Desejos Inconsequentes escrita por Bruno Silfer


Capítulo 9
Capítulo 9: Sombras


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal! Hoje vocês vão conhecer um pouco melhor quem são os misteriosos seres místicos da qual o Gaara faz parte ^^.

Sem balela, vamos à história!



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A cada novo dia novas descobertas entre Ino e Gaara eram realizadas, sendo acompanhadas pelo dobro de novas dúvidas. O furacão de emoções da noite anterior havia passado e a normalidade reinava. Os dias passavam lentos e vagarosos, mas eles não reclamavam. Gaara contava muitas histórias sobre os humanos que acompanhara, as civilizações antigas que visitara, as coisas incríveis que vira, e Ino ficava encantada. De repente a garota teve uma ideia, segundo sua mente, uma ideia brilhante.

- Escuta Gaara.

- O que foi?

- Você me disse que além de você existiam mais três semideuses no mundo.

- É isso mesmo.

- Posso conhecê-los?

Gaara ficou surpreso.

- Por que esse interesse repentino?

- Não é repentino. Desde que você disse que não estava sozinho me deu vontade de conhecer seus irmãos.

- Eles não são meu irmãos, e não acho uma boa ideia.

- Por que não?

- Não nos vemos há séculos.

- Mais um motivo então. Por favor...

Ela juntou as mãos e o olhou com aquele olhar de pidona que as mulheres tão bem sabem fazer. Ele, quando viu aqueles olhos, não teve coragem de recusar, mas ainda tentou convencê-la do contrário.

- Vou pensar no seu caso.

- Já sei como te convencer.

- Estou ouvindo.

- Este será meu segundo pedido.

- Vai desperdiçá-lo com isso?

- E tem outro jeito?

Vendo o pulso firme da garota, o semideus sorriu por dentro. O seu primeiro objetivo fora alcançado mais cedo do que imaginava. Como “recompensa”, ele resolveu ceder.

- Não precisa usar o segundo pedido. Você venceu.

A garota ficou tão feliz que o abraçaria se pudesse. Ele gostava de vê-la sorrir, isso o fazia bem e não precisava de muito esforço para deixá-la satisfeita. Ele a advertiu:

- Vire-se de costas.

Relutante, ela obedeceu. Virada de costas percebeu que uma grande luz começara a brilhar, era quente e aconchegante. Quando tudo voltou ao normal Gaara lhe disse:

- Pode olhar.

Ino ficou muito surpresa ao virar-se. Viu mais três seres idênticos a Gaara do lado dele. Só por um olhar dava para notar que eles não eram normais: tinham roupas estranhas e não podiam ser tocados. Dos três “visitantes”, um tinha cabelos azuis, outro verdes, já a útima (a única mulher do grupo) ostentava brilhantes cabelos brancos.

- Por que nos chamou aqui Gaara? – perguntou o “cabelo verde”.

- A Ino me pediu para conhecê-los.

- Quem?

Então ele apontou para a garota que ainda não acreditava no que via. Ainda não acreditava que estava vendo os quatro seres mais poderosos do mundo e, ainda mais no seu quarto. Ela só voltou a si quando a semideusa de cabelos brancos se aproximou.

- Que garota linda! – exclamou admirada – Se eu pudesse te daria um abraço agora. Gaara deve ter passado muito tempo te observando antes de te escolher.

- Ele disse que sim. – respondeu a loira com voz trêmula.

- Sabia. Mas em primeiro lugar se acalme, não vamos te fazer mal. E desculpe por não dizermos nossos nomes. Só podemos revelá-los para o humano que acompanhamos.

- Eu entendo.

Os outros dois estavam ocupados explorando o quarto. Observavam tudo o que tinha para ser visto, mas mesmo assim o “cabelo verde” não se acalmou.

- Vou embora daqui. – disse.

- Deixa esse mau humor de lado, cara. Você é sempre assim. – advertiu o de cabelos azuis enquanto voltava do banheiro – Vamos aproveitar o momento. Há tanto tempo que nós não nos reunimos assim... Vamos pelo menos conversar.

Gaara explicou que o semideus de cabelo azul era o mais alegre e otimista de todos. Ino pouco a pouco foi se acostumando com aquelas presenças místicas e, sentindo-se mais à vontade, começou com as perguntas.

- Como vocês nasceram?

Pelo nível da primeira pergunta eles sentiram que aquele “interrogatório” seria no mínimo divertido. Quem adiantou-se a responder foi o extrovertido ser de cabelo azul.

- Sinceramente não sabemos. Quando acordamos já éramos assim. Com exceção do Gaara.

- Como assim?

- No início só existiam três de nós. Depois de algum tempo descobrimos que se nós unirmos nossos poderes podemos fazer qualquer coisa. Então decidimos tentar criar um semideus novo.

- Então ele foi criado por vocês... Incrível...

- Isso mesmo. Só que, por alguma razão, ele é muito mais ligado aos humanos do que a nós.

Ino olhou para o ruivo ao seu lado que confirmou a história com um aceno de cabeça. Parecia um pouco aborrecido com o que acabara de ouvir. Ela continuou:

- Vocês acompanham muita gente?

- No começo sim, mas agora temos outras distrações.

- Explorar o universo por exemplo. – adiantou-se a simpática semideusa de cabelos brancos – O que vocês veem por telescópio nós podemos ver pessoalmente. Aliás, a parte mais bela do universo vocês nunca viram.

- E nunca verão. – completou Gaara.

- Você deixou o Gaara ler a sua mente?

- Não. – respondeu a loira.

Dessa vez foi a bela semideusa que se surpreendeu.

- Nossa! Como o Gaara consegue lidar com você assim? Você é durona mesmo hein? – riu divertida.

- Acha que eu fiz mal? – Ino estava temerosa.

- Não é isso. É que os humanos gostam de nos testar até o limite. Por isso a maioria quer que façamos isso.

- Ela quer é me deixar louco antes da hora, isso sim. – disse Gaara arrancando risos dos demais.

- Está perdendo a força por acaso?

- Quer pagar para ver?

O clima alegre imperava, até que ela disse:

- Posso conversar com a Ino em particular?

- Hum... Conversa de mulher, melhor ir mesmo. – ponderou o espírito de cabelos azulados.

- Concordo. – completou Gaara.

Ino não imaginava o que aquela mulher queria com ela, mas a acompanhou a um lugar do quarto mais afastado dos demais. Depois ela perguntou sorrindo:

- Agora me conta. O que você fez com o Gaara?

Ino não entendeu a pergunta. Ela explicou:

- Ele sempre foi muito fechado e afastado de nós. Faz tempo que eu não via ele tão falante, tão divertido como hoje. Para falar a verdade, faz muitos séculos desde que eu o vi assim pela última vez.

- Por que ele era assim?

- Ah Ino... Ele não gosta de ter sido criado por nós.

- Por quê?

- Ele sabe que não podemos criar nada perfeitamente, porque nós também, mesmo juntando nossos poderes, não somos deuses completos. Por isso ele é um semideus imperfeito e tem muito mais pontos fracos do que nós.

Ino tentava processar tudo o que lhe era dito. Era muito complexo.

- E que pontos fracos são esses?

- Ele é mais suscetível a ser enganado, é mais ingênuo, mais explosivo (somente se estiver muito irritado como no caso da mulher que ele ressuscitou) e menos afetado por amor humano. Apesar do rosto tranquilo, ele tem muitas coisas para resolver naquele coração. E você pode ajudar.

- Eu? – perguntou espantada.

- Eu vi como vocês se dão bem. Vocês não se tratam como estranhos como seria o normal. Pelo contrário. Quem olha para vocês pela primeira vez pensa que vocês são amigos de longa data. – suspirou – Quando acompanhamos um humano nós queremos mudá-lo, mas aqui é você que está mudando ele. E mudando para melhor.

Ino ficou corada com tais palavras.

- Quantos pedidos você já fez?

- Um.

Ela respirou fundo.

- Só peço que pense bem no que vai querer no terceiro pedido.

Nessa hora os semideuses decidiram ir embora, não dando tempo para a Ino fazer qualquer outra pergunta. Após as despedidas eles sumiram de vista, deixando no quarto somente Gaara e uma Ino pensativa.

- Está esquisita. – disse Gaara aproximando-se.

- O que? – respondeu a garota acordando do seu “transe”.

- Eu disse que está esquisita. O que ela te disse?

- Não posso dizer. Segredos de mulher. – respondeu piscando.

- Mulher é sempre cheia de segredos...

Ino sorriu e pensou no que ouvira há pouco. Ele escondia mágoas no coração? Ela realmente o estava mudando? A verdade era que ela se sentia à vontade com ele, tanto que por muitas vezes nem lembrava mais que ainda tinha dois pedidos a fazer. Na hora ela lembrou de algo, se aproximou e perguntou provocativa:

- É verdade que eu te deixo louco?

Gaara sentindo o tom de malícia da pergunta fez um gesto como se lhe desse um tapinha na cabeça, arrancando risos da garota. Naquela hora ela tomou uma decisão: iria aproveitar o máximo possível o tempo que tinha com Gaara. Sairiam, ririam, chorariam e se preocupariam juntos pelo tempo que lhes restavam.


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