Novos Tempos Em Hogwarts 2 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 30
Um par para Alvo Severo Potter


Notas iniciais do capítulo

aqui vai um capitulo para vocês, desculpem a demora...
mas estive nas provas do final do semestre, mas agora, as coisas vão ficar mais tranquilas com as ferias.
Bem, espero que leiam esse cap.



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Alvo estava saindo de mais uma aula de dança, quando viu ao longe Louis e Rose, ambos não pareciam nada bem um com o outro. E isso podia se notar nas expressões que a ruiva fazia enquanto falavam.

O sonserino parara, olhando pelos cantos do corredor que estava deserto, se não fosse por ele e pelo casal que discutia. Ele resolveu esperar, queria ver até onde eles chegariam, não que Alvo fosse curioso, mas nunca vira os dois brigarem antes, nem mesmo quando crianças, e vê-los daquela forma praticamente tendo uma discussão do relacionamento agora era estranho. Não podia ouvir com muita clareza, pois temia se aproximar mais e denunciar a si mesmo, por conta disso se escondera atrás de uma das colunas do castelo. ‘Maldita hora para esquecer a capa da invisibilidade Al’, repreendera a si mesmo.

Fora então que vira a garota vindo em sua direção, e se espremera mais ainda na parede para que ela não o visse. Rose passara por ele rapidamente, estava muito apressada, e possuía um jeito irritado no andar, que podia ser deduzido pelos passos pesados e longos, vestes esvoaçantes, e cabelo dançando ao vento. Quando ela já descia as escadas para o andar inferior, ele respirara aliviado, e resolvera seguir novamente seu caminho, mas acabara por dar de encontro com Louis, com quem esbarrara de frente.

_ Alvo? – disse Louis – O que faz por aqui?

_ Estou indo para os jardins – disse Alvo rapidamente e tentara sair, mas fora bloqueado pelo primo – Depois nos falamos...

_ Depois quando, Al? Você sempre anda com o Malfoy ou um daqueles gêmeos – disse Louis – nunca está sozinho, mal nos falamos desde que chegou, nem parece que somos primos.

_ Foi mal – disse Alvo, ele não possuía nada contra Louis, sabia que o primo gostava de Rose e, mesmo achando estranho aquilo, decidira não se meter, e era normal que não tivessem se falado, afinal seu melhor amigo o detestava.

Alvo saíra andando, sendo seguido de perto pelo primo, ambos caminhavam pelo longo corredor, semi-iluminado, apenas por algumas janelas longas e estreitas por onde passava a luz do sol. Logo Louis estava do seu lado, e pode notar pelo olhar dele a pergunta que ele estava prestes a fazer.

_ Você ouviu nossa discussão? – disse Louis desconfiado.

_ Desculpe, mas eu vi a discussão de vocês sim – disse Alvo, sentindo corar – Você e a Rose nunca discutiram, pelo menos que eu tenha visto ultimamente, qual foi o motivo para acontecer logo agora?

_ Malfoy. – disse Louis, indiferente – Seu amigo conseguiu fazer Rose ficar brava comigo, ela não entendeu que eu simplesmente me defendi das ofensas dele contra mim naquele dia, não sou covarde, você sabe e o fato dele falar daquela forma comigo me fez perder a linha.

_ Você foi procurar o Scorpio para falar para ele se afastar da Rose – disse Alvo – Você sabe que ele te detesta, por que então foi se meter a fazer algo como isso? Você a namora, por que fica agindo dessa forma como se ele fosse roubá-la?

 _ Eu sou muito inseguro Al, sabe? Sempre gostei de Rose desde que éramos crianças e estava esperando a chance para falar para ela o que sentia – disse Louis parando – se vim para cá, foi porque esperava que ela também viesse.

_ Como? – disse Alvo parecendo confuso.

_ a Rose falou, há muito tempo atrás, para mim que não queria ir para Hogwarts, que não queria ser tratada como alguém especial só por ser filha de quem era – disse Louis – Nossa prima, assim como você Al, possui os pais famosos e, como eu, Rose é insegura e não sabia se aguentaria suportar a fama e pressão que é ter Hermione Weasley como mãe, as pessoas sempre pensam que você deve ser a melhor em tudo.

_ Hei, vamos com calma, quer dizer que Rose já pensou em vir estudar aqui? – disse Alvo tentando ainda digerir a ideia – E como assim se sentir pressionada? Ela é a garota mais inteligente que conheci, praticamente uma cópia da mãe, não teria motivos para isso.

_ Rose herdou muitas características do pai, entre elas a insegurança – disse Louis – quando éramos pequenos, éramos muito próximos, tanto quanto ela é com você nos dias de hoje – ele suspirou – Mas depois que eu vim para cá e nos afastamos muito, venhamos nos aproximarmos novamente agora, quando eu me declarei para ela, deixando um pouco minha falta de confiança de lado para investir, sei que todos me consideram o maior, mesmo Fred pensa assim só porque já tive seis namoradas antes da Rose, mas a verdade é que não sou, tudo isso que tento ser é apenas uma forma de escapar desse sentimento entende?

_ E porque que ela não veio para cá? – disse Alvo curioso.

_ Por sua causa – disse Louis – a amizade de vocês dois foi mais forte, e ela sentiu que devia estar lá para você, sabia como seria difícil para você ir para Hogwarts sozinho, tendo Tiago e Fred lá para te fazer companhia, sendo que na época você e seu irmão não se davam bem.

Alvo ficara em silencio depois dessa, não esperava que a prima fosse fazer esse sacrifício por ele, ir para Hogwarts mesmo preferindo Beauxbatons apenas para que ele não ficasse sozinho com o irmão e o primo, para lhe dá apoio e ficar a seu lado, um sorriso levemente surgiu nos lábios dele por descobrir aquilo, certamente que agora gostava e admirava ainda mais do que já fazia. Ambos os primos agora caminhavam pela escadaria que dava acesso ao grande portão de entrada, que se abriu deixando a luz penetrar na penumbra sombria do castelo. Logo estavam do lado de fora, encarando os belos jardins e gramados.

_ Então, o baile se aproxima – disse Alvo – você e a Rose vão juntos não?

_ Não é uma briga qualquer que vai me fazer desistir de ir a esse baile com ela – disse Louis rindo – mas você, já encontrou um par?

_ Não – disse Alvo com uma voz de decepção, o baile era dali a um mês, não queria deixar para a última hora como seu pai fizera no dele, mas o que importava a ele ter um par se não iria com Alice.

_ Eu sei que você e a Longbottom não vão juntos, mesmo que vocês dois queiram muito a companhia um do outro – disse Louis – mas nem por isso deve ir sozinho, isso não vai fazer você se sentir bem, ainda mais vendo a garota que gosta com um dos campeões... – mas Alvo cortara seu discurso.

_ Como você sabe que eu gosto da Alice? – disse Alvo surpreso.

_ Priminho, desculpe te dizer, mas você não é muito discreto nos seus sentimentos e principalmente no seu ciúme quando vê os dois juntos – disse Louis – mesmo não estourando, dá para ver em seu olhar que adoraria matar o tal de Karkaroff pelo simples fato de estar com sua Alice.

_ É tão fácil notar? – disse Alvo, se sentindo extremamente bobo.

_ Até os cegos notam isso Al – disse Louis revirando os olhos – pelo menos, todos nós que conhecemos vocês dois sabemos o que sentem um pelo outro, e o como você é lerdo para deixá-la ficar com outro.

_ Eu simplesmente não consigo Louis, não dá para mim – disse Alvo suspirando enquanto se debruçava na murada de uma varanda externa – eu gosto muito da Alice, e se não cheguei nela até agora, é porque não sei como posso demonstrar isso, me sinto inseguro, e se eu não for um bom namorado? Não a fizer feliz, eu não sei o que seria de mim se não desse certo entre nós... – fora então que Louis pegara Alvo pelos ombros e o chacoalhara para então dá alguns tapas leves no seu rosto, quando terminara o garoto o olhava confuso – Você fez isso por quê?

_ Para tentar te acordar para a realidade. Alvo, me ouça com atenção... – disse Louis – você é novo com esse lance de namoradas, garotas e paixão, talvez eu deva lhe dá algumas dicas, para começar, deixe de ter esses pensamentos cabisbaixos de que nada vai dar certo, auto-piedade nem pensar, se o fato de você e a Alice não estarem se falando, o único responsável é você...

_ Legal a sinceridade – disse Alvo revirando os olhos.

_ Mas é verdade, Al, desde que essa garota te conheceu noto que ela parece ter uma queda gigantesca por você – disse Louis – só você que foi lerdo o bastante para só notar no primeiro ano de Hogwarts, mas não se sinta um idiota por isso...

_ Não está me ajudando falando dessa forma comigo – disse Alvo ainda mais deprimido ao pensar em todo o tempo perdido sem ter Alice com ele, quando o primo lhe dera um novo tapa – você tem algum problema ou simplesmente gosta de me bater?

_ Você que tem o problema, não eu – disse Louis – mas voltando, tente ser mais autoconfiante, garotas não vão te querer se viver como um verme olhando para o chão, tente mostrar seu melhor, isso realmente fará com que elas sintam que você é o cara certo.

_ Eu não quero garotas Louis, apenas uma – disse Alvo – e essa uma é Alice, a menos que me diga como conquistá-la de volta, todo seu discurso está sendo inútil.

_ Você não espera que eu te diga como conquistar a Alice não? Como conquistar ela? – disse Louis rindo – Al, entenda, estou apenas te dizendo no que precisa melhorar, ser mais confiante, vencer a timidez, te ajudara a dar o primeiro passo...

_ Fala como se fosse tão simples ter confiança e vencer essa minha maldita timidez  – disse Alvo entre dentes.

_ Todos tem esse problema quando se trata de abrir nosso coração para o outro – disse Louis – se eu fiz isso com Rose, foi por estar realmente decidido de que não deixaria essa oportunidade fugir de mim.

_ E posso te perguntar por que justo a Rose? – disse Alvo, questionador.

_ Não sei ao certo, algo nela me fascina Al... Sei que é estranho se apaixonar por uma prima, mas com Rose é diferente, não é como se fosse uma pessoa da família e sim uma amiga de infância – disse Louis com uma voz suave – me senti mal no inicio por sentir isso por ela e guardar só para mim, tanto que tentei esquecê-la com outras garotas, que não me chamavam a atenção de verdade... – Alvo agora evitava olhar o primo nos olhos, ele realmente gostava da ruiva, assim como Scorpio parecia gostar, e mesmo que quisesse que a prima e o amigo ficassem juntos (mesmo sendo muito estranho imaginar) ele também não queria que o primo ficasse mal com o termino do namoro – mas não mude de assunto, não sou eu que devo falar da minha vida amorosa, e sim você...

_ O que mais vai fazer, eu entendi tenho que ter confiança, vencer a timidez – disse Alvo fazendo pouco caso – o que mais preciso para conquistá-la, ó magnífico mestre?

_ Não faça pouco caso – disse Louis – pessoas pagariam caro pelos meus conselhos de como ganhar mulheres – ele bufara indignado.

_ Você é meio-veela – disse Alvo – para você é fácil ter garotas, é só jogar charme para cima delas – e Louis rira muito daquilo – e pronto, uma dezena de garotas bobamente apaixonadas te paparicando. 

_ Sim, e apesar disso ser legal – disse Louis sorrindo maliciosamente – sempre tive um gosto por seduzir as mais difíceis, aquelas que não se rendiam tão fácil a meus encantos.

_ E deixe-me adivinhar, aprendeu algumas coisas?- disse Alvo.

_ Perfeitamente, então prosseguindo, como se declarar – disse Louis – você pode seguir dois caminhos, seja romântico, mostre de um jeito fofo como gosta dela, algo inesperado para que ela entregue o coração dela para você – ele fizera uma pausa – e seja ousado, faça algo que a surpreenda, e mostre que você não é como os outros garotos comuns.

_ Romântico e ousado? – disse Alvo – não se pode ser os dois?


_ Pode, mas é difícil de conseguir algo do tipo, eu pelo menos nunca consegui – disse Louis – agora vamos tratar do terceiro assunto.

_ Que seria? – disse Alvo já esperando a resposta que viria.

_ Seu par, Al, a garota que fará Alice ter ciúmes de você – disse Louis sorrindo maroto.

_ Ela ter ciúmes de mim? – disse Alvo rindo – está falando serio? – ele parara – Louis, se eu sem garota alguma a Alice já se afastou de mim, o que ela vai pensar se me ver com outra?

_ E quem disse que você tem que estar com a garota, se liga Al, pode ser alguma amiga sua – disse Louis, mas o garoto não se pronunciara – você não tem muitas amizades femininas não é? – ele não respondera – suspeitei, bem, terei que apelar para as minhas.

_ Suas? Você vai falar para uma das suas amigas ir comigo ao baile? – disse Alvo – primo, elas não vão querer ir com um completo estranho.

_ Você é o irmão de um campeão de Hogwarts, e principalmente meu primo, nenhuma garota que eu já tenha saído recusaria algum pedido meu – disse Louis, e Alvo pensara em uma simples palavra para definir o loiro naquele momento, e encontrara: Convencido.

_ Desculpe primo, mas não vou ao baile com uma das garotas que você já ficou, isso seria humilhante, tanto quanto dar o primeiro beijo em... – disse Alvo, mas não terminara a frase.

_ Com quem dera o primeiro beijo? – disse Louis curioso.

_ Com ninguém que você precise saber – disse Alvo rapidamente.

_ Claro, como queira – disse Louis dando de ombros – nenhuma das garotas que já fiquei então? Isso elimina grande parte da escola...

_ Serio? Pensei que tivesse tido apenas seis namoradas – disse Alvo abismado.

_ Eu tive, mas as outras foram apenas casos passageiros – disse Louis – nada oficial realmente...

_ Você consegue ser tão galinha quanto meu irmão antes de conhecer a Narcisa – disse Alvo e Louis rira.

_ O que posso fazer? Não gosto de ser sozinho – disse Louis – mas vamos então, tem que ser uma garota bonita, inteligente, charmosa, e... Francesa – Alvo encarara o primo surpreso.

_ Francesa? – disse Alvo – porque não tentamos uma britânica?

_ Algum problema com francesas? – disse Louis rindo debochado.

_ Fora o fato que a maioria das garotas aqui não falam inglês, e isso seria horrível para me comunicar com ela, e que muitas são veelas e bem... Você entende, não quero cair no charme de nenhuma delas – disse Alvo tentando ser sarcástico – nada, mas claro, que eu não ia querer uma garota que pode se transformar em um monstro alado por conta de ciúme ou de eu a ofendê-la.

_ Ótimo, uma garota sem origens veelas e que saiba pelo menos inglês básico – disse Louis como se fizesse uma anotação mental – pois também você não vai querer uma garota que saiba falar fluente não é? Ai já é querer muito.

_ Conhece alguma garota assim? – disse Alvo.

_ Na verdade, sim, e vou te levar até ela – disse Louis e puxara o primo pela manga em direção aos jardins.

Ambos corriam por algum tempo, sendo que Louis resolvera soltar Alvo após perceber o modo estranho que era as pessoas olhando para os dois que pareciam estar de mãos dadas. Alvo se perguntava se estava fazendo o certo, ir com outra garota ao baile não parecia algo que o agradasse principalmente, quando sabia que Alice veria e que isso poderia piorar as coisas, mas todo aquele discurso de seu primo de que ciúmes era importante, e que talvez isso fizesse a Lufana perceber o quanto o moreno podia ser desejado, talvez as coisas se acertassem. Eles haviam deixado os belos gramados, e árvores para se encontrarem em meio às areias da encosta de Beauxbatons, onde Alvo pode, pela primeira vez desde que haviam chegado ali, encarar o mar mediterrâneo. O Sonserino encarara as ondas escuras que vinham de encontro com seus pés com um olhar fascinado. Louis parecia procurar alguém, até que em sua face surgira um sorriso e ele se virara para o primo.

_ Olha, é ela – disse Louis cutucando o ombro de Alvo, que desviou seu olhar para onde o primo apontava – é a garota de que eu te falei. 

Nascisa Malfoy acordara, as imagens de horas atrás ainda rondavam sua mente, a descoberta de que Luciana era uma comensal da morte, por mais surpreendente que fosse e ela estivesse triste por saber os caminhos que a irmã mais velha estava tomando, não diminuía a raiva que estava sentindo por ela naquele momento. Na noite anterior aquela ela havia descoberto o que realmente importava a ela, se entregara ao sentimento que a tanto tempo parecia sufocado dentro dela e resolvera se unir a Tiago Potter e dar a ele a chance que sempre quis de faze-la feliz, após uma conversa que tivera com Dominique era claro para ela o que sentia e que acabaria trazendo ainda mais sofrimento ao ruivo se continuasse com Zabini. Agora ali estava ela, em algum calabouço de um dos covis dos bruxos das trevas, algemada e acorrentada ao que parecia uma pilastra, por uma estranha razão seus olhos estavam vendados, o que a dava ainda mais uma sensação de insegurança por não poder ver o que acontecia se havia alguém ali a observando e o que planejavam fazer com ela. Fora quando o barulho de uma pesada porta de metal se abrindo fora escutado, e passos caminharam até onde ela estava, por debaixo da venda ela podia ver uma sombra de alguém abaixado perto dela.

_ Hora de comer, princesa - disse a voz rouca de um homem, e ela pudera vez com dificuldade uma bandeja de comida sobre o chão imundo daquele lugar - não queremos que reclamem de nossa hospedagem.

_ Não, obrigado - disse Narcisa chutando e mexendo os pés, até que escutou um barulho do que parecia algo se quebrando, possivelmente o prato se estraçalhando no chão - e quanto a sua hospedagem, vamos dizer que ela não é das melhores... Do contrário me arranjariam correntes menos pesadas e algemas mais confortáveis.

_ Você realmente é uma Malfoy, não é criança? - disse o comensal, e Narcisa sentiu seu rosto ser tocado por ele. As mãos do homem começaram a deslizar por sua face e descendo por seu pescoço, um arrepio percorreu o corpo da loira ao sentir ele a tocar em seu colo por sobre as vestes e de repente sentiu o medo a invadir, conforme os botões de suas vestes começaram a desabotoar.

_ Tire as mãos de mim – disse Narcisa tentando não demonstrar o medo em sua voz, a verdade é que ao toque daquelas mãos geladas seu corpo estremecera de pavor – não faça isso, ou irá se arrepender muito caro, posso estar acorrentada, mas você não sabe o que posso fazer mesmo estando assim...

_ Sempre arrogantes, sempre se sentindo superiores e tratando-nos como se fôssemos vermes, mas no final foram pessoas como eu, que ficaram ao lado do Lord das Trevas até o final, pois seu avô e seu pai o abandonaram, desertaram... – ela sentira as mãos do homem lhe acariciando o pescoço e passando por sua nuca - e agora quando estamos novamente nos erguendo, retornam para nosso lado como vermes que são... Sempre do lado mais forte...

_ Eu não sou como eles, nunca me juntaria à vocês, nunca me deixaria ser tomada pelas trevas – disse Narcisa fora então que sentira o hálito quente do homem percorrer seu pescoço e o pavor tomou conta de sua voz – se afaste de mim, agora...

_ O que você vai fazer, princesa? – disse o comensal puxando a garota fortemente pelos cabelos – vamos, diga o que você faria se eu não te soltasse hein... Você não seria escutada se gritasse, e mesmo se isso ocorresse duvidaria muito se alguém fosse interferir, você não tem escapatória garota.

_ Não esteja tão certo disso – disse Narcisa então sentira o bafo quente próximo de seu rosto e a respiração acelerada do homem a sua frente. Fora então que ela cuspira no rosto dele e recebera um tapa em troca, o Comensal recuara um pouco limpando o rosto, e logo tirara a varinha do bolso apontando para o rosto da garota conjurando uma mordaça.

_ melhor agora, não quero mais coisas desse tipo – disse o comensal, a loira se debatia, tentava chutá-lo as cegas, e o acertara uma vez no estomago, após uma imensa de dor que lhe atingira e cambalear um pouco por conta das pernas ainda estarem bambas ele retornou para próximo a garota, e com um novo movimento de varinha as correntes a envolveram as pernas ainda mais, fazendo com que ela não pudesse se mexer – quero ver você tentar mais um de seus truques agora moça.

A garota entrara em desespero, não acreditava que poderia estar passando por aquela situação, era quase impossível de se imaginar que sua irmã podia se unir a pessoas como aquele homem, capazes de se aproveitar de alguém indefeso como ele estava prestes a fazer.

Ela começara a puxar as correntes, mas era em vão, eram fortes não se quebrariam assim tão fáceis, seus dentes mordiam fortemente a mordaça como se aquilo fosse a fazer se livrar dela, acabou que seu corpo parara de se debater, pelo menos da cintura para baixo quando o comensal se sentara por sobre suas pernas. Novamente ele aproximara o rosto do seu corpo, ele começara a beijar seu pescoço com ardência e fome, a garota sentia nojo daquilo, e tentava a todo o custo se livrar das correntes que prendiam seus braços, os lábios ásperos do bruxo das trevas desceram por sua garganta como uma grande e rígida lixa.

Os segundos que haviam se passado pareciam horas intermináveis, fora quando a garota escutara um grande barulho, como se uma explosão tivesse ocorrido bem próximo a eles. O comensal se virara e, mas antes que visse o que acontecera e quem havia feito a pesada porta de ferro em mil pedaços, foi retirado de cima da garota e jogado contra a parede da cela, sua cabeça foi batida diversas vezes contra as pedras e seu rosto foi esfolado e o nariz quebrado com tamanha a força do impacto.

O comensal fora jogado ainda atordoado no chão, onde o outro homem começara a socá-lo no rosto, parecia como se no lugar das mãos houvesse pesados martelos, pois o tamanho da força fazia com que em poucos instantes o rosto dele ficasse deformada e o chão repleto de sangue e dentes quebrados. O comensal fora erguido do chão, mas suas pernas já estavam moles e o sangue misturava a baba que escorria pelo seu rosto e roupas, o seu agressor então lhe acertara uma joelhada nas costelas e mais outra, por fim o homem retornara no chão, onde uma série de chutes eram seguidos pelos gemidos de dor de possíveis, e quase certas, costelas quebradas.

_ P-p-po-r... f-fa-favor p-p-p-pa-r-re – disse o comensal enquanto o homem o ergueu novamente do chão – e-eu n-n-não agüento mais... – o homem o jogara no chão e o comensal gemera muito enquanto começara a se rastejar para longe dali com dificuldade.

_ Nunca mais, ouviu bem? – disse o agressor – nunca mais tente nada com essa moça, ou da próxima vez você não sobreviverá para sentir seus ossos quebrados, pois não terá mais uma vida para sentir dor... Espero que saiba aproveitar minha piedade para com você McNain.

_ O-o-ob-br-riga-gado Mi-mi-milorde – disse McNain enquanto saia dali, se escorando nas paredes.

Alaric olhara seu servo rastejar para longe dele, para então encarar a garota assustada ao canto daquela sala escura, a respiração acelerada e suando frio, assim como lágrimas que lhe molhavam a face, certamente imaginava as cenas de terror que se seguiriam caso ele não tivesse intervindo e o choro nada mais era do que alívio por alguém ter vindo ao seu socorro. McNain já havia desaparecido, o que era bom afinal de contas não havia mais nada a fazer ali depois da pequena lição de modos que o jovem Lord das trevas o ensinara. Alaric acariciava os nós dos dedos ainda roxos e esfolados pelos vários golpes que realizara, e um sorriso de satisfação inundara sua face, fazia tempo que não sentia isso, o prazer de provocar dor com as próprias mãos sem o uso de magia. Ele caminhou até Narcisa, a garota pareceu perceber sua presença, pois se encolheu contra a parede áspera daquela cela.

_ Você está bem? – disse Alaric com sua voz profunda, muitos estranhariam aquela atitude vinda dele que era julgado como alguém sem coração, mas ele não era tudo o que se ouvia falar, ou o que aparentava ele era muito além disso, uma pessoa quase indecifrável - tenho que me desculpar com você, não sabia o que aquele idiota iria fazer, mas não se preocupe, o que ele fez não saíra impune, posso lhe garantir.

_ Quem é você? – disse Narcisa tentando parecer segura, mas sua voz tremia.

_ Um amigo de sua irmã – disse Alaric se ajoelhando ao seu lado – ela mandou que a trouxessem para cá, mas não se preocupe, não permitirei que voltem a tratá-la sem respeito, eu prometo.

_ Como posso confiar em você? – disse Narcisa duramente, não importava que ele a tivesse salvado, ainda era um deles, nada além de um comensal da morte que a estava mantendo presa ali – se minha própria irmã me traiu, deixando que aqueles comensais me levassem, se não se pode se ter confiança em pessoas de nossa própria família, como eu poderia ter em alguém que eu nem conheço?

_ E em algum momento eu pedi que me desse a sua confiança? – disse Alaric questionador, agora se sentando de frente para ela no chão – não, eu não pedi isso, apenas disse que vou lhe proteger enquanto estiver aqui, pode ser nossa prisioneira, senhorita, mas isso não lhe faz deixar de ser uma pessoa com sentimentos e que merece respeito por parte desses homens.

Narcisa ficara em silencio por um tempo pensando em todas as palavras ditas por aquela pessoa a sua frente, era quase como se ele realmente se importasse com ela, mas por quê? Perguntas rondavam a sua mente desde que descobrira a verdade a respeito de Luciana e Eduard, ambos pessoas próximas a ela que haviam sido corrompidos pelas trevas. Alaric observava a garota, realmente ela era muito parecida com sua rainha, mas tinha algo que Luciana não possuía, e naquele momento ele não soube dizer o que poderia ser, só sabia que no momento em que caminhando pelas masmorras daquele castelo francês ele ouvira os gritos e precisara socorrê-la, pois na sua mente veio a imagem de sua maior seguidora em perigo, irmã daquela ali na sua frente. Ele realmente amava Luciana? Quem sabe.

_ Por que estou aqui? Acho que deveria saber, não? – disse Narcisa com a voz séria e fria – por que fui seqüestrada e minha irmã tomou o meu lugar... Por que ela quer me impedir de ficar com Tiago? O que eu e ele estarmos juntos tem haver com os comensais da morte?

_ Você não entenderia as reais intenções minhas por de trás desse plano – disse Alaric – nós queremos algo, e necessitamos de Tiago Potter para consegui-lo e nos entregar – a garota ficara confusa – tudo não passa de uma estratégia de uma jogada elaborada,
minha cara, pode não fazer sentido no momento, mas quando todas as peças estiverem nos pontos certos do tabuleiro nada nos impedirá de conquistarmos o que procuramos.

_ E o que seria? – disse Narcisa – isso que procuram e não podem conseguir sem que Tiago os ajude?

_ Não será necessário você saber agora sobre o que se trata, mas saiba que quando chegar a hora estará lá para que veja de perto – disse Alaric – mas isso não importa no momento.

_ Você não é qualquer comensal da morte, não é mesmo? – disse Narcisa com uma suspeita em mente – você não fala como se fosse alguém de baixo nível dentro das escalas dos comensais...

_ Tem razão sobre isso – disse Alaric sorrindo – eu não sou qualquer comensal...

_ Não, você não é – disse Narcisa – eu ouvi como ele te chamou, ele se dirigiu a você como Milorde, de forma que presumo que esteja de frente para com o líder desses comensais da morte, o que é curioso já que muitos pensam ser meu tio-avô Rodolfo Lestrange o novo sobre o comando deles...

_ Oh, eles pensam isso? Rodolfo é um bom servo, um comensal de alto escalão com um grande conhecimento em magia e um dom para o uso de maldições, mas nunca iria servir para liderar um grande numero de seguidores, por mais que tenha competência, ou pense que tem, ele não é o que podemos de chamar de alguém que possa liderar o novo império das trevas... – disse Alaric – no entanto, foi esperta em descobrir isso, eu devo parabenizá-la...

_ Ora, me poupe – disse Narcisa com um tom grosso enquanto virava a cabeça para o outro lado – guarde seus parabéns para si, não preciso deles... O simples fato de você ser o líder desse bando de idiotas apaga qualquer desculpa e obrigado que eu podia dizer a você por ter me salvo daquele idiota... – ele ficara em silêncio, o que incomodou a garota, pois pensava no que ele poderia fazer.

_ De qualquer forma, não precisa me agradecer, não fiz por você e sim pela Lucie, apesar de você não pensar ela ficaria furiosa se soubesse que a irmã dela sofreu enquanto esteve aqui, e eu não iria gostar disso até porque não é honrado e respeitoso de meus comensais terem essas atitudes – disse Alaric – pode não pensar, mas somos pessoas com um pouco de honra, pelo menos eu sou assim e não permitiria que ele fizesse isso com você – ela ficara em silêncio sem responder por alguns segundos enquanto ele olhara ao redor para as bandejas e pratos quebrados e do que restava do almoço daquela jovem espalhado pelo chão da cela – parece que não comeu o que lhe mandamos...

_ Como se o meu garçom estava tentando abusar de mim? Acho um pouco difícil mastigar e engolir qualquer comida quando está prestes a ser violentada – disse Narcisa num tom sarcástico ao que Alaric sorriu levemente – mas não se incomode, estou sem fome.

_ Nem pensar – disse Alaric sorrindo – será minha convidada para um jantar.

Narcisa não entendera muito bem até que sentira as correntes em seus pulsos e tornozelos desaparecerem e seu corpo flutuar como se toda a gravidade do lugar tivesse desaparecido, e seu corpo já não pesasse tanto. Fora assim por poucos segundos até sentir seus pés se firmando novamente no chão e, ainda percebendo que se encontrava com as mãos livres, retirara a venda e pode olhar o lugar que agora se encontrava.

Era um grande salão que faria o salão principal de Hogwarts parecer um armário de vassouras, colunas em estilo grego feitas de granito e o chão do mais puro mármore negro, havia quadros decorando o lugar e no centro de tudo se encontrava uma mesa de jantar para oito pessoas, no entanto só havia um homem sentado numa das cabeceiras, esse homem se vestia com trajes de um fidalgo da nobreza britânica, mas as roupas estavam ocultas pela grande capa que usava incluindo o capuz que se encontrava sobre sua cabeça, seu rosto estava escondido por uma mascara que se assemelhava a muito a do antigo fantasma da opera, deixando apenas seus olhos de um azul gélido a mostra e parte de sua face direita de pele pálida.

Atrás dela havia uma escadaria imensa que dava para uma porta de carvalho negro, onde dois seres mascarados de grandes capas negras vigiavam a saída, não haveria outra escapatória do que se juntar aquele homem à mesa.

_ Narcisa Malfoy, é um prazer me encontrar essa noite para me jantar com tão bela dama – disse Alaric com um sorriso sedutor nos lábios – espero que a comida esteja de seu agrado, agora que sua irmã não me pode acompanhar nas refeições, espero que não se importe, mas eu realmente não gosto de comer sozinho.

A garota parara em frente à mesa a encarar o homem, como ele podia ter tamanho tom de tranqüilidade sendo quem era. Ele indicara um lugar a sua esquerda, ao qual a garota tomara, se sentando e olhando para a comida da mesa, tudo parecia muito bom e com um cheiro que lhe dava uma grande fome lhe fazendo o estômago roncar levemente, mas ainda não sabia se deveria se servir, e se tudo não passasse de um truque para fazê-la morrer envenenada? Podia ser paranóia, mas não se pode confiar em um bruxo das trevas por mais que ele se mostre gentil.

_ Sirva-se, ao contrario do que se possa parecer, não é um truque – disse Alaric enquanto partia um pedaço de faisão como um verdadeiro nobre e levava a boca mastigando levemente para então engolir – pensei que já tivesse lhe mostrado que sou um homem de honra apesar de tudo, não ousaria matá-la agora, muito menos de uma maneira tão vil como por envenenamento, isso não faz meu tipo – ele abrira uma garrafa de vinho branco e se servira e em seguida fez o mesmo com outra taça entregando a Narcisa – aqui está, beba...

_ Você está confiando demais em mim não acha? O que lhe garante que não irei escapar, são apenas dois comensais vigiando a saída – disse Narcisa bebendo a taça de vinho – e apesar de saber que deve haver outro grupo maior do lado de fora nos corredores, ou quem sabe nos jardins esperando que eu fuja pela janela talvez?

_ Você é esperta – disse Alaric sorrindo – daria uma ótima tenente para liderar as tropas de comensais, como sua irmã... – ele levara novamente um garfo à boca – ela é uma garota muito interessante do jeito dela, nunca encontrei ninguém parecido, e mesmo que se assemelhem na aparência, ambas são diferentes uma da outra...

_ Fala como se ela fosse muito mais que uma simples comensal – disse Narcisa, mas não obtivera resposta – mas me diga, se acertei sobre os comensais também posso ter certeza de que caso tentasse sair daqui você me atacaria não? Para tentar me impedir de fugir.

_ Não iria gostar muito, mas seria obrigado, o que seria uma pena, pois não existiria maneira de você sobreviver caso me enfrentasse, não querendo me mostrar como um grande bruxo, mas você é muito, digamos, inexperiente em certos aspectos da magia – disse Alaric bebendo mais um pouco de vinho – deve de saber que existe uma explicação plausível para que eu tenha sido eleito o mestre desses homens, e certamente que sou mais bem preparado que eles e muitos me seguem por medo do que posso fazer caso não o façam, assim como também por cobiça ao que posso oferecer a eles, mas como disse seria uma grande perda se eu tivesse que matá-la.

_ Então, o que você quer de mim? – disse Narcisa o encarando.

_ No momento, que acompanhe no jantar – disse Alaric – será que poderia aceitar esse meu pedido?

_ É isso ou a comida da cela, não é mesmo? – disse Narcisa sorrindo sarcasticamente.

_ É, e cá entre nós, acho que nem os ratos vão aproveitar o que restou no chão – disse Alaric rindo.

_ Não irá mesmo dizer seu nome a mim não é? – disse Narcisa ao que o homem sorriu com a taça a meio caminho da boca.

_ Do que serve um nome minha cara? O que chamamos uma rosa teria o mesmo perfume sob outro nome – disse Alaric – Um nome nada mais é uma palavra que nos distingue dos outros, mas nesse caso não quero me distinguir, palavras não tem esse efeito nesse momento, nada mais o que quero nesse momento não necessita que eu lhe diga meu nome... – ele bebera de sua taça novamente.


_ O que chamamos uma rosa teria o mesmo perfume sob outro nome... Isso é Shakespeare – disse Narcisa – Romeu e Julieta mais precisamente... Pensei que como um bruxo das trevas desprezasse qualquer parte da cultura trouxa...

_ Eu não desprezo a cultura trouxa, pelo menos em sua grande parte – disse Alaric – mas quem disse que Shakespeare era trouxa? Que mal lhe pergunte? Ele era mais um dos muitos bruxos que naquela época escondiam da grande população britânica sua origem, assim como ainda escondem, com medo certamente de serem queimados em uma fogueira, ou cozidos em óleo quente... Ou no caso da França, a decapitação, infelizmente os trouxas como sempre idiotas o bastante em suas ações e cegos pelo preconceito acabaram por executar vários dos seus iguais apenas por se assemelharem aos estereótipos que eles consideravam bruxos naquela época – ele comera mais um pouco – mas Shakespeare era um grande escritor, suas peças são famosas até hoje e não é para menos, foi um grande bruxo que entrou para a história, mesmo infelizmente ele tendo sido a favor dos trouxas em vários aspectos que nossa sociedade não apoiava.

_ Você parece jovem demais para ser um dos antigos comensais – disse Narcisa – a maioria deles no momento não passa de um bando de velhos decrépitos... A menos que sua aparência tenha sido alterada por mágica.

_ Ah, isso pode ter certeza – disse Alaric – não tenho tanta idade assim, e o rosto que vê é meu próprio, não o alterei de qualquer forma, no entanto creio que seja melhor manter minha identidade em sigilo, por conta disso que estou de mascara – ele percebera que o prato dela se mantinha vazio – vejo que não experimentou de nada da mesa a não ser o vinho, lamentável, eu acho que deveria tentar ter mais segurança de minhas palavras quando digo que não vou envenená-la, se permite poderia servi-la se quisesse...

_ Não, obrigada eu mesmo faço isso – disse Narcisa e começara a se servir sobre os
cuidados do homem que a observava – o que foi?

_ Nada – disse Alaric – apenas estou te observando...

_ Não faça isso, ok? Incomoda, e dá-me arrepios – disse Narcisa e ele riu.

_ Como quiser Mademoiselle – disse Alaric.

Passaram mais alguns segundos em silêncio enquanto ela comia, até que ele se erguera e se pós a frente dela com a mão estendida, a loira encarou o homem a sua frente como imaginando o que ele poderia estar aprontando. Ele percebeu isso e se prontificou a dar explicações.

_ Sempre após o jantar ou durante ele eu e Lucie dançamos – disse Alaric delicadamente – achei que poderíamos fazer o mesmo.

_ Minha irmã dança? – disse Narcisa surpresa imaginando Luciana dançando, não era uma das visões mais fáceis de ver – vai me dizer o que depois? Que ela usava um vestido?

_ Sim, usava – disse Alaric e o queixo de Narcisa quase caira, nunca alguém um dia vira Luciana Malfoy de vestido, era algo quase que surreal imaginá-la usando um, quanto mais alguma pessoa confirmando que ela realmente usou e dançou com ele – algum problema? – ele falara gentil.

_ Nenhum – disse Narcisa aceitando a mão erguida a ela – mas sem música? – com um estalo de dedos do homem um piano negro de cauda localizado na sala começara a se tomar sozinho – apenas uma música.

_ Como quiser, senhorita – disse Alaric sorrindo e os dois foram para o centro do salão onde dançaram.

_ De onde conhece a minha irmã? – disse Narcisa enquanto dançavam o que parecia ser uma valsa, o homem a sua frente manterá o semblante serio guiando com delicadeza e maestria a bela dama pelo salão vazio.

_ Eu a conheci há muito tempo, mas não era o tipo de pessoa de quem se aproximaria – disse Alaric enquanto a girava, fazendo com que seu vestido se agitasse numa quase espiral – digamos que nem sempre fui o que sou hoje...

_ Não? E como era? – disse Narcisa tentando descobrir quem era aquele homem.

_ Um rapaz, cuja vida fora uma mentira desde a infância, tentaram tirar dele a verdade, tentaram esconder dele seu passado e impedir que seguisse os caminhos a que estava destinado – disse Alaric seriamente quase perdendo a paciência - não importa meu passado, não mais... – ele respirara fundo – tudo isso mudou... – alguns minutos se passaram com um silencio reinando entre eles – quer que eu continue falando de como conheci sua irmã?

_ Se quiser – disse Narcisa.

_ Bem, depois de minha fase que chamo de revelação, me tornei o que hoje sou – disse Alaric – e novamente, encontrei sua irmã – ele a ergueu no ar - mas então fomos apresentados formalmente, e ao vê-la em ação, a dedicação dela por minha causa, e o modo como se portava... Digamos, que senti algo especial que me fez me encantar por esse jeito...

_ Espere um pouco, está me dizendo que está apaixonado por minha irmã? – disse Narcisa surpresa e a resposta veio num silencio dele, enquanto o piano e outros demais instrumentos que pareciam ter surgido para lhe fazer companhia tocavam.

_ Não sei se apaixonado seria a palavra certa, certamente que temos algo – disse Alaric – mas sentimentos são algo realmente traiçoeiro e não gosto de me envolver a algo que pode me levar à derrota, confiança nos faz vulneráveis, amor nos torna fracos perante um inimigo – ele a gira e cruzara seus braços ao redor de sua cintura, a mantendo muito próxima dele, e dançando colados – Voldemort teve sua queda pelas mãos do homem que considerou por muito tempo seu braço direito, ele arquitetou um esquema de espionagem que nunca fora descoberto, esse foi seu pior erro, a confiança, ela abre portas para sua derrota, pois o ser humano é uma criatura repugnante em suas atitudes, não importa o que você faça, as pessoas sempre poderá te trair, entregar você seja por dinheiro, gloria ou o que mais pode lhes interessar...

_ Você não confia neles? – disse Narcisa encarando pelo canto dos olhos alguns comensais que guardavam a saída, e as janelas – como pode? Se você não tem confiança neles, isso significa que não fala muito com seus seguidores, pelo menos sobre seus planos – ele afirmara com a cabeça – então, como eles podem te seguir mesmo estando quase às cegas com alguém que desconhecessem o que sabe?

_ Narcisa, há muito mais nessa vida para os homens, muitas vezes eles deixam de ouvir sua razão para prestar atenção em outras coisas – disse Alaric – deixe-me explicar melhor, não importa se eu não confio neles, se não lhes revê-lo os meus planos, o que está por vir... Eles estarão do meu lado, enquanto quiserem o que eu posso oferecer, estou falando de coisas alem de galeões, pois cada um tem seu preço, não é o que dizem? – ela ficara em silencio – considerei isso como algo positivo.

_ Por que me trouxeram para cá? – disse Narcisa num sussurro.

_ Tudo ao seu tempo será revelado – disse Alaric – acabo de lhe dizer que não confio a meus aliados o que planejo, deveria dizer a você? Que está contra mim?

_ Acho que tem o direito de saber não? – disse Narcisa – vocês me tiraram de Beauxbatons quando eu estava prestes a dar chance à felicidade ao lado do homem que amo.

_ Amor? Por que deveríamos dar uma chance a tal coisa? – disse Alaric - É um sentimento cruel em sua existência, o amor nos destrói, pois, quando nos apegamos a algo muito, sofremos quando perdemos e essa dor dilacerante é causada pela sua destruição... Ficamos frios, tomamos uma nova face muitas vezes quando descobrimos que amar machuca e fechamos nosso coração para o mundo...

_ Já se decepcionou com alguém? – disse Narcisa se mostrando um tanto curiosa com aquela frase tão sofrida de uma pessoa que já perdera as esperanças.

_ Não, mas vi um amigo se perder por conta dele – disse Alaric – mudar de uma forma avassaladora, então resolvi me guardar contra esse sentimento, não quero ser um fraco por conta de alguém que pode ser usado contra mim.

_ Você disse que tinha amigos – disse Narcisa confusa – como pode ter amizades se não gosta de confiar nem ama ninguém? – ele ficara em silencio um pouco, enquanto ambos dançam no mesmo lugar no centro do salão.

_ Isso foi antes da revelação, quando eu não sabia quem era – disse Alaric.

_ E quem você é? – disse Narcisa.

_ Alguém que apenas quer mudar o mundo – disse Alaric simples – um mundo que você pode considerar horrível, mas imagine como seria se todos os bruxos não precisassem mais se manter escondidos, vivemos como se tivéssemos vergonha do que somos, com medo da reação dos trouxas e do que fariam a nos caso descobrissem nossa existência... Isso não está certo, nos foi dado uma grande dádiva que é a magia, não podemos nos ficar recendidos de usá-la como se fosse algo proibido.

_ Fala como se tudo que quisesse fosse o bem para nosso povo, mas duvido que isso venha de forma tão fácil – disse Narcisa – se não me engano, da última vez, muitos morreram em uma guerra por poder, e é isso que está prestes a acontecer não? Você deseja o poder, e tentara ter.

_ Não queria que houvesse uma guerra – disse Alaric – mas não há jeito, as vendas estão muito apertadas a ponto dos bruxos ainda não verem a verdade, eles temem que os tempos voltem como eram na Idade das Trevas, mas isso não acontecera a menos que permitíssemos, se todos estivessem do mesmo lado nada seria como é agora, não se teria perdido tantas vidas em guerras e famílias não teriam sido destruídas com isso – ele se recompôs ao perceber que estava abaixando a guarda – mas, é natural haver guerras, tão qual é fato de respirarmos, a discórdia existe desde que o mundo foi criado, pessoas invejam uma as outras, mas tudo se acaba tão rápido quando um rei pode ser posto em xeque.

Narcisa não respondera a essa ultima frase, já não mais se importava e nem ligava se dançava com o novo Lord das Trevas, apenas se deixou guiar não mais esperando pelo termino da música, apenas deixou sua cabeça flutuar para longe, pensando naquele que deixara para trás, e imaginando como Tiago Sirius Potter recebera a mentira contada por sua irmã que agora se passava por ela. Era horrível aquilo, mas poderia sido pior se tivesse permanecido naquela cela, era difícil admitir, mas agradecia aquele homem que agora dançava com ela por lhe ter salvado, mesmo sabendo que ele é seu inimigo.

Sentada próxima à praia, estava a garota a que Louis se referia, Alvo a olhou com cuidado, e analisou cada parte da cena que lhe era mostrada. Ela se encontrava de baixo de um grande guarda-sol deitada em uma espreguiçadeira, devia ter a mesma idade que ele, ou talvez, um ano a mais de diferença, altura mediana baixa, cabelos loiros com alguns cachos nas pontas e pele muito branca, mesmo que fosse muito bonita não chamava a atenção de Alvo, pois para ele não importava quem fosse a garota nunca superaria certa garota da Lufa-lufa em beleza, pelo menos a seus olhos.

 Louis fez um sinal para que os dois se aproximassem, e assim fizeram, ela ainda estava longe, de modo que conforme Alvo se aproximava pode notar mais coisas, como que, por exemplo, como ela se vestia, óculos escuros, varias pulseiras e colares de contas, um chapéu de palha na cabeça, e uma tanga de praia com flores alaranjadas ao redor da cintura, ainda estava com maiô azul marinho que colado sobre seu corpo fazia suas curvas se acentuarem, e mesmo que sem querer, o garoto deslizou os olhos pelo corpo da menina.

_ Argún problemé? – disse a garota tirando os óculos da face, revelando seus belos olhos azuis, ela encarara Alvo por um longo tempo, até novamente desviar o olhar, e o mesmo fizera a garota, agora encarando o garoto ao lado do sonserino  – oh, Louis, non vi que erran vossê – ela abrira um sorriso, e Alvo olhou pelo canto dos olhos para o primo, que também sorria, mas não tanto quanto a garota.

 _ Como vai, Charlotte? – disse Louis lançando um dos seus melhores sorrisos a ela.

_ Oui, vou mûit bien, e vossê? O que tráz vossê asqui? – disse Charlotte desconfiada.

_ Não posso falar com minha velha amiga e colega de classe? – disse Louis sorrindo galantemente, e a garota bufara em discórdia, certamente que ela já sabia o modo que o loiro usava quando tentava conseguir alguma coisa.

_ Pensér que non terria más temp para noss garrotas de Beauxbatons, desquê tu começarr a namorrar aqueler garrota de Orguarts – disse Charlotte com um tom que Alvo identificou com algo parecido com ciúmes - aliars o que fazquê asqui? Quên serr est? – o Sonserino sentiu novamente o olhar da garota sobre ele.

_ Este é meu primo, Alvo Severo Potter – disse Louis e Charlotte ao ouvir o ultimo nome pareceu surpresa – sim Charly, é isso que está pensando...

_ Entõn est que serr, le  irmôn do campeon di Orguarts – disse Charlotte.

_ Exatamente, então o que achou? Ele não é bonito? – disse Louis e Alvo olhou para o primo com uma cara de interrogação, o que era aquilo, ele estava tentando vendê-lo ou o que? Mas não falara nada.

_ Oui, mûit bonnitê – disse Charlotte sorrindo e Alvo sentiu a face corar, odiava aquilo, o modo como um simples elogio conseguia o fazer mudar de cor tão rapidamente.

_ Então, gostaria de ir com ele ao baile? – disse Louis e a garota o olhara cética.

_ Est que? Oh, non, commé poddier irr ao baille con alguêm que non conhecerr – disse Charlotte e Louis revirara os olhos.

_ Qual é, Charly, faz esse favor aí por mim – disse Louis com um rosto tristonho que dava pena em qualquer um – sei que tem muitos garotos querendo te levar ao baile.

_ Más nenhûn est bonne o bastant – disse Charlotte.

_ Então, que tal levar meu primo, é um garoto legal, e ele não tentaria nada com você – disse Louis – a verdade é que, ele vai com outra garota apenas para não se deixar rebaixar pela garota que ele gosta ir com outro – e Alvo dera um soco no ombro do primo – é verdade, e bem, Charly, nós somos amigos... Que tal fazer isso por nossa amizade?

_ Hum... sê Je concordarr, ganharria algô em trroca? – disse Charlotte.

_ Tipo o que? – disse Alvo.

_ Sim – disse Louis – esperava que fosse pedir algo, e a resposta é sim.

_ Vossê vãi dançarr comigu pelô mienês un music – disse Charlotte ainda desconfiada do trato que estavam fazendo.

_ Para mim tudo bem – disse Louis sorrindo muito, pelo que parecia esperava outra coisa.

_ Te vejê no baille, ah... quãl est serr nome mesmi? – disse Charlotte olhando para o moreno novamente.

_ Alvo – disse o sonserino ainda parecendo abalado com o modo como a garota aceitara o trato.

_ Cert, asté baille, se presciserr de ajudê com as vestês conté commi – disse Charlotte e ele acenou positivamente.

_ Bem, Charlotte era isso que tinha para falar com você, até mais...  – disse Louis puxando Alvo pela manga – venha, e pare de babar...

Eles se afastaram, e a garota retornou a ler o livro que lia antes deles chegarem. Alvo ainda pasmo com o modo que o primo conseguira facilmente as coisas, e por incrível que parecesse Louis não utilizara seus dons de meio-veela com aquela garota, ao menos ela parecia não ser afetada por qualquer poder mágico. Ambos já estavam distantes quando Alvo resolvera fazer algumas perguntas que o estavam inquietando até aquele momento.

_ Louis, como você conseguiu isso? – disse Alvo – você não usou aquele seu charme com ela, ou usou? – o loiro bufara, como se pergunta o ofendesse de alguma forma, ou ele se sentisse incomodado com algo.

_ Ela é imune, consegue resistir a mim – disse Louis – foi um dos motivos de sermos quase amigos, éramos mais próximos antes de Rose aparecer, como pode ver Charlotte tem ciúmes da nossa prima, mas ela vai entender que não posso ficar longe da minha namorada só porque ela quer assim.

_ Vocês já tiveram algo? – disse Alvo e Louis o olhara como se ele fosse louco.

_ Não, eu e a Charlotte somos amigos, não estragaria minha amizade com ela por conta de namoro – disse Louis – isso é um absurdo.

_ Certo, e você nem me apresentou direito, ela não sabe nada alem de meu nome e que sou irmão do Tiago e seu primo – disse Alvo – e eu? Não sei nada dela, nem mesmo o sobrenome.

_ é Le Pearce, Charlotte Le Pearce – disse Louis e Alvo se perguntara onde já havia ouvido aquele sobrenome – seu pai é o ministro da magia da França.

_ Filha do ministro? – disse Alvo surpreso.

_ É – disse Louis – e ela é bonita não é?

_ nem reparei – disse Alvo mentindo descaradamente.

_ Sei, só não vai perder o foco da Alice hein, é apenas para fazer ciúmes – disse Louis – e depois, o próximo passo é a declaração, aí é com você, siga meus conselhos.

_ Obrigado pela ajuda Louis, sério, muito obrigado – disse Alvo estendendo a mão ao loiro que sorrira.

_ Somos primos, e é isso que devemos fazer quando somos uma família – disse Louis – ajudar uns aos outros.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
Pois, esse capitulo foi o primeiro betado por uma amiga minha,as pessoas sempre reclamam de alguns erros e tal, espero que tenha ficado melhor. Caso esteja lendo, obrigado June.
Deixem reviews, dizendo o que acharam.
o que acharam do Louis?
os conselhos dele para o Alvo surtiram efeito? E a Charlotte?
e o que acharam do Alaric?



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