suspirando cansado - O que mudou apenas é que já sabemos o modo de fazer isso...


_ É o alfabeto - disse Chloe - se eu encontrar as palavras certas que possam ser usadas para abrir...


_ Tipo por favor e obrigado? - disse Fred sarcástico.


_ Não, tipo algo que os egípcios gostavam o bastante - disse Chloe - Que idolatravam... Uma parte da cultura deles que fosse algo tão importante que pudesse ser usado como o segredo.


_ Algo muito presente na cultura deles era a religião - disse Rose.


_ Exato - disse Chloe.


_ Espere, mas por que necessariamente tem que ser deuses? - disse Fred - Podem ser nomes de faraós também, não é?


_ A religião deles vinha muito acima de qualquer faraó ou membro da realeza - disse Lysander - Mesmo que muitos tenham dito ser filhos de deuses, mas voltemos ao caso dos deuses, quais seriam? Temos vários deuses egípcios... Anúbis, Seth, Hórus, Rá, Isis, Osíris entre outros.


_ É você tem razão sobre isso - disse Rose - são inúmeros deuses, pode levar horas...


_ O natural é que começássemos pela trindade antiga - disse Chloe.


_ Trindade antiga? - disse Alvo.


_ Osíris, Isis e Hórus - disse Chloe e Rose há mesmo tempo.

_ Isso torna as coisas mais fáceis – disse Lorcan – Basta montarmos os nomes deles, cada um de um lado da pirâmide.

_ Bem, é essa a idéia que tive – disse Chloe rindo timidamente.

Chloe começara a montar e a mexer as peças de uma pirâmide, que ia se modificando e se modelando conforme suas pequenas mãos brancas e delicadas as moviam, logo as inscrições iam ficando mais visíveis, e para ela que conhecia aquela língua sabia as palavras que iam se formando eram aquelas que ela suspeitava que fossem. Fora então que a pirâmide começara a esquentar e a suas mãos ao sentir o grande calor a deixou cair no chão. Iluminaram-se e finalmente sua cúpula se expandiu explodindo e do interior da peça surgira uma imagem. Sir Todd rosnara e eriçara todos seus pelos do corpo como se pudesse atacar a imagem diáfana. A imagem era de algo semelhante a um leão, mas seu rosto era humano, mais necessariamente um com belos traços femininos, a imagem encarara Alvo por um tempo, os enormes olhos amarelos da figura lhe transmitiam um mistério, e o seduziam como mágica. A figura foi se desfazendo como vapor, fora então que a imagem se desfez quando a cúpula se restaurara e a pirâmide parecera novamente intacta.

_ Isso foi assustador – disse Fred, espantado.

_ Agora prefiro sua teoria das múmias – disse Lysander.

_ C-certo, p-por isso eu não esperava – disse Chloe, enquanto massageava as mãos ainda quentes e vermelhas por conta do objeto – Foi como segurar um caldeirão fervente... – Lorcan se apressara a sentar em seu lado e olhar para as mãos da garota, as tocando as marcas vermelhas com preocupação e o rosto da garota ficara rapidamente quente ao toque dele – N-não f-foi nada...

_ Eu cuido disso, pode deixar – disse Lorcan, sorrindo simplesmente, e se voltara para o irmão – Ainda tem com você essência de ditamno? – Lysander lhe jogara um pequeno frasco para o lorinho, que o destampara e passara nos ferimentos da garota que começaram a melhorar – O Andy sempre tem isso, para o caso de uma emergência.

_ E a emergência na maioria das vezes ocorre com o Lorcan – disse Lysander sorrindo – Então tenho que estar sempre preparado para cuidar do meu irmãozinho.

_ Obrigado Lorcan – disse Chloe sorrindo e ele sorriu para ela, adorava quando ela fazia isso por conta de suas covinhas do rosto aparecerem.

_ Agora sabemos o que são, só nos basta descobrir como derrotá-las – disse Rose e Alvo concordara.

_ Cara, é nesse momento que devo concordar com o Al, essas provas são suicidas – disse Fred ainda espantado – Vocês viram aquela coisa?

_ Mas o que era? Não consegui ver direito – disse Lorcan que ainda estava de mãos dadas com Chloe no sofá.

_ Era uma esfinge – disse Rose sombria – É essa a criatura da próxima prova... Esfinges...

_ Papai enfrentou uma na terceira prova – disse Alvo – Elas fazem charadas, e você tem que responder para poder passar por elas...

_ Mas caso você erre – disse Lysander – você pode ser devorado...

O dia seguinte despertou com o sol ainda nascendo, mesmo assim Eduard Zabini já estava acordado caminhando pelos jardins desertos daquele lugar, não havia uma viva alma, e o vento soprava fortemente arrancando e arrastando as folhas amarelas e secas das árvores com a brisa. Ele arrumara o casaco, o puxando mais para si se protegendo do frio, fora então que vira há alguns metros adiante dele alguém que se encontrava em pé, em frente ao caminho que ele tomaria. O sonserino seguira em frente, não temendo daquele que o aguardava.

Tiago apertava fortemente a varinha entre os dedos das mãos, pronto para atacar aquele garoto, agora havia decidido que mesmo que ele não tivesse Narcisa, não deixaria que Eduard fosse ter-la, não enquanto ele estivesse vivo, eles nunca teriam paz enquanto ele estivesse ali para fazer de suas vidas um inferno.

_ Potter – disse Eduard sorrindo levemente, como se estivesse em frente a um amigo.

_ Prepare sua varinha Zabini – disse Tiago – Quero que você duele comigo.

_ Eu não vou duelar com você – disse Eduard – Isso não vai nos levar a nada, e você sabe disso.

_ Como alguém como você pode ter a roubado de mim? Isso eu nunca irei entender – disse Tiago – Eu sou melhor que você Zabini, eu sei disso, mas você fez algo que a mudou, ela não parece a mesma pessoa...

_ Você nem faz idéia de como está certo quanto a isso – disse Eduard se lembrando da imagem de Luciana se transformando e Narcisa na frente de seus olhos – Mas agora, por favor, saia do meu caminho.

_ Não – disse Tiago, erguendo a varinha – Sem um duelo antes, eu não saio...

_ Sabe que se você for pego duelando comigo nos podemos ser mandados de volta para Hogwarts? – disse Eduard – Se não sabe, seu irmão e os amigos quase voltaram para a escola por conta de um duelo contra os alunos de Beauxbatons.

_ Sei – disse Tiago – Mas eu não me importo mais, não me importo mais se eu posso ser expulso da escola, não sem antes eu te der a lição que você merece.

_ Você está bêbado novamente? – disse Eduard notando alguns indícios de que o Grifinório estava alcoolizado – Você é muito fraco Potter, de se deixar dominar pela bebida assim, um homem de verdade suportaria isso...

_ Um homem de verdade luta pelo que quer – disse Tiago – E eu quero Narcisa, e você é a única coisa que me impede de tê-la para mim – ele apontara a varinha para Eduard e berrara – Diffindo...

_ Protego – disse Eduard e o feitiço do corte atingira um galho de arvore que se partira – Está louco Potter?

_ Bombarda – disse Tiago, e o feitiço fora novamente repelido explodindo um dos bancos do jardim – Revide, seu covarde...

_ Eu não vou revidar – disse Eduard duramente – Você está fora de si, não vou duelar com você, não importa o feitiço que me lance.

_ Estupefaça – disse Tiago e o feitiço passara alguns centímetros da cabeça de Eduard – Vamos, está com medo de mim, Zabini?

_ Não tenho medo de você, Potter, tenho medo de o que você é capaz de fazer – disse Eduard – comigo, e com você mesmo nessa situação...

_ Sei, você é um covarde – disse Tiago – Se fosse um homem de verdade duelaria comigo – ele apontara a varinha para os pés dele e berrara – Bombarda Máxima – o chão sobre os pés dele explodira e Eduard voara alguns metros até cair no chão.

Tiago caminhara até ele, que parecia ter se machucado, pois estava se rastejando no chão para longe dele, ele via terror em seus olhos e um sorriso surgira em seus lábios. Ele sabia que ele agora estava com medo do que poderia fazer, por algum motivo gostava disso de vê-lo assim. Eduard se arrastava o mais rápido que sua perna ferida podia, não fora acertado com a explosão, mas lhe fizera fraturar algum osso e a simples idéia de se levantar já fazia seu corpo inteiro doer.

_ Levicorpus – disse Tiago e Eduard fora erguido do chão pelos tornozelos – Hora de você ter o que merece... – com a varinha ele levou o sonserino até próximo ao lago onde ele mergulhara sua cabeça.

Eduard sentira a água invadindo suas narinas e sua boca, o desespero agora tomava conta dele, ele podia sentir que mesmo com seus lábios selados a água os penetrava e invadia seu corpo pelas vias nasais. O pouco ar que possuía ia escapando em formas de bolhas que iam tomando a superfície, os movimentos de sua cabeça, seu corpo todo se contorcia tentando se libertar do feitiço para que pudesse ter uma chance de sobreviver, mas tudo parecia perdido, nada mais parecia poder salvá-lo daquilo, e ele fechara os olhos se entregando a morte. Tiago notara o corpo dele se contorcendo e rira disso, achava graça de vê-lo sofrer, ele ria como um louco enquanto retirava das vestes um cantil onde havia um pouco de Firewhisky e desfrutava, fora então que os movimentos de Eduard foram se tornando poucos, desengonçados e lentos até pararem de repente, e seu corpo ficara mole. O ruivo se engasgara com a bebida cuspindo o que havia acabado de colocar na boca. Ele não queria aquilo, não, ele não achava que fosse chegar aquilo, ele havia matado alguém apenas por conta de seu ciúme.

_ Expelliarmus – alguém berrara e a varinha fora tirada de sua mão, o corpo inerte de Eduard caíra no lago e logo ele vira alguém passando por ele e saltando nas águas do lago.

Salvatore pulara nas águas, que rapidamente tomaram seu corpo deixando apenas sua cabeça livre, ele começara a nadar em direção ao corpo que boiava e, ao alcançá-lo, o trouxera para a margem do rio, onde o colocara sobre a grama e começara a prestar os devidos cuidados. Com a varinha ele apontara a região pulmonar e um feitiço mudo fez com que a água de seus pulmões fosse liberada, era muita água, tanto que Tiago se perguntava por quanto tempo que ele havia ficado segurando Eduard sobre o lago. Com outro feitiço ele voltara à consciência, apesar de ainda estar um pouco abatido. Salvatore o carregara e o fizera se sentar no que restara do banco de pedra que fora alvejado por um dos feitiços de Tiago, ele retirara o casaco e jogara sobre os ombros de Eduard que tremia de frio. Ele então se aproximara de Tiago e o agarrara pelas vestes, o arrastando para longe dali, e o encostando em uma árvore, pela primeira vez o ruivo sentira medo do professor, podia se ver raiva em seus olhos, mesmo o cego transmitia um brilho sinistro que lhe congelava a espinha, o homem apontara sua varinha frente ao rosto do garoto como se fosse atacá-lo a qualquer movimento.

_ O que você estava pensando em fazer? – disse Salvatore – Matá-lo? O que estava passando por essa sua cabeça cheia de merda, garoto idiota?

_ Eu estava acertando algumas coisas com ele – disse Tiago e a varinha se aproximou ainda mais de seu rosto, ele pode notar na ponta um brilho vermelho.

_ Resposta errada – disse Salvatore sinistramente – Não estou para brincadeira garoto, espero que tenha algum motivo para ter feito aquilo – ele ficara em silêncio por algum tempo – Foi a Malfoy não? Você é um idiota moleque, estava prestes a matar uma pessoa por conta de uma garota... Já vi atitudes e más idéias antes, mas essa sua é ridícula... Acha que iria conquistá-la se o matasse?

_ Eu não ia matá-lo – disse Tiago – Apenas queria dar um susto nele, o que aconteceu foi que...

_ Você esqueceu de tirá-lo da água para respirar? – disse Salvatore, rindo secamente – Imagino seu pai vendo o que você fez, o rosto e olhar de decepção que Harry Potter com certeza teria frente essa magnífica cena do filho... Seria um prazer mostrar a ele o quão bem ele educou suas crianças...

_ Não conte a ele – disse Tiago – Por favor...

_ E por que eu faria isso? Sabe o quanto espero para mostrar aquele idiota do Potter que ele não é tudo isso que aparenta ser para a sociedade? – disse Salvatore – Eu adoraria ver você em Azkaban moleque, pois tentativa de assassinato é um crime que certamente te faria passar um bom tempo trancafiado, e perto daqueles que seu pai colocou na cadeia, é seria interessante ver seu relacionamento com seus colegas de cela.

_ Você não vai contar a ninguém – disse Tiago, tentando mostrar segurança, mas era difícil.

_ E porque eu deveria fazer isso? Apenas por que você está mandando, moleque? – disse Salvatore, rindo arrogantemente – Você não manda em mim, não sou do tipo que recebe ordens, muito mais de crianças como você... Mas não vou contar, pelo simples fato de que será bom ver você me devendo uma...

– Dever uma? – disse Tiago.

_ Sim, por conta de mim você não fez mais besteira do que estava fazendo – disse Salvatore – E isso, sem duvida, é algo que irei cobrar – Ele soltara o garoto, que caíra no chão – E outra, eu vou ficar com isso – ele mostrara o cantil com Firewhisky e o ruivo se perguntou quando que ele pegara aquilo – Meus dedos são mais leves do que imagina, Potter... – Ele limpara o gargalo e tomara um gole – Você tem um bom gosto para beber, isso me lembra que acho que seus pais não sabem desse seu gosto, não é?

_ Deixa-me adivinhar, você vai guardar esse segredo também e irei te dever duas? – disse Tiago, amargamente.

_ Oh não, está errado, não irei guardar seu segredo – disse Salvatore – Até porque para mim tanto faz o que anda fazendo consigo mesmo, só não tente mais nada com os outros como tentou fazer com seu colega, do contrário, terei que me meter novamente – Ele bebera mais um gole- Você pode até saltar de alguma torre que eu não ligarei Potter, só procure não matar ninguém quando cair – Continuara caminhando, voltando as costas ao bruxo, quando estava próximo de Eduard jogara o cantil ao garoto – Beba isso moleque, vai evitar que você pegue uma gripe e depois, me devolva o casaco quando secar suas roupas...

_ S-sim s-s-s-senhor – disse Eduard, e Salvatore se voltara para Tiago.

_ Tenha um bom dia Potter – disse Salvatore, e continuara caminhando até desaparecer de vista, deixando para trás um garoto confuso com tudo aquilo que presenciara e qual seria o favor que Salvatore poderia cobrar no futuro, ele encara Eduard que ainda tremia, para então voltar as costas à ele e sair caminhando sem dizer mais nada.


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Notas finais do capítulo

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